sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Beata Carolina Kóska



18/11 - Também as crianças têm a sua própria atuação apostólica. Segundo as suas forças, são em verdade testemunhos vivos de Cristo entre os companheiros». Estas palavras do Concílio Vaticano II têm plena confirmação na vida da menina Carolina Kózka.


Foi a quarta de onze filhos de João Kózka e Maria Borzecka, pobres mas honestos trabalhadores de Wal-Ruda, na diocese de Tamów (Polónia). Veio ao mundo a 2 de Agosto de 1898 e foi batizada no dia seguinte.


Como a igreja paroquial estava a 7 km de distância, a casa dos Kózkas era ponto de reunião de todos os vizinhos, para rezar e louvar a Deus. Nesse ambiente de oração e virtudes domésticas foi crescendo a menina Carolina.


Dos 7 aos 13 anos, frequentou a escola local. Pelo seu caráter afável e comportamento irrepreensível, atraiu as simpatias dos professores e companheiros. Aplicou-se com interesse a todas as matérias, mas sobressaiu no estudo da religião, conquistando vários prêmios de lições de catecismo.


De acordo com o costume da paróquia, no segundo ano escolar recebeu os sacramentos da Penitência e Comunhão. E, tendo sido construída uma igreja em Zabawa, a 4 km da casa dos Kózkas, a Carolina e a mãe, durante a semana, alternavam-se na assistência à santa missa. Desta forma, a Serva de Deus tinha a felicidade de comungar quatro vezes por semana, o que naquele tempo era coisa fora do vulgar.


Concluído o 6° ano escolar, matriculou-se na escola secundária para estudar humanidades e sobretudo completar a formação religiosa, que não deixou de cultivar com a leitura de bons livros e a meditação da vida dos santos.


Ardendo em zelo apostólico, inscreveu-se em várias associações religiosas, como o Rosário Vivo, o Apostolado da Oração, a Sociedade da Abstinência, a cujos compromissos não só foi plenamente fiel, mas como zeladora procurou que os outros associados o fossem também.


Foi modelo de virtudes para todos os jovens da freguesia. Socorreu os pobres com obras e bons conselhos. Conseguiu que muitos se portassem melhor e frequentassem os sacramentos. Era devotíssima do Santíssimo Sacramento, da Paixão de Cristo e do Sagrado Coração de Jesus. No Advento e Quaresma fazia a Via-Sacra. Cultivou igualmente a devoção à Santíssima Virgem, rezando o Terço e assistindo às funções que se faziam na igreja nos meses de Maio e Outubro.


No dia 18 de Maio de 1914 recebeu com muito fervor o sacramento da Confirmação, que lhe conferiu as forças necessárias para o martírio que a esperava. Com efeito, no dia 18 de Novembro desse ano, um cossaco russo, sob o pretexto de indagar o caminho que tinham seguido os soldados austríacos, bateu à porta dos Kózkas e de arma em punho forçou Carolina e o pai a ir até ao bosque vizinho. Na entrada do mesmo, com ameaças obrigou o pai a voltar para casa e deu ordens à filha que seguisse em frente. Pouco depois, dois rapazes viram Carolina a lutar com o cossaco e avisaram a família. Todas as buscas deram em nada. Finalmente, por acaso, no dia 4 de Dezembro encontrou-se o cadáver dilacerado com feridas mortais. Feitos os exames, verificou-se que a jovem conseguira defender a sua virgindade à custa da própria vida.


Se antes era estimada por todas as pessoas da freguesia, depois da morte a fama e estima estenderam-se aos povos vizinhos, de tal forma que no enterro acudiu uma multidão como nunca se vira antes. Nem sequer faltaram alguns soldados russos, convencidos, como toda a gente, de que a jovem tinha morrido mártir da castidade.


Tendo perdurado essa fama, o Bispo de Tarnów, D. Jorge Alewicz, mandou instaurar o processo diocesano, que foi levado a cabo nos anos de 1965-1967 e remetido para Roma. A 6 de Junho de 1986, a Santa Sé declarou oficialmente que Carolina Kózka foi mártir da pureza. No dia 10 de Junho de 1987, João Paulo II, durante a visita à sua pátria, elevou Carolina Kózka à glória dos beatos da Igreja.



Fonte: portalcatolico.org.br

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Santa Margarida da Escócia



19/11 - Neste dia lembramos com carinho a vida de mais uma irmã nossa que para a Igreja militante brilha como exemplo e no Céu como intercessora de todos nós pecadores chamados à santidade. Santa Margarida nasceu na Hungria no ano de 1046, isto quando seu pai Eduardo III (de nobre família inglesa) aí vivia exilado, devido aos conflitos pelo trono da Inglaterra (o rei da Dinamarca ocupara o trono inglês). Em 1054, seu pai retornou à Inglaterra, Margarida tinha portanto oito ou nove anos quando conheceu a pátria inglesa. No entanto, após a morte de seu tio-avô, Santo Eduardo, em 1066, recomeçaram os conflitos: a luta entre Haroldo e Guilherme da Normandia obrigou Edgardo, irmão de Margarida, a refugiar-se novamente na Escócia com a mãe e as irmãs, tendo-lhes o pai morrido alguns anos antes.

Vivendo na Escócia, Margarida casou-se com o rei Malcom III e buscou com os oito filhos (seis príncipes e duas princesas, uma delas chamada Edite, que veio posteriormente a ser rainha da Inglaterra e conhecida com o nome de Santa Matilde) a graça de constituir uma verdadeira Igreja doméstica. Santa Margarida, como rainha da Escócia, procurou cooperar com o rei, tanto no seu aperfeiçoamento humano (pois de rude passou a doce) quanto na administração do reino (porque baniu todas futilidades e aproximou os bens reais das necessidades dos pobres).

Conta-se que a própria Santa Margarida alimentava e servia diariamente mais de cem pobres, ao ponto de lavar os pés e beijar as chagas daqueles que eram vistos e tratados por ela como irmãos e presença de Cristo. Quando infelizmente seu esposo e filho morreram num assalto ao castelo, Margarida que tanto os amava não se desesperou, mas sim aceitou e entregou tudo a Deus rezando: "Agradeço, ó Deus, porque me dás a paciência para suportar tantas desgraças!"

Santa Margarida entrou no Céu a 16 de novembro de 1093. Foi sepultada na igreja da Santíssima Trindade, em Dunfermline, para onde também o corpo do rei Malcom III foi levado mais tarde.


Fonte: www.cancaonova.com

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Santo Alberto Magno



Um ser pleno de virtudes, ciência, sabedoria e fé inabalável, grandioso em todos os sentidos. Frei dominicano, pregador eloqüente, magistral professor das ciências naturais e das doutrinas da fé, escritor, fundador, bispo e, finalmente, doutor da Igreja. Sim, essas qualificações pertencem a santo Alberto Magno, um dos mais importantes da Igreja e da humanidade.

O grande filósofo e teólogo que dedicou sua vida na busca incansável do encontro da ciência com a fé, e que se destacou, principalmente, pela humildade e caridade. Escreveu mais de vinte e duas obras sobre teologia e ciências naturais – como a filosofia, a química, a física, e a botânica -, além de inúmeros tratados sobre as artes práticas – como tecelagem, navegação, agricultura, Foi, sobretudo, um profundo observador e amante da natureza. Por tudo isso, ainda em vida era chamado de “o Magno” por seus contemporâneos.

Entretanto, ainda jovem, quase desistiu da vida religiosa, sentia dificuldades no entendimento do estudo da teologia. Mas segundo ele próprio, foi Nossa Senhora que o fez perseverar. Devotíssimo da Virgem Maria, durante as orações ela o teria aconselhado a não desistir, pois, se o fizesse, pouco a pouco os dons que tinha recebido lhe seriam tirados. Desde então, dizia: “Minha intenção última está na ciência de Deus”. E sem dúvida, a forma rápida e fácil como aprendia tudo e a clareza com que pregava, explicava e ensinava, eram dons divinos.

15/11 - Nascido em 1206, na Alemanha, Alberto pertencia à influente e poderosa família Bolsadt, rica, nobre, cristã e de tradição militar. Piedoso desde a infância, Alberto recebeu uma educação muito aprimorada, digna dos nobres. Porém sempre deixou evidente a sua preferência pelos estudos das ciências naturais e pela religião às alegrias fúteis da Corte.

Aos dezesseis anos, foi para a Universidade de Pádua, na Itália, onde, sob a tutela de Maria, completou os estudos superiores. Em 1229, tornou-se frade dominicano pregador. Lecionou nos principais pólos de cultura europeus de sua época, Itália, Alemanha e França. Em Paris, atraiu tantos estudantes e discípulos que teve de lecionar em praça pública. Que passou a ser chamada de praça Maubert, graças a santo Alberto Magno. O nome é uma derivação de Magnus Albert, e existe até hoje. Lá, entre seus discípulos, estava santo Tomás de Aquino, outro dominicano cuja importância não é menor.

Em 1254, eleito superior provincial de sua ordem na Alemanha, abriu mão da cátedra de Paris para ficar na comunidade dominicana sob sua direção, quando demonstrou todo o seu espírito de monge pobre e humilde. Viajou por grande parte da Alemanha sempre a pé e pedindo esmolas no caminho para alimentar-se. Assim, ele fundou vários conventos, além de renovar os já existentes.

Em 1260, foi nomeado bispo de Ratisbona, ocupando o cargo por dois anos, quando pediu exoneração. Não estava interessado no poder e sim no saber, voltou para a vida simples no convento que ele fundara e ao ensino na Universidade de Colônia. Já entrado nos setenta anos, foi incumbido pelo papa Urbano IV de liderar as cruzadas na Alemanha e na Boêmia. Em 1274, teve participação decisiva na união da Igreja grega com a latina, no segundo Concílio de Lyon.

Três anos antes de sua morte, santo Alberto Magno começou a perder a memória. Mandou, então, construir sua própria sepultura, e rezava o ofício dos mortos todos os dias. Morreu, serenamente, no dia 15 de novembro de 1280. O papa Pio XI canonizou-o proclamou-o doutor da Igreja em 1931. Dez anos depois, o papa Pio XII declarou-o padroeiro dos estudiosos das ciências naturais.


Fonte: www.juventudesanta.com

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

São José Pignatelli



14/11 - José Pignatelli nasceu em 1737 em Saragoça, do ramo espanhol de uma nobilíssima família do reino de Nápoles. Perdendo a mãe aos cinco anos, veio para esta cidade onde recebeu, de uma irmã, ótima educação católica. Voltando para Espanha, aos quinze anos entrou na Companhia de Jesus. Feito o Noviciado e emitidos depois os primeiros votos em Tarragona, aplicou-se aos estudos, primeiro em Manresa e depois nos colégios de Bilbau e de Saragoça.

Ordenado sacerdote, dedicou-se ao ensino das letras e, com grande fruto, aos ministérios apostólicos. Levantou-se, porém, uma grande perseguição contra a Companhia de Jesus e ele figurou entre os jesuítas que foram expulsos da Espanha para a Córsega. Entre adversidades, mostrou o Padre Pignatelli grande fortaleza e constância; foi por isso nomeado Provincial de todos esses exilados. E recomendaram-lhe especial cuidado pelos mais jovens, o que ele praticou com grande zelo.

Da Córsega foi obrigado a transferir-se, com os outros, para várias regiões, vindo finalmente a fixar-se em Ferrara (Itália), onde fez a profissão solene de quatro votos. Pouco depois, sendo a Companhia de Jesus dissolvida por Clemente XIV, em 1773, Padre Pignatelli deu exemplo extraordinário de perfeita obediência à Sé Apostólica como também de intenso amor para com a Companhia de Jesus.

Indo para Bolonha e, estando proibido de exercer o ministério apostólico com as almas, durante quase vinte e cinco anos entregou-se totalmente ao estudo, reunindo uma biblioteca de valor, dando-se principalmente a obras de caridade para com os antigos membros da suprimida Companhia. Logo, porém, que lhe foi possível, pediu para ser recebido na Família Inaciana existente na Rússia, onde reinava Catarina, que sendo cismática não aceitara a supressão vinda de Roma.

Os jesuítas da Rússia ligaram-se a bom número de ex-jesuítas italianos, e Padre Pignatelli uniu-se a todos eles, tendo-lhe sido permitido renovar a profissão solene. Com licença do Papa Pio VI, foi construída uma casa para noviços no ducado de Parma, onde o Padre Pignatelli foi reitor. Em 1804, Pio VII restaurou a Companhia de Jesus no reino de Nápoles, e o Padre Pignatelli vem a ser Provincial. Mas o exército francês aparece e dispersa este grupo de jesuítas. Em 1806, transfere-se para Roma onde é muito bem recebido pelo Sumo Pontífice.

Os franceses, que estão a ocupar Roma, toleram-no. No silêncio, Padre Pignatelli vai preparando o renascimento da sua Companhia. Este fato ocorre em 1814, com o citado Papa beneditino Pio VII. Mas o Padre Pignatelli já tinha morrido em 1811, com setenta e quatro anos. O funeral decorreu quase secretamente.


domingo, 13 de novembro de 2011

São Diogo de Alcalá



13/11 - Nasceu pelo ano de 1400. Ainda jovem, consagrou-se à oração e ao trabalho como eremita. Entrando depois na Ordem dos Frades Menores, ocupou-se com trabalhos humildes.
No ano de 1441 foi enviado como missionário às ilhas Canárias, onde dirigiu por quatro anos o convento franciscano de Forteventura, apesar de ser apenas irmão leigo. No ano seguinte peregrinou a Roma para assistir à canonização de São Bernardino de Sena. Hóspede do convento de Aracoeli, foi retido em Roma por grave epidemia, que o viu na vanguarda da obra assistência aos doentes, unindo ao exercício prático da caridade os dons carismáticos de que era dotado para a cura dos atingidos pela epidemia. Voltando a Espanha, continuou desenvolvendo os mesmos encargos de porteiro e cozinheiro em vários conventos, o último deles foi o de Alcalá de Henares, perto de Madri.

O humilde e obediente Frei Diogo, em se tratando de fazer o bem aos pobres, não hesitava em privar-se do próprio pão para levá-lo escondidamente a algum mendigo. E Deus mostrou que gostava desse gesto fazendo-o encontrar a cestinha de pães cheia de rosas. O prodígio foi recordado muitas vezes nas imagens populares ou nas Igrejas franciscanas da Espanha, ou ainda nos dois ciclos de pinturas dos célebres Murillo e Aníbal Caracci.

Frei Diogo de Alcalá morreu em 12 de novembro de 1463. Foi canonizado em 1588 por Sisto V. É um dos santos mais populares da Espanha e da América Latina. É representado no humilde hábito de irmão leigo franciscano, com batina de saco, cordão e chaves para indicar suas funções de porteiro e cozinheiro do convento.


sábado, 12 de novembro de 2011

São Nilo do Sinai



12/11 - Entre os discípulos de São João Crisóstomo havia um, de nome Nilo, que ocupava um alto cargo em Constantinopla. Era casado e tinha dois filhos. Quando estes já se encontravam crescidos, Nilo sentiu-se fortemente chamado à vida eremítica, entrando em acordo com sua esposa para que ambos deixassem a vida do mundo. Seu filho, Teódulo, partiu com ele e se estabeleceram junto aos monges de Monte Sinai.



Daí, Nilo escreveu cartas de protesto ao imperador Arcádio quando este ordenou o desterro de São João Crisóstomo de Constantinopla. Tempos mais tarde, os árabes saquearam o monastério, mataram muitos monges sinaítas, levando como prisioneiro seu filho Teódulo. Nilo então os seguiu na esperança de poder resgatar seu filho. Finalmente o encontrou em Eleusa, ao sul de Beersheba, já que o bispo desta cidade, compadecido da sorte de Teódulo, o comprara dos árabes, dando a ele trabalho na igreja. O bispo de Eleusa conferiu a ordenação sacerdotal a Nilo e ao seu filho, antes que partissem de volta ao Monte Sinai.



São Nilo tornou-se bastante conhecido por seus escritos teológicos, bíblicos e, sobretudo, pelos escritos ascéticos que são atribuídos à sua autoria. Em seu Tratado Sobre a Oração recomenda-nos que peçamos a Deus, antes de tudo, o dom da oração, e que supliquemos ao Espírito Santo que Ele faça brotar em nosssos corações os desejos que lhes são irresistíveis; recomenda-nos ainda que peçamos a Deus que se faça a Sua vontade da forma mais perfeita possível. Às pessoas que vivem no mundo, Nilo prega a temperança, a meditação sobre a morte e a obrigação da caridade.



São Nilo sempre esteve pronto a comunicar aos outros os seus conhecimentos ascéticos. As suas cartas, que foram conservadas, mostram quão longe havia chegado na vida interior e no estudo da Sagrada Escritura, e quão frequentemente recorriam a ele pessoas de todas os níveis sociais, para buscar orientação espiritual. Uma dessas cartas constitui a resposta de São Nilo ao prefeito Olimpiodoro, ele que havia construído uma igreja e queria saber se podia adorná-la com mosaicos com temas profanos, cenas de caça, imagens de pássaros, animais e outras coisas assim. São Nilo reprovou a idéia e aconselhou Olimpiodoro a colocar cenas do Antigo e do Novo Testamento para «instruir aqueles que não sabem ler». Acrescentou que deve haver apenas uma cruz, situada no ponto principal da igreja.



São Nilo escreveu um tratado inteiro para demonstrar que a vida de eremita é melhor do que a dos monges que vivem em comunidade (vida cenobítica), nas cidades, mas também constata que os eremitas têm as suas dificuldades e provações próprias. O santo era experimentado nisso, já que havia enfrentado violentas tentações, prturbações e assaltos dos espíritos maus. São Nilo escreveu a certo «Etilita» que o seu retiro para o alto lhe havia sido indicado pela soberba: «Quem se exalta será humilhado».



Fonte: ecclesia.com.br

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

São Martinho de Tours



11/11 - "Senhor, se o vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa vontade", dizia Martinho, bispo de Tours, aos oitenta e um anos de idade.

Ele despertou para a fé quando ainda menino e depois, mesmo soldado da cavalaria do exército romano, jamais abandonou os ensinamentos de Cristo. A sua vida foi uma verdadeira cruzada contra os pagãos e em favor do cristianismo. Quatro mil igrejas dedicadas a ele na França, e o seu nome dado a milhares de localidades, povoados e vilas; como em toda a Europa, nas Américas. Enfim, em todos os países do mundo.

Martinho nasceu na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316, e pertencia a uma família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade começou a freqüentar uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o batismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais à sua volta, seu pai o alistou na cavalaria do exército imperial. Mas se o intuito do pai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinho continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, atual França.

Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia, um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite, o próprio Jesus apareceu-lhe em sonho usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.

Com vinte e dois anos, já estava batizado, provavelmente pelo bispo de Amiens, afastado da vida da Corte e do exército. Tornou-se monge e discípulo do famoso bispo de Poitiers, santo Hilário, que o ordenou diácono. Mais tarde, quando voltou do exílio, em 360, doou a Martinho um terreno em Ligugé, a doze quilômetros de Poitiers. Lá, Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação que Martinho construiu o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental.

No Ocidente, ao contrário do Oriente, os monges podiam exercer o sacerdócio para que se tornassem apóstolos na evangelização. Martinho liderou, então, a conversão de muitos e muitos habitantes da região rural. Com seus monges, ele visitava as aldeias pagãs, pregava o Evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas. Onde encontrava resistência, fundava um mosteiro. Com os monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia. Dizem os escritos que, nessa época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava.

Quando ficou vaga a diocese de Tours, em 371, o povo aclamou-o, unanimemente, para ser o bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou sua peregrinação apostólica: visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos e exercer exemplarmente a caridade. Nas proximidades da cidade, fundou outro mosteiro, chamado de Marmoutier. E sua influência não se limitou a Tours, tendo se expandido por toda a França, tornando-o querido e amado por todo o povo.

Martinho exerceu o bispado por vinte e cinco anos. Morreu, aos oitenta e um anos, na cidade de Candes, no dia 8 de novembro de 397. Sua festa é comemorada no dia 11, data em que foi sepultado na cidade de Tours.

Venerado como são Martinho de Tours, ele se tornou o primeiro santo não-mártir a receber culto oficial da Igreja e também um dos santos mais populares da Europa medieval.

Fonte: www.paulinas.org.br