domingo, 31 de março de 2013

São Guido


31/03 - São Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália.

Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação.

Três anos depois, seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.

No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por tomá-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos.

Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual.

Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.

Logo em seguida, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão.

Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento.

Foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.

A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pode exercê-la na sua plenitude, teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou voltado para a fé.

Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.

sábado, 30 de março de 2013

São João Clímaco



30/03 - São João Clímaco nasceu em 580. Clímaco foi um monge do Monte Sinai, e deve o seu cognome a um livro seu, Escada (Klímax - Clímaco). A Escada é um resumo da vida espiritual, concebida para os solitários e contemplativos. Para Clímaco, a oração é a mais alta expressão da vida solitária; ela se desenvolve pela eliminação das imagens e dos pensamentos. Daí a necessidade da 'monologia', isto é, a invocação curta, de uma só palavra, incansavelmente repetida, que paralisa a dispersão do espírito. Essa repetição deve assimilar-se com a respiração.

O nome de São João Clímaco é uma alusão à palavra "klímax', que em grego significa escada. São João decidiu adotar este nome em virtude do livro escrito por ele mesmo, intitulado Escada para o Paraíso.

Nesta obra ele explica que existem 30 degraus a serem galgados para que possamos atingir a perfeição moral. Este livro foi um grande sucesso na época e chegou até mesmo a influenciar monges e outros religiosos em sua conduta particular, tanto no Ocidente como no Oriente. A importância desta obra literária para a época pode ser notada na utilização do símbolo escada na arte bizantina.

São João Clímaco foi muito famoso como homem santo em toda a Palestina e Arábia. Viveu por volta do ano 650 e morreu no Monte Sinai.

Conta-se que ele era palestino e na adolescência ingressou em um mosteiro no Monte Sinai, onde passou a dedicar sua vida às orações e à meditação. Até os 35 anos viveu desta forma, mas quando seu mestre faleceu resolveu encerrar-se em uma cela e viver à moda dos monges do deserto: jejuando, orando e estudando a Bíblia.

Durante este novo período de sua vida São João Clímaco decidiu nunca mais comer carne, fosse ela vermelha ou branca. Também passou a sair de sua cela apenas para participar da Eucaristia, aos domingos.

Já com 70 anos foi eleito bispo do Monte Sinai, muito embora preferisse continuar com sua vida isolada. Nesta época construiu hospitais para a população mais pobre, ajudado pelo papa Gregório Magno.

Os últimos quatro anos de sua vida foram dedicados a viver como ermitão. Neste período de total isolamento ele escreveu Escada para o Paraíso.

Fonte: Revista Santo do Dia, Ed. Casa Dois, S. Paulo, 2001.

sexta-feira, 29 de março de 2013

São Segundo de Asti



29/03 - Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em Asti, norte da Itália, no final do século I e profundo admirador dos mártires cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo. Chegava a visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos, quantos pudesse.

Consta dos registros da Igreja, que foi assim que tomou conhecimento da Palavra de Cristo, aprendendo especialmente com o mártir Calógero de Bréscia, com o qual se identificou, procurando-o para conversar inúmeras vezes.

Além disso, Segundo era muito amigo do prefeito de Asti, Saprício, e com ele viajou para Tortona, onde corria o processo do bispo Marciano, o primeiro daquela diocese. Sem que seu amigo político soubesse, Segundo teria estado com o mártir e este encontro foi decisivo para a sua conversão. Entretanto, esta só aconteceu mesmo durante outra viagem, desta vez a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos Faustino e Jovita.

Tudo o que se sabe dessa conversão está envolto em muitas tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por um anjo, para lá receber o batismo através das mãos daqueles mártires. A água necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba teria lhe trazido a Santa Comunhão.

Depois disso, aconteceu o prodígio mais fascinante, narrado através dos séculos, da vida deste santo, que conta como ele conseguiu atravessar a cavalo o Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia, que lhe fora entregue por Faustino e Jovita para ser dada ao bispo Marciano, antes do martírio.

O Pó é um rio imponente, tanto nas cheias, quanto nas baixas, minúsculo apenas no nome formado por duas letras, possui mil e quinhentos metros cúbicos de volume d'água por segundo, nos seiscentos e cinqüenta e dois quilômetros de extensão, um dos mais longos da Itália.

Passado este episódio extraordinário, Saprício, o prefeito, soube finalmente da conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o cristianismo, mas, não conseguiu, mandou então que o prendessem, julgassem e depois de torturá-lo deixou que o decapitassem.

Era o dia 30 de março do ano 119. No local do seu martírio foi erguida uma igreja onde, num relicário de prata, se conservam as suas relíquias mortais.

Uma vida cercada de tradições, prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti e de Ventimilha, cujo culto é muito popular no norte da Itália e em todo o mundo católico que o celebra no dia 29 de março.



quinta-feira, 28 de março de 2013

Beata Joana Maria de Maillé


28/03 - Nasceu em 14-4-1331 no castelo de La Roche, na diocese de Tours (França). Em 1342 Joana teve uma visão da Virgem Maria com o Menino Jesus e desde então se consagrou a honrar a Pixão de Cristo. Recebeu a primeira educação religiosa de um franciscano, confessor da família. Contra a sua vontade teve de se casar com o seu tutor em 1347, que se chamava Roberto de Sillé, mas ele não era um aproveitador vulgar. Os dois esposos decidiram conservar a castidade e empregaram os bens no socorro dos desventurados durante a grande epidemia da peste negra(1346-1355).

Durante a guerra dos 100 anos, Roberto foi capturado pelos ingleses. Teve de se desfazer de sua fortuna para pagar o que lhe fora pedido pelo seu resgate. Morreu em 1362. Então Joana foi expulsa pela família do seu marido e se retirou a Tours para se dedicar à oração e às boas obras. Fez voto de perpétua castidade nas mãos do arcebispo de Tours e entrou num hospital a serviço dos doentes. Mas não teve paz, sendo perseguida pela malevolência dos que a rodeavam. Por isso se retirou para o eremitério de Planche de Varux, dedicando-se à vida contempletiva. Obrigada pelas suas condições de saúde a retornar a Tours em 1386, foi residir junto ao convento dos franciscanos, colocando-se sob a direção espiritual daqueles.

O seu zelo a fez se apresentar várias vezes diante do rei Carlos VI, o rei louco, quer em Tours como em Paris, para tentar uma purificação dos costumes da corte e do povo. Foi favorecida com graças místicas e era consultada em toda parte. Morreu em 28 de março de 1414. Pertencia à ordem terceira da penitência e sua espiritualidade era toda franciscana.

quarta-feira, 27 de março de 2013

São Ruperto



27/03 - Salzburgo é uma bela cidade austríaca, cuja fama está ligada com a do seu filho mais ilustre, Wolfgang Amadeus Mozart. Salzburgo significa cidade do sal. O seu primeiro bispo e padroeiro principal é representado com uma saleira na mão. É o único santo local festejado, nas regiões de língua alemã e na Irlanda, pois foi o modelo para os monges irlandeses.

São Ruperto descendia dos rupertinos, uma importante família que dominava com o título de conde a região do médio e do alto Reno. Desta família nasceu também outro são Roberto (ou Ruperto) de Bingen, cuja vida foi escrita por santa Hildegarda. Os rupertinos eram parentes dos carolíngios e o centro de suas atividades era em Worms. Aí S. Ruperto recebeu sua formação de cunho monástico irlandês. Em 700, como seus mestres, se sentiu impulsionado à pregação e ao testemunho monástico e foi à Baviera. Apoiado pelo conde Teodo de Baviera, fundou perto do lago Waller, a 10 km de Salzburgo, uma igreja dedicada a são Pedro. O lugar, porém, não pareceu próprio para os fins de Ruperto que pediu ao conde outro terreno perto do rio Salzach, próximo à antiga cidade romana de Juvavum.

O mosteiro que ali construiu, dedicado a são Pedro, é o mais antigo da Áustria e está ligado com o núcleo de Nova Salzburgo. Seu desenvolvimento deveu-se também à colaboração de doze conterrâneos seus. Desses, Cunialdo e Gislero foram honrados como santos. Perto do mosteiro de São Pedro surgiu um mosteiro feminino que foi confiado à direção da abadessa Erentrude, sobrinha do santo.

Foi este punhado de corajosos que fez surgir a Nova Salzburgo. São Ruperto é justamente reconhecido como seu fundador. Ele morreu no dia da Páscoa, 27 de março de 718. Suas relíquias são conservadas na magnífica catedral de Salzsburgo, edificada no século XVII.

terça-feira, 26 de março de 2013

São Bráulio de Saragoça


26/03 - Na Igreja visigótica da Península Ibérica surgiram homens de grande relevo intelectual e de influência extraordinária.Lembramos hoje o bispo S. Bráulio de Saragoça não porque fosse um teólogo deslumbrante, mas porque estimulou a ciência sagrada com sua preocupada investigação, a sua biblioteca extraordinária, a sua cultura multifacetada e erudição vastíssima. Contemporâneo de S. Isidoro de Sevilha, troca com ele cartas de grande amizade, onde se revela o seu interesse pela sabedoria. .

Pouco se sabe do nascimento e da adolescência deste santo. Quanto conhecemos vem-nos das suas quarenta e três cartas que atravessaram os séculos e pelos documentos de alguns concílios de Toledo, num dos quais, o VI, foi encarregado de responder ao Papa, Honório I, que acusava os bispos da Hispânia de negligência na conversão dos judeus. Era, no entanto, de uma família distinta. O irmão João, seu mestre nas primeiras letras e nas ciências sagradas, foi bispo de Saragoça. Era também seu irmão o presbítero Frunimiano, há notícias de suas irmãs Basila e de Pompónia, esta abadessa de um mosteiro.

Depois de ser instruído junto da família, foi para Sevilha, onde pontificava S. Isidoro, - ao tempo, o homem mais sábio da cristandade inteira – e fez-se seu discípulo.

Voltou depois para Saragoça e, à morte do irmão, foi escolhido para bispo de Saragoça, em 633.

Escreveu a vida de S. Emiliano acompanhada de um hino para a sua festividade.

Dirigiu a diocese, com esmero e dedicação, tornando-se um homem influente não apenas na sua grei mas ainda na comunidade civil.As honras de que era alvo, porém, não o seduziram. Soube manter-se na esperança dos bens futuros, como escrevera à irmã, na morte de um familiar: “O tempo foge insensivelmente, a morte aproxima-se em segredo, e a nossa cega esperança não vê senão as alegrias da vida. Felizes aqueles cuja alegria é Deus e cujo gozo repousa na bem-aventurança futura”.

A verdadeira sabedoria haurida em tantos livros e pergaminhos coleccionados com muito cuidado e lidos constantemente até ficar cego, no final da vida, trouxeram-lhe a verdadeira doutrina que ele sempre considerou como caminhada para o Reino celeste. Morreu pelo ano 651.

segunda-feira, 25 de março de 2013

São Dimas

25/03 - O Evangelho fala pouco deste Santo. Nem mesmo o nome, os evangelistas fixaram. O que sabemos foi trazido pela tradição que são os nomes: Dimas, o Bom Ladrão e Simas, o mau ladrão.

Sem dúvida alguma, se trata de um santo original, único, privilegiado, que mereceu a honra de ser canonizado em vida por Jesus Cristo, na hora solene de nossa Redenção. Os outros santos só foram solenemente reconhecidos, no outro milênio, a partir do ano 999. A Igreja comemorava os mártires e confessores, mas sem uma declaração oficial e formal. Enquanto que, a de São Dimas quem proclamou foi o próprio Fundador da Igreja.

Dimas foi o operário da última hora, o que nos fez ver o mistério da graça derradeira. O mau ladrão resistiu, explodiu em blasfêmias. Rejeitou a graça, visivelmente dada pelo Redentor. O Bom Ladrão, depois de vacilar (Mt 27,44 -Mc 15,32), confessou a própria culpa, reclamou da injustiça contra Aquele que só fez o bem, reconheceu-O como Rei e lhe pediu que se lembrasse dele, quando estivesse no seu Reino.

Segundo a tradição, Dimas não era judeu, mas sim egípcio de nascimento. Dimas e Simas praticavam o banditismo nos desertos de passagem para o Egito. Lá a Sagrada Família, que fugia da perseguição do rei Herodes, foi assaltada por dois ladrões e um deles a protegeu. Era Dimas. Naquela época, entre os bandidos havia o costume de nunca roubar, nem matar, crianças, velhos e mulheres. Assim, Dimas deu abrigo ao Menino Jesus protegendo a Virgem Maria e São José.

Dimas foi um bandido muito perigoso da Palestina. E isso, realmente pode ser afirmado pelo suplício da cruz que mereceu. Essa condenação horrível era reservada somente aos grandes criminosos e aos escravos.

Martirológio Romano diz apenas no dia 25 de Março: “Em Jerusalém comemoração do Bom Ladrão que na cruz professou a fé de Jesus Cristo”. E no mundo todo São Dimas passou a ser festejado neste dia.

O Bom Ladrão ou São Dimas foi o primeiro que entrou no céu: “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lc 23,43). Ele passou a ser popularmente considerado o “Padroeiro dos pecadores arrependidos da hora derradeira, dos agonizantes, da boa morte”. Morreu sacramentado pela absolvição do próprio Cristo, e por Ele conduzido ao Paraíso.

Fonte: //paroquiagaspar.com.br

domingo, 24 de março de 2013

Santa Catarina da Suécia



24/03 - Catarina era a segunda filha de santa Brígida, a grande mística sueca que teve grande influência na vida, na história e na literatura do seu país.

Catarina nasceu em 1331. Ainda muito jovem casou-se com Edgar von Kyren, de nobre descendência e de mais nobres sentimentos pois consentiu que a esposa observasse o voto de castidade que ele mesmo acabou fazendo e observando. Catarina acompanhou sua mãe a Roma por ocasião do ano santo. Lá recebeu a notícia da morte do marido.

Desde então as vidas das duas santas correm sobre os mesmos trilhos. A filha participa com total dedicação na intensa atividade de santa Brígida. Esta havia criado na Suécia uma comunidade de tipo cenobítico na cidade de Vadstena, para acolher em separado homens e mulheres em conventos de clausura, cujas regras eram inspiradas no modelo do místico são Bernardo de Claraval. Durante o período romano que durou até a morte, nas longas perseguições, às vezes entre perigos de que só mesmo Deus as poderia livrar.

Santa Catarina vem representada junta com um cervo que, segundo a lenda, muitas vezes apareceu para salvá-la. Depois que trouxeram o corpo da mãe de volta à pátria, Catarina entrou no mosteiro de Wadstena, do qual foi eleita abadessa em 1380. Havia chegado de Roma, após uma estadia de cinco anos. Em Roma conta-se que Catarina salvou a cidade de uma cheia do Tibre. O episódio é representado numa pintura da igreja a ela consagrada na praça Farnese. O papa Inocêncio VIII permitiu a trasladação das relíquias. Uma multidão imensa a proclamou santa antes mesmo das autoridades eclesiásticas fixando sua festa no dia da morte, 24 de março de 1381.

Fonte: http://www.cleofas.com.br/

sábado, 23 de março de 2013

Santa Rebeca


23/03 - Em 20 de junho de 1832, na cidade de Himlaya, Líbano, nasceu a menina Boutroussyeh, que em português significa: Pedrinha. Quando se tornou religiosa adotou o nome de Rafka, ou Rebeca que era o nome de sua mãe, falecida quando ela tinha sete anos.

Rebeca era filha única e seu pai empobreceu muito após a morte da esposa.

Aos onze anos ela foi servir uma família libanesa na Síria. Após quatro anos voltou para casa, pois seu pai havia se casado novamente. Pedrinha ficou muito confusa e angustiada com o seu possível matrimônio.

Uma tarde foi a igreja rezar para que Nossa Senhora a ajudasse na decisão do caminho a seguir. A noite sonhou e ouviu uma voz que lhe dizia para entregar sua vida a Cristo. Decidiu ser religiosa. Saiu de casa contrariando a família e se apresentou à congregação das Irmãs Filhas de Maria em Bifkaya.

A congregação a acolheu como postulante, era o ano de 1853. Rebeca, três anos depois, completava o noviciado pronunciando os votos e se formando professora.

Foi enviada como missionária e professora nos povoados pobres para catequizar e alfabetizar crianças e adultos carentes. Ela foi uma missionária dócil, caridosa, penitente, evangelizando pelo exemplo e pela palavra.

Em 1871, a congregação da Filhas de Maria que era diocesana, passava por uma crise e seria fechada.

Rebeca, ouvindo novamente a voz que a guiava, foi ser noviça no convento de São Simão na cidade de Aitou, onde fez sua profissão de fé e dos votos em 1872, tomando o nome de Rafka.

Assim, iniciou uma outra fase de sua vida à serviço de Deus. Rafka começou a sentir dores terríveis na cabeça e nos olhos. Após os exames médicos foi submetida a várias cirurgias. Durante a última o médico errou e ela ficou sem chance de cura.

Rafka aceitou toda aquela lenta agonia tendo a certeza que deste modo participava da Paixão de Jesus Cristo e no sofrimento da Virgem Maria.

Foram vinte e seis anos de sofrimento na cidade de Aitou. Depois, com outras cinco religiosas, Rafka foi transferida para o novo convento dedicado a São José, em Grabta. Neste período ficou completamente cega e paralítica. Mesmo assim se manteve feliz porque podia usar as mãos, fazendo meias e malhas de lã.

Rafka ainda vivia e a população falava dela como santa.

Depois da sua morte em 23 de março de 1914 a sua fama se difundiu por todo o Líbano, Europa, e nas Américas.

Os prodígios e milagres foram se acumulando e seu processo de canonização foi concluído em 2001, quando o papa João Paulo II a proclamou santa.

O seu corpo repousa na igreja do mosteiro de São José em Grabta, Líbano.

Santa Rafka, ou Rebeca continua sendo reverenciada no dia 23 de março pelos seus devotos em todo o mundo.

sexta-feira, 22 de março de 2013

São Basil de Ancyra


22/03 - Morreu no dia 29 de junho de 362. São Basil sofreu e morreu pela sua fé verdadeira em oposição aos arianos que negavam a divindade de Jesus.Ele era um padre em Ancyra, Galatia (agora Ancara, Turquia e apoiava o seu Bispo Marcellus contra os hereges mesmo após o banimento em 336 pelo Imperador Constantius. Em 360 os arianos tentaram impedir Basil de ser um líder cristão mas ele defendeu a fé católica enfrentando até mesmo o Imperador Constantius pessoalmente).

Basil recusava a dar espaço para os arianos e ia a rua para incitar os cristãos a continuarem firmes. Acabou sendo acusado de tramar contra Juliano, o apóstata.

Ele foi capturado e torturado em Ancyra. Na Caesarea ele foi pendurado pelos pulsos e mais tarde de cabeça para baixo pelos tornozelos. Sua pele foi tirada com grandes garfos e finalmente morto. Os Atos de seu Martírio são autênticos.
O conde Frumentinus, encarregado do martírio ficou tão furioso que mandou que fosse mais arranhado e dilacerado até que seus intestinos ficassem a mostra.Os espectadores choravam de pena. O mártir orava em voz alta e a noite foi levado de volta a prisão. No dia seguinte seu corpo estava completamente são sem nenhum machucado.
Basil disse a Frumentinus “Você sabe que meu corpo foi cortado em pedaços porem veja agora meus ombros e meus lados que não tem um só ferimento. Jesus Cristo me curou a noite. Envie estas noticias ao seu amo Imperador Juliano para que ele conheça o poder de Deus e avise que Deus logo extinguirá a sua vida.”

Frumentinus parecia não conseguir conter a sua raiva e mandando colocá-lo santo de costas para cima e mandou furá-lo com ferros em brasa. O mártir expirou sob esses tomentos.

Na arte litúrgica da Igreja São Basil é mostrado com uma leoa a seu lado e outras vezes com a pele toda dilacerada.

Fonte: www.catolicosdobrasil.com.br

quinta-feira, 21 de março de 2013

São Nicolau de Flue


21/03 - Bruder Klaus nasceu no dia 21 de março de 1417, na Suíça. Oriundo de família pobre, ainda jovem queria ser monge ou eremita. Nesta época não pôde realizar o sonho porque tinha que ajudar os pais nos trabalhos do campo. Mais tarde também não o conseguiu, pois se casou. Felizmente a escolhida era uma moça muito virtuosa e religiosa, chamada Dorotéia, com a qual teve dez filhos. Vários deles se tornaram sacerdotes, e um dos netos, Conrado Scheuber, morreu com o conceito de santidade.

Ainda neste período Klaus não pôde se dedicar totalmente às orações e meditações como queria. Os escritos da época narram que, devido ao seu reconhecido senso de justiça, retidão de consciência e integridade moral, foi convocado a assumir vários cargos públicos, como, juiz, conselheiro e deputado.

Finalmente, aos cinqüenta anos de idade conseguiu a concordância da família e abandonou tudo. Adotou o nome de Nicolau e foi viver numa cabana que ele mesmo construiu, não muito longe de sua casa, mas num local ermo e totalmente abandonado. Tinha por travesseiro uma pedra e como cama uma tábua dura. Naquele local viveu por dezenove anos e há um fato desse período que impressionou no passado e impressiona até hoje. Há provas oficiais de que ele, durante todos esses anos, alimentou-se exclusivamente da Sagrada Comunhão. Entretanto, não conseguia se manter na solidão. Amável e receptivo, não fugia de quem o procurasse. E a pátria precisou dele várias vezes.

Pacificador e inimigo das batalhas, conhecido por seus atos e pela condição de eremita, foi chamado a mediar situações explosivas como a ameaça de guerra contra os austríacos e a eclosão iminente de uma guerra civil. Mas, quando não houve jeito de alcançar a paz no diálogo, ele também não fugiu de assumir seu lugar nos campos de batalha, como soldado e mesmo oficial. Entretanto, seu trabalho na reconciliação entre as partes envolvidas nestas questões de guerra repercutiu muito na população. Nicolau passou a ser venerado pelo povo, que logo o chamou de "Pai da Pátria".

Porém, à qualquer chance que tinha voltava para sua cabana, até ser solicitado novamente. Foi conselheiro espiritual e moral de muita gente, tanto pessoas simples como ocupantes de cargos elevados. Era muito respeitado por católicos e protestantes. Há quase um consenso em seu país de que a Suíça é hoje um país neutro e pacífico, que dificilmente se envolve em guerras ou conflitos internacionais, graças à influência do "Irmão Klaus", como era, e ainda é, carinhosamente chamado por todos os suíços.

Ele morreu no dia 21 de março de 1487, exatos setenta anos do seu nascimento. O corpo de Nicolau está sepultado na Igreja de Sachslen. Beatificado em 1669, foi canonizado pelo Papa Pio XII em 1947. A memória de São Nicolau de Flue é venerada pela Igreja, no dia 21 de março e como herói da pátria, no dia 25 de setembro. Ele é o Santo mais popular da Suiça.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Santa Cláudia


20/03 - Mártir com Alexandra e Theodotus em 304 DC durante a perseguição Imperador Diocleciano (284-305). Theodotus era o curador de Ancyra, Galtia (moderna Turquia) e foi o responsável pelo sepultamento de Claudia por que ela e Alexandra se recusaram a tomar parte numa cerimônia pagã e a repudiar a sua fé. O imperador Diocleciano mandava queimar os restos dos corpos para que não fossem sepultados e lembrados. Theodotus cuidou do sepultamento dos remanescentes do corpo de Cláudia e Alexandra, mas foi traído por um apóstata e foi também martirizado.

Mais tarde, os restos de Santa Claudia foram recuperados por outros cristãos e levados para Malus onde recebeu um enterro adequado e suas relíquias foram trasladadas para um santuário numa capela com o seu nome.

O seu túmulo tornou-se local de peregrinação e vários milagres foram creditados à sua intercessão.

É muito venerada na Grécia e Rússia.

terça-feira, 19 de março de 2013

São José




19/03 - São José é um grande intercessor que temos diante de Jesus. Nunca tarda em nos ajudar a conseguir alguma graça que desejemos, desde que a peçamos com fé. Tudo o que sabemos de São José é o que nos conta a Sagrada Escritura: que era um homem justo, temente a Deus e aceitou dar sua vida para criar e educar um filho que não era seu (afinal Jesus era filho de Deus).

A Escritura Sagrada diz que era carpinteiro (Mt 13,55) e pobre, tanto que quando foi levar Jesus ao Templo para ser circuncidado e Maria purificada, ofereceu como sacrifício um par de rolas, permitido apenas àqueles que não tinham condições de comprar um cordeiro (Lc 2,24).

Embora sendo pobre, José era de linhagem real, da descendência do rei Davi (Mt 1,1-16 e Lc 3,23-28). Era um homem bom, compassivo e carinhoso, características de um justo.

Quando soube da gravidez de Maria, não sendo seu o filho que ela esperava, planejou deixá-la silenciosamente para não a expor à vergonha e crueldade, porque naquela época, as mulheres acusadas de adultério eram apedrejadas até à morte (Mt 19,20).

José foi também um homem de fé e obediente. Quando o anjo do Senhor em sonho lhe revelou o mistério sobre a criança que Maria trazia no ventre, imediatamente e sem questionar ou preocupar-se com fofocas, a tomou como esposa. Quando o anjo lhe apareceu novamente para avisá-lo do perigo que a sua família corria, imediatamente deixou tudo o que possuía, bem como os parentes e amigos e partiu para um país estranho e lá permaneceu, aguardando pacientemente até que o anjo do Senhor, no devido tempo, o instruiu para retornar (Mt 2,13-23).

Quando Jesus ficou no templo, perdido dele e da mãe, José, junto com Maria, procurou-o com grande ansiedade até encontrá-lo ao fim de três dias (Lc 2,48). Tratava Jesus como seu próprio filho, a tal ponto que os habitantes de Nazaré repetiam constantemente em relação a Jesus "Não é ele o filho de José?" (Lc 4,22). José teve uma morte linda, como muitos gostariam de ter, ao lado de Jesus e de Maria. São José é invocado em casos de doença, junto a agonizantes, em casos de dificuldades financeiras e pelas famílias. Na ladainha em sua honra é invocado como terror dos demônios.

Mas não são só esses os casos em que é invocado. A sua intercessão é para qualquer situação como diz Santa Tereza D' Ávila (Vida, cap. 6n.6-8): "Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e encomendei-me muito a ele... Causa espanto as grandes mercês que Deus me fez por meio desse bem aventurado Santo, dos perigos que me livrou tanto do corpo como da alma.

A outros santos parece que o Senhor lhes deu graças para socorrer em determinada necessidade. Mas deste glorioso santo tenho experiência que socorre em todas... Só peço, por amor de Deus, que o prove quem em mim não acreditar e verá por experiência o grande bem que é encomendar-se a este glorioso patriarca e lhe ter devoção".

"Revelação de Nosso Senhor Jesus Cristo a Sua Serva Irmã Maria Cecília Baiy" (1736)

Fonte: http://www.gloriososaojose.org.br/

segunda-feira, 18 de março de 2013

São Cirilo de Jerusalém



18/03 - São Cirilo nasceu em Jerusalém no ano de 315, no início do tempo de graça em que a Igreja conquistou a liberdade religiosa dada por Constantino.

Ordenado sacerdote, Cirilo cuidou com carinho, zelo e amor da preparação dos catecúmenos para a recepção do Sacramento do Batismo, assim como se dedicou ao Magistério, ou seja, ensinamento da Sã Doutrina. Cirilo, muito bem formado, pronunciava as famosas Catequeses nas igrejas da Ressurreição e do Santo Sepulcro em Jerusalém.

O santo Doutor, tratava com simplicidade, mas com muita profundidade, sobre vários Mistérios da Fé, como o pecado, Penitência, Batismo, o Credo e outros pontos essenciais da nossa Fé.

Mesmo depois de ser eleito bispo e patriarca de Jerusalém, São Cirilo continuou sempre ao lado da verdade e isto de modo pacífico, pois os obstáculos postos pelos hereges arianos (cristão que não acreditavam na divindade de Jesus Cristo), persistiram até mesmo depois de ser condenada no Concílio de 325.

São Cirilo, em meio ao combate pela verdade, sofreu cerca de 16 anos de exílio, até que retornou ao pastoreio no patriarcado e no ano de 386, lançou-se nos braços do Eterno Pastor.

domingo, 17 de março de 2013

Santa Gertrudes de Nivelles



17/03 - Nasceu em 626 na Bélgica, filha caçula de Pepino I e Ida de Nivelles, irmã de Santa Begga. Ela devotou-se à vida religiosa desde cedo e recusou um casamento com um nobre para seguir a vida religiosa. Com a morte de Pepino em 639 e seguindo o conselho de Santo Amando de Maastrich, sua mãe Ida construiu um Monastério em Nivelles para onde ela e suas filhas se retiraram. Gertrudes tornou-se Abadessa do mosteiro de Nivelles muito jovem.

Ficou muito conhecida pela sua hospitalidade para com os peregrinos e para com os missionários Irlandeses. Ela deu ao Santo Foillan um pedaço de terra no qual ele construiu o monastério de Fosses.

Para ajudar São Ultan na sua evangelização em 656DC, Santa Gertrudes renunciou ao seu posto de Abadessa e passou o resto de sua vida estudando as escrituras e fazendo penitencia. Era mística e tinha visões. Teve uma visão que iria morrer com a idade de Jesus o que acabou acontecendo. Ela morreu aos 33 anos em 659 em Nivelles.

O culto a Santa Gertrudes espalhou-se pelos Países Baixos ( Holanda, Bélgica, Suíça ), pela Inglaterra, Escócia e vários folclores e lendas foram vinculadas ao seu nome.

Até 1822 devotos ofereciam camundongos de prata e de ouro no seu santuário em Colonha, Alemanha.

Os camundongos representavam as almas do purgatório, para as quais ela tinha grande devoção.

É padroeira dos jardineiros visto que a tradição diz que no dia de sua festa sempre é boa hora de plantar rosas e flores da primavera.

É tambem invocada como padroeira daqueles que morreram recentemente visto que ela teria tido uma visão na qual fez uma jornada de três dias ao outro mundo e que aqueles que fossem seus devotos passariam a primeira noite, após a morte, sob os cuidados de Santa Gertrudes, segunda em influencia apenas para o Arcanjo São Miguel.

A tradição diz que ela teria enviado seus súditos em uma viagem a um país distante, prometendo a eles que nada aconteceria durante a jornada. Quando se encontravam no meio do oceano um grande monstro marinho teria tentado soçobrar o barco mas, teria imediatamente desaparecido com a invocação de Santa Gertrudes.Assim, em memória desta ocorrência, os viajantes durante a Idade Média tomavam uma bebida chamada "Sinte Geerts Minne"ou seja Gertrudenminte" ( uma especie de menta) antes de iniciar uma viagem.

Alguns escoceses dizem que esta bebida existe até hoje e seria benta pelo pároco da Igreja de Santa Gertrudes em Nivelles ou no seu Santuário em Colonha.

sábado, 16 de março de 2013

Santo Heriberto


16/03 - Heriberto foi arcebispo de Colônia, na Alemanha, ainda muito moço, pois sua religiosidade brotara ainda na infância. Conta a história que, no dia em que nasceu, em 970, filho de descendentes dos condes de Worms, notou-se uma extraordinária luz pairando sobre a casa de seus pais. O fenômeno teria durado várias horas e marcado para sempre a vida de Heriberto, que caminhou reto para o caminho da santidade.

Como desde pequeno mostrava vocação para a religião e os estudos, seus pais o entregaram ao convento de Gorze. Ali, Heriberto descobriu para si e para o mundo que era extremamente talentoso, mas decidiu-se pela ordenação sacerdotal, que ocorreu em 995. Com o decorrer do tempo cursou diversas escolas, chegando a ser considerado o homem mais sábio de seu tempo. E foi nesta condição que o imperador Oton III o nomeou chanceler, seu assessor de maior confiança. Sua fama e popularidade cresceram, não só devido à sabedoria, mas também pela humildade e a caridade que praticava com todos. Assim, foi eleito bispo de Colônia, em 999.

Quando Oton III morreu, o imperador que o sucedeu, Henrique II, também acabou tornando-se admirador de Heriberto, apesar da oposição que lhe fez no início. Uma vez que o bispo Heriberto o consagrou rei sem nenhuma contestação. E por fim o novo rei Henrique II o chamou para ser seu conselheiro.

Então, a obra caridosa do bispo pôde então continuar. Os registros mostraram que, depois de fundar um hospital para os pobres, Heriberto visitava os doentes todos os dias, cuidando deles pessoalmente. Diz a tradição que, certa vez, houve na cidade uma grande seca, ficando sem chover por meses. O bispo comandou um jejum de três dias e, finalmente, uma procissão de penitência pedindo chuva aos céus. Como nem assim choveu, Heriberto comovido começou a chorar na frente do povo, culpando-se pela seca. Dizia que seus pecados é que impediam Deus de fazer misericórdia. Mas, um fato prodigioso aconteceu nesse momento, imediatamente o céu escureceu e uma forte chuva caiu sobre a cidade, durando alguns dias e pondo fim à estiagem.

Com fama de santidade ainda em vida, o bispo Heriberto morreu no dia 16 de março de 1021, numa viagem de visita pastoral à cidade de Deutz, onde contraiu uma febre maligna que assolava a população. Suas relíquias estão na catedral dessa cidade, na Colônia, Alemanha. Na igreja que ele mesmo fundou junto com o mosteiro ao lado, que foi entregue aos beneditinos.

Amado pelos fiéis a peregrinação à sua sepultura difundiu seu culto que se tornou vigoroso em toda a Europa, especialmente na Itália e na Alemanha, país de sua origem. Foi canonizado em 1227, pelo Papa Gregório IX que autorizou o culto à Santo Heriberto, já tradicionalmente festejado pelos devotos no dia 16 de março.

Fonte: www.juventudesanta.com

sexta-feira, 15 de março de 2013

São Longuinho


15/03 - Longuinho viveu no primeiro século, e dele muito se falou e escreveu, sendo encontrado em todos os registros contemporâneos da Paixão de Cristo. Existem citações sobre ele nos evangelhos, epistolas dos Santos Padres, e martirológios tanto orientais como nos ocidentais. Estes relatos levaram a uma combinação de diferentes situações, mas, em todas foi identificado como um soldado centurião presente na cena da Crucificação.

Os apóstolos escreveram que ele foi o primeiro a reconhecer Cristo como "o filho de Deus" (27,54 Mateus; 15,39 Marcos; 23,47 Lucas). Em meio ao coro dos insultos e escárnios, teria sido a única voz favorável a afirmar Sua Divindade. Identificado pelo apóstolo João (19:34), como o soldado que "perfurou Jesus com uma lança". Fato este que o definiu como um soldado centurião e que lhe deu o nome Longuinho, derivado do grego que significa "uma lança". Outros textos dizem que era o centurião, comandante dos poucos soldados que guardava o sepulcro do crucifixo, e que presenciava as crucificações, portanto presenciou a de Jesus. Depois, da qual, se converteu.

Segundo a tradição,os crucificados tinham seus pés quebrados para facilitar a retirada da cruz, mas, como Jesus já estava com os pés soltos, um dos soldados perfurou o lado do seu corpo com uma lança.

O sangue que saiu deste ferimento de Jesus respingou em seus olhos. Caindo em si, comovido e tocado pela graça, o soldado se converteu. Abandonou para sempre o exército e sua moradia, se tornou um monge que percorreu a Cesarea e a Capadócia, atual Turquia, levando a palavra de Cristo e mais tarde, promovia prodígios pela graça do Espírito Santo.

Entretanto, o governador de Cesarea, que estava irritado com a conversão de seu secretário, descobriu sua identidade de centurião e o denunciou a Poncio Pilatos em Jerusalém. Este, acusou Longuinho de desertor ao imperador e o condenou a morte, caso não oferecesse incenso no altar do imperador, renegando a fé. Longuinho se manteve fiel a Cristo, por isto foi torturado, tendo seus dentes arrancados, a língua cortada e, depois, decapitado.

No Oriente são inúmeros os dias do calendário para as suas homenagens, o mais freqüente ainda é em 16 de Outubro. Na Europa e nas Américas, a comemoração ocorre no dia 15 de Março, como indica o Livro dos Santos do Vaticano.

São Longuinho, à luz de muitas tradições, comumente é invocado pelos devotos para encontrar objetos perdidos. Os artistas ao longo do tempo foram atraídos pela singularidade de sua figura e o representaram em suas obras na cena da crucificação, com lança ou sem lança, mas sempre presente. Em Roma, na basílica de São Pedro, na base de um dos quatro pilares que sustentam a imensa cúpula que cobre o espaço do altar do trono do Sumo Pontífice, está a estátua do centurião São Longuinho, que foi o primeiro a acreditar na divindade de Cristo.

Fonte: www.prestsevi.com.br

quinta-feira, 14 de março de 2013

Santa Matilde



14/03 - Matilde era filha de nobres saxões. Nasceu em Westfalia, por volta do ano 895 e foi educada pela avó, também Matilde, abadessa de um convento de beneditinas em Herford. Por isso, aprendeu a ler, a escrever e estudou teologia e filosofia, fato pouco comum para as nobres da época, inclusive gostava de assuntos políticos. Constatamos nos registros da época que associada à brilhante inteligência estava uma impressionante beleza física e de alma. Casou-se aos catorze anos com Henrique, duque da Saxônia, que em pouco tempo se tornou Henrique I, rei da Alemanha, com o qual viveu um matrimônio feliz por vinte anos.

Foi um reinado justo e feliz também para o povo. Segundo os relatos, muito dessa justiça recheada de bondade se deveu à rainha que, desde o início, mostrou-se extremamente generosa com os súditos pobres e doentes. Enquanto a ela assistia à população e erguia conventos, escolas e hospitais, o rei tornava a Alemanha líder da Europa, salvando-a da invasão dos húngaros, regularizando a situação de seu país com a Itália e a França e exercendo ainda domínio sobre os eslavos e dinamarqueses.
 
Havia paz em sua nação, graças à rainha, e por isso, ele podia se dedicar aos problemas externos, fortalecendo cada vez mais o seu reinado.

Mas essa bonança chegou ao fim. Henrique I faleceu e começou o sofrimento de Matilde. Antes de morrer, o rei indicou para o trono seu primogênito Oton, mas seu irmão Henrique queria o trono para si. As forças aliadas de cada um dos príncipes entraram em guerra, para desgosto de sua mãe. O exército do príncipe Henrique foi derrotado e Oton foi coroado rei assumindo o trono. Em seguida, os filhos se voltaram contra a mãe, alegando que ela esbanjava os bens da coroa, com a Igreja e os pobres. Tiraram toda sua fortuna e ordenaram que deixasse a corte, exilando-a.

Matilde, triste, infeliz e sofrendo muito, retirou-se para o convento de Engerm. Contudo, muitos anos mais tarde, Oton e Henrique se arrependeram do gesto terrível de ingratidão e devolveram à mãe tudo o que lhe pertencia. De posse dos seus bens, Matilde distribuiu tudo o que tinha para os pobres.

Preferindo continuar sua vida como religiosa permaneceu no convento onde, depois de muitas penitências e orações, desenvolveu o dom das profecias. Matilde faleceu em 968, sendo sepultada ao lado do marido, no convento de Quedlinburgo. Logo foi venerada como Santa pelo povo que propagou rapidamente a fama de sua santidade por todo mundo católico do Ocidente ao Oriente. Especialmente na Alemanha, Itália e Mônaco ainda hoje sua festa, autorizada pela Igreja, é largamente celebrada no dia 14 de março.

quarta-feira, 13 de março de 2013

São Rodrigo


13/03 - A história do mártir São Rodrigo chegou até nós graças ao seu contemporâneo Santo Eulógio, que, baseado ou em conhecimento próprio ou na palavra de testemunhas oculares, escreveu as atas de todos aqueles que pereceram antes dele na perseguição em que, ele, Eulógio, deu a vida (11 de março de 859 A.D). Cumpre reconhecer que tais atas deixam uma impressão desfavorável quanto ao procedimento geral dos cristãos dessa época na Espanha moura. As famílias viviam divididas, a apostasia era coisa comum, e os próprios mouros, escandalizados com a infidelidade dos cristãos, lançavam-lhes em rosto o relaxamento em que eles, cristãos, viviam. Nada pois de admirar que Eulógio começasse o seu livro com as palavras: “Nesses dias, por um justo juízo de Deus, a Espanha foi oprimida pelos mouros”. A história de São Rodrigo pode servir como ilustração disso.

O mártir era sacerdote de Cabra em Córdova, e teve dois irmãos, dos quais um tornara-se muçulmano enquanto o outro era um mau cristão que praticamente abandonara a fé. Certa noite, os dois irmãos puseram-se a discutir com ardor um com o outro, e com tamanho ódio que acabaram se esmurrando. Rodrigo correu para separá-los, mas eles voltaram-se contra Rodrigo, e o espancaram até o ponto de o deixarem caído sem sentidos. Diante disso, o muçulmano mandou colocarem Rodrigo numa padiola e o levarem pelas ruas, enquanto ele próprio caminhando ao lado ia gritando que Rodrigo havia apostatado e queria que, antes de morrer, fosse publicamente reconhecido como muçulmano. A vítima achava-se muito sem forças para falar, mas sentia uma profunda angústia. Desse modo, tão logo recobrou o uso das pernas, bateu em retirada.

Não muito depois, encontrando Rodrigo numa das ruas de Córdova, o irmão muçulmano o arrastou até à presença do cádi (magistrado muçulmano) e o acusou de retornar à fé cristã depois de se ter declarado muçulmano. Rodrigo negou indignadamente que algum dia houvesse abandonado a religião cristã. O cádi, no entanto, não acreditou em Rodrigo e o lançou numa das piores masmorras existentes na cidade. Nesse lugar, Rodrigo encontrou um outro prisioneiro, chamado Salomão, que fora preso pelo mesmo motivo. Os dois encorajaram-se mutuamente durante o longo incômodo encarceramento, que, segundo esperava o cádi, os faria desanimar. Como permanecessem inflexíveis, os dois foram separados; mas, quando nem isso deu resultado, foram condenados e decapitados a 13 de março de 857 A.D.

Santo Eulógio, que viu seus corpos expostos junto ao rio, informa que os guardas lançaram na corrente de água as pedras tintas com o sangue dos mártires, a fim de que o povo as não apanhasse para guardar como relíquias.

terça-feira, 12 de março de 2013

São Luiz Orione


12/03 - São Luiz Orione nasceu no dia 23 de Junho de 1872, morrer 12 Março de 1940. Na década de 80 foi sagrado Beato Luiz Orione, e em 16/05/2004 canonizado por João Paulo II. Viveu 68 anos. Seus pais, Catarina Feltri e Giovanni Orione, o educaram a oração, ao estudo e ao trabalho. Logo desabrochou a vocação para o altar. Ainda menino entrou para o Convento de Frades menores em Voghera. Acometido por fulminante pneumonia, chegou à beira da morte.

Sua frágil saúde não agüentava a vida dura de São Francisco. Voltou para casa e ficou alguns meses sendo sucessivamente recebido por Dom Bosco no Oratório Salesiano de Valdocco, em Turim. Em janeiro de 1888 assistiu à santa morte de seu grande Mestre Dom Giovanni Bosco. No ano sucessivo deixava o Oratório Salesiano, abençoado pelo reitor maior Dom Miguel Rua, e entrava no Seminário diocesano de Tortona para cursar Filosofia e Teologia.

O fascínio de Dom Bosco continuava irresistível. Sente o problema da garotada desamparada, solta nas ruas. Jovem clérigo lança os alicerces de uma Congregação religiosa, começando com um oratório festivo nos moldes do inesquecível Mestre Dom Bosco, que um dia lhe tinha falado: “Nós seremos sempre amigos”. Com a autorização de seu Bispo Mons. Igino Bandi, abriu o primeiro oratório festivo em Tortona, abençoado solenemente em 1893, quando tinha 21 anos. Logo adquiriu uma casa em aluguel para meninos sem recursos, englobando adolescentes com sinais de vocação à vida consagrada. Mons. Bandi concebeu que os clérigos Carlo Sterpi (depois seu primeiro sucessor) e Paolo Albera (depois Bispo de Mileto) o auxiliassem.

A nova congregação começava a se esboçar. Em 1895, o Clérigo Orione era ordenado sacerdote, rezava sua primeira missa entre seus jovens, exultantes. Paulatinamente, a obra da Divina Procedência despontava, crescia. As vocações apareciam, alvorece animador para abrir casa de educação, assumir paróquias, ate missões, em diversas regiões do mundo. Marcante a sua presença caridosa nos desastrosos terremotos calabro-siciliano (1908) e da Marsica (1915). Amigo de S. Pio X, exerceu ação medianeira entre aquele Santo Pontífice e muitos modernistas. Na idade madura, abriu os braços aos pobres mais pobres, físicas e intelectualmente incapazes, encaminhando à fundação de casas de caridade, que ele chamou de Pequeno Cotolengo.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Santa Flora


11/03 - Os mártires são verdadeiros luzeiros que nos iluminam com a luz de Cristo e nos chamam ao testemunho radical da fé. Santa Flora, nascida na cidade de Córdoba, foi uma portadora desta Luz do Mundo, por isso recordamos neste dia o seu testemunho.

Na época de Flora, os cristãos estavam sendo duramente perseguidos por fanáticos árabes, que defendiam uma "Guerra Santa de Maomé", onde se buscava destruir o culto a Cristo.

Ela aprendeu da família, o amor e a fidelidade ao Cristo, e carregava consigo o testemunho de santidade de seu irmão mártir; desta forma, ao ser pega pela segunda vez, acabou jogada numa prisão, interrogada e até torturada, mas como não abandonava a fé no Deus Vivo, foi condenada à morte.

Um padre santo que visitou Flora na cadeia, testemunhou: "Eu toquei com minhas mãos nas cicatrizes de sua cabeça e de seu rosto desfigurado pelo sofrimento". Santa Flora viveu no século IX, com firmeza e na alegria da fé, de quem receberia, como de fato conquistou, a Vida Eterna.

domingo, 10 de março de 2013

Os quarenta santos mártires de Sebaste


10/03 - O martírio dos quarenta legionários ocorreu no ano 320, em Sebaste, na Armênia. Nessa época foi publicada na cidade uma ordem do governador Licínio, grande inimigo dos cristãos, afirmando que todos aqueles que não oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos seriam punidos com a morte. Contudo se apresentou diante da autoridade uma legião inteira de soldados, afirmando serem cristãos e recusando-se a queimar incenso ou sacrificar animais. Para testar até onde ia a coragem dos soldados, o prefeito local mandou que fossem presos e flagelados com correntes e ferros pontudos.

De nada adiantou o castigo, pois os quarenta se mantiveram firmes em sua fé. O comandante os procurou então, dizendo que não queria perder seus mais valorosos soldados, pedindo que renegassem sua fé. Também de nada adiantou e os legionários foram condenados a uma morte lenta e extremamente dolorosa. Foram colocados, nus, num tanque de gelo, sob a guarda de uma sentinela. A região atravessava temperaturas muito baixas, de frio intenso. Ao lado havia uma sala com banhos quentes, roupas e comida para quem decidisse salvar a vida. Mas eles preferiram salvar a alma e ninguém se rendeu durante três dias e três noites.

Foi na terceira e última noite que aconteceram fatos prodigiosos e plenos de graça. No meio da gélida madrugada, o sentinela viu uma multidão de anjos descer dos céus e confortar os soldados. Isto é, confortar trinta e nove deles, pois um único legionário desistira de enfrentar o frio e se dirigira à sala de banhos. Morreu assim que tocou na água quente. Por outro lado, o sentinela que assistira à chegada dos anjos se arrependeu de estar escondendo sua condição religiosa, jogou longe as armas, ajoelhou-se, confessou ser cristão tirando as roupas e se juntou aos demais. Morreram quase todos congelados.

Apenas um deles, bastante jovem, ainda vivia quando os corpos foram recolhidos e levados para cremação. A mãe desse jovem soldado, sabendo do que sentia o filho, apanhou-o no colo e seguiu as carroças com os cadáveres. O legionário morreu em seus braços e teve o corpo cremado junto com os companheiros.

Eles escreveram na prisão uma carta coletiva, que ainda hoje se conserva nos arquivos da Igreja e que cita os nomes de todos. Eis todos os mártires: Acácio, Aécio, Alexandre, Angias, Atanásio, Caio, Cândido, Chúdio, Cláudio, Cirilo, Domiciano, Domno, Edélcion, Euvico, Eutichio, Flávio, Gorgônio, Heliano, Helias, Heráclio, Hesichio, João, Bibiano, Leôncio, Lisimacho, Militão, Nicolau, Filoctimão, Prisco, Quirião, Sacerdão, Severiano, Sisínio, Smaragdo, Teódulo, Teófilo, Valente, Valério, Vibiano e Xanteas.

Fonte: www.oarcanjo.net

sábado, 9 de março de 2013

Santa Francisca Romana


09/03 - Francisca Bussa nasceu em Roma, no bairro de Parione, um dos mais centrais da cidade, em 1384 e foi batizada na Igreja de santa Inês da Praça Navona. Seu pai pertencia à nobreza da cidade e fazia parte do grupo que foi marginalizado em 1398, quando o Papa Bonifácio IX reafirmou seu próprio poder político na cidade. Menina esperta, devota e pouco amante dos jogos e entretenimentos de sua cidade, Francisca, que, segundo parece, já havia mostrado seu desejo de consagrar-se a Deus, foi prometida em matrimônio com apenas doze anos a Lorenzo dei Ponziani, descendente de uma rica família de mercadores de grãos e de gado que residia no Trastevere. O matrimônio não desejado provocou na jovem uma violenta reação nervosa que se traduziu numa misteriosa enfermidade que a fez temer por sua vida e que levou seus desesperados pais a recorrer às artes de uma curandeira. Contudo, a jovem se opôs enfaticamente a ser tratada com esses cuidados, sendo reconfortada com uma visão de santo Aleixo que a tranqüilizou anunciando-lhe paz interior e saúde física.

Todavia, pôde encontrar consolo na nova casa onde foi morar com sua cunhada, Vannozza, mulher devota e sensível que, por sua vez, morreria em odor de santidade. As duas cunhadas buscaram, deste modo, transformar sua rica casa do Trastevere num lugar de acolhida para todos os necessitados. Os numerosos testemunhos recolhidos durante o processo que foi instruído imediatamente depois de sua morte (1440) nos oferecem um quadro vivo em que sua “santidade do cotidiano” se explica em todos os seus detalhes. Assim é que surgiu o perfil de uma mulher preparada para conduzir a casa, boa administradora doméstica, porém, sempre disposta a sacrificar o supérfluo para poder ajudar aos pobres. Deste modo, o melhor vinho era oferecido aos enfermos e em momentos de carestia os silos da casa Ponziani se enchiam milagrosamente para que Francisca pudesse ajudar os necessitados.

Apesar de ter que dirigir uma numerosa criadagem, ocupar-se do marido – que durante as tardes a distraía da oração para oprimi-la com seus problemas de mercado e negócios familiares -, cuidar dos filhos (dos quais conhecemos a três, ainda que só um chegou à idade adulta), Francisca conseguiu dedicar parte de sua jornada a Deus. Incansável, preparava comida e medicamentos para os enfermos dos diferentes hospitais de Roma, especialmente para o de Santa Maria in Cappella, fundado pelos mesmos Ponziani e acorria diariamente a atender aos enfermos, crescendo sua fama na cidade. Chama a atenção que os testemunhos não tenham visto nas curas de Francisca mais que o aspecto taumatúrgico, todavia também devem mencionar-se seus conhecimentos medicinais: chegaram até nós as receitas de Francisca de alguns ungüentos de ervas, capazes de desinfetar e curar feridas.

Porém, Francisca se distinguia de suas contemporâneas também pela modéstia em seu modo de vestir e por sua aversão às vanas ostentationes: em definitivo, aparecia como uma mulher que escutava as pregações de homens como Bernardino de Siena, pelas praças, contra o luxo feminino. Francisca, de sua parte, vestia-se sempre de escuro, evitava os vestidos de seda e não usava nem jóias nem outros adornos supérfluos.

Francisca não se limitava a viver segundo o ensinamento de Cristo e de sua Igreja, mas também desejava converter a quem tinha ao seu redor, em primeiro lugar as amigas e conhecidos. Também sua atividade visionária foi posta a serviço desta obra moralizante: sua mais célebre visão – na qual viu o inferno e o purgatório – está cheia de imagens assustadoras, de horríveis tormentos para os que cometem pecado. Porém, os pecadores de Francisca têm pouco em comum com os descritos no além de Dante, ainda que recolha deste alguns ecos nas suas visões. Segundo Francisca, são castigados os “grandes” pecadores (adúlteros, assassinos, hereges, etc.), mas também as mulheres superficiais, as mulheres amantes do luxo, as viúvas incapazes de guardar (observar) a castidade, os mercadores que vendem produtos de má qualidade enganando o povo. Indubitavelmente, as exortações e obras de Francisca deram seus frutos, já quem em 1425 fundou, com algumas companheiras, uma comunidade feminina de oblatas que se submeteram à direção espiritual dos Olivetanos de Santa Maria Nova, célebre abadia no Foro Romano, pertencentes a uma congregação beneditina reformada que, naqueles anos, gozava, mais que os mendicantes dos favores da alta classe romana. Este grupo de mulheres viveu durante alguns anos na mesma casa, porém, dedicando-se ao serviço dos necessitados; até que 1433 foi adquirida uma casa no bairro de Campitelli que seria o primeiro núcleo do que hoje se conhece como mosteiro de Tor de Specchi.

Mais tarde, ainda que não saibamos exatamente quando, Francisca também ditou algumas normas para a sua comunidade, que, segundo se diz, lhe foram inspiradas diretamente pela Virgem. Nessas normas de vida reflete-se o senso de decoro próprio da nobreza urbana dos inícios do século XV: na mesa o uso de toalhas e guardanapos; as mulheres podiam banhar-se com a permissão da superiora e beber vinho, se em quantidades moderadas; se se tinha que receber parentes do sexo feminino não se devia perder tempo com falatórios inúteis e era proibida a recordação do tempo passado no mundo, assim como cantar canções mundanas, etc.

Morto seu marido, com o qual nos últimos anos havia mantido uma vida de absoluta castidade, a fundadora de Tor de Specchi pôde, em 1436, unir-se às suas companheiras. Morreu quatro anos depois, aos nove de março de 1440, em sua casa no Trastevere onde tinha ido visitar o filho e a nora e onde havia rechaçado, mais uma vez, os préstimos de uma curandeira. Seus funerais, em Santa Maria Nova, atraíram uma multidão e, de repente, numerosos milagres se deram junto de seu túmulo.

Em treze anos foram autorizados três processos sobre a vida, virtudes e milagres de Francisca (1440, 1443 e 1451-453), e, graças a este riquíssimo material, foi possível reconstruir não somente sua vida e espiritualidade, mas também seus dons visionários. Já falamos de suas visões do outro mundo, contudo, também são numerosas – mais de cem – as que lhe atribuiu o seu último confessor, Giovanni Mattiotti, clérigo de Santa Maria in Trastevere, que as recolheu “por obediência” tal e qual a santa lhas narrou: alimentadas na pregação ouvida na Igreja e em suas piedosas leituras, as visões de Francisca eram marcadas pelo ano litúrgico. Algumas dessas mostram a viva participação da mulher na vida política e religiosa de seu tempo: vivendo em primeira pessoa os trágicos acontecimentos que sacudiram Roma (o marido foi ferido e o filho tomado como refém nos tempos em que o rei Ladislau de Nápoles conquistou a cidade), Francisca viu mais de uma vez o castigo divino contra sua pátria. Não menos sofrimentos lhe causaram os rumos tomados pelo Concílio de Basiléia, de modo que, inclusive, chegou a enviar – sem êxito – seu confessor a Eugênio IV para convencer-lhe de chegar a um acordo com os padres conciliares.

Não obstante no processo de 1451-1453 se delinear um retrato de Francisca perfeitamente ortodoxo e adornado de todas as virtudes cristãs, ela encontrou opositores à sua canonização, que então não pôde ser celebrada. Seria somente em 1604, depois da reforma das normas de canonização pelo Concílio de Trento, que sua causa foi reaberta por expresso desejo de Paulo V Borghese, que tinha mantido estreitas relações com as famílias que haviam apoiado as oblatas de Tor de Specchi e conservado zelosamente a memória de Francisca.

Naquela época, por outro lado, Francisca gozava da fama de santidade até a ponto de que sua festa era recordada nos estatutos da cidade e sua memória celebrada regularmente na vigília de 9 de março. Sua canonização, em 1608, foi uma grande festa na cidade, porém, a partir de então, Francisca perdeu cada vez mais suas características de santa da nobreza urbana, que inclusive lhe haviam valido o nome de santa Francisca Romana, para assumir os traços esteriotipados de uma santa da época da Contra-Reforma.

Sua iconografia, riquíssima, remonta-se aos decênios seguidos imediatamente à sua morte, quando a casa de Tor de Specchi foi embelezada com dois ciclos de afrescos: num se ilustra a vida e os milagres da santa, noutro suas visões e inumeráveis tentações do diabo. A partir do século XVIII começou a ser representada, cada vez com mais freqüência, em companhia de são Bento de Núrsia, patrono dos Olivetanos, ou também com o anjo da guarda que lhe havia acompanhado durante muitos anos após a morte de seu filho Evangelista.

Fonte: www.paroquiaolivetanos.com.br

sexta-feira, 8 de março de 2013

São João de Deus



08/03 - São João de Deus nasceu no dia 08 de março de 1495, em Montemor-o-Novo, Portugal. Fugiu de sua casa aos oito anos de idade e durante sua vida foi pastor, soldado, vaqueiro, pedreiro, mascate, enfermeiro, livreiro e santeiro. Conta-se que sua mãe morreu de tristeza e de saudade do filho desaparecido, e que seu pai se fez monge. Viajou por toda a Europa, e quando retornou, em 1538 montou uma livraria em Granada, Espanha.

Neste mesmo ano, São João d'Ávila também estava em Granada pregando o Evangelho e São João de Deus teve a oportunidade de ouvi-lo pregar. Impressionado com o sermão sobre o mártir São Sebastião começou a gritar pedindo perdão e misericórdia a Deus pelos seus pecados, e decidiu vender tudo o que possuía.

Ficou conhecido como louco, pois andava maltrapilho, e vagava pelas ruas, batendo no peito e confessando seus pecados. Levaram-no à presença de São João d'Avila, que o encaminhou a um hospício da redondeza aconselhando-o a dedicar-se as coisas de Deus. Sua melhora foi logo notada.Conseguiu sair do hospício em 1539, passando então a ajudar aos outros doentes do hospício dedicando totalmente sua vida aos desvalidos como enfermeiro. Fundou vários hospitais, onde os doentes eram tratados como seres humanos e como filhos de Deus. Juntaram-se a ele, colaboradores que deram origem aos irmãos dos Enfermos.

Em 1549 contraiu uma grave doença que escondeu dos médicos com medo que não o deixassem mais trabalhar até que foi descoberto quando já não conseguia mais esconder, mesmo assim só conseguia pensar em ajudar os outros. Morreu em 1550 no dia 08 de março, de joelhos a rezar. Leão XII e declarou "Patrono dos Hospitais".

quinta-feira, 7 de março de 2013

Santa Perpétua e Santa Felicidade



07/03 - Perpétua, uma jovem mãe de 22 anos, escreveu na prisão um diário de tudo o que aconteceu até a vigília do suplício. Ela nunca tinha visto lugar tão escuro e quente como aquele. Estavam juntos seis catecúmenos. Como estava também o catequista, eles puderam receber o batismo. Logo após foram todos decapitados na arena de Cartago, no dia 7 de março de 203. Felicidade estava grávida com esperança de logo ser mãe para se unir aos outros mártires. Dois dias antes do martírio teve um parto muito doloroso. Um soldado escarnecia dela por causa das dores do parto: “Você está se lamentando agora, e quando as feras a estiverem mordendo?” Ela respondeu cheia de fé: “Agora sou eu que estou sofrendo, mas no martírio será Cristo que sofrerá por mim.”

Ser cristão naquele tempo de sangue e de fé era um risco contínuo de vida. A qualquer momento podia terminar a vida num circo enfrentando as feras para divertir o povo. Perpétua tinha um filhinho de colo. O pai dela, pagão, suplicava-lhe, se humilhava, recordava-lhe os deveres para com a tenra criatura. Bastava uma palavra contra a fé cristã e ela estaria de volta no meio da família. Perpétua, embora soluçando, repetia: “Não posso, sou cristã.”

As lembranças e anotações escritas por Perpétua formam um livro com o título: Paixão de Perpétua e Felicidade. Tertuliano teria completado depois a narração do holocausto das duas santas. A delícia daquelas páginas encheu de admiração e de emoção inúmeras pessoas. Grande parte do drama tem uma vivência interior, através da extrema sensibilidade feminina, pela narração viva e clara de Perpétua. Ela realça aquelas particularidades que o melhor panegirista esquece ou deixa de lado. Por isso Perpétua foi solicitada pelos irmãos e companheiros de fé e de martírio para deixar um testemunho escrito para que servisse de edificação para todos os cristãos.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Santa Inês de Praga



06/03 - Inês, filha de Premislau I, rei da Boemia, atual República Tcheca, e da rainha Constancia da Hungria, nasceu em Praga no ano 1205. Devido a sua condição real, desde a infância sua vontade nunca pode ser considerada, sendo condicionada a projetos de matrimônios, conforme as necessidades políticas ou econômicas do reinado.

Aos três anos foi entregue aos cuidados da abadessa Edwiges, mais tarde Santa, que a acolheu no seu mosteiro cisterciense e lhe ensinou os primeiros fundamentos da fé cristã. Voltou para Praga com seis anos, onde foi para outro mosteiro para receber instrução e ser preparada para as funções da realeza. Em 1220, prometida em casamento a Henrique VII, duque da Áustria e filho do imperador Frederico II, ela foi para esta corte, aonde viveu durante cinco anos, mantendo-se sempre fiel aos deveres da vida cristã.

Inês voltou para Praga, pois os soberanos romperam o pacto do matrimônio, passando a viver mais intensamente para as orações e as obras de caridade; após uma profunda reflexão decidiu consagrar a Deus sua virgindade. Entretanto, outras alianças de casamento foram propostas a ela, sendo constrangida a ter de aceitar uma delas.

Mas, o Papa Gregório IX, a quem havia pedido proteção, interveio reconhecendo a intenção de sua virgindade. Desde então, Inês adquiriu para sempre a liberdade e a felicidade se tornar esposa de Jesus Cristo.

Através dos Irmãos Menores de São Francisco, que iam a Praga como evangelizadores itinerantes, conheceu a vida espiritual que levava em Assis a virgem Clara, segundo o espírito de São Francisco. Ficou fascinada e decidiu seguir seu exemplo. Com seus próprios bens, fundou em Praga, o hospital de São Francisco e um mosteiro masculino, para que fossem dirigidos por eles. Em 1236, pode ingressar no Mosteiro das Clarissas de São Salvador de Praga, fundado por ela mesma, juntamente com cinco irmãs enviadas por Clara direto do seu mosteiro, em Assis. Em obediência ao Papa Gregório IX, Inês aceitou ser a abadessa, função que exerceu até morrer.

Inês manteve uma relação epistolar profunda com Clara de Assis, que lhe consagrou singular amizade chamando-a de "metade de minha alma", tamanha era a afinidade espiritual que possuíam. Da inúmera correspondência trocada, sobre assuntos de perfeição seráfica, ainda se conservam quatro delas.

Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres, fundando para eles um outro hospital, este entregue à direção das Clarissas. Assumiu a mais absoluta pobreza, renunciando às rendas e vivendo de esmolas e doações. Os dons da cura e da profecia lhe foram acrescentados pelo Espírito Santo, em conseqüência de sua evolução e purificação espiritual.

A fama se sua santidade era muito forte, quando faleceu em Praga, no dia 6 de março de 1283. Está sepultada na Capela do seu mosteiro em Praga, hoje dedicado à ela. O culto à Inês de Praga, foi reconhecido em 1874. O Papa João Paulo II a canonizou em 1989 e a declarou Padroeira da cidade de Praga.

terça-feira, 5 de março de 2013

São Teófilo



05/03 - Para chegar a data padrão da comemoração da Ressurreição do Senhor, foram necessários muitos estudos. Um dos responsáveis para que a data não se confundisse com comemorações de outras religiões foi Teófilo, o bispo da Cesaréia, na Palestina.

Essa informação nos foi passada através de outro bispo da Cesaréia, Eusébio, que relatou na sua História Eclesiástica, no século V, ter sido Teófilo um dos mais influentes e importantes representante daquela diocese cristã oriental.

Nessa época, primeiros tempos do cristianismo, eram muitas as igrejas antigas da Ásia que ainda comemoravam a Páscoa como os judeus, onde no primeiro dia da primeira lua cheia de março imolavam seus cordeiros, para ofertarem à Deus. Contudo, para o catolicismo, a Páscoa deveria marcar apenas o mistério da Ressurreição do Senhor.

Foi aí que o bispo Teófilo interferiu com toda a força e autoridade, pois tinha sido contemporâneo dos primeiros Apóstolos e deles recebera a indicação da data correta. Mantendo sua fidelidade ao Papa Vitor I, organizou um sínodo na Palestina, com os mais respeitados bispos e cléricos, para tratarem a delicada e importante questão. Todos ouviram suas explicações e sua posição foi aceita e oficializada num documento chamado: carta sinodal.

Em seguida, a carta foi enviada para todas as dioceses, especialmente as orientais, que ainda não cumpriam a determinação da Igreja de Roma. Essa atitude possibilitou a uniformidade da festa da Páscoa da Ressurreição em todo o mundo cristão, colocando um ponto final nessa questão doutrinal, conforme a Igreja pretendia.

Concluímos que de fato sua intervenção foi grande e decisiva, pois até os nossos dias a Festa Pascal em nada foi alterada. Depois disso, Teófilo retornou à sua diocese, para continuar sua missão pastoral. Trabalhou com igual zelo junto aos ricos e pobres, mantendo firme autoridade contra os hereges da genuína doutrina de Cristo e total fidelidade à Igreja de Roma. A comunidade o amava mais como um pai, amigo e conselheiro, do que uma autoridade eclesiástica.

Por sua sabedoria, integridade de vida e contribuição à Igreja sua festa litúrgica foi introduzida no Martirológio Romano no dia de sua morte, em 05 de março.