sábado, 4 de fevereiro de 2012

Santa Joana de Valois




04/02 - Joana de Valois nasceu aos 23 de abril de 1464 no castelo Plessis les Tours, filha de Luiz XI, rei da França e da rainha Carlota de Savóia, esta irmã do bem-aventurado Amadeu IX. Luiz, que ansiosamente esperava pelo nascimento de herdeiro do trono, não disfarçava o seu desapontamento, ainda mais quando soube que a criança nasceu coxa e feia.


Por uma ordem despótica do rei a menininha foi afastada da mãe e tendo 5 anos, confiada aos cuidados de uma senhora fidalga, que no castelo de Lumieres dispensou a princesinha uma educação primorosamente católica.

Joana, tendo chegado à idade de 12 anos, foi casada com seu primo, duque de Orleans, que apenas 14 anos contava e segredo não fazia da profunda antipatia em que tinha sua noiva.


O casamento foi celebrado aos 8 de setembro de 1476 no castelo de Monrichard, na presença do bispo de Orleans.


Não tardou que Joana recebesse ordem de seu pai para retornar ao castelo de Lumieres. Em bem pouco tempo se convencera da impossibilidade de convivência com um marido dissoluto e perverso. Com tanta maior dedicação entregou-se a exercícios de piedade e obras de caridade, tudo em completa conformidade com a santa vontade de Deus.


Tendo um dia notícia da grave enfermidade do seu esposo, pressurosa correu para junto dele em Bourges, oferecendo-lhe caridosamente sua assistência de solícita enfermeira. Colheu, porém, declarada ingratidão, no meio de insultos e declarações injuriosas, que, em suportá-las, deu exemplo e provas de paciência heróica e humildade.


Em 1483 faleceu o rei Luiz XI e sucedeu-lhe seu filho Carlos VII. O duque de Orleans, marido de Joana, repudiou-a e fez anular canonicamente o seu casamento com ela, para se consorciar com Ana, filha do duque de Bretanha. Joana suportou também essa insolente injustiça com serenidade de nobre e cristã.


Efetivamente o matrimônio de Joana com o duque de Orleans foi pelo Papa Alexandre VI declarado nulo e Joana ficou com a administração do ducado de Berry, que o rei lhe havia deixado.


Quando se podia crer que tudo havia terminado para Joana, tudo começou. O seu reino temporal em acabar, estava preparado para o espiritual. Pondo-se a serviço do povo, irrestritamente trabalhou para sua própria santificação, sob a direção de São Francisco de Paula, Joana era devotíssima a Nossa Senhora e como uma das primeiras figuras entre as veneradoras do puríssimo Coração de Maria, cujo imenso amor ao gênero humano lhe foi revelado em uma celestial visão.


Livre de outras obrigações, Joana sentia em seu coração ressurgir a idéia e o desejo afagado desde a infância de fundar uma Congregação às virtudes da SS. Virgem. Pôs mãos à obra e deu à Igreja a Ordem das “Monjas da Bem-Aventurada Virgem Maria, ditas da Anunciata”, cuja Regra ela mesma elaborou, a qual teve a aprovação dos Papas Alexandre VI e Leão X. No dia de Pentecostes 1504 as primeiras monjas desta nova ordem pronunciaram votos. A fundadora construiu um convento para a Ordem por ela fundada e nela, como simples religiosa, entrou.


Depois de uma existência cheia de sacrifícios, provações e sofrimentos, mas não menos de uma vida de oração, Joana faleceu em 4 de fevereiro de 1503, na idade de 41 anos. Pessoas de sua intimidade, afirmaram terem visto a cabeça da falecida rodeada de uma luz misteriosa. O seu túmulo Deus o glorificou com muitos milagres. O povo tinha Joana em veneração de Santa.


Nas perseguições religiosas no século 16 seu túmulo foi profanado. Fanáticos queimaram o corpo da Santa e atiraram com as cinzas ao ar.


A Congregação das Anunciatas se espalhou pela França, pela Bélgica e pela Inglaterra.


Beatificada por Pio VI, em 1775, em 1950, por ocasião do Ano Santo, o Papa Pio XII elevou-a às honras dos altares, canonizando-a. Sua festa é celebrada em 4 de fevereiro.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

São Brás




03/02 - A cada ano, nos dia 3 de fevereiro, é tradição em muitas igrejas, a benção de são Brás, imposta sobre a garganta.


Poucas pessoas, todavia, sabem a origem da benção e muito menos a história do santo que a inspirou. Isso revela uma característica fundamental na devoção aos santos: o que buscamos neles não são eles mesmos, mas a Deus que transformou a vida deles e pode transformar a nossa. Não é o santo que cura: é Deus que faz o milagre pela intercessão de alguém que, em vida, foi como nós, que enfrentou os mesmos problemas e fracassos, mas que deu prioridade a Deus, seguindo Jesus Cristo.



É isso que buscamos na benção de são Brás: a benção e a proteção de Deus, também sobre o nosso corpo.



Brás foi bispo de Sebaste, na Armênia, e viveu na época em que o império romano realizava suas últimas perseguições aos cristãos. É exatamente a caminho do martírio que realizou o milagre que deu origem à benção: uma criança, que engasgara com uma espinha de peixe, estava morrendo e a mãe apresentou-a ao santo que era brutalmente levado pelos soldados. Brás rezou, impondo as mãos sobre a cabeça do menino que, prontamente, ficou curado.



Na tradição popular, Brás é venerado também por sua bondade, pelos milagres realizados em vida e pela coragem extrema em defender sua fé em Cristo, apesar das torturas cruéis. Foi decapitado.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Santa Veridiana



01/02 - Nascida na Toscana, consagrou desde muito jovem sua virgindade a Deus. Peregrinou a Santiago de Compostela e a Roma, retornando depois à terra natal, onde voluntariamente viveu murada numa cela, durante 34 anos, em meio a rigorosas penitências e recebendo graças místicas extraordinárias.

No primeiro dia de fevereiro de 1242, de repente, todos os sinos do Castelfiorentino em Florença, Itália, começaram a repicar simultaneamente. Quando os moradores constataram que tocavam sozinhos, sem que ninguém os manuseassem, tudo ficou claro, porque eles anunciavam a morte de Veridiana.


Nasceu em 1182, ali mesmo nos arredores da cidade que amou e onde viveu quase toda sua existência, só que enclausurada numa minúscula cela, de livre e espontânea vontade. Pertenceu a uma família nobre e rica, os Attavanti, Veridiana levou uma vida santa, que ficou conhecida muito além das fronteiras de sua terra; e que lhe valeu inclusive a visita em pessoa, de seu contemporâneo Francisco de Assis, que a abençoou e admitiu na Ordem Terceira, em 1221.


A fortuna da família, embora em certa decadência, Veridiana sempre utilizou em favor dos necessitados. Um dos prodígios atribuídos à ela, mostra bem o tamanho de sua caridade. Consta que certa vez um dos seus tios, muito rico, deixou à seus cuidados grande parte de seus bens, que eram as colheitas de suas terras.

A cidade atravessava uma época terrível de carestia e fome, seu tio nem pensou em auxiliar os necessitados, era um mercador e como tal aproveitando-se da miséria reinante. Durante algum tempo procurou vender grande parte desses produtos, o que conseguiu por um preço elevado, obtendo grande lucro. Mas, ao levar o comprador para retirar o material vendido, levou um susto, seus depósitos estavam completamente vazias. Veridiana tinha distribuído tudo aos famintos.

O tio comerciante ficou furioso, pediu um prazo de 24 horas ao comprador e ordenou a Veridiana que solucionasse o problema, já que fora a causadora do acontecido. No dia seguinte, na hora marcada, os depósitos estavam novamente cheios, e o negócio pode se concretizar.


Veridiana após uma peregrinação ao túmulo de Tiago em Compostela, Espanha, diga-se um centro de peregrinação tão requisitado quanto Roma o é pelos túmulos de São Pedro e São Paulo, ao retornar se decidiu pela vida religiosa e reclusa.


Para que não se afastasse da cidade, seus amigos e parentes construíram então uma pequena e desconfortável cela, próxima ao Oratório de Santo Antônio, onde ela viveu 34 anos de penitência e solidão. A cela possuía uma única e mínima janela, por onde ela assistia à missa e recebia suas raras visitas e refeições, também minúsculas, suficientes apenas para que não morresse de fome.

O culto de Santa Veridiana foi aprovado pelo papa Clemente VII no ano de 1533.
Ela também se tornou protetora do presídio feminino de Florença e, sua devoção ainda é muito popular na região da Toscana, na Itália.



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Santa Martinha





30/01 - O pai de Martinha era um homem público, eleito três vezes cônsul de Roma. Ele pertencia a nobreza, era muito rico e cristão. Quando a menina nasceu, no começo do século III, o acontecimento foi amplamente divulgado na corte, entre o povo e pelos cristãos, pois a pequena logo foi batizada.


Martinha cresceu em meio à essa popularidade, muito caridosa, alegre e uma devota fiel ao amor de Jesus Cristo. Com a morte de seu pai a jovem recebeu de herança duas fortunas: uma material, composta de bens valiosos e a outra espiritual, pois foi educada dentro dos preceitos do cristianismo. A primeira, ela dividiu com os necessitados assim que tomou posse da herança. A segunda, foi empregada com humildade e disciplina, na sua rotina diária de diácona da Igreja, na sua cidade natal.



Desde o ano 222, o imperador romano era Alexandre Severo, que expediu um decreto mandando prender os cristãos para serem julgados e no caso de condenação seriam executados. Chamado para julgar o primeiro grupo de presos acusados de praticar o cristianismo, o imperador se surpreendeu ao ver que Martinha estava entre eles e tentou afastá-la dos seus irmãos em Cristo. Mas ela reafirmou sua posição de católica e exigiu ter o mesmo fim dos companheiros. A partir deste momento começaram os sucessivos fatos prodigiosos que culminaram com um grande tremor de terra.



Primeiro, Alexandre mandou que fosse açoitada. Mas a pureza e a força com que rezou, ao se entregar à execução, comoveram seus carrascos e muitos foram tocados pela fé. Tanto que, ninguém teve coragem de flagelar a jovem. O imperador mandou então que ela fosse jogada às feras, mas os leões não a atacaram. Condenada à fogueira, as chamas não a queimaram. Martinha foi então decapitada. No exato instante de sua a execução a tradição narra que um forte terremoto sacudiu toda cidade de Roma.



O relato do seu testemunho correu rápido por todas as regiões do Império, que logo atribuiu à santidade de Martinha, todos os prodígios ocorridos durante a sua tortura assim como o terremoto, ocasionando um cem número de conversões.



No século IV, o papa Honório mandou erguer a conhecida igreja do Foro, em Roma, para ser dedicada à ela, dando novo impulso ao seu culto por mais quatrocentos anos. Depois, as relíquias de Santa Martinha ficaram soterradas e sua celebração um pouco abandonada, durante um certo período obscuro vivido pelo Cristianismo.



Passados mais quinhentos anos, ou melhor catorze séculos após seu martírio, quando era papa, o dinâmico Urbano VIII, muito empenhado na grande contra-reforma católica e disposto a conduzir o projeto de reconstrução das igrejas. Começou pela igreja do Foro, onde as relíquias de Santa Martinha foram reencontradas. Nesta ocasião, proclamou Santa Martinha padroeira dos romanos e ainda compôs hinos em louvor à ela, inspirado na vida imaculada, da caridade exemplar e do seu corajoso testemunho a Cristo.


Fonte: www.arquimaringa.com.br

domingo, 29 de janeiro de 2012

São Pedro Nolasco



29/01 - No século XII, uma família francesa teve a graça de ter o pequeno Pedro Nolasco que, desde jovem já dava sinais de sensibilidade com o sofrimento alheio. Foi crescendo, formando-se, entrou em seus estudos humanísticos e, ao término deles, numa vida de oração, penitência e caridade ativa, São Pedro Nolasco sempre buscou viver aquilo que está na Palavra de Deus.


Desde pequeno, um homem centrado no essencial, na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo; um homem devoto da Santíssima Virgem.


No período de São Pedro Nolasco, muitos cristãos eram presos, feitos escravos por povos não cristãos. Eles não só viviam uma outra religião – ou religião nenhuma –, como atrapalhavam os cristãos.


São Pedro Nolasco, tendo terminado os estudos humanísticos e ficando órfão, herdou uma grande herança. Ao ir para a Espanha, deparou-se com aquele sofrimento moral e também físico de muitos cristãos que foram presos e feitos escravos. Então, deu toda a sua herança para o resgate de 300 deles. Mais do que um ato de caridade, ali já estava nascendo uma nova ordem; um carisma estava surgindo para corresponder àquela necessidade da Igreja e dos cristãos. Mais tarde, fez o voto de castidade, de pobreza e obediência; foi quando nasceu a ordem dedicada à Santíssima Virgem das Mercês para resgatar os escravos, ir ao encontro daqueles filhos de Deus que estavam sofrendo incompreensões e perseguições.


Em 1256, ele partiu para a glória sabendo que ele, seus filhos espirituais e sua ordem – que foi abençoada pela Igreja e reconhecida pelo rei – já tinham resgatado muitos cristãos da escravidão.



Fonte: paroquiasaorafael.blogspot.com

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Santa Angela de Mérici



27/01 - No caminho de integração da mulher na ação apostólica e no serviço da sociedade, Ângela de Mérici (1474-1540) deve ser considerada uma verdadeira inovadora. Em 1535 fundou em Brescia a congregação das Ursulinas, uma instituição completamente nova, dedicada ao ensino das moças. Pelas finalidades que a inspiravam, essa instituição vinha alargar radicalmente as concepções em vigor sobre a vida religiosa.



A congregação das Ursulinas tinha como objetivo a "formação cristã das futuras mães de família, abrindo-as para as necessidades de sua geração, concepção muito original em sua época, que apenas concebia a educação cristã da moça atrás das grades de um claustro".



Igualmente criativa se manisfestava a instituição em sua organização interna. A vida religiosa para as mulheres era concebida até então como uma separação total do mundo, protegida pela clausura, sendo a oração e a penitência os meios específicos com que a religiosa deveria contribuir ao crescimento da Igreja (é bem verdade que desde o século anterior havia tentativas de harmonizar a vida religiosa feminina com o serviço aos doentes).



As Ursulinas, pelo contrário, segundo a concepção de sua fundadora, deviam ser uma associação de virgens que permaneciam em parte no seio de suas famílias e não pronunciavam votos especiais, embora se obrigassem a seguir uma regra de vida e obedecer a uma superiora. Era, na realidade, uma sociedade de vida de perfeição, mas não uma congregação religiosa.



Sob a direção de Ãngela, eleita superiora geral no capítulo de 1537, a associação desenvolveu uma notável atividade na instrução, visita aos enfermos e outras formas de caridade.



Mas a sucessora de Ângela introduziu uma modificação restritiva: adotou um hábito especial. Pouco depois, Carlos Borromeu e o papa Gregório XIII acrescentavam a vida comum e os votos simples; e Paulo V, finalmente, concedeu os votos solenes e a clausura.



Assim as Ursulinas, em sua tentativa de atualização da vida religiosa, tropeçaram nas mesmas dificuldades e resistências que encontraria pouco depois S. Francisco de Sales na fundação das Salesas. Pouco a pouco, contudo, ia-se abrindo um novo caminho, como o demonstra, no mesmo século XVII a fundação das Filhas da Caridade, que adotaram definitiva ou transitoriamente várias das inovações queridas por Ângela para sua congregação.



quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

São Timóteo



26/01 - Sua vida foi marcada pela evangelização, pela santidade de São Paulo e também de São João Evangelista. A respeito dele, certa vez, São Paulo escreveu em uma de suas cartas: “A Timóteo, filho caríssimo, graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo Nosso Senhor. Nesta carta, vamos percebendo que ele foi fruto de uma evangelização que atingiu não somente a ele, mas também sua família.



“Quando me vêm ao pensamento as tuas lágrimas, sinto grande desejo de te ver para me encher de alegria” (II Timóteo 1, 4). Confesso a lembrança daquela sua fé tão sincera que foi primeiro a de sua avó Lóide e de sua mãe, Eunice e, não tenho a menor dúvida, habita em mim também. Por isso, São Paulo foi marcado pelo testemunho de São Timóteo, que se deixou influenciar também por São Paulo. Tornou-se, mais tarde, além de um apóstolo, um companheiro de São Paulo e muitas viagens.



Primeiro Bispo de Éfeso, foi neste contexto que ele conheceu e foi discípulo de Nosso Senhor seguindo as pegadas do Evangelista.



Conta-nos a tradição que, no ano de 95, o santo havia sido atingido por pagãos resistentes à Boa Nova do Senhor e, por isso, martirizado. São Timóteo, homem de oração, um apóstolo de entrega total a Jesus Cristo. Viveu a fé em família, mas também propagou a fé para que todos conhecessem Deus que é paz.