sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Santa Noteburga

14/09 - No século XIII, Noteburga, alemã de nascimento, era cozinheira na casa do Conde Henrique de Rotemburgo. Compadecida da situação dos pobres da região e indignada com o desperdício de comida na casa do Conde, em vez de jogar fora o que sobrava, juntava para dar aos pobres depois do trabalho, juntamente com parte da comida que lhe cabia.

Um dia, a Condessa descobriu a atividade de Noteburga e proibiu-lhe de continuar a fazê-la, ordenando que desse as sobras de comida aos porcos. Durante um período, Noteburga seguiu a ordem da patroa, sem, porém, deixar de dar assistência aos pobres, aos quais destinava parte de sua própria comida. Porém, logo retomou seu antigo hábito, o qual foi novamente descoberto pela patroa, que desta vez a demitiu.

Noteburga foi trabalhar em uma fazenda e logo depois a antiga patroa morreu. Nessa ocasião, o Conde descobriu o motivo de sua demissão e a trouxe de volta, no cargo de governanta de sua casa, onde permaneceu até a sua morte.

Fonte: http://amaivos.uol.com.br

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

São João Crisóstomo



13/09 - João Crisóstomo foi um grande orador do seu tempo. Todos os escritos dizem que multidões se juntavam ao redor do púlpito onde estivesse discursando. Tinha o dom da oratória e muita cultura, uma soma muito valiosa para a pregação do cristianismo.

João nasceu no ano 309, em Antioquia, na Síria, Ásia Menor, procedente de família muito rica considerada pela sociedade e pelo Estado. Seu pai era comandante de tropas imperiais no Oriente, um cargo que cedo causou sua morte. Mas a sua mãe, Antusa, piedosa e caridosa, agora santa, providenciou para o filho ser educado pelos maiores mestres do seu tempo, tanto científicos quanto religiosos, não prejudicando sua formação.

O menino, desde pequeno, já demonstrava a vocação religiosa, grande inteligência e dons especiais. Só não se tornou eremita no deserto por insistência da mãe. Mas, depois que ela morreu, já conhecido pela sabedoria, prudência e pela oratória eloqüente, foi viver na companhia de um monge no deserto durante quatro anos. Passou mais dois retirado numa gruta sozinho, estudando as Sagradas Escrituras e, então, considerou-se pronto. Voltou para Antioquia e ordenou-se sacerdote.

Sua cidade vivia a efervescência de uma revolta contra o imperador Teodósio I. O povo quebrava estátuas do imperador e de membros de sua família. Teodósio, em troca, agia ferozmente contra tudo e contra todos. Membros do senado estavam presos, famílias inteiras tinham fugido e o povo só encontrava consolo nos discursos e pregações de João, chamado por eles de Crisóstomo, isto é, "boca de ouro". Tanto que foi o incumbido de dar à população a notícia do perdão imperial.

Alguns anos se passaram, a fama do santo só crescia e, quando morreu o bispo de Constantinopla, João foi eleito para sucedê-lo. Constantinopla era a grande capital do Império Romano, que havia transferido o centro da economia e cultura do mundo de então para a Ásia Menor. Entretanto para João era apenas um local onde o clero estava mais preocupado com os poderes e luxos terrenos do que os espirituais. Lá reinavam a ambição, a avareza, a política e a corrupção moral. Como bispo, abandonou, então, os discursos e dispôs-se a enfrentar a luta e, como conseqüência, a perseguição.

Arrumou inimigos tanto entre o clero quanto na Corte. Todos, liderados pela imperatriz Eudóxia, conseguiram tirar João Crisóstomo do cargo, que foi condenado ao exílio. Mas essa expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população que o bispo foi trazido de volta para reassumir seu cargo. Entretanto, dois meses depois, foi exilado pela segunda vez. Agora, já com a saúde muito debilitada, ele não resistiu e morreu. Era 14 de setembro de 407.

Sua honra só foi limpa quando morreu a família imperial e voltou a paz entre o clero na Igreja. O papa ordenou o restabelecimento de sua memória. O corpo de João Crisóstomo foi trazido de volta a Constantinopla em 438, num longo cortejo em procissão solene. Mais tarde, suas relíquias foram trasladadas para Roma, onde repousam no Vaticano.

Dos seus numerosos escritos destacasse o pequeno livro "Sobre o sacerdócio", um clássico da espiritualidade monástica. São João Crisóstomo é venerado um dia antes da data de sua morte, em 13 de setembro, com o título de doutor da Igreja, sendo considerado um modelo para os oradores clérigos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

São Guido de Anderlecht


12/09 - Guido de viveu entre os séculos X e XI, nascido em Brabante, Bélgica. Desde a infância, ele já demonstrava seu desapego dos bens terrenos, tanto que na juventude distribuiu aos pobres tudo que possuía e ganhava. Na ânsia de viver uma vida ascética, Guido abandonou a casa dos pais, que eram bondosos cristãos camponeses e foi ser sacristão do vigário de Laken, perto de Bruxelas, pois assim poderia ser mais útil às pessoas carentes e também se dedicar às orações e penitência.

Quando ficou órfão, decidiu ser comerciante, pois teria mais recursos para auxiliar e socorrer os pobres e doentes. Mas, seu navio repleto de mercadorias afundou nas águas do Sena. Então, o comerciante Guido teve a certeza de que tinha escolhido o caminho errado. De modo que se convenceu do equívoco cometido ao abandonar sua vocação religiosa para trabalhar no comércio, mesmo que sua intenção fosse apenas ajudar os mais necessitados.

Sendo assim, Guido deixou a vida de comerciante, vestiu o hábito de peregrino e pôs-se novamente no caminho da religiosidade, da peregrinação e assistência aos pobres e doentes. Percorreu durante sete anos as inseguras e longas estradas da Europa para visitar os maiores santuários da cristandade.

Depois da longa peregrinação incluindo a Terra Santa, Guido voltou para o seu país de origem, já fraco e cansado. Ficou hospedado na casa de um sacerdote na cidade de Anderlecht, perto de Bruxelas, de onde herdou o sobrenome. Pouco tempo depois, morreu, com fama de santidade. Foi sepultado nesta cidade e sua sepultura se tornou um pólo de peregrinação. Assim com o passar do tempo foi erguida uma igreja dedicada à ele, para guardar suas relíquias.

Com o passar dos séculos, a devoção a São Guido de Anderlecht cresceu, principalmente entre os sacristãos, trabalhadores da lavoura, camponeses e cocheiros. Aliás, ele é tido como protetor das cocheiras, em especial dos cavalos. Diz a tradição que Guido não resistiu a uma infecção que lhe provocou forte desarranjo intestinal, muito comum naquela época pelos poucos recursos de saneamento e higiene das cidades. Seu nome até hoje é invocado pelos fiéis para a cura desse mal.

A sua festa litúrgica, tradicionalmente celebrada no dia 12 de setembro, traz uma carga de devoção popular muito intensa. Na cidade de Anderlecht, ela é precedida por uma procissão e finalizada com uma benção especial, concedida aos cavalos e seus cavaleiros.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Santos Proto e Jacinto


11/09 - O martirológio romano assim se refere aos santos recordados hoje: "Em Roma, na antiga via Salária, no cemitério de Basila, o natalício dos irmãos mártires Proto e Jacinto, eunucos da bem-aventurada Eugênia. Descobertos como cristão sob o imperador Galieno, receberam ordem de sacrificar. Como recusassem fazê-lo, foram duramente açoitados, e logo em seguida degolados".

Em 1845, os arqueólogos tiveram a sorte inesperada de reencontrar intacto o túmulo de um santo mártir que trazia esta inscrição latina: "Deposição em 11 de setembro de Jacinto mártir". Com essa descoberta, era possível conhecer aquilo que tinha acontecido na realidade com as relíquias dos dois santos.

Há muitos séculos julgava-se que suas relíquias estivessem em Roma na Igreja de S. João dos Florentinos, e eis que se descobria  com nome de S. Jacinto, na catacumba de Brasilia, a oeste da via Salária, tal como estava registrado no martirológio desde tempos imemoriais. Pouco distante foi encontrado um fragmento de pedra que trazia a inscrição "Sepulto de Proto M.", confirmando assim que o túmulo de S. Proto deveria ter sido nas proximidades. E logo os estudiosos puderam inteirar-se de como seus predecessores tinham levado para a cidade, para a sobredita igreja, só as relíquias de S. Proto. Ao tentarem entrar no túmulo, este ruiu miseramente, constatando que estava vazio. Havia apenas alguns fios de ouro, único resto do tecido no qual teriam sido envoltos os ossos.

Galieno, o imperador em cujo reinado se deu o martírio dos dois irmãos, era filho do perseguidor Valerano (253-260) e reinou de 260-268. Foi muito tolerante para com os cristão, tendo proclamado o primeiro edito de tolerância para com o cristianismo. Mas mesmo assim houve atos de hostilidade isolados sob seu governo. Sanata Eugênia a quem serviam, também é comemorada como mártir no dia 25 de dezembro, sob o mesmo imperador.

Fonte: www.catolicanet.com

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

São Nicolau Tolentino




10/09 - A prodigiosa notícia que temos de são Nicolau de Tolentino diz que, quarenta anos após sua morte, seu corpo foi encontrado ainda em total estado de conservação. Na ocasião, durante os exames, começou a jorrar sangue dos seus braços, para o espanto de todos. Mesmo depois de muitos anos, os ferimentos sangravam de tempos em tempos.

Esse milagre a ele atribuído fez crescer sua fama de santidade por toda a Europa e propagou-se por todo o mundo católico.

Apesar de ter nascido na cidade de Castelo de Santo Ângelo, no ano de 1245, foi do povoado de Tolentino que recebeu o apelido acrescentado ao seu nome. Naquela cidade viveu grande parte da sua vida. Desde os sete anos de idade, suas preocupações eram as orações, o jejum e uma enorme compaixão pelos menos favorecidos. Nisso se resumiu sua vida: penitência, amor e dedicação aos pobres, aliados a uma fé incondicional em Nosso Senhor e na Virgem Maria. Aos quatorze anos, foi viver na comunidade dos agostinianos de Castelo de Santo Ângelo, como oblato, isto é, sem fazer os votos perpétuos, mas obedecendo às Regras. Mais tarde, ingressou na Ordem e, no ano de 1274, foi ordenado sacerdote.

Nicolau possuía carisma e dons especiais. Sua pregação era alegre e consoladora na Providência divina, o que tornava seus sermões empolgantes. Tinha um grande poder de persuasão, pelo seu modo simples e humilde de viver e praticar a fé, sempre na oração e na penitência, cheio de alegria em Cristo. Com seu exemplo, levava os fiéis a praticar a penitência, a visitar os doentes e encarcerados e a dar assistência aos pobres. Essa mobilização de pessoas em torno do ideal de levar consolo e a Palavra de Deus aos necessitados dava-lhe grande satisfação e alegria.

Em 1275, devido à saúde debilitada, foi para o Convento de Tolentino, onde se fixou definitivamente. Lá, veio a tornar-se um dos apóstolos do confessionário mais significativos da Igreja. Passava horas repleto de compaixão para com todas as misérias humanas. A fama de seus conselhos e de sua santidade trazia para a paróquia fiéis de todas as regiões ansiosos pelo seu consolo e absolvição. A incondicional obediência, o desapego aos bens materiais, a humildade e a modéstia foram as constantes de sua vida, sendo amado e respeitado por seus irmãos da Ordem.

No dia 10 de setembro de 1305, ele fez sua última prece e entregou seu espírito nas mãos do Senhor antes de completar sessenta anos de idade. Foi enterrado na sepultura da capela onde se tornara célebre confessor e celebrava suas missas. O local tornou-se meta de peregrinação e os milagres atribuídos a ele não cessaram de ocorrer, atingindo os nossos dias. No ano de 1446, são Nicolau de Tolentino foi finalmente canonizado pelo papa Eugênio IV, cuja festa foi mantida para o dia de sua morte.

domingo, 9 de setembro de 2012

São Pedro Claver



09/09 -Os escravos negros que chegavam em enormes navios negreiros ao porto de Cartagena, na Colômbia, eram recepcionados e aliviados de suas dores e sofrimentos por um missionário que, além de alimento, vinho e tabaco, oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e dar-lhes esperança. Para quem vivia com corrente nos pés e sob o açoite dos feitores, a esperança vinha de Nosso Senhor.

Esse missionário era Pedro de Claver, nascido no povoado de Verdú, em Barcelona, na Espanha, em 26 de junho de 1580. Filho de um casal de simples camponeses muito cristãos, desde cedo revelou sua vocação. Estudou no Colégio dos Jesuítas e, em 1602, entrou para a Companhia de Jesus, para tornar-se um deles.

Quando terminou os estudos teológicos, Pedro de Claver viajou com uma missão para Cartagena, hoje cidade da Colômbia, na América do Sul. Iniciou seu apostolado antes mesmo de ser ordenado sacerdote, o que ocorreu logo em seguida, em 1616, naquela cidade. E assim, foi enviado para Carque, evangelizar os escravos que chegavam da África. Apesar de não entenderem sua língua, entendiam a linguagem do amor, da caridade e do sentimento cristão e paternal que emanavam daquele padre santo. Por esse motivo os escravos negros o veneravam e respeitavam como um justo e bondoso pai.

Em sua missão, lutava ao lado dos negros e sofria com eles as mesmas agruras. O que podia fazer por eles era mitigar seus sofrimentos e oferecer-lhes a salvação eterna. Com essa proposta, Pedro de Claver batizou cerca de quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica. Foram atribuídos a ele, ainda, muitos milagres de cura.

Durante a peste, em 1650, ele foi o primeiro a oferecer-se para tratar os doentes. As conseqüências foram fatais: em sua peregrinação entre os contaminados, foi atacado pela epidemia, que o deixou paralítico. Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro de Claver morreu aos setenta e três anos de idade, em 8 de setembro de 1654, no dia na festa da Natividade da Virgem Maria.

Foi canonizado pelo papa Leão XIII em 1888. São Pedro Claver foi proclamado padroeiro especial de todas as missões católicas entre os negros em 1896. Sua festa, em razão da solenidade mariana, foi marcada para 9 de setembro, dia seguinte ao da data em que se celebra a sua morte.

sábado, 8 de setembro de 2012

Beato Federico Ozanam

08/09 - Antonio Federico Ozanam nasceu em Milão a 23 de abril de 1813 de família descendente de um antigo tronco israelita da Bresse Lione. Em 1816 a família voltou a Lião e Federico foi aluno no colégio real onde fez seus estudos humanísticos desde 1822 até 1829. Com apenas 15 anos sua juventude foi abalada por uma profunda crise de fé, mas teve a graça de ter ao seu lado o abade Noirot, seu professor de filosofia, que mais que nenhum outro lhe ajudou a superá-la.

Com efeito, a vida de Ozanam está marcada pelo pronto benefício deste sacerdote que soube fazer intuir ao jovem sua vocação de apologista e apóstolo. Em 1831, enviado por seu pai a Paria para realizar estudos jurídicos, Federico foi hóspede por dois anos do cientista André Marie Ampère, e pôde freqüentar aquele verdadeiro viveiro de jovens esperanças que Emanuel Bailly soube reunir ao redor de um dos protagonistas da fundação da Pia Sociedade das Conferências de São Vicente de Paula (23 de abril de 1839).

A 30 de agosto de 1836 pôde coroar seus trabalhos convertendo-se em doutor das leis e a 07 de janeiro de 1839 chegou a se doutorar em letras. De 1839 a 1840 esteve em Lião como professor de direito comercial e acariciou um vago desejo da vida religiosa; ao não poder realizá-lo, fez-se fervoroso na Ordem Franciscana Secular e se inspirou na espiritualidade franciscana. Em 1841 casou com Amália Soulacroix, filha do reitor da universidade de Lião, da qual teve em 1845 uma filha chamada Maria.

A ambas amou ternamente na mais suave felicidade familiar. Tendo-se estabelecido definitivamente em Paris, foi titular da cátedra em Sorbone, onde travou amizade com eminentes personalidades do mundo literário e católico. O ensino universitário o obrigou a fazer contínuas viagens de estudos por toda a Europa, especialmente na Itália.

A vida de Ozanam pertence em especial à história da Igreja e seu nome está ligado à sociedade de São Vicente de Paula. O método por ele adotado era o da visita a domicílio aos pobres, aos quais junto com uma boa palavra de consolo e de fé, sabia levar-lhes o socorro de sua caridade.

A Sociedade de São Vicente de Paula teve graças a ele um desenvolvimento extraordinário desde o começo: um ano depois de sua fundação os confrades eram uma centena, dez anos mais tarde, em 1853 o mesmo Ozanam podia dizer: “De oito que éramos a princípio, hoje apenas em Paris somos 2000 e visitamos 5000 famílias”. Hoje as conferências de São Vicente superam os 1.250.000 membros.

Em 08 de setembro de 1853, amorosamente assistido por sua esposa, sua filha, seu irmão sacerdote, seu irmão médico e seus confrades vicentinos de Marsella morreu aos 40 anos.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.