sábado, 23 de julho de 2011

Santo Apolinário



23/07 - O nome, o culto, e a glória de Santo Apolinário são legados que recebemos da História, e também da arte de Ravena, a capital do Império Bizantino, no Ocidente, no período de meados do século I e II.

Nesta cidade existem duas grandiosas igrejas dedicadas a Santo Apolinário, ambas célebres na história da arte e do Cristianismo. Na igreja nova de Santo Apolinário, no centro da cidade, encontramos o célebre mosaico representativo, mais extenso que um quarteirão, com todos os Mártires e as Virgens. No destaque se encontra Santo Apolinário. Na outra igreja, fora da cidade, está o outro esplendido mosaico, no qual pela primeira vez, a figura de um santo, e não a de Cristo, ocupa o centro de uma composição, circundado por duas fileiras de ovelhas.

Apolinário, o primeiro Bispo de Ravena, segundo a tradição, teria sua origem no Oriente e a mando do próprio apóstolo Pedro, de quem foi discípulo, enviado para converter os pagãos nas terras no norte do Império.

A sua obra de evangelização transcorreu num ambiente repleto de imensas dificuldades fruto do ódio, do egoísmo, da incredibilidade que o cercavam, além do culto aos ídolos pagãos que teve de combater . À este apostolado dedicou toda sua vida. Embora representado no mosaico da cidade, sereno e tranqüilo, na realidade era um homem de vida dura, combativa e atuante. Apolinário sempre foi considerado um mártir. Mártir de um suplício muito longo, que foi todo o seu episcopado.

Ele não viu o resultado de sua obra, que só se revelou após a sua morte. A população da nova capital do Império, se tornou exclusivamente cristã, reforçando suas raízes no próprio culto de seu primeiro Bispo, considerado por eles um exemplo de santidade.

Desta maneira se explica a grande devoção à ele, não somente em Ravena, mas em muitas outras localidades da Itália, da França e da Alemanha. Aliás, nestas regiões, foi amplamente difundida, devido os mosteiros beneditinos e camaldoleses que Apolinário ali fundara.

Apolinário morreu como mártir da fé no dia 23 de julho, durante as primeiras perseguições impostas contra os cristãos. Entretanto, não se encontrou nenhuma referência indicando o ano e a localidade. Suas relíquias, encontradas nas catacumbas, foram enviadas para a Catedral de Santo Apolinário, em Ravena, na Itália. A tradicional festa de Santo Apolinário, padroeiro de Ravena, em 23 de julho, foi mantida pela Igreja.

Fonte: www.prestservi.com.br

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Santa Maria Madalena




22/07 - Embora fosse apenas uma pecadora famosa de sua cidade, Maria Madalena, nascida em Magdala, na Galiléia, teve uma participação importantíssima na passagem de Jesus pela Terra. Ela foi perdoada publicamente por ele, que a tomou como exemplo de que seu Pai acolhia a todos, desde que chegassem ao arrependimento. Além disso, foi, ainda, a escolhida para ser a primeira testemunha da ressurreição.



Madalena ouvira falar de Jesus, pois a fama dos milagres dele corria entre o povo. Ele já ressuscitara mortos, devolvera a visão a cegos, colocara voz na boca de mudos e audição nos ouvidos de surdos, além de fazer andar paralíticos e curar doentes de todos os tipos. Assim, no dia em que Jesus participava de um banquete na casa de Simão, o fariseu, Maria Madalena resolveu fazer uma confissão pública de arrependimento, porque o seu pecado era público, como diz a Sagrada Escritura.



Invadindo o local da ceia, ela não ousou olhar para Jesus. Apenas ajoelhou-se na sua frente, banhou seus pés com lágrimas e enxugou-os com os cabelos, num pedido de perdão mudo. Impressionados, os presentes imaginavam que ela fosse ser repudiada pelo Mestre, que, todavia, disse à mulher: "Foram-lhes perdoados os seus muitos pecados, porque você muito amou". Com o coração em paz, ela saiu dali ainda em prantos, mas feliz. A partir desse dia, tornou-se uma das mais fiéis seguidoras do Messias.



Ela estava ao lado de Maria quando da crucificação do Senhor e, na madrugada da Páscoa, era tanta a saudade que sentia de Jesus que foi chorar à porta do sepulcro. De repente, ouviu a voz, que jamais esqueceria, chamar seu nome. Assim, as profecias cumpriram-se diante de seus olhos. Jesus ressuscitara!



Está escrito: "No dia da Páscoa, Jesus apareceu a ela e a mandou ir anunciar a sua ressurreição aos discípulos". Depois disso, segundo uma antiga tradição grega, Maria Madalena teria ido viver em Éfeso, onde morreu. Lá, tinham ido morar também João, o apóstolo predileto de Jesus, e Maria, Mãe de Jesus.



A liturgia bizantina celebra-a como "Apóstola dos Apóstolos", para que continue a sua missão de anunciar a ressurreição do Senhor no seu rito apostólico. Festejada no dia 22 de julho, santa Maria Madalena tornou-se a padroeira de muitas ordens religiosas, sendo venerada até mesmo pelos padres predicadores.



quarta-feira, 20 de julho de 2011

Santa Elisa



20/07 - Uma mártir egípcia com seus companheiros cristãos, Daniel, Isaías, Jeremias e Samuel. Eles foram enviados para as minas de Cilicia (moderna Turquia) para confortar os cristãos presos ali. Eles foram presos no portão de entrada e martirizados. O historiador Euzebius estava na Caesarea, em Israel e deu vívido testemunho do acontecido. Santa Elisa foi martirizada e como não renunciasse a sua fé e aceitasse oferecer sacrifícios aos deuses pagãos, foi finalmente decapitada.

Dois outros Pamphilus e Seleucus, tambem foram capturados, martirizados e decapitados junto com Elisa. Porphy o servente de Pamphilus, requisitou os corpos dos mártires para enterra-los e foi queimado vivo como um cristão.

Vários milagres são creditados a sua intercessão. Tem muitos devotos e uma linda Igreja na Catalunha, Espanha.

É tambem muito festejada na Rússia.
É padroeira dos ferreiros e é invocada contra eczemas e doenças da pele.


terça-feira, 19 de julho de 2011

São Símaco - Papa



19/07 - Papa da Igreja Cristã Romana (498-514) nascido na Sardenha, eleito em 22 de novembro (498) como sucessor de Anastácio II (496-498), a quem é atribuído a construção do primeiro núcleo do Palácio Vaticano e o costume de cantar o Glória a Deus nas alturas na Santa Missa.



Quando era apenas diácono, participou da oposição ao antipapa Lourenço. Eleito, contra sua consagração levantou-se o cardeal Lourenço, cismático, simpático ao imperador Anastácio, do Oriente. O cisma durou três anos e provocou uma sangrenta guerra civil em Roma. Com o prolongamento da guerra, os dois partidos resolveram invocar a arbitragem do rei Teodorico, rei ariano, simpatizante da Igreja, mas não católico. Um paradoxo inaceitável nos dias de hoje: um rei ariano chamado a intervir numa questão vital para a Igreja Católica Romana. Os dois rivais comparecem a Ravena, onde se achava instalada a corte de Teodorico, na tentativa de se parar com as lutas fratricidas e sacrílegas em Roma. O rei decidiu que seria reconhecido como papa legítimo aquele que tinha sido eleito primeiro e pelo maior número de eleitores. Assim, com as duas condições lhes sendo favoráveis foi reconhecido como o legítimo sucessor no trono de São Pedro, iniciou seu pontificado de verdadeiramente. Consolidou os bens eclesiásticos, considerando-os benefícios estáveis para usufruto dos clérigos.



Convocou uma assembléia na basílica de São Pedro para estabelecer normas para as futuras eleições, da qual participaram 72 bispos e mais 66 padres. Com o consenso unânime da assembléia, o papa publicou que ficaria terminantemente proibido procurar votos para o futuro pontífice e que na falta de regulamentar a sucessão, seria eleito quem tivesse os votos de todo o clero, ou da maioria. Estas medidas foram fundamentais para deixar a disputa sucessória apenas para o clero e acabar com tumultos, desordens, intrigas e violência comuns nas assembléias populares.



Resgatou todos os escravos, dando-lhes a liberdade, e concluiu a primeira construção do Palácio do Vaticano. Papa de número 51, morreu em 19 de julho (514), em Roma, e foi sucedido por São Hormisdas (514-523). Santo de pouca tradição no Brasil, é devocionado no dia 19 de julho.



segunda-feira, 18 de julho de 2011

Santo Arnolfo de Metz




18/07 - Arnolfo nasceu em Metz, na antiga Gália, agora França, no ano 582. A sua família era muito importante, cristã, e fazia parte da nobreza. Ele estudou e se casou com uma aristocrata, com a qual teve dois filhos.



A região da Gália era dominada pelos francos e era dividida em diversos reinos que guerreavam entre si. Isso provocava grandes massacres familiares e corrupção.



Um desses reinos era o da Austrásia, do rei Teodeberto II, para o qual Arnolfo passou a trabalhar. Mas quando o rei morreu, todos os seus descendentes e familiares foram assassinados a mando do rei dos francos, Clotário II, que incorporou a região aos seus domínios.



Era nesse clima que vivia Arnolfo, um homem de fé inabalável, correto e justo. O rei Clotário II, agora soberano de um extenso território, conhecendo a fama da conduta cristã de Arnolfo, tornou-o seu conselheiro.



Confiou-lhe, também, a educação de seu filho Dagoberto, que se formou dentro dos costumes da piedade e do amor cristão. Tal preparo fez de Dagoberto um dos reis católicos mais justos da história, não tendo cometido nenhuma atrocidade durante o seu governo.



Além disso, o rei Clotário II nomeou Arnolfo bispo de Metz, que acumulou todas as atribuições da Corte. Uma bela passagem ilustra bem o caráter desse homem, que mesmo leigo se tornou um dos grandes bispos do seu tempo.



Temendo não ser digno do cargo, por causa dos seus pecados, atirou seu anel no rio Mosela, dizendo: "Senhor, se me perdoas, faze-o retornar". O anel retornou dentro do ventre de um peixe. Essa tradição cristã ilustra bem a realidade de sua época, onde era difícil não pecar, especialmente para quem estava no poder.



Naquele tempo, as questões dos leigos e do celibato não tinham uma disciplina rigorosa e uniforme dentro da Igreja, que ainda seguia evangelizando a Europa.



Arnolfo não foi o primeiro pai de família a ocupar tal posto nessa condição. Como chefe daquela diocese, Arnolfo participou dos concílios nacionais de Clichy e de Reims. Mais tarde, seu filho Clodolfo tornou-se bispo e assumiu a diocese de Metz, enquanto o outro, chamado Ansegiso, tornou-se um dos primeiros "mestres de palácio" da chamada era carolíngia.



Depois de algum tempo, Arnolfo abandonou o bispado e o cargo na Corte para ingressar no mosteiro fundado por seu amigo Romarico, outro que havia abandonado a Corte e o rei. Assim, de maneira serena, Arnolfo viveu o resto de seus dias, dedicando-se às orações, à penitência e à caridade.



Arnolfo morreu no dia 18 de julho de 641, naquele mosteiro. Assim que a notícia chegou em Metz, os habitantes reclamaram-lhe o corpo, depositando-o na basílica que adotou, para sempre, o seu nome.



domingo, 17 de julho de 2011

Santo Aleixo




17/07 - Aleixo, filho único do senador Eufemiano, era italiano, nasceu em Roma, no ano de 350. Herdeiro de uma considerável fortuna, cresceu dentro da religião cristã. Desde a infância era famoso por sua natural caridade, possuindo todas as graças e virtudes. Os pais, como era costume na época, cuidaram do seu enlace com uma jovem de excelente família cristã e ele acabou se casando.



Porém, na noite de núpcias sem consumar a união, e após conversar com a esposa, abandonou tudo para se aproximar de Deus. Como peregrino, vagou de cidade em cidade até chegar em Edessa, na Síria, onde ficou por algum tempo. Vivia como um piedoso mendigo ao lado da Basílica do Apóstolo Tomé, repartindo com os pobres as esmolas que recebia. Diversos prodígios aconteciam com a sua presença, passou a ser chamado de "o homem de Deus" e venerado por sua santidade. Mas, teve de abandonar a cidade, porque desejava continuar no anonimato.



Retornou para a vida de peregrino. Sofreu tanto que ficou transfigurado. Quando chegou em Roma foi para a casa do pai e disse: "Tende compaixão deste pobre de Jesus Cristo e permita-me ficar em algum canto do palácio". Não tendo reconhecido o próprio filho, ele o acolheu e mandou que o levasse para cuidar da cocheira dos animais. Viveu assim durante dezessete anos, na cocheira do seu próprio palácio, sendo maltratado pelos seus próprios criados e sem ser identificado pelos pais.



Morreu em 17 de julho e foi colocado num cemitério comum para criados. Porém, antes de morrer, entregou um pergaminho ao criado que o socorreu, na qual revelava sua identidade. Os pais quando souberam, levaram o caso ao conhecimento do Bispo, que autorizou sua exumação. Aleixo foi levado então para um túmulo construído na propriedade do senador. A fama de sua história e de "homem de Deus" se espalhou entre os cristãos romanos e orientais, difundindo rapidamente o seu culto.



Segundo uma antiga tradição romana, a casa do senador ficava no Monte Aventino. Em 1217, durante a construção da igreja dedicada à Santo Bonifácio, neste local as relíquias de Santo Aleixo foram encontradas. Por este motivo, o Papa Honório III decidiu que ela seria dedicada à Santo Aleixo. Outro grande devoto deste Santo, foi o Bispo Sérgio de Damasco, que viveu em Roma no final do século X. Ele acabou fundando o Mosteiro de Santo Aleixo, destinado aos monges gregos.



No século XV, os Irmãos de Santo Aleixo o elegeram como patrono. Em 1817, a Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria o nomeou seu segundo patrono, como exemplo de paciência, humildade e de caridade a ser seguido. A Igreja manteve o dia de sua festa no dia 17 de julho, como sempre foi celebrada pela antiga tradição cristã.



sexta-feira, 15 de julho de 2011

São Vladimir de Kiev




15/07 - No final do século IX, o povo russo começava a viver sob a influência do cristianismo, depois da conversão da princesa e futura santa Olga de Kiev. Em 945 o príncipe Igor, marido de Olga, foi assassinado e ela assumiu o trono como regente de Kiev, para o filho Esviatoslav de três anos.



Ela havia se tornado cristã, educando os filhos dentro da religião, mas não conseguiu que eles se convertessem. Assim, quando o filho Esviatoslav assumiu o trono, o povo continuou vivendo no paganismo. Teve muitas esposas e concubinas, e muitos filhos legítimos e ilegítimos, todos pagãos. A religião cristã, em respeito a sua mãe, era apenas tolerada. Seu filho, Vladimir, era o neto de Olga. Ele nasceu no ano de 963, recebendo a educação pagã adequada para conduzir uma nação. Com a morte do pai em 972, o príncipe Vladimir, hábil e audacioso, começou a governar as terras que herdara em 980. Guerreou contra o irmão que estava Kiev e o venceu, assumindo sozinho o trono do grão ducado russo.



Conquistou a Galícia, apaziguou uns e lutou contra outros povos estendendo os limites do seu domínio desde o mar Báltico até o rio Bug. Tinha cinco esposas e muitas concubinas. Nas montanhas de Kiev, ele ergueu templos pagãos, nos quais oferecia os sacrifícios humanos aos ídolos, geralmente os líderes dos povos que derrotava. Nessa época, no solo russo morreram alguns mártires por Cristo. Entre eles estavam dois chefes variagis, Teodoro e João, parentes de sua avó Olga. As circunstâncias dessas mortes e a firmeza no testemunho da fé de ambos tocaram e impressionaram Vladimir, que começou a interessar-se pelo cristianismo.



A mudança ocorreu de forma rápida, mas gradual. Primeiro, ordenou aos sábios da corte que viajassem a diversos países para verificarem qual era a religião verdadeira. Em seguida, chamou religiosos dos diversos países muçulmanos, judeus, budistas e cristãos. O próprio Vladimir questionou todos eles, ouvindo, atento, suas pregações. O que mais o impressionou foi o grego que pregou o evangelho de Cristo. Os sábios voltaram tocados pela graça, com toda a manifestação de fé em Cristo que viram em Constantinopla, no templo de Sofia. Então eles disseram a Vladimir: "Se a religião de Cristo não fosse a verdadeira, então sua avó Olga, que era sábia, não a teria aceitado".



Vladimir começou a estudar o Evangelho e foi batizado em 989. Logo em seguida, recebeu o sacramento do matrimonio com a princesa Ana, filha de Basílio de Constantinopla. Desde então, chegavam cada vez mais sacerdotes missionários que percorriam seus domínios catequizando o povo e ministrando o batismo. O cristianismo consolidou-se ainda mais quando Vladimir casou-se com a piedosa neta do imperador da Germânia, após o falecimento da princesa Ana.



O príncipe Vladimir de Kiev passou para a história da Igreja como o grande cristianizador da Rússia. Depois de batizado, destruiu todos os ídolos e templos pagãos, construindo no lugar igrejas e mosteiros, todos abastecidos com os objetos da liturgia. Tornou-se um pai caridoso e piedoso, sendo chamado "santo", pelos súditos ricos e pobres. Verdadeiro cristão, respeitou e amou seu povo, sendo fiel a Jesus e à Igreja até a morte, em 15 de julho de 1015.



Essa data a Igreja manteve para celebrar são Vladimir de Kiev, elevado aos altares pelo povo, cujo culto foi confirmado depois por Roma.