quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

São Sabas



05/12 - Sabas é o fundador da chamada Grande Laura ao lado do vale de Cedron, as portas de Jerusalém. Nasceu em Mutalasca, perto de Cesaréia de Capadócia, em 439. Após ter passado alguns anos no mosteiro da sua cidade, em 457 passou ao de Jerusalém, fundado por Passarião, que não julgou todavia condizente com suas aspirações. Mas ao contrário de muitos monges, que abandonavam o próprio convento para correr as cidades grandes, antes que viver uma vida edificante, Sabas, desejoso de solidão, durante uma estrada em Alexandria pediu e obteve a licença de retirar-se para uma gruta, comprometendo-se a voltar todos os sábados e domingos para fazer vida comum no mosteiro.

Cinco anos mais tarde, em 478, voltando a Jerusalém, fixou o seu domicílio no vale do Cedron, em uma gruta inacessível, aonde só por meio de cordas se chegava. Aquela escadinha (de cordas), ao que parece, revelou seu esconderijo a outros monges, desejosos como ele de solidão, e em breve, como um enxame, as grutas inóspitas, na parede rochosa, povoaram-se de solitários mas não ociosos habitantes.

Nascia assim a Grande Laura, isto é, um dos mais originais mosteiros da antigüidade cristã. Sabas, com grande paciência e ao mesmo tempo com indiscutivel autoridade, governou aquele crescente exército de eremitas organizando-o segundo as regras de vida cenobita, já fixada por são Pacômio, um século antes. Para que a autoridade do santo abade tivesse um ponto de referência na autoridade do bispo, o patriarca de Jerusalém ordenou-o sacerdote em 491. Sabas, não obstante a predileção pelo absoluto isolamento do mundo, não se subtraiu as suas tarefas sacerdotais. Fundou outros mosteiros, entre os quais um Emaús e tomou parte ativa na luta contra os monofisitas, chegando a ponto de mobilizar seus monges numa expedição para opor-se ao estabelecimento de um bispo herege, enviado a Jerusalém pelo imperador Anastácio.

Diante do imperador de Constantinopla, são Sabas encenou uma verdadeira representação de mímicas para mostrar com a evidência da imagem coreográfica as tristes condições do povo palestino oprimido por pesadas taxas e, em particular, por uma taxa que atingia os pequenos comerciantes. Quando morreu, a 5 de dezembro de 532, toda a região quis honrá-lo com esplêndidos funerais. Em Roma, no século VII, surgiram sobre o Aventino, por meio de monges gregos, um mosteiro e uma basílica a ele dedicados, que deram nome a todo o bairro.

Fonte: http://www.cleofas.com.br/

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Santa Bárbara


04/12 - Santa Bárbara nasceu provavelmente em Nicomédia, na Ásia Menor, pertencendo a uma família de certa posição social. Às ocultas dos pais, fanáticos pagãos, conseguiu instruir-se na religião cristã.

Devia ter tido especiais dotes de beleza e inteligência, porque seu pai, Dióscoro, depositava nela as mais radiosas esperanças em vista de um casamento honroso. Mas Bárbara apresentava indiferença às solicitações do pai, até que este descobriu sua condição de cristã. Ficou, então, furioso e seu amor paterno se transformou em ódio desumano. Ameaçou-a com torturas e, finalmente, denunciou-a ao prefeito da província, Martiniano.

O coração da Jovem Bárbara sentia-se dilacerado entre amores opostos: o dos pais de uma parte e o de Cristo, amor supremo, de outra. Verificou-se nela a palavra do Divino Mestre: "Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, e os inimigos do homem serão as pessoas da própria casa" (Mt10,34-36).

Bárbara suportou o processo com firmeza e altivez cristã, protestando sua fidelidade a Cristo, a quem tinha consagrado sua virgindade. Era o tempo do imperador Maximiano, nos primeiros anos do século IV. O juiz, vendo a obstinação da jovem cristã em professar a fé, mandou aplicar-lhe cruéis torturas, mas suas feridas sempre apareciam curadas. Pronunciou, então, sua sentença de morte.

O próprio pai, Dióscoro, furioso em seu cego paganismo, decepcionado em seus interesses, num excesso de barbárie, prontificou-se para executar a sentença: atirou-se contra a filha, que se colocou de joelhos em atitude de oração, e lhe decepou a cabeça. Logo após ter praticado seu hediondo crime, desencadeou-se formidável tempestade e o pai, atingido por um raio, caiu morto.

O culto de veneração desta santa do Oriente passou para o Ocidente, sobretudo, Roma, onde desde o século VII se multiplicaram as igrejas e oratórios dedicados a seu nome.

Esta santa é invocada, sobretudo, como protetora contra a morte trágica e contra os perigos de explosões, de raios e tempestades. Na iconografia cristã Santa Bárbara é geralmente apresentada como uma virgem, alta, majestosa, com uma palma significando o martírio, um cálice como símbolo de sua proteção em favor dos moribundos e ao lado uma espada, instrumento de sua morte.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

São Francisco Xavier



03/12 - A Papa Pio X nomeou a São Francisco Xavier como Patrono de todos os missionários porque foi sem dúvida um dos maiores missionários que existiram, sendo chamado com justa razão o "gigante da história das missões".


São Francisco começou a ser missionário aos 35 anos e morreu com apenas 46. Em onze anos percorreu a Índia (país imenso), o Japão e vários países mais. Seu desejo de ir ao Japão era tão grande que exclamava: "se não consigo navio, irei nadando". Foi um verdadeiro herói missionário.


O santo nasceu perto de Pamplona (Espanha) no castelo de Xavier, no ano 1506. Foi enviado a estudar a Universidade de Paris, e estando ali conheceu Santo Ignácio de Loyola com quem estabeleceu uma sólida e bonita amizade. Santo Ignácio lhe repetia constantemente a famosa frase do Jesus Cristo: "Do que serve a um homem ganhar o mundo inteiro, se perder a si mesmo?" E foi justamente esta amizade e as freqüentes conversas e intensas orações o que transformou por completo a São Francisco Xavier, quem foi um dos sete primeiros religiosos com os quais Santo Ignácio fundou a Companhia de Jesus ou Comunidade de Padres Jesuítas.


Seu grande desejo era poder ser missionário e converter a grande nação chinesa. Mas nesse lugar estava proibida a entrada aos brancos da Europa. Ao fim conseguiu que o capitão de um navio o levasse a ilha deserta de São Cian, a 100 quilômetros de Hong - Kong, mas ali o deixaram abandonado, adoeceu-se e consumido pela febre, morreu em 3 de dezembro de 1552, pronunciando o nome do Jesus, a idade de 46 anos.


Anos mais tarde, seus companheiros da congregação quiseram levar seus restos a Goa, e encontraram seu corpo incorrupto, conservando-se assim até nossos dias. São Francisco Xavier foi declarado santo pelo Sumo Pontífice em 1622 junto com a Santa Teresa, Santo Ignácio, São Felipe e São Isidro.



domingo, 2 de dezembro de 2012

Santa Bibiana ou Viviana



02/12 - Na época em que Roma estava sob o poder o imperador Juliano, "o Apóstata", aconteceu um dos últimos surtos de perseguição fatal aos cristãos, entre 361 e 363. O tirano, que já tinha renegado seu batismo e abandonado a religião, passou a lutar pela extinção completa do cristianismo.

Começou substituindo todos os cristãos que ocupavam empregos civis por pagãos, tentando colocar os primeiros no esquecimento. Mas não parou por aí. Os mais populares e os mais perseverantes eram humilhados, torturados e, por fim, mortos.

No ano 363, a família de Bibiana foi executada na sua presença, porque não renunciou à fé cristã. Flaviano, seu pai, morreu com uma marca na testa que o identificava como escravo. Defrosa, sua mãe foi decapitada. Ela e a irmã Demétria, antes, foram levadas para a prisão.

A primeira a morrer foi Demétria, que perseverou na fé após severos suplícios na presença da irmã. Por último, foi o martírio de Bibiana, para a qual, conforme a antiga tradição, o governador local usou outra tática. Foi levada a um bordel de luxo para abandonar a religião ou ser prostituída. Mas os homens não conseguiam aproveitar-se de sua beleza, pois a um simples toque eram tomados por um surto de loucura. Bibiana, então, foi transferida para um asilo de loucos e lá ocorreu o inverso, os doentes eram curados.

Sem renegar Cristo, foi entregue aos carrascos para ser chicoteada até a morte e o corpo jogado aos cães selvagens. Outro prodígio aconteceu nesse instante, pois os cães não o tocaram. Ao contrário, mantiveram uma distância respeitosa do corpo da mártir. Os seus restos, então, foram recolhidos pelos demais cristãos e enterrados ao lado dos familiares, num túmulo construído no monte Esquilino, em Roma.

Finalmente, a perseguição sangrenta acabou. A história do seu martírio ganhou uma devoção dos fieis. Santa Bibiana passou a ser invocada contra os males de cabeça e as doenças mentais e a epilepsia. Seu túmulo tornou-se meta de peregrinação e o seu bonito nome escolhido na hora do batismo. Também a conhecida variação, não menos bela, de Viviana se tornou popular na cristandade.

A veneração era tão intensa que o papa Simplício mandou construir sob sua sepultura uma pequena igreja dedicada a ela, no ano 407. O culto ganhou um reforço maior ainda quando, por volta de 1625, foi erguida sob as ruínas da antiga igreja uma basílica. Nela, as relíquias de santa Bibiana se encontram guardadas debaixo do altar-mor.

Além de ser uma das padroeiras da belíssima cidade de Sevilha, na Espanha, santa Bibiana é, também, padroeira da diocese de Los Angeles, nos Estados Unidos. É celebrada no dia 2 de dezembro, considerado o de sua morte pela fé em Cristo.

Fonte: http://www.cot.org.br/

sábado, 1 de dezembro de 2012

Santo Edmund Campion e Companheiros

01/12 -  A missão dos jesuítas na Inglaterra começou com a chegada de Edmund Campion. Era sacerdote jovem ainda quando foi martirizado. Foi o primeiro de um grupo de 10 santos mártires jesuítas, condenados e mortos à sombra dos “Decretos de Persuasão” de 1581, que declaravam crime de alta traição converter ou ser convertido à Fé Católica.

Faziam apostolado às escondidas e, quando presos, para ódio dos membros da Reforma, uns jesuítas formavam outros: as masmorras eram consideradas por eles um noviciado ideal para entrada na Companhia e no Céu. Em 1585, a Rainha Isabel I decretou a lei que condenava à morte qualquer jesuíta em seus domínios. Foram todos torturados, enforcados, arrastados e esquartejados, com exceção do Irmão Nicholas Owen, que morreu durante a tortura. Foram canonizados por Paulo VI em 1970.

“E pelo que diz respeito à Companhia de Jesus, é preciso que saibais que fizemos um pacto - todos os jesuítas do mundo, cujo número deve ultrapassar os cálculos da Inglaterra – de levar com alegria as cruzes que puserdes sobre nós e de nunca desesperar da vossa conversão, enquanto tivermos um só homem para ser despedaçado nos vossos suplícios ou definhar e morrer nas vossas masmorras. O custo está calculado, a empresa começou; é de Deus e é impossível resistir. Assim foi implantada a fé e assim tem que ser restaurada.”

Fonte: //hagiosdatrindade.blogspot.com.br



sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Santo André Apóstolo



30/11 - Os gregos chamam a este ousado apóstolo "Protókletos", que significa: o primeiro chamado. Ele foi um dos afortunados que viram Jesus na verde planície de Jericó. Ele passava. O Baptista indicou-o com o dedo de Precursor e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André e João foram atrás d'Ele. Não se atreveram a falar-Lhe até que Jesus se virou para trás e perguntou: "Que procurais?" - Mestre, onde habitas? - "Vinde e vede". A Igreja deve muito a Santo André. Terá sido martirizado numa cruz em forma de aspa ou X, que é conhecida pelo nome de cruz de Santo André.

André foi o primeiro a reconhecer o Senhor como seu mestre... O seu olhar percebeu a vinda do Senhor e deixou os ensinamentos de João Baptista para entrar na escola de Cristo... João Baptista tinha dito: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29). Eis aquele que liberta da morte; eis aquele que destrói o pecado. Eu sou enviado, não como o esposo, mas como quem o acompanha (Jo 3,29). Vim como servo e não como mestre. Levado por estas palavras, André deixa o seu antigo mestre e corre para quem ele anunciava..., levando consigo João, o evangelista. Ambos deixam a lâmpada (Jo 5,35) e caminham para o Sol... Tendo reconhecido o profeta de quem Moisés dissera: "É a Ele que escutareis" (Dt 18,15), André conduz até ele o seu irmão Pedro. Mostra a Pedro o seu tesouro: "Encontramos o Messias (Jo 1,41), aquele que desejávamos; vem agora saborear a sua presença". Ainda antes de ser apóstolo, conduz a Cristo o irmão... Foi o seu primeiro milagre.

Após Pentecostes, Santo André foi pregar na Trácia, na Macedônia, na Grécia e na Ásia Menor. Foi também o pregador do Evangelho em Bizâncio. As numerosas conversões que obteve suscitaram o furor dos idólatras, que o acusaram e o levaram ao tribunal de Egea, pró-consul da cidade de Patrás, na Criméia. Obrigado a sacrificar oferendas aos deuses e tendo-se recusado, foi condenado a morrer crucificado. Durante sua lenta agonia exortava à verdadeira fé a multidão que o rodeava. E assim, com humildade e alegria, entregou seu espírito ao Senhor.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

São Saturnino de Toulouse



29/11 - De origem grega, Santo Saturnino é uma das devoções mais populares na França e na Espanha. A confirmação de sua vida emergiu junto com a descoberta de importantes escritos do cristianismo produzidos entre os anos 430 e 450. Conhecidos como a "Paixão de Saturnino" trouxeram dados enriquecedores sobre a primitiva Igreja de Cristo, na Gália, futura França.

Esses documentos apontam Saturnino como primeiro Bispo de Toulouse nos anos 250, sob o consulado de Décio. Era uma época em que a Igreja, nessa região, contava com poucas comunidades cristãs. Estava desorganizada desde 177, com o grande massacre dos mártires de Lion. O número de fiéis diminuía sempre mais, enquanto nos dos templos pagãos as filas para prestar sacrifícios aos deuses, parecia aumentar.

O relato continua dizendo que, Saturnino após uma peregrinação pela Terra Santa, iniciara a sua missão de evangelização no Egito, onde converteu um bom número de pagãos. Foi então para Roma e, fazendo uma longa viagem por vales e montanhas, atingiu a Gália.

Por onde andou, pregava com tanto fervor convertendo quase todos os habiantes que encontrava ao critianismo. Consta que ele ordenou o futuro Santo Honesto e juntos foram para a Espanha, onde teria também batizado o agora Santo Firmino. Depois regressou para Toulouse, mas antes consagrou o primeiro como Bispo de Pamplona e o segundo para assumir a diocese de Ameins.

Saturnino se fixou em Toulouse e logo foi consagrado como seu primeiro Bispo. Embora houvesse um decreto do imperador proibindo e punindo com a morte quem participasse de missas ou mesmo de simples reuniões cristãs, Saturnino liderou os que o ignoravam. Continuou com o Santo Sacrifício da missa, a comunhão e a leitura do evangelho.

Assim, ele e outros quarenta e oito cristãos acabaram descobertos reunidos e celebrando a missa num domingo. Foram presos e julgados no Capitólio de Toulouse. O juiz ordenou que o Bispo Saturnino, uma autoridade da religião cristã, sacrificasse um touro em honra a Júpiter, deus pagão, para convencer os demais. Como se recusou, foi amarrado pelos pés ao pescoço do animal, que o arrastou pela escadaria do templo. Morreu com os membros esfacelados.

O seu corpo foi recolhido e sepultado por duas cristãs. No local, um século mais tarde, Santo Hilário construiu uma capela de madeira, que logo foi destruída. Mas as suas relíquias foram encontradas no século VI por um duque francês, que mandou então erguer a belíssima igreja dedicada à ele, chamada em francês de Saint Sernin du Taur, que existe até hoje com o nome de Nossa Senhora de Taur. O culto ao mártir Santo Saturnino, Bispo de Toulouse, foi confirmado e mantido em 29 de novembro, pela Igreja.

Fonte: http://www.matrizsaofrancisco.com.br/

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

São Tiago de Marca



28/11 - Sobre este santo, cujo nome está unido ao de são Bernardino de Sena e de são João de Capistrano, que foi seu companheiro nas peregrinações apostólicas por toda a Europa, possuímos muitas notícias, referidas em parte por ele mesmo e em parte pelo humilde irmão leigo, Venâncio de Fabriano, que desde 1463 esteve constantemente ao seu lado. Tiago de Marca, cujo nome no mundo era Domingos Cangali nasceu em Monteprandone (Ascoli Piceno) em 1394. Era ainda muito jovem quando perdeu o pai. Já aos sete anos era pastor, apascentava ovelhas. Apavorado pela obstinada presença de um estranho lobo, que mais tarde ele chamará de “Anjo de Deus e não lobo como parecia”, abandonando o rebanho fugiu para Offida e foi morar com um padre, parente seu.

Como na escola aprendia com facilidade, os irmãos deixaram-no estudar. Prosseguiu os estudos de direito civil em Perúgia. Tornou-se tabelião. Estabeleceu-se depois em Florença. Voltando a Marca, para resolver negócios familiares, parou em Assis, e aí após uma conversa com o prior de Santa Maria dos Anjos, decidiu entrar na família franciscana.

Sabemos também a data da sua profissão religiosa: 1º de agosto de 1416. Seis anos depois, com o sacerdócio, tornou-se pregador: “Em 1422, na festa de santo Antônio de Pádua comecei a pregar em são Miniato de Florença”. Esta será a ocupação principal de sua vida, até a morte acontecida em 28 de novembro de 1476 em Nápoles.

Por mais de meio século percorreu a Europa oriental e centro-setentrional não só para pregar o nome de Jesus (tema constante de suas homílias, sob o exemplo do seu mestre, são Bernardino), mas também para cumprir delicadas missões por encargo dos papas Eugênio IV, Nicolau V e Calisto III.

Este grande comunicador parecia ficar num lugar somente o tempo suficiente para erigir um mosteiro novo ou para restabelecer a observância genuína da regra franciscana nos conventos já existentes. Os últimos dezoito anos da vida passou-os quase inteiramente pregando nas regiões italianas. Encontrava-se em Áquila na morte de são Bernardino de Sena, em 1444, e seis anos depois pôde presenciar em Roma a canonização solene do mesmo. Seguia-o devotamente frei Venâncio, pelo qual sabemos que durante uma missão pregada na Lombardia, foi feita a frei Tiago de Marca a proposta de eleição para bispo de Milão que o humilde frade recusou. Frei Venâncio, após a morte do mestre, escreveu uma obra na qual conta muitos milagres operados por ele durante a vida e depois da morte.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

São Bernardino de Fossa

27/11 - Bernardino Amici, pregador e escritor franciscano, nasceu em 1420 em Fossa, perto de Áquila. Em Perúsia, onde se tinha formado em direito, ingressou nos frades menores em 1445. Viveu em vários conventos da Úmbria e dos Abruzos, mas a residência mais habitual foi em Áquila. Por três triênios o elegeram para ministro provincial da sua província, e também foi procurador geral da ordem na cúria romana. Tomou parte em vários capítulos gerais realizados em Áquila, Assis, Milão, Roma e Mântua. Várias vezes recusou o bispado de Áquila.

Foi célebre pregador, em Itália e não só; deu brado uma quaresma que pregou na Dalmácia em 1465. Nos últimos anos da vida divulgou alguns escritos seus de caráter teológico e histórico, mas a maior parte das suas obras ficou inédita.

Como filho fiel do seráfico pobrezinho e ardente ministro de Cristo, propôs-se seguir o trilho de São Bernardino de Sena, a quem várias vezes ouvira pregar e por quem ficara fascinado, em especial quando em 1438 ele pregou em Áquila sobre a Assunção de Maria em corpo e alma ao céu. A multidão imensa no meio da qual se encontrava Bernardino viu brilhar no céu uma estrela luminosa cujo esplendor superava o do sol.

De São Bernardino de Sena copiou o nosso frei Bernardino o espírito de fé e de recolhimento, a prudência, a humildade, a modéstia, o zelo ardente pela glória de Deus. Por isso o vemos a calcorrear cidades e mais cidades a pregar a palavra de Deus, suscitando por toda a parte o entusiasmo e obtendo numerosas conversões.

Durante oito meses esteve prostrado de cama, atormentado por terríveis sofrimentos, suportados como exemplar resignação. Até que um dia lhe apareceu o seu patrono São Bernardino de Sena, que lhe obteve do Senhor a cura completa.

Liberto dos compromissos que a ordem lhe confiara, regressou aos Abruzos e prosseguiu as lides apostólicas com renovado fervor. Fundou novos conventos, entre eles o de Santo Ângelo de Ocre na sua região natal, onde decidiu viver até avançada idade. Aos 83 anos, esgotado pelos trabalhos apostólicos e pela austeridade de vida, retirou-se ao convento de São Julião próximo de Áquila, a preparar-se para o encontro com a irmã morte, que sobreveio no dia 27 de novembro de 1503. Foi um digno filho de São Francisco e fiel imitador de São Bernardino de Sena, e Deus não deixou de avalizar a sua santidade com o dom dos milagres.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

São Leonardo de Porto Maurício


26/11 - Paulo Jerônimo nasceu no ano 1676, em Porto Maurício, atual Impéria, Itália. Filho do capitão da marinha Domingos Casanova ficou órfão ainda muito pequeno. Foi então levado à Roma para concluir os estudos no Colégio Romano. Depois foi para o Retiro de São Boaventura onde entrou para a Ordem franciscana e vestiu o hábito tomando o nome de Frei Leonardo.

Atuou como sacerdote a maior parte da vida em Florença. Era um empolgante pregador, principalmente quando escolhia como tema a paixão de Cristo. Percorreu toda a Itália exercendo esse ministério e com isso, escreveu muitas obras de grande valor para os pregadores e para os fiéis. Santo Afonso de Ligório, seu contemporâneo, dizia que ele era o maior missionário daquele século. O Papa também usou para a Igreja os dons de Leonardo, quando o enviou para uma delicada missão na ilha de Córsega. Tinha que restabelecer a concórdia entre os cidadãos. Apesar das graves divisões entre eles, ele conseguiu um inacreditável abraço de paz.

Também é considerado o salvador do Coliseu, ao promover pela primeira vez a liturgia da Via-Sacra, naquele local que definiu como santificado, pelos martírios dos cristãos. Por esse motivo, a interpretação da Paixão de Cristo foi reproduzida no jubileu de 1750, no Coliseu, cujas ruínas eram dilapidadas e suas pedras arrancadas para servirem em outras construções. A celebração da Via-Sacra em seu interior se tornou tradição e a histórica construção passou a ser preservada. A tradição permanece, pois até hoje o próprio pontífice, toda Sexta-feira da Paixão, faz a Via-Sacra no Coliseu, em Roma.

Frei Leonardo era também muito devoto de Nossa Senhora e queria que a Igreja assumisse o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Lutou muito pelas suas idéias doutrinais e convenceu o Papa Bento XIV que era necessário convocar um Concílio para discutir o assunto e depois proclamar esse dogma.

Não viu este dia, mas deixou uma célebre carta profética, onde previa que isso iria acontecer, como de fato ocorreu, em 1854. Frei Leonardo morreu em 1751 no seu querido Retiro de São Boaventura de Palatino, Roma. Nessa ocasião tal era sua fama de santidade que o próprio Papa Bento XIV foi ajoelhar-se diante de seu corpo.

Papa Pio XI o declarou padroeiro dos sacerdotes que se consagram às missões populares no mundo. Santo Leonardo de Porto Maurício é celebrado no dia de sua morte, também como padroeiro da sua cidade de origem, atual Impéria.

domingo, 25 de novembro de 2012

Santa Catarina de Alexandria



25/11 - Santa Catarina nasceu em Alexandria, cidade principal do Egito. Era filha de uma ilustre família da antiga nobreza, descendente, em linhagem direta dos reis e governadores do país. Possuía inúmeros dons, tanto físicos como morais e era dotada de uma inteligência clara e brilhante. Dois sábios de Alexandria foram os seus mestres e, tão rápidos foram seus progressos, que aos treze anos era mestra nas sete artes livres: eloqüência, poesia, música, arquitetura, escultura, plástica e coreografia.


Quando seu pai, reis Costus, faleceu, Catarina retirou-se com sua mãe Sabinela para as montanhas da Cilicia onde travou conhecimento com Ananias, velho sacerdote, amável e comunicativo. Ananis transmitiu a Catarina os mistérios da religião Cristã. Querendo, porém, convencer-se também interiormente das verdades do cristianismo, não submeteu logo seu entendimento ao jugo da Cruz.

Sua mãe que já era cristã, empenhava-se em trazer a filha para a Igreja e procurava um esposo que fosse digno da filha. Esta, porém, não achou nenhum pretendente de seu agrado.


Um sonho significativo que tiveram mãe e filha, foi o meio empregado por Deus para chamar Catarina à verdadeira fé. Desejosa de conseguir aquilo que o sonho lhe prometera, instruiu-se nas verdades da religião cristã. Suficientemente preparada, recebeu Catarina o santo batismo. Confiaram o reino a um governador e voltaram para Alexandria.


Com a morte da mãe, Catarina procurou relações de amizade com servos e servas de Deus e transformou sua residência em lar cristão. Progrediu tão rapidamente na ciência divina que, dentro em pouco, era mestra na ciência da fé. Tendo apenas dezoito anos, em discussões públicas, confundiu os maiores filósofos da cidade natal.


O imperador Maximiano havia decretado uma perseguição aos cristãos e sua doutrina. Tendo conhecimento do grande preparo de Catarina, prometeu um prêmio ao filósofo que conseguisse afastar a jovem da religião cristã. Numa discussão pública, para a qual Catarina foi convidada, tudo fizeram para desorientá-la. Ela, porém, iluminada pelo Espírito Santo, respondeu-lhes com tanta clareza e sabedoria, que os próprios filósofos abandonaram o erro.


O imperador, surpreendido pelo êxito inesperado da discussão, procurou, por todos os meios, arrancar Catarina do cristianismo. Adulações e promessas de fazê-la imperatriz, foi tudo em vão.


Com soberano desdém, a donzela repeliu as ofertas de Maximiano. Cheio de raiva, o monarca empregou, então, a violência e a crueldade. A jovem foi lançada em um cárcere escuro, onde ficou doze dias. Quando saiu de lá era mais linda e deslumbrante que nunca. Como nada fosse capaz de obrigá-la a renunciar a fé, Catarina foi entregue aos algozes. Condenada ao martírio da roda, no momento, em que ia ser estendida sobre ela, fez Catarina o sinal da cruz e esta se despedaçou imediatamente. Este milagre fez com que o povo rendesse louvor ao Deus dos cristãos e a própria imperatriz confessasse a sua fé no Filho de Deus. Cada vez mais irritado e enfurecido, Maximiano percebendo que promessas, ameaças, súplicas, adulações não conseguira fazê-la apostatar, pronunciou a sentença de morte e mandou levá-la ao lugar do suplício. Após uma oração de louvor, agradecimento e súplica ao verdadeiro Deus, foi Catarina decapitada.


Seu corpo foi levado ao Monte Sinai, onde a sepultaram. Mais tarde, sobre sua sepultura foi construído um convento, que ainda hoje existe, e é habitado por monges gregos.


Santa Catarina de Alexandria, por seu grande saber, é padroeira dos estudantes, filósofos e advogados; por sua virgindade intata, de jovens e donzelas; para nós, Irmãs de Santa Catarina, o modelo e guia no caminho que nos conduz.



sábado, 24 de novembro de 2012

Beata Ana Maria Sala

24/11 - Nasceu em Brívio, Itália, em 21/4/1829, o quarto entre 8 filhos, de pais profundamente cristãos e de elevadas condições económicas. Pela sua brilhante inteligência boa disposição para os estudos, com 11 anos foi internada num colégio das irmãs Marcelinas, em Milão, de recente fundação. Em 1846 obteve o diploma de 1º grau e voltou para a família, onde foi o anjo consolador dos seus caros, sobretudo por ocasião de uma doença da mãe e um colapso financeiro do pai. Nesse intervalo se prodigalizava no apostolado entre as crianças da paróquia, os doentes e os carentes. Depois para entrar no nascente Instituto das irmãs Marcelinas, fundado pelo sacerdote Luís Biraghi (1801-1879) em 1848 na casa de Vimercate.

Sua índole equilibrada se adaptava muito bem à vida mista querida pela regra do instituto: intensa vida interior e férvida acção apostólica entre as alunas. Em 1852 pronunciou os votos perpétuos na primeira profissão pública das Marcelina. Foi em segunda enviada como professora de 1º grau e de música a vários lugares. Em 1859 foi escolhida para a assistência aos feridos na guerra de independência da Itália no hospital militar de São Lucas. Em 1865 superou os difíceis exames exigidos pelo novo governo italiano. Brilharam então sua inteligência e cultura. Em 1878, deixando Génova, onde tinha passado 9 anos num apostolado eficaz, voltou para Milão como assistente e professora nos cursos superiores, aí permanecendo até a data de sua morte. Um doloroso carcinoma na garganta não a fez diminuir a intensa actividade nos múltiplos encargos. Morreu em 24 de novembro de 1891, circundada pela fama de santidade e deixando copiosos frutos no seu apostolado. Foi professora da mãe de Paulo VI.

Fonte: //alexandrina.balasar.free.fr

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

São Columbano


23/11 - São Columbano desde tenra idade mostrou clara inclinação para a vida consagrada. Tendo abraçado a vida monástica, partiu para a França, onde fundou muitos mosteiros que governou com austera disciplina. Ao sair da Irlanda em companhia do monge e Santo Gall, percorreu a Europa Ocidental. Algumas vezes era rechaçado, outras acolhido. Deixou rastro de fundação de mosteiros e abadias, dos quais resultaram em resplendor cultural e religioso dignos de toda loa. Esses mosteiros foram o foco da cultura cristã francesa na época.

Seu estilo de vida foi austero e assim o exigia aos monges. Graças a isso, a Igreja enumera como seus contemporâneos grandes santos que formaram-se na escola doutrinária de São Columbano. O mosteiro mais célebre foi o de Luxeuil, ao que confluíram francos e gauleses. Foi durante séculos o centro da vida monástica mais importante em todo o Ocidente.

Enfrentou, no ínício do século VII fortes perseguições na França e por isso, no ano de 610 teve de sair do país em decorrência das investidas da soberana, a então rainha Brunehaut, que teve o ego ferido porque o santo abade lancara-lhe em rosto todos os seus vícios e crimes.

Pensou em retornar à Irlanda, mas acabou permanecendo em Nantes. Lá também teve que fugir aos Alpes até que finalmente encontrou acolhida e refúgio seguro em Bobbio, situada ao norte da Itália, na região da Emilia Romana, província de Piacenza. Lá fundou seu último mosteiro e nele morreu no ano de 615. A regra monástica original que deu a seus monges serviu de referência e influenciou sobremaneira toda a Europa por mais de dois séculos. Muitos povos, regiões e lugares estão sob sua proteção e o invocam como padroreiro.

Nos quatro últimos anos de sua vida, experimentou certa tranqülidade, já que o rei Aguilulfo lhe concedeu tratamento digno e respeitoso.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Santa Cecília



22/11 - Segundo a Paixão de Santa Cecília, escrita no século V, Cecília seria da nobre família romana dos Metelos, filha de senador romano e cristã desde a infância.

Os pais de Cecília, sem que a filha soubesse, prometeram-na em casamento a um jovem patrício romano, chamado Valeriano. Se bem que tivesse alegado os motivos que a levavam a não aceitar este contrato, a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia.

Da alegria geral que estampava nos rostos de todos, só Cecília fazia exceção. A túnica dourada e alvejante peplo que vestia não deixavam adivinhar que por baixo existia o cilício, e no coração lhe reinasse a tristeza.

Estando só com o noivo, disse-lhe Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: “Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti”. A estas palavras, incompreensíveis para um pagão, Cecília fez seguir a declaração de ser cristã e obrigada por um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal.

Disse-lhe mais: que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano vivamente impressionado com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha passado e conseguiu que também este se tornasse cristão.

Turcius Almachius, prefeito de Roma, teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da formal recusa, foram condenados à morte e decapitados.

Também Cecília teve de comparecer na presença do irredutível juiz. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os sabia bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres. Almachius, mais tarde, cientificado deste fato, enfureceu-se extraordinariamente e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses.

De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldados da beleza da religião de Cristo, que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses.

Almachius, vendo novamente frustrado seu estratagema, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d’água. Cecília experimentou uma proteção divina extraordinária e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, a serva de Cristo nada sofreu. Segundo outros, a Santa foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa.

Almachius recorreu, então, à pena capital. Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar, dava bons e caridosos conselhos. Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte. Foi enterrada na Catacumba de São Calisto.

As diversas invasões dos godos e lombardos fizeram com que os Papas resolvessem a transladação de muitas relíquias de santos para igrejas de Roma. O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o jazigo.

Uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo foi encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado. O esquife foi achado em um ataúde de mármore e depositado no altar de Santa Cecília. Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo.

Em 1599, por ordem do Cardeal Sfondrati, foi aberto o túmulo de Santa Cecília e o corpo encontrado ainda na mesma posição descrita pelo papa Pascoal. O escultor Stefano Maderno que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore, em tamanho natural, a sua imagem.

A Igreja ocidental, como a oriental, tem grande veneração pela Mártir, cujo nome figura no cânon da santa Missa. O ofício de sua festa traz como antífona um tópico das atas do martírio de Santa Cecília, as quais afirmam que a Santa, nos festejos do casamento, ouvindo o som dos instrumentos musicais, teria elevado o coração a Deus nestas piedosas aspirações: “Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida”.

Desde o século XV, Santa Cecília é considerada padroeira da música sacra e dos músicos. Sua festa é celebrada no dia 22 de novembro, dia da música e dos músicos.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Santo Alberto de Louvain

21/11 - Tambem conhecido com Alberto de Brabant, nasceu em Monte César, Louvain em 1166, faleceu em 24 de novembro de 1192, culto d confirmado em 1613.

Alberto era filho do Duque Godfrey II de Brabant e sua esposa Margaret de Lomburg, foi criado para a vida religiosa no castelo que é hoje chamado de Mont-César. Com a idade de 12 anos foi feito cônego de Liége, mas renunciou aos benefícios quando atingiu a maioridade.

Com 21 anos ele foi convidado a ser cavaleiro de seu inimigo Conde Baldwin V de Brabant.

Quando o Legado Papal pregou uma cruzada em Liége alguns meses depois Alberto tomou a cruz e tornou-se cônego novamente. Ele nunca participou da cruzada, em vez disso foi promovido a Diretor de um Colégio. Notável pegador e conhecedor da escrituras, em 1191 com a idade de 25 anos, Alberto foi escolhido e eleito, por grande maioria do povo, Bispo de Liége vencendo Alberto de Rethel que era primo de Baldwin e tio da Imperatriz Constance. Sua eleição não era do interesse do Imperador Henry VI que favorecia o tio de sua esposa. Quando a causa foi decidida em Worms o imperador deu a Sé para Lothaire, o qual ele havia nomeado chanceler imperial pela quantia de 3000 marcos.

Para apelar a Roma Alberto viajou disfarçado para evitar ser interceptado pelos homens do imperador. O Papa Celestino III confirmou a sua eleição e Alberto retornou a Liége, mas encontrou Lothaire já intrometido em sua Sé e o Arcebispo Bruno de Colonha não estava desejoso de atrair a ira do imperador, consagrando Alberto. Neste meio tempo o Papa havia feito os contatos necessários com o Arcebispo Williande Rheims para consagrar Alberto. Isto foi feito em 29 de setembro de 1192.

Dez semanas após de sua consagração, Alberto foi morto por três cavaleiros do Rei quando ele estava visitando a Abadia de Saint-Remi, perto de Rheims. Ele foi enterrado com todas as honras de Bispo, na Catedral de Louvain.

Foi assassinado em 24 de novembro de 1192, culto confirmado em 1613.

Ele é muito confundido com São Thomas Becket, de Canterbury, cujo martírio foi muito semelhante. Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como um bispo com uma faca na sua cabeça, ou com três espadas no solo ao seu lado.

Sua festa é celebrada no dia 21 de novembro.


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Santos Otávio, Solutor e Aventor


No Martirológio Romano, na data de 20 de novembro, lemos: “São festejados em Turim os santos mártires Otávio, Solutor e Aventor, soldados da legião tebana, os quais sob o imperador Maximiano, combatendo valorosamente, foram coroados pelo martírio.” O inciso “combatendo valorosamente” refere-se evidentemente a sua declaração de serem cristãos, e portando a sua vontade de permanecerem fiéis a profissão de fé cristã, não obstante o clima de perseguição instaurado por Maximiano, o feroz colega do imperador Diocleciano. Não conhecemos porém com certeza em quais circunstâncias Otávio, Solutor e Aventor foram coroados com o martírio.

A própria informação de que eram soldados da legião tebana funda-se, na realidade, sobre uma paixão bastante tardia. Foi de fato entre 432-450 que foi redigida a paixão de são Maurício e companheiros, da qual depende a de Otávio, Solutor e Aventor. Parece até que fosse um costume bastante difundido naquela época considerar membros da legião tebana os mártires de sexo masculino dos quais se ignorasse tudo ou quase tudo. Dos nossos três santos, a paixão do século V narrava que tinham conseguido escapar do massacre geral de Agaunum, porém, a fuga teria sido descoberta e foram imediatamente seguidos.

A caçada terminou nas proximidades de Turim: Aventor e Otávio alcançados, foram trucidados no local. Solutor, talvez porque mais jovem e ferido levemente, conseguiu prosseguir na fuga. Chegando às margens de Dora Riparia, encontrou refúgio numa gruta de areia. Uma vez descoberto também foi decapitado bem no meio de um pantano. Uma piedosa cristã e matrona romana, Juliana, conseguiu recuperar o seu corpo, como já havia recuperado os corpos de Aventor e Otávio. Sepultados nas vizinhanças de Turim, construiu sobre os sepulcros uma das células oratórias, isto é, uma capelinha que mais tarde foi ampliada em basílica pelo bispo Vítor, no fim do século V.

Mais tarde o bispo Gesão renovou a basílica e incorporou-se a um mosteiro beneditino dedicado a são Solutor e que teve como primeiro abade um certo Romano, a quem sucedeu são Goslino (ou Goselino). Quando os franceses ordenaram a demolição do mosteiro em 1536, os corpos dos três mártires foram transferidos para a Consolata e finalmente em 1575 foi levantada a igreja dos mártires, que ainda hoje hospeda suas relíquias.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

São Roque Gonzales, Santo Afonso Rodrigues e São João del Castilho


19/11 - Missionários martirizados no sul do Brasil em novembro de 1628

Os Santos Mártires Roque, Afonso e João foram os primeiros evangelizadores nas terras do Sul do Brasil. O povo daquelas terras, que hoje fazem parte do estado do Rio Grande do Sul, e portanto do Brasil, nunca esqueceu a memória destes seus primeiros mártires, que semearam o evangelho com seu próprio sangue.

Estes três sacerdotes eram membros da ordem dos Jesuítas, exerceram o seu trabalho missionário junto aos índios Guaranis, no noroeste daquele estado brasileiro.

Pe. Roque Gonzales era filho de uma família de alta posição social de Assunção, Paraguai. Os padres Afonso Rodrigues e João de Castilho vieram como missionários da Espanha.

Depois de fundar numerosas comunidades cristãs, chamadas Reduções, entre os índios no Paraguai e região missioneira da Argentina, entraram em terras do atual Rio Grande do Sul, onde a 3 de maio de 1626 celebraram a primeira missa em terras gaúchas, na localidade de São Nicolau. Depois de dois anos e meio de intenso trabalho missionário, fundando cinco comunidades, ou reduções, foram mortos por um grupo de índios rebeldes à evangelização, liderados pelo cacique-pagé Nheçu. Pe. Roque Gonzales e Pe. Afonso Rodrigues foram mortos na recém fundada redução de Caaró, no dia 15 de novembro de 1628, e o Pe. João del Castilho dois dias mais tarde, em Assunção do Ijuí.

Um índio ainda catecúmeno que se opôs aos assassinos também foi trucidado junto aos missionários em Caaró: é Cacique Adauto, que um dia talvez poderá ter seu nome acrescentado aos dos nossos mártires canonizados.

Em Caaró, município de Caibaté, se encontra o principal Santuário de veneração dos Santos Mártires, visitado permanentemente por caravanas de romeiros. Ali se realiza cada ano uma grande romaria, no 3º domingo de novembro.

Aos 28 de janeiro de 1934 o Papa Pio XI beatificou os Missionários Mártires, e aos 16 de maio de 1988, em visita ao Paraguai, em Assunção, o Papa João Paulo II os canonizou, isto é, declarou Santos!

domingo, 18 de novembro de 2012

Santo Odo de Cluny

18/11 - A partir de meados do século X até o começo do século XII, a abadia de Cluny, na Borgonha, exerceu a mais poderosa influência sobre a vida monástica da Europa Ocidental e desempenhou um papel importante nos assuntos da vida religiosa, perdendo apenas para o próprio papado. Como centro e autoridade orientadora de uma ampla “reforma” monástica”, esta abadia exerceu sua influência sobre a vida e o espírito dos monges de S. Bento durante um período de tempo muito mais prolongado, e esta influência pode ser sentida ainda hoje em dia. Cluny deve sua força propulsora e suas realizações principalmente aos seus oito primeiros abades, dos quais S. Odo foi o segundo.

Ele foi educado na família de Fulk II, conde de Anjou, e posteriormente, na família de Guilherme, duque de Aquitânia, que fundou a abadia de Cluny. Com a idade de dezenove anos, Odo recebeu a tonsura e uma prebenda na igreja de S. Martinho, em Tours, e passou alguns anos estudando em Paris. Aí dedicava muito tempo ao estudo da música, entusiasmo esse que era compartilhado pelo seu mestre Remígio de Auxerre.

Certo dia, ao ler a Regra de S. Bento, Odo ficou chocado ao constatar quão longe estava a sua vida das regras da perfeição que nela estavam estabelecidas, e decidiu abraçar a vida monástica. Algum tempo depois, ele se dirigiu até o mosteiro de Baume-les-Messieurs, na diocese de Besançon, onde o abade Berno lhe conferiu o hábito, em 909. .

A abadia de Cluny foi fundada no ano seguinte pelo Duque Guilherme, e foi confiada aos cuidados de S. Berno, que colocou S. Odo para dirigir a escola do mosteiro de Baume. Odo tornou-se o quinto Abade do Mosteiro de Cluny. Durante 54 anos no ofício, ele trouxe outras casas para se afiliarem ao seu mosteiro e ficarem subordinadas às regras austeras da casa matriz e aumentou o número de fundações de 37 para 65.

Em 998 (algumas fontes colocam 1031), ele ordenou todas as casas de sua ordem a celebrarem no dia 2 de novembro, o dia da memória e de oração aos mortos e que ficou sendo o dia de Finados. Esse costume se alastrou em toda a Igreja Ocidental.

Embora ele fosse amigo de príncipes e papas, Odo era muito gentil e bondoso e conhecido por toda a cristandade como liberal e preocupado com o pobres, famintos e doentes e ficou famoso pela sua ajuda aos famintos na seca e fome de 1006, quando o tesouro de suas casas alimentaram os pobres e de novo na fome e praga de 1028–1033.

Muito piedoso, São Odo juntava seu caráter firme com gentileza e bondade, e possuía notável senso organizacional e grande habilidade de reconciliar inimigos. Ele promoveu o espírito de ajuda entre os mosteiros e tentou acabar com os abusos e disputas. Ele promoveu também o espírito de unidade entre as suas casas e a Santa Sé.

Seus sermões favoritos eram sobre os mistérios da encarnação de Jesus durante o Natal. Ele também escreveu bastante sobre o papel da Virgem Maria e os trabalhos sobre Maria, de São Bernardo, são muito influenciados pelos escritos de São Odo.

No ano de 942, S. Odo foi a Roma pela última vez, e na volta fez uma visita ao mosteiro de S. Juliano, em Tours. Depois de participar das solenidades da festa do seu padroeiro S. Martinho, ele se recolheu ao leito, vindo a falecer no dia 18 de novembro, aos 86 anos. Um dos seus últimos atos foi compor um hino, que ainda existe, em honra de S. Martinho. Apesar de sua vida de intensa atividade, S. Odo encontrava tempo para escrever, além de um outro hino e doze antífonas em verso em honra de S. Martinho, três livros de tratados sobre a moral, uma vida de S. Geraldo de Aurillac e um longo poema épico sobre a Redenção. Existe também uma tradição mencionada por todos os seus biógrafos, segundo a qual ele escreveu diversos livros de música sacra.

Na arte litúrgica da Igreja São Odo é representado como um Abade Beneditino com uma caveira e dois ossos cruzados a seu pés. Sua festa é celebrada no dia 18 de novembro.

Já a abadia de Cluny, que era uma das maravilhas da França Medieval, até o apronto final da Igreja de São Pedro, no Vaticano, no começo do século XVI, seguramente fora o maior complexo arquitetônico da cristandade ocidental e um dos maiores do mundo. Então ocorreu a Revolução de 1789 e a outrora poderosa Cluny, espoliada e vandalizada pela onda descristianizadora, desencadeada na ocasião, deixou de existir.

Fonte: //santoantoniodopari.com.br


sábado, 17 de novembro de 2012

Santa Isabel da Hungria



17/11 - Diz a lenda que Isabel foi invocada mesmo antes de nascer. Um vidente anunciou seu glorioso nascimento como estrela que nasceria na Hungria, passaria a brilhar na Alemanha e se irradiaria para o mundo. Citou-lhe o nome, como filha do rei da Hungria e futura esposa do soberano de Eisenach (Alemanha).

De fato, como previsto, a filha do rei André, da Hungria, e da rainha Gertrudes, nasceu em 1207. O batismo da criança foi uma festa digna de reis. E a criança recebeu o nome de Isabel, que significa repleta de Deus.

Ela encantou o reino e trouxe paz e prosperidade para o governo de seu pai. Desde pequenina se mostrou de fato repleta de Deus pela graça, pela beleza, pelo precoce espírito de oração e pela profunda compaixão para com os sofredores.

Tinha apenas quatro aninhos quando foi levada para a longínqua Alemanha como prometida esposa do príncipe Luís, nascido em 1200, filho de Hermano, soberano da Turíngia. Hermano se orientava pela profecia e desejava assegurar um matrimônio feliz para seu filho.

Dada a sua vida simples, piedosa e desligada das pompas da corte, concluíram que a menina não seria companheira para Luis. E a perseguiam e maltratavam, dentro e fora do palácio.

Luis, porém, era um cristão da fibra do pai. Logo percebeu o grande valor de Isabel. Não se impressionava com a pressão dos príncipes e tratou de casar-se quanto antes. O que aconteceu em 1221.

A Santa não recuava diante de nenhuma obra de caridade, por mais penosas que fossem as situações, e isso em grau heróico! Certa vez, Luis a surpreendeu com o avental repleto de alimentos para os pobres. Ela tentou esconder... Mas ele, delicadamente, insistiu e... milagre! Viu somente rosas brancas e vermelhas, em pleno inverno. Feliz, guardou uma delas.

Sua vida de soberana não era fácil e freqüentemente tinha que acompanhar o marido em longas e duras cavalgadas. Além disso, os filhos, Hermano, de 1222; Sofia, de 1224 e Gertrudes, de 1227.

Estava grávida de Gertrudes, quando descobriu que o duque Luis se comprometera com o Imperador Frederico II a seguir para a guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Nova renúncia duríssima! E mais: antes mesmo de sair da Itália, o duque morre de febre, em 1227! Ela recebe a notícia ao dar à luz a menina.

Quando Luis ainda vivia, ele e Isabel receberam em Eisenach alguns dos primeiros franciscanos a chegar na Alemanha por ordem do próprio São Francisco. Foi-lhes dado um conventinho. Assim, a Santa passou a conhecer o Poverello de Assis e este a ter freqüentes notícias dela. Tornou-se mesmo membro da Familia Franciscana, ingressando na Ordem Terceira que Francisco fundara para leigos solteiros e casados. Era, pois, mais que amiga dos frades. Chegou a receber de presente o manto do próprio São Francisco!

Morto o marido, os cunhados tramaram cruéis calúnias contra ela e a expulsaram do castelo de Wartburgo. E de tal forma apavoraram os habitantes da região, que ninguém teve coragem de acolher a pobre, com os pequeninos, em pleno inverno. Duas servas fiéis a acompanharam, Isentrudes e Guda.

De volta ao Palácio quando chegaram os restos mortais de Luís, Isabel passou a morar no castelo, mas vestida simplesmente e de preto, totalmente afastada das festas da corte. Com toda naturalidade, voltou a dedicar-se aos pobres. Todavia, Lá dentro dela o Senhor a chamava para doar-se ainda mais. Mandou construir um conventinho para os franciscanos em Marburgo e lá foi morar com suas servas fiéis. Compreendeu que tinha de resguardar os direitos dos filhos. Com grande dor, confiou os dois mais velhos para a vida da corte. 

Hermano era o herdeiro legitimo de Luis. A mais novinha foi entregue a um Mosteiro de Contemplativas, e acabou sendo Santa Gertrudes! Assim, livre de tudo e de todos, Isabel e suas companheiras professaram publicamente na Ordem Franciscana Secular e, revestidas de grosseira veste, passaram a viver em comunidade religiosa. O rei André mandou chamá-las, mas ela respondeu que estava de fato feliz. Por ordem do confessor, conservou alguma renda, toda revertida para os pobres e sofredores.

Construiu abrigo para as crianças órfãs, sobretudo defeituosas, como também hospícios para os mais pobres e abandonados. Naquele meio, ela se sentia de fato rainha, mãe, irmã. Isso no mais puro amor a Cristo. No atendimento aos pobres, procurava ser criteriosa. Houve época, ainda no palácio, em que preferia distribuir alimentos para 900 pobres diariamente, em vez de dar-lhes maior quantia mensalmente. É que eles não sabiam administrar. Recomendava sempre que trabalhassem e procurava criar condições para isso. Esforçava-se para que despertassem para a dignidade pessoal, como convém a cristãos. E são inúmeros os seus milagres em favor dos pobres!

De há muito que Isabel, repleta de Deus, era mais do céu do que da terra. A oração a arrebatava cada vez mais. Suas servas atestam que, nos últimos meses de vida, frequentemente uma luz celestial a envolvia. Assim chegou serena e plena de esperança à hora decisiva da passagem para o Pai. Recebeu com grande piedade os sacramentos dos enfermos. Quando seu confessor lhe perguntou se tinha algo a dispor sobre herança, respondeu tranqüila: "Minha herança é Jesus Cristo !" E assim nasceu para o céu! Era 17 de novembro de 1231.

Sete anos depois, o Papa Gregório IX, de acordo com o Conselho dos Cardeais, canonizou solenemente Isabel. Foi em Perusa, no mesmo lugar da canonização de São Francisco, a 26 de maio de 1235, Pentecostes. Mais tarde foi declarada Padroeira das Irmãs da Ordem Franciscana Secular.

Fonte: www.franciscanos.org.br por Frei Carmelo Surian, O.F.M.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Santa Gertrudes


16/11 - A vida contemplativa foi a forma escolhida por Santa Gertrudes para dedicar-se a Deus. Nascida em Eisleben, na Saxônia, em 1256, ao contrário do que alguns historiadores dizem, ela não pertencia à nobreza, mas seus pais eram bem estabelecidos e cristãos fervorosos.

Aos cinco anos de idade foi entregue do mosteiro cisterciense de Helfa, onde cresceu adquirindo grande cultura profana e cristã. Possuidora de grande carisma místico tornou-se religiosa consagrada. Conviveu no mosteiro com a grande mística Matilde de Magdeburgo, mestra de espiritualidade, que escreveu em forma de poesia todas a sua preciosa vivência mística, depois encerrada num livro.

Matilde foi o personagem decisivo na vida interior de muitas jovens que dela se aproximavam. Era uma mestra de uma espiritualidade fortemente ligada ao chamamento místico. Com ela Gertrudes desenvolveu a sua de modo muito semelhante, recebendo, em seguida, através de suas orações contemplativas muitas revelações de Deus.

A partir dos vinte e cinco anos de idade teve a primeira das visões que, como ela mesma narrou, transformaram sua vida. Toda a sua rica experiência transcreveu e reuniu no livro "Mensageiro do Divino amor", talvez a mais importante obra cristã tendo como temática a teologia mística. Nele ela também conta que constantemente era tomada por arrebatamentos sublimes e tristezas profundas advindas do estudo da Palavra.

Essa notável mística cristã do período medieval foi uma das grandes incentivadoras da devoção ao Coração de Jesus. Culto que alcançaria enorme expansão no futuro, com Santa Margarida Maria Alaquoque, no século XVII. Mais tarde foi eleita abadessa, cargo que exerceu até o fim de seus dias. Adoeceu e sofreu muitas dores físicas por mais de dez anos até ir comungar com seu amado esposo, Jesus, na casa do Pai, em 1302.

A tradicional festa em sua memória, no dia 16 de novembro, foi autorizada e mantida nessa data pelo Papa Clemente XII, em 1738.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Nossa Senhora do Rocio


15/11 - Apesar da Santíssima Mãe ser invocada sob o título de Virgem do Rocio desde o início do século XV, na Espanha; de ser festejada na mesma data; e da motivação da escolha do nome ser a mesma; a devoção não chegou no Brasil com os colonizadores europeus. O culto brasileiro à Nossa Senhora do Rocio nasceu numa aldeia do litoral do Paraná, sul do país, , logo após a aldeia de Paranaguá ser elevada à Vila, em 1648.

A antiga tradição revela que a imagem milagrosa apareceu ao pescador chamado Pai Berê. Era uma escultura de Nossa Senhora do Rosário, em estilo barroco que colocou num oratório em sua casa, onde passou a ser venerada pelos pescadores locais.

Como a invocação de Nossa Senhora passou "do Rosário" para "do Rocio" a tradição não diz, nem os registros históricos. Com certeza o título foi escolhido por analogia à palavra "rocio", que na linguagem antiga significa "orvalho".

Por algumas décadas, as famílias dos pescadores dessa baía paranaense veneraram a Virgem do Rocio.

Em 1686. uma terrível peste ameaçava dizimar toda a população. Mas, graças ao favor da Virgem, a epidemia foi varrida do litoral. A veneração à essa imagem milagrosa se difundiu.

De tal modo, que as peregrinações e romarias se intensificavam mais ainda na sua festa, sempre celebrada em 15 de novembro.

A primeira capela de Nossa Senhora do Rocio, erguida junto ao porto de Paranaguá, local onde o pescador a encontrou, acabou se tornando pequena para acolher todos os devotos. Através dos anos, a Santa do Rocio atendeu seus devotos com muitas graças e prodígios, que se repetiram em inúmeras ocasiões, por isso, acabou eleita padroeira do povo paranaense.

Em 1939, Nossa Senhora do Rocio foi declarada Padroeira do Paraná, pelo Bispo dessa diocese. A proclamação canônica foi concedida pelo Papa Paulo VI, em 1977. Nessa solenidade, manteve o dia tradicional de sua festa e indicou a paróquia do Rocio em Paranaguá, como seu Santuário. No Natal de 2003, essa paróquia recebeu o título oficial de Santuário Estadual.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

São Gregório Palamás

14/11 - Também conhecido como São Gregório do Sinai. Nasceu em Constantinopla em 1296 e faleceu em Salonika em 1359. Foi canonizado pela Igreja Ortodoxa em 1368. Gregório Palamás é um dos maiores expoentes da doutrina ascética e mística, e sua prática e técnica provocaram grandes controvérsias na Igreja durante o século XIV.

O “Hesicasmo” teria sido condenado no Concílio de Constantinopla, em 1341, se não fosse a vigorosa defesa de São Gregório Palamás. Ele tinha o poderoso suporte dos monges do Monte Athos, mas seus escritos foram condenados e ele foi excomungado. Depois de certo tempo, São Gregório recebeu de volta os sacramentos e foi indicado Bispo de Thessalônica, em 1347, talvez por influência dos monges de Athos. Sua indicação reabriu a controvérsia.

Finalmente, depois de muitos estudos, a tese de São Gregório triunfou e seus ensinamentos foram declarados ortodoxos pela Igreja de Constantinopla, em 1351, mas ele já estava cansado e sua saúde seriamente abalada. Veio a falecer logo depois. Em 1368, oito anos após a sua morte, um Sínodo o declarou “Pai e Doutor da Igreja”.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

São Luigi Versiglia

13/11 - São Luigi Versiglia foi um prelado, missionário, mártir e santo da Igreja Católica Romana. Pertencia aos missionários salesianos italianos, tendo vivido em Macau. Foi assassinado na China em conjunto com o também missionário salesiano São Callisto Caravario.

Partiu de Oliva Gessi para Turim a 16 de Setembro de 1885, com apenas 12 anos de idade, para estudar com os salesianos de Don Bosco, com a intenção de ingressar na universidade para ser veterinário. Permanece com Don Bosco durante dois anos e meio, período em que aquele é seu confessor.

Poucos dias depois da morte de João Bosco, a 11 de Março de 1888, Luigi assiste na Basílica de Maria Auxiliadora à imposição do crucifixo a sete missionários que partiam para as missões. Foi então que decidiu renunciar à sua carreira de veterinário e tornar-se salesiano para ser missionário. Entra para o noviciado em Foglizzo nesse mesmo ano, sendo enviado pouco depois para a Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma onde estudou filosofia. Por esse tempo realizou uma intensa actividade pastoral no oratório do Sagrado Coração. Obtém a licenciatura em 1893 e regressou a Foglizzo como assistente e professor dos noviços. A 21 de Dezembro de 1895 recebe a ordenação sacerdotal.

Miguel Rua, primeiro sucessor de Don Bosco, decidiu abrir um noviciado em Genzano, perto de Roma, e que Luigi Versiglia seria o director e mestre do novo noviciado. Apesar de não estar muito à vontade no seu novo cargo, Luigi aceitou e permaneceu 9 anos em Genzano.

Em 1905, Luigi estudou vários idiomas para poder partir como missionário. A 19 de Janeiro de 1906, saiu de Itália a primeira expedição de missionários salesianos com destino à China, capitaneada por ele. O Bispo de Macau, D. João Paulino de Azevedo e Castro, acolhe calorosamente a chegada dos Salesianos, entregando-lhe a direcção de um orfanato que albergará um máximo de 55 rapazes. Em 1910, quando o bispo os mudou para uma residência maior, como agradecimento pelo seu trabalho, estalaram as lutas entre a Igreja Católica e a recém-implantada Primeira República Portuguesa, que impões um regime anticlerical em Portugal e nos seus territórios do Ultramar. As autoridades de Macau, apesar de não terem razões objectivas para tal, são obrigadas a expulsar os salesianos, que a 29 de Novembro de 1911 são obrigados a mudarem-se para Hong Kong.

Naquela altura, a Diocese de Macau não só compreendia a colónia portuguesa do mesmo nome, mas também uma extensa região do interior da China. O Bispo de Macau confiou de novo aos salesianos um orfanato no distrito de Heung Shan. Os salesianos chegam à capital do distrito, Heung Chow, a 8 de Maio de 1911, onde são recebidos por uma grande multidão em festa. A 10 de Outubro, a monção destrói a residência de Heung Chow e os salesianos de Luigi Versiglia dirigem-se então para Shek Ki.

Em 1912, chegam novos reforços da Europa e Luigi Versiglia decide distribuir os seus homens por quatro residências missionárias. Luigi dividiu o seu tempo entre Macau e a missão do Rio das Pérolas. Em 1915, Luigi construiu em Macau uma obra de maior dimensão, oficinas modernas e uma escola de comércio. Em 1918 os salesianos começaram a trabalhar nos distritos mais setentrionais de Guangdong, pelo que o padre Luigi viu triplicado o seu trabalho.

Em 1920, o território missionário salesiano foi elevado a Vicariato Apostólico, do qual Luigi Versiglia é nomeado como o seu primeiro bispo a 9 de Janeiro de 1921. Em 1922, monsenhor Versiglia faz uma visita a Itália, onde Callisto Caravario se oferece para ajudar no seu labor missionário na China.

No Verão de 1926, começaram a surgir queixas contra o Cristianismo e os estrangeiros em Shiw Chow. No ano seguinte, colocaram na Escola Don Bosco dois manifestos em tela, nos quais se incitavam os alunos a deixar a escola cristã, acompanhados de insultos contra os estrangeiros. A 13 de Dezembro de 1927, os protestos radicalizaram-se, com o incêndio de todas as igrejas e missões de Shiw Chow. Nos anos seguintes o ambiente é cada vez mais hostil e complicado.

A 24 de Fevereiro de 1930, partiu com o padre Calixto Caravario e três alunas das salesianas para Linchow, para realizar trabalho pastoral na missão salesiana existente naquela povoação. No dia seguinte, durante a viagem, foram apresados por bandoleiros que exigiram o pagamento de um resgate para os deixarem prosseguir. O padre Caravario e monsenhor Versiglia tentam proteger as jovens que viajam com eles, para que os bandoleiros não se aproveitem delas. Os bandidos abatem os salesianos a tiro e capturam as raparigas. Os restos mortais de monsenhor Versiglia, tal como os do padre Caravario, foram repatriados para a Itália.

Em 1976, o papa Paulo VI declara Luigi Versiglia e Callisto Caravario como mártires da Igreja. Foram beatificados a 15 de Maio de 1983 pelo Papa João Paulo II e canonizados a 1 de Outubro de 2000.