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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

São João Leão Gustavo Dehon




12/08 - João Leão Gustavo Dehon nasceu no dia 14 de março de 1843, no pequeno povoado de La Capelle, em Soissons, na França. A sua mãe, Estefânia Adele Vandelet era um exemplo de fé; mas o seu pai, Júlio Alexandre Dehon era indiferente e até mesmo anticlerical.

Ainda criança manifestou grande sensibilidade espiritual. Aos treze anos, durante um retiro, sentiu o chamado para o sacerdócio e iniciou uma longa luta com o seu pai, que não pretendia ter um filho padre. Em 1859, foi para a Universidade de Sorbone em Paris, onde recebeu o diploma de advogado. Em 1865, aceitou a longa viagem que seu pai lhe proporcionou, com a clara intenção de que não seguisse a carreira sacerdotal. Foi um roteiro fascinante, começando pela Suíça, Itália, Grécia, Egito e finalizando na Palestina. No regresso passou pela Síria, Constantinopla, Budapeste e Viena. Mas ao invés de ir para casa, foi para Roma, onde conseguiu uma audiência com o Papa Pio IX que o aconselhou a fazer os estudos eclesiásticos ali mesmo, na cidade eterna. Assim, entrou para o Seminário de Santa Clara, mesmo contra a vontade paterna, uma vez que era Deus que o queria padre.

O dia 19 de dezembro de 1868 foi o mais desejado e feliz da vida de Dehon. Mais desejado, porque recebeu sua ordenação sacerdotal. Feliz, porque seu pai, convertido sinceramente, recebeu a Santa Eucaristia das suas mãos, quando celebrava a sua primeira Missa. Apesar de ter concluído muitos cursos e doutorados, padre Dehon foi designado para ser um simples vigário da pobre e problemática paróquia de São Quintino, da diocese de Soissons.

Ele assumiu a missão com todo ardor e entusiasmo. Mas o sacerdote tinha algo que o inquietava. Sentia um forte desejo de ingressar numa congregação religiosa. Como não encontrou uma que atendesse seus anseios por justiça social associada às missões, decidiu e fundou a Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus em 1878. Entretanto, surgiu a grande provação. O governo maçônico da França decretou a expulsão das congregações religiosas. Padre Dehon então para proteger seus sacerdotes, no caso de expulsão, adquiriu uma casa na Holanda, pois, assim teriam onde se refugiar. Mas a situação ficou tão complicada e confusa, que foi o próprio Vaticano que suprimiu a congregação. Quem o socorreu foi seu Bispo, que o conhecia muito bem.

Em 1884, o Papa decretou a reabertura da congregação. Desde então, ele trabalhou para consolida-la fundando novas casas por toda a Europa. Depois, a congregação também se estabeleceu nas Américas, na África e na Ásia. E padre Dehon, sempre movido pelo objetivo de difundir o pensamento de justiça social da Igreja, proferiu muitas conferências, escreveu artigos em jornais e revistas e publicou vários livros.

No dia 12 de agosto de 1925 morreu em Bruxelas, na Bélgica deixando uma obra notável e duradoura como apóstolo social e principalmente como apóstolo do Coração de Jesus. Ele experimentou o amor de Deus ao contemplar o Coração de Jesus transpassado na cruz, o testemunhou durante a sua vida terrena e o imprimiu como carisma de sua congregação. No momento extremo Padre Leon Dehon ainda afirmou, apontando para a imagem do Sagrado Coração: "Para Ele vivi, para Ele morro".

Atualmente, os religiosos "dehonianos" fazem o mesmo, evangelizando e trabalhando pela justiça social em paróquias, colégios, faculdades, orfanatos, creches, comunidades de recuperação de drogados, missões, shows musicais e meios de comunicação social, nos quatro cantos do mundo. O corpo do venerável fundador está sepultado na Igreja de São Martinho, em São Quintino, na França.