05/02 - Filho de Pedro e Maria Blásquez, uma das mais nobres famílias de Castela, Pedro Baptista nasceu em 1545 no castelo de Santo Estevão, diocese de Ávila, na Espanha. Feitos os estudos prévios na sua cidade natal, frequentou com aproveitamento a Universidade de Salamanca. Contrariando os planos da família, ingressou na Ordem dos Frades Menores, onde três anos mais tarde professou no convento de Arenas. Após os estudos de filosofia e teologia, foi ordenado sacerdote. Passou então a lecionar filosofia e teologia, e não tardou a ser nomeado superior de algumas comunidades. Em 1580 pediu e obteve autorização para ir ao México, onde permaneceu três anos, dando um notável impulso à Ordem com a fundação de várias casas. Em 1583 zarpou para as Filipinas, e aí, na qualidade de Superior dos Frades Menores, exerceu um fecundo ministério apostólico, suscitando a admiração dos religiosos. Pôs um especial interesse em proteger os indígenas das ambições dos poderosos.
Em 1593 foi enviado ao Japão, com cinco confrades. Durante um ano inteiro viveu rodeado de sofrimentos e incompreensões, praticamente confinado numa choupana. Só depois lhe foi concedida a licença de pregar o Evangelho. Durante dois anos pôde então desenvolver com os confrades uma intensa atividade apostólica: fundou em Kyoto um convento para religiosos e dois hospitais para pobres e leprosos; erigiu outras casas franciscanas em Osaka e Nagasaki, e conseguiu que muita gente se convertesse. Parecia abrir-se para a cristandade japonesa uma era de prosperidade. Mas os espanhóis suscitaram muitos receios ao imperador Taikosama, e levaram-no a ordenar a execução dos missionários e dos mais zelosos colaboradores japoneses. Daí o édito de proscrição dos cristãos, publicado em 24 de julho de 1587. No entanto, a atividade missionária continuou, e Taikosama pareceu esquecer-se do seu decreto. Mas ia seguindo com atenção os movimentos dos missionários por meio de espionagem.
A ordem de prisão de São Pedro Baptista e outros religiosos e cristãos foi executada a 8 de dezembro de 1596. Até o fim desse mês esteve na prisão de Meaco. Antes de ser transferido para Nagasaki, onde viria a sofrer o martírio, foi exposto à zombaria dos pagãos, através das ruas, com os demais condenados, depois de lhes terem amputado a orelha esquerda. Idêntica exposição insultuosa sofreram nas ruas de Osaka, Sakay e Facata. Uma vez chegado a Nagasaki, a 5 de fevereiro de 1597, foi levado com 25 companheiros a uma colina, onde presenciou o martírio de todos. Antes de ser, como os demais, crucificado, dirigiu aos cristãos presentes uma exortação paternal, e proferiu uma oração de perdão para os carrascos. Contava 52 anos.
O martírio heróico destes confessores de Cristo, entre orações e cânticos de alegria, representa um aprofundamento da mensagem e da vida cristã, e é oferecido a Deus pela perseverança dos Cristãos e por um novo reflorescimento da Igreja no Japão. Estes heróis da fé são os protomártires do Japão. Foram canonizados por Pio IX a 8 de junho de 1862.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.