sexta-feira, 22 de junho de 2012

Santo Albano



22/06 - Albano é o primeiro mártir cristão da Inglaterra, onde prestou serviço no exército romano, como soldado. Albano, cuja origem talvez fosse romana, residia em Verulamium, a cidade-fortaleza construída pelos romanos a sudeste da ilha britânica, perto do rio Ver. Sendo um pagão, não tinha nada a temer quando chegou à ilha a perseguição anticristã, possivelmente a decretada pelo imperador Sétimo Severo e não a do seu sucessor Diocleciano, como alguns historiadores acreditam.

Albano, certo dia, viu chegar em sua casa um daqueles homens cristãos perseguidos. Ele o acolheu e escondeu. Observou que o homem estava em estado de prece contínua, em vigília noite e dia. Então, começaram a conversar e Albano conheceu a verdade da fé cristã. Tocado pela graça de Deus, converteu-se. Tornou-se um cristão, justamente naquele momento de risco de morte tão sério.

Dias depois, alguns soldados foram à casa de Albano fazer uma rigorosa busca, porque souberam que ele escondia um cristão. Quando chegaram, o santo mártir se apresentou vestindo as roupas do cristão procurado e disse: "Aquele que vocês procuram sou eu". Assim, foi levado, amarrado, perante o juiz.

O juiz ordenou que Albano fosse cruelmente torturado. E ele tudo suportou, paciente e alegremente, por nosso Redentor. Quando o juiz percebeu que ele não abandonaria sua fé cristã, decretou sua morte por decapitação. Ao ser levado para a execução, Albano converteu seu carrasco, que posteriormente também foi executado. O mártir Albano morreu no dia 22 de junho.

Quando as perseguições aos cristãos terminaram, no lugar de seu martírio foi erguido um monumento para sua sepultura, o qual se tornou um lugar de muitas peregrinações nos séculos seguintes, até mesmo aquela empreendida por são Germano, que levou para a França um pouco da terra da sepultura do venerado mártir Albano, em 429. Assim, o povo francês passou a conhecer e a venerar este mártir.

Ainda no século V, com a saída dos romanos, a ilha britânica sofreu a invasão das tribos germânicas, que depois foram evangelizadas e passaram a propagar o culto do admirável mártir Albano por toda a Alemanha. O papa Gregório Magno, entre os anos de 590 e 604, concedeu a autorização para o culto e declarou Albano santo e mártir pelo testemunho da fé em Cristo.

No lugar onde foi martirizado, formou-se a cidade que hoje leva o seu nome: Saint Albans, ao norte da área metropolitana de Londres, onde se encontra a esplêndida catedral de Santo Albano. A Igreja Católica festeja-o no dia 22 de junho, mas em algumas regiões é homenageado no dia 17, isso porque um antigo copista cometeu um erro e trocou o numero romano XXII por XVII.






quinta-feira, 21 de junho de 2012

São Luís Gonzaga




21/06 - São Luís Gonzaga, nasceu no dia 09 de março de 1568, em Mântua, Itália. Seu pai, Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione delle Stiviere e irmão do duque de Mântua, gostaria que seu primogênito, seguisse seus passos de soldado e comandante no exército imperial. Com apenas 5 anos de idade, ele já vestia uma couraça, com escudo, capacete, cinturão e espada e marchava atrás do exército do pai, aprendendo o uso das armas com os rudes soldados.



Recebeu educação esmerada e freqüentou os ambientes mais sofisticados da alta nobreza italiana: Corte dos Médici, em Florença; Corte de Mântua; Corte de Habsburgos, em Madri.Mas aquele menino daria fama à família Gonzaga com armas totalmente diferentes e quando foi enviado a Florença na qualidade de pajem do grão-duque da Toscana, aos dez anos de idade, Luís imprimiu em sua própria vida uma direção bem definida, voltando-se à perpétua virgindade.



Em sua viagem para a Espanha, onde ficou alguns anos como pajem do Infante Dom Diego, serviu-lhe para estudo da filosofia na universidade de Alcalá de Henares e a leitura de livros devotos. Após ter recebido a primeira comunhão das mãos de São Carlos Borromeu, decidiu para surpresa de todos, pela vida religiosa, entrando para a Companhia de Jesus, derrubando por terra os interesses nele depositados pelo seu pai, que o despachou para as cortes de Ferrara, Parma e Turim.



Mais tarde, São Luís Gonzaga escreveu: "Também os príncipes são pó como os pobres: talvez, cinzas mais fedidas".Renunciou ao título e à herança paternas e aos catorze anos entrou no noviciado romano da Companhia de Jesus, sob a direção de São Roberto Belarmino, esquecendo totalmente sua origem de nobreza, escolheu para si as incumbências mais humildes, dedicando-se ao serviço dos doentes, sobretudo na epidemia que atingiu Roma no ano de 1590.



São Luís Gonzaga, morreu no dia 21 de junho de 1591, tendo apenas 23 anos de idade, provavelmente tendo contraído a terrível doença seu corpo repousa na Igreja de Santo Inácio em Roma. É considerado "Patrono da Juventude".



quarta-feira, 20 de junho de 2012

São Silvério - Papa



20/06 - O pontificado de São Silvério coincide com a ocupação da Itália pelos imperadores bizantinos. A nota característica do seu governo é a firmeza e intrepidez com que defendeu os direitos da igreja, contra a imperatriz Teodora. Eis o fato como os hagiógrafos o relatam.

O Papa Agapito, antecessor de Silvério, tinha deposto o bispo de Constantinopla, Antimo, por este haver defendido a heresia eutiquiana. A imperatriz, fautora da mesma heresia, desejava ver Antino reabilitado na jurisdição episcopal, desejo que Agapito não quis atender e não atendeu. Morto este Papa, Virgílio, diácono romano, apresentou-se à imperatriz Teodora, prometendo-lhe a reabilitação de Antimo se apoiasse sua candidatura ao pontificado. Teodora deu a Virgílio uma carta de apresentação a Belisário, general bizantino, que se achava na Itália, recomendando-lhe apoiasse a eleição.

Entretanto foi eleito Papa Silvério e como tal reconhecido. A este a imperatriz se dirigiu, exigindo a reabilitação dos bispos, por Agapito depostos, e a anulação das decisões do Concílio de Chalcedon, que tinha condenado a heresia de Eutiques. Nesse ofício arrogante Teodora ameaçou o Papa com a deposição, caso não lhe acedesse às exigências. A resposta de Silvério foi respeitosa, mas negativa. Com franqueza e firmeza apostólicas declarou à imperatriz que estaria pronto a sofrer prisão e morte, mas não cederia um ponto das constituições do Concílio.

Teodora não se conformando com esta resposta, ordem deu a Belisário de afastar Silvério de Roma e pôr Virgílio na cadeira de São Pedro. Para não cair no desagrado da imperatriz, Belisário prontificou-se a executar a ordem, mas desejava ter em mãos outros documentos, a pretexto dos quais pudesse proceder contra o Papa. Tirou-o do embaraço sua ímpia mulher Antonina. Esta lhe fez chegar às mãos uma carta falsificada, que trazia as armas e assinatura de Silvério, carta em que o Papa se teria dirigido aos Godos, prometendo-lhes entregar Roma, se lhe viessem em auxílio. Belisário estava a par do que se passava, e bem sabia qual era a autoria da carta. Não obstante, para obsequiar a mulher, citou Silvério à sua presença, mostrou-lhe a carta, acusou-o de alta traição e, sem esperar pela defesa da vítima, ordenou que lhe tirassem as insígnias pontifícias e lhe pusessem um hábito de monge, e assim o mandou para o desterro. No mesmo dia Virgílio assumiu as funções de Sumo Pontífice.

A consternação e indignação dos católicos eram gerais. Só Silvério bendizia a graça de sofrer pela justiça. O Bispo de Pátara, diocese que deu agasalho ao Papa desterrado, pôs-se a caminho de Constantinopla, com intuito de defender a causa de Silvério. Recebido pelo imperador Justiniano, fez-lhe a exposição clara das cousas ocorridas, e mostrou-lhe a injustiça feita ao representante de Cristo. Justiniano ordenou que Silvério fosse imediatamente levado a Roma, e que a permanência na metrópole lhe fosse vedada só no caso de se provar o crime de alta traição. Belisário e o antipapa Virgílio souberam impossibilitar a volta de Silvério para Roma. Apoderaram-se dele e transportaram-no para a ilha Palmaria. Lá o sujeitaram a um tratamento indigno e sobremodo humilhante. Silvério, porém, ficou firme na justa resistência à tirania e usurpação. Longe de reconhecer a autoridade de Virgílio, excomungou-o e deu do exílio sábias leis à igreja. Nunca se lhe ouviu uma palavra sequer de queixa contra os planos e desígnios de Deus. Ao contrário, no meio dos sofrimentos e provações, louvava e enaltecia a sabedoria e bondade da Divina Providência.

Três anos passou Silvério no desterro. Liberato, historiador contemporâneo de Silvério, diz que o Santo Papa morreu de fome. É considerado mártir da Igreja.


terça-feira, 19 de junho de 2012

São Gervásio e São Protásio

19/06 - Entre os muitos méritos de Santo Ambrósio, o grande Bispo de Milão, foi a exaltação e devoção de alguns mártires que ele encontrou por toda sua diocese. Construída no século I, a pastoral de Ambrósio parecia ainda abrigar muitos corpos, ocultos, de mártires das perseguições dos séculos precedentes.

Muito célebre se tornou a exumação dos mártires Gervásio e Protásio, depois de uma visão que Ambrósio teve na qual lhe foi indicado o lugar de suas sepulturas. Ambos foram encontrados em 18 de junho de 386, quando suas lembranças já estavam se perdendo entre os fiéis.

Ambrósio contou inclusive com o crédito de seu contemporâneo amigo Agostinho, o Bispo de Hipona, que neste período estava em Milão. No seu livro: "Confissões", Agostinho escreveu: "citado bispo teve uma revelação em visão sobre o lugar onde jaziam os corpos dos mártires Protásio e Gervásio, os quais por muitos anos haviam estado repousando incorruptos, para se apresentarem na hora oportuna e refrear a raiva de uma senhora real".

Ele se referia a imperatriz Justina que, apoiada por quase toda a corte romana, pretendia transferir Ambrósio para entregar a Diocese aos hereges arianos. Mas teve que desistir, pois a comoção popular foi imensa com o traslado destas relíquias, no dia seguinte, feita pelo Bispo em intenção litúrgica, a exemplo das cerimônias de traslado litúrgico orientais.

O acontecimento foi inacreditável, arrebatando uma multidão de fiéis, ocorrendo inúmeros milagres e graças. Os dois Santos tiveram logo uma notável popularidade. Inclusive propiciou um grande impulso em todo o mundo cristão do Ocidente, assinalando uma reviravolta decisiva na história da veneração e do culto aos Santos e as suas relíquias para toda a Igreja.

A tradição nos narra que Gervásio e Protásio eram gêmeos e os únicos filhos de Vidal e Valéria, cidadãos da nobreza de Milão. Pais e filhos haviam sido convertidos pelo bispo São Caio. Em vista disto mandaram construir a igreja de Milão, em 63. Mas depois Vidal e Valéria foram mortos testemunhando a fé, durante o governo do imperador Nero, em 68.

Órfãos dos pais, os dois irmãos venderam todos os bens, entregaram o que arrecadaram ao Bispo, para terminar a construção da igreja e distribuir aos pobres e se recolheram numa pequena casa afastada onde passaram dez anos em orações e penitências. Denunciados como cristãos foram torturados lentamente, e depois assassinados. Gervásio morreu sob os golpes dos chicotes e Protásio, além disto, foi decapitado.

Os irmãos gêmeos Gervásio e Protásio, Santos mártires, recebem a veneração litúrgica em 19 de junho, mesmo dia em que suas relíquias foram transferidas para igreja de Milão, aquela construída por sua família. Em 1874, as relíquias de ambos foram transferidas e colocadas ao lado da sepultura de Santo Ambrósio, na igreja à ele dedicada, também em Milão, Itália.



segunda-feira, 18 de junho de 2012

Beata Osanna de Mântua

18/06 - As informações que temos da Beata Osanna de Mântua é derivada de dois contemporâneos que a conheceram e escreveram imediatamente depois de sua morte. Uma das biografias foi lavrada pelo mestre da Ordem Dominicana e por um Teólogo muito notável, Silvestre de Ferrara (1505) e outra (1507) pelo monge Jerome de Olivetan (beneditino reformado) que, nos últimos anos da vida de Osanna, tornou-se seu confidente e guia espiritual. Sua biografia consiste pela maior parte em registro detalhado de conversações Osanna com seu diretor espiritual. Jerome diz que Osanna era muito relutante, mesmo com ele, em que confiava completamente, para falar de suas experiências espirituais; mas descreve repetidamente como ele paciente a manteve, mediante questionamentos e busca de informações que guardou para si, cujo fim, como ele diz, servia para suas próprias "consolações espirituais e fonte de inspiração". Um processo difícil, segundo ele, pois que Osanna costumava entrar em êxtase cada vez que se começava a falar de Deus.

Nasceu em 1449 em Mântua, filha de nobres italianos, Nicolaus e Agnespais. Diz Jerome que na idade de cinco ou seia anos, Osanna teve sua primeira experiência mística, uma visão da Trindade, dos nove coros dos anjos e da criação material, quando Jesus como uma criança da sua própria idade, carregava uma cruz. Mais tarde, viu-o outra vez no jardim da casa família entre as videiras. Como entrasse já em êxtase em tenra idade, tornou-se muito retraída. Os pais incomodavam-se sobremaneira com o seu comportamento e chegaram a pensar que a filha fosse portadora de epilepsia.

Ainda durante sua infância acabou perdendo os pais, tornando-se assim responsável pelo lar, cuidando dos irmãos que controlou e educou com grande prudência e responsabilidade, além de manter grande hospitalidade e caridade com os pobres. Não obstante, apesar de todas estas responsabilidades domésticas e caritativas, passou a experimentar uma vida mística cada vez mais intensa. Quando ainda vivia seu pai, ela recusou casamento porque já sentia inclinação para tomar o hábito dominicano e o declarara isso. Mas, segundo revelação feita a ela, não era momento para fazer profissão, mesmo na Ordem Terceira.

Foi permitido compartilhar os sofrimentos de Cristo pela causa da Igreja e da Itália, então marcada por rixas e guerras. Finalmente, quando tinha 30 anos, recebeu os estigmas em sua cabeça, depois no lado e em seguida nos pés. Teve também uma visão em que seu coração foi transformado e dividido em quatro partes.
A Paixão de Cristo era sentida intensamente nas quartas e nas sextas-feiras. Em seu caso, os estigmas não parecem ter sangrado, mas apareciam simplesmente como manchas avermelhadas, intensamente dolorosas. Manteve-os escondidos de todos, exceto de alguns de seus empregados, mas às vezes a dor nos pés eram tão grandes que a impossibilitava de andar. Por muitos anos, assim como Santa Catarina de Siena, viveu quase sem nenhum alimento. No discurso dessas matérias, pediu ao seu diretor espiritual que guardasse absoluto segredo.

Entretanto, sua fama acabou espalhando-se entre a população porque algumas vezes foi vista em público, em êxtase profundo. As visitas e conselhos espirituais tornaram-se constantes, resultando na oposição considerável dos frades dominicanos de Mântua que, entretanto, cessaram as críticas quando souberam que um dos seus, Dominic de Crema, mantinha o registro de todas as experiências espirituais de Osanna, que infelizmente perderam-se após sua morte.

Faleceu santamente, de causas naturais em 18 de julho de 1505. Foi beatificada pelo Papa Leão X e é invocada como patrona das meninas estudantes.

Seu corpo incorrupto encontra-se em exposição sob o altar de Nossa Senhora do Rosário na catedral de Mântua, Itália. Em 1965 seu corpo foi examinado interiormente e exames profundos determinaram bom estado de preservação (após 460 anos).





domingo, 17 de junho de 2012

São Manoel

17/06 - Manuel ou Manoel, provém do nome bíblico Emanuel com que foi chamado o Messias, na famosa profecia de Isaías (7,14) e significa: “Deus conosco”. Este nome é sobejamente usado entre os povos espanhóis e portugueses. Encontra larga acolhida também n Brasil que, inclusive, dedica três municípios a São Manuel.

O Martirológico Romano cita só dois santos com este nome; o primeiro no dia 26 de março, era um militar de data incerta que sofreu o martírio com mais outros trinta e nove, entre os quais, se fez menção também de Quadrado e Teodósio. O martírio destes se deu na Ásia Menor.

O segundo é o que está sendo comemorado neste dias pelo Martirológico, com estas palavras: “Em Calcedônia, os santos mártires Manuel, Sabel e Ismael, que foram mandados como embaixadores pelo rei da Pérsia, para pedir a paz a Juliano apóstata. Quis este imperador obrigá-los a adorar os ídolos e, porque se recusaram constantemente a fazer tal coisa, mandou-os matar”.

Situamos este breve fato em seu contexto histórico.

A Igreja tinha finalmente adquirido a liberdade religiosa com o “Edito de Milão”, em 313, por obra do magnânimo imperador Constantino Magno. Há cinquenta anos, estava gozando desta liberdade que lhe possibilitara uma larga expansão, favorecida, inclusive, pelo batismo recebido pelo próprio imperador Constantino.

Deu-se, porém, uma guinada brusca nesta situação por obra de um sobrinho de Constantino, chamado Juliano, que se tornou apóstata, isto é, traidor da fé. A ambição e o orgulho desmedido, aliados a desvios na educação que ficou a cargo de mestres pagãos. Acérrimos inimigos do Cristianismo, levaram Juliano a regenerar o próprio batismo e iniciar-se nas crendices pagãs.

Sucessos no setor militar e circunstâncias favoráveis levaram Juliano ao mais alto grau da magistratura romana e a ser proclamado imperador, em 361. Tomou então uma atitude de hostilidade contra o Cristianismo, querendo restabelecer os prestígios da mitologia greco-romana. Voltou para a Igreja o tempo do terror, reabriram-se as portas dos cárceres para os cristãos. O principal objetivo de Juliano era barrar a marcha da religião de Cristo que, por desprezo chamava de Galileu, mesmo com o uso de violência.

Em 363, Juliano decidiu travar guerra contra os persas que ameaçavam continuamente os confins do Império Romano no Oriente. Inicialmente, conseguiu ótimos sucessos militares que induziram o rei dos persas a solicitar a paz com Roma.

Foi neste contexto, que se deu a embaixada persa junto ao imperador Juliano para negociar a paz. Escolhidos para esta delicada missão foram três nobres: Manuel, Sabel, Ismael, pertencentes ao exíguo número de cristãos viventes no Império Persa.

As negociações para a paz não tiveram sucesso, pelo contrário, a condição cristã dos três enviados irritou o imperador Juliano, que descarregou neles seu ódio contra o Cristianismo e contra os persas. Submeteu os embaixadores a humilhante processo. Recusando dobrar-se perante a imposição do imperador, a fim de que adorassem os ídolos, foram submetidos a cruéis tormentos e, por fim, decapitados. Era o ano 363.

O castigo de Deus contra o imperador apóstata não tardou. Os persas, ofendidos sobremaneira pela matança de seus embaixadores, redobraram seus esforços na guerra e conseguiram uma virada na situação. O próprio imperador Juliano foi ferido de morte. Uma antiga tradição diz que, vendo-se golpeado de morte, Juliano teria dado um grito de desespero contra Cristo, com estas palavras: “Vencestes, ó Galileu!”

Com sua morte, terminou definitivamente a perseguição, e a Igreja voltou a viver em paz. Se a história não nos forneceu maiores notícias relativas a São Manuel, o fato do martírio, como suprema prova de amor a Cristo, já é um gesto que o torna altamente merecedor de nossa veneração.

“Chamar alguém de ‘mártir’, disse Santo Agostinho, é fazer-lhe o mais alto dos elogios!”



























sábado, 16 de junho de 2012

São Francisco Régis

16/06 - Francisco Régis nasceu, em 31 de janeiro de 1597, numa pequena aldeia de Narbone, na França. Filho de um rico comerciante, foi educado num colégio dirigido por sacerdotes jesuítas desde pequeno. Nada mais natural que entrasse para a Companhia de Jesus quando, em 1616, decidiu-se pela vida religiosa. Desejava, ardentemente, seguir o exemplo dos jesuítas missionários que evangelizavam em terras pagãs estrangeiras.


Tornou-se rapidamente respeitado e admirado pela dedicação na catequização que fazia diretamente ao povo, auxiliando os sacerdotes, assim como nas escolas que a Companhia de Jesus dirigia. Aos trinta e três anos, ordenou-se sacerdote, tomando o nome de João Francisco. Só então o seu contagiante trabalho disseminou-se pela cidade, por meio das obras dedicadas aos marginalizados, necessitados e doentes. Essa era a missão importantíssima que o aguardava lá mesmo, na sua terra natal: atender aos pobres e doentes e converter os pecadores.

Entre os anos 1630 e 1640, duas epidemias de pestes assolaram a comunidade. Francisco Régis era incansável no atendimento aos doentes pobres e suas famílias. Nesse período, conscientizou-se de que a França precisava da sua ação apostólica e não o exterior. Assim, tornou-se um valente missionário jesuíta, e o mais freqüente sacerdote visitador de cárceres e hospitais. Os registros relatam às centenas os doentes que salvou e os pagãos que converteu ao mesmo tempo.

Bispos de seu tempo relataram que ele era dotado de um carisma muito especial. Onde pregava os ensinamentos de Cristo, as pessoas, invariavelmente, se convertiam. Conseguiu, com o auxilio da Virgem Mãe, como ele mesmo dizia, converter aldeias inteiras com o seu apostolado. Foram dez anos empregados nesse fatigante e profícuo trabalho missionário.

Francisco Régis foi designado para chefiar a missão enviada à La Louvesc, na diocese de Dauphine. Antes de iniciar a viagem, quis despedir-se dos companheiros jesuítas. Percebera, apesar da pouca idade, que sua morte estava muito próxima. A viagem até lá foi um tremendo sacrifício. Além de atravessar altas montanhas, o caminho foi trilhado debaixo de um rigoroso inverno.

Chegou a La Louvesc doente e perigosamente febril. Mas, como havia uma enorme multidão de fiéis que desejavam ouvir seus sermões, pregou por três dias seguidos. Os intervalos de descanso foram utilizados para o atendimento no confessionário. Finalmente, abatido por uma enorme fraqueza, que evoluiu para uma pneumonia fulminante, faleceu no dia 31 de dezembro de 1640, aos quarenta e três anos de idade.

O papa Clemente XII canonizou-o em 1737. São João Francisco Régis, ou apenas são Francisco Régis, como era chamado, teve sua festa marcada para o dia 16 de agosto.

Fonte: http://www.derradeiragracas.com/