18/11 - Também as crianças têm a sua própria atuação apostólica. Segundo as suas forças, são em verdade testemunhos vivos de Cristo entre os companheiros». Estas palavras do Concílio Vaticano II têm plena confirmação na vida da menina Carolina Kózka.
Foi a quarta de onze filhos de João Kózka e Maria Borzecka, pobres mas honestos trabalhadores de Wal-Ruda, na diocese de Tamów (Polónia). Veio ao mundo a 2 de Agosto de 1898 e foi batizada no dia seguinte.
Como a igreja paroquial estava a 7 km de distância, a casa dos Kózkas era ponto de reunião de todos os vizinhos, para rezar e louvar a Deus. Nesse ambiente de oração e virtudes domésticas foi crescendo a menina Carolina.
Dos 7 aos 13 anos, frequentou a escola local. Pelo seu caráter afável e comportamento irrepreensível, atraiu as simpatias dos professores e companheiros. Aplicou-se com interesse a todas as matérias, mas sobressaiu no estudo da religião, conquistando vários prêmios de lições de catecismo.
De acordo com o costume da paróquia, no segundo ano escolar recebeu os sacramentos da Penitência e Comunhão. E, tendo sido construída uma igreja em Zabawa, a 4 km da casa dos Kózkas, a Carolina e a mãe, durante a semana, alternavam-se na assistência à santa missa. Desta forma, a Serva de Deus tinha a felicidade de comungar quatro vezes por semana, o que naquele tempo era coisa fora do vulgar.
Concluído o 6° ano escolar, matriculou-se na escola secundária para estudar humanidades e sobretudo completar a formação religiosa, que não deixou de cultivar com a leitura de bons livros e a meditação da vida dos santos.
Ardendo em zelo apostólico, inscreveu-se em várias associações religiosas, como o Rosário Vivo, o Apostolado da Oração, a Sociedade da Abstinência, a cujos compromissos não só foi plenamente fiel, mas como zeladora procurou que os outros associados o fossem também.
Foi modelo de virtudes para todos os jovens da freguesia. Socorreu os pobres com obras e bons conselhos. Conseguiu que muitos se portassem melhor e frequentassem os sacramentos. Era devotíssima do Santíssimo Sacramento, da Paixão de Cristo e do Sagrado Coração de Jesus. No Advento e Quaresma fazia a Via-Sacra. Cultivou igualmente a devoção à Santíssima Virgem, rezando o Terço e assistindo às funções que se faziam na igreja nos meses de Maio e Outubro.
No dia 18 de Maio de 1914 recebeu com muito fervor o sacramento da Confirmação, que lhe conferiu as forças necessárias para o martírio que a esperava. Com efeito, no dia 18 de Novembro desse ano, um cossaco russo, sob o pretexto de indagar o caminho que tinham seguido os soldados austríacos, bateu à porta dos Kózkas e de arma em punho forçou Carolina e o pai a ir até ao bosque vizinho. Na entrada do mesmo, com ameaças obrigou o pai a voltar para casa e deu ordens à filha que seguisse em frente. Pouco depois, dois rapazes viram Carolina a lutar com o cossaco e avisaram a família. Todas as buscas deram em nada. Finalmente, por acaso, no dia 4 de Dezembro encontrou-se o cadáver dilacerado com feridas mortais. Feitos os exames, verificou-se que a jovem conseguira defender a sua virgindade à custa da própria vida.
Se antes era estimada por todas as pessoas da freguesia, depois da morte a fama e estima estenderam-se aos povos vizinhos, de tal forma que no enterro acudiu uma multidão como nunca se vira antes. Nem sequer faltaram alguns soldados russos, convencidos, como toda a gente, de que a jovem tinha morrido mártir da castidade.
Tendo perdurado essa fama, o Bispo de Tarnów, D. Jorge Alewicz, mandou instaurar o processo diocesano, que foi levado a cabo nos anos de 1965-1967 e remetido para Roma. A 6 de Junho de 1986, a Santa Sé declarou oficialmente que Carolina Kózka foi mártir da pureza. No dia 10 de Junho de 1987, João Paulo II, durante a visita à sua pátria, elevou Carolina Kózka à glória dos beatos da Igreja.
Fonte: portalcatolico.org.br