segunda-feira, 11 de março de 2013

Santa Flora


11/03 - Os mártires são verdadeiros luzeiros que nos iluminam com a luz de Cristo e nos chamam ao testemunho radical da fé. Santa Flora, nascida na cidade de Córdoba, foi uma portadora desta Luz do Mundo, por isso recordamos neste dia o seu testemunho.

Na época de Flora, os cristãos estavam sendo duramente perseguidos por fanáticos árabes, que defendiam uma "Guerra Santa de Maomé", onde se buscava destruir o culto a Cristo.

Ela aprendeu da família, o amor e a fidelidade ao Cristo, e carregava consigo o testemunho de santidade de seu irmão mártir; desta forma, ao ser pega pela segunda vez, acabou jogada numa prisão, interrogada e até torturada, mas como não abandonava a fé no Deus Vivo, foi condenada à morte.

Um padre santo que visitou Flora na cadeia, testemunhou: "Eu toquei com minhas mãos nas cicatrizes de sua cabeça e de seu rosto desfigurado pelo sofrimento". Santa Flora viveu no século IX, com firmeza e na alegria da fé, de quem receberia, como de fato conquistou, a Vida Eterna.

domingo, 10 de março de 2013

Os quarenta santos mártires de Sebaste


10/03 - O martírio dos quarenta legionários ocorreu no ano 320, em Sebaste, na Armênia. Nessa época foi publicada na cidade uma ordem do governador Licínio, grande inimigo dos cristãos, afirmando que todos aqueles que não oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos seriam punidos com a morte. Contudo se apresentou diante da autoridade uma legião inteira de soldados, afirmando serem cristãos e recusando-se a queimar incenso ou sacrificar animais. Para testar até onde ia a coragem dos soldados, o prefeito local mandou que fossem presos e flagelados com correntes e ferros pontudos.

De nada adiantou o castigo, pois os quarenta se mantiveram firmes em sua fé. O comandante os procurou então, dizendo que não queria perder seus mais valorosos soldados, pedindo que renegassem sua fé. Também de nada adiantou e os legionários foram condenados a uma morte lenta e extremamente dolorosa. Foram colocados, nus, num tanque de gelo, sob a guarda de uma sentinela. A região atravessava temperaturas muito baixas, de frio intenso. Ao lado havia uma sala com banhos quentes, roupas e comida para quem decidisse salvar a vida. Mas eles preferiram salvar a alma e ninguém se rendeu durante três dias e três noites.

Foi na terceira e última noite que aconteceram fatos prodigiosos e plenos de graça. No meio da gélida madrugada, o sentinela viu uma multidão de anjos descer dos céus e confortar os soldados. Isto é, confortar trinta e nove deles, pois um único legionário desistira de enfrentar o frio e se dirigira à sala de banhos. Morreu assim que tocou na água quente. Por outro lado, o sentinela que assistira à chegada dos anjos se arrependeu de estar escondendo sua condição religiosa, jogou longe as armas, ajoelhou-se, confessou ser cristão tirando as roupas e se juntou aos demais. Morreram quase todos congelados.

Apenas um deles, bastante jovem, ainda vivia quando os corpos foram recolhidos e levados para cremação. A mãe desse jovem soldado, sabendo do que sentia o filho, apanhou-o no colo e seguiu as carroças com os cadáveres. O legionário morreu em seus braços e teve o corpo cremado junto com os companheiros.

Eles escreveram na prisão uma carta coletiva, que ainda hoje se conserva nos arquivos da Igreja e que cita os nomes de todos. Eis todos os mártires: Acácio, Aécio, Alexandre, Angias, Atanásio, Caio, Cândido, Chúdio, Cláudio, Cirilo, Domiciano, Domno, Edélcion, Euvico, Eutichio, Flávio, Gorgônio, Heliano, Helias, Heráclio, Hesichio, João, Bibiano, Leôncio, Lisimacho, Militão, Nicolau, Filoctimão, Prisco, Quirião, Sacerdão, Severiano, Sisínio, Smaragdo, Teódulo, Teófilo, Valente, Valério, Vibiano e Xanteas.

Fonte: www.oarcanjo.net

sábado, 9 de março de 2013

Santa Francisca Romana


09/03 - Francisca Bussa nasceu em Roma, no bairro de Parione, um dos mais centrais da cidade, em 1384 e foi batizada na Igreja de santa Inês da Praça Navona. Seu pai pertencia à nobreza da cidade e fazia parte do grupo que foi marginalizado em 1398, quando o Papa Bonifácio IX reafirmou seu próprio poder político na cidade. Menina esperta, devota e pouco amante dos jogos e entretenimentos de sua cidade, Francisca, que, segundo parece, já havia mostrado seu desejo de consagrar-se a Deus, foi prometida em matrimônio com apenas doze anos a Lorenzo dei Ponziani, descendente de uma rica família de mercadores de grãos e de gado que residia no Trastevere. O matrimônio não desejado provocou na jovem uma violenta reação nervosa que se traduziu numa misteriosa enfermidade que a fez temer por sua vida e que levou seus desesperados pais a recorrer às artes de uma curandeira. Contudo, a jovem se opôs enfaticamente a ser tratada com esses cuidados, sendo reconfortada com uma visão de santo Aleixo que a tranqüilizou anunciando-lhe paz interior e saúde física.

Todavia, pôde encontrar consolo na nova casa onde foi morar com sua cunhada, Vannozza, mulher devota e sensível que, por sua vez, morreria em odor de santidade. As duas cunhadas buscaram, deste modo, transformar sua rica casa do Trastevere num lugar de acolhida para todos os necessitados. Os numerosos testemunhos recolhidos durante o processo que foi instruído imediatamente depois de sua morte (1440) nos oferecem um quadro vivo em que sua “santidade do cotidiano” se explica em todos os seus detalhes. Assim é que surgiu o perfil de uma mulher preparada para conduzir a casa, boa administradora doméstica, porém, sempre disposta a sacrificar o supérfluo para poder ajudar aos pobres. Deste modo, o melhor vinho era oferecido aos enfermos e em momentos de carestia os silos da casa Ponziani se enchiam milagrosamente para que Francisca pudesse ajudar os necessitados.

Apesar de ter que dirigir uma numerosa criadagem, ocupar-se do marido – que durante as tardes a distraía da oração para oprimi-la com seus problemas de mercado e negócios familiares -, cuidar dos filhos (dos quais conhecemos a três, ainda que só um chegou à idade adulta), Francisca conseguiu dedicar parte de sua jornada a Deus. Incansável, preparava comida e medicamentos para os enfermos dos diferentes hospitais de Roma, especialmente para o de Santa Maria in Cappella, fundado pelos mesmos Ponziani e acorria diariamente a atender aos enfermos, crescendo sua fama na cidade. Chama a atenção que os testemunhos não tenham visto nas curas de Francisca mais que o aspecto taumatúrgico, todavia também devem mencionar-se seus conhecimentos medicinais: chegaram até nós as receitas de Francisca de alguns ungüentos de ervas, capazes de desinfetar e curar feridas.

Porém, Francisca se distinguia de suas contemporâneas também pela modéstia em seu modo de vestir e por sua aversão às vanas ostentationes: em definitivo, aparecia como uma mulher que escutava as pregações de homens como Bernardino de Siena, pelas praças, contra o luxo feminino. Francisca, de sua parte, vestia-se sempre de escuro, evitava os vestidos de seda e não usava nem jóias nem outros adornos supérfluos.

Francisca não se limitava a viver segundo o ensinamento de Cristo e de sua Igreja, mas também desejava converter a quem tinha ao seu redor, em primeiro lugar as amigas e conhecidos. Também sua atividade visionária foi posta a serviço desta obra moralizante: sua mais célebre visão – na qual viu o inferno e o purgatório – está cheia de imagens assustadoras, de horríveis tormentos para os que cometem pecado. Porém, os pecadores de Francisca têm pouco em comum com os descritos no além de Dante, ainda que recolha deste alguns ecos nas suas visões. Segundo Francisca, são castigados os “grandes” pecadores (adúlteros, assassinos, hereges, etc.), mas também as mulheres superficiais, as mulheres amantes do luxo, as viúvas incapazes de guardar (observar) a castidade, os mercadores que vendem produtos de má qualidade enganando o povo. Indubitavelmente, as exortações e obras de Francisca deram seus frutos, já quem em 1425 fundou, com algumas companheiras, uma comunidade feminina de oblatas que se submeteram à direção espiritual dos Olivetanos de Santa Maria Nova, célebre abadia no Foro Romano, pertencentes a uma congregação beneditina reformada que, naqueles anos, gozava, mais que os mendicantes dos favores da alta classe romana. Este grupo de mulheres viveu durante alguns anos na mesma casa, porém, dedicando-se ao serviço dos necessitados; até que 1433 foi adquirida uma casa no bairro de Campitelli que seria o primeiro núcleo do que hoje se conhece como mosteiro de Tor de Specchi.

Mais tarde, ainda que não saibamos exatamente quando, Francisca também ditou algumas normas para a sua comunidade, que, segundo se diz, lhe foram inspiradas diretamente pela Virgem. Nessas normas de vida reflete-se o senso de decoro próprio da nobreza urbana dos inícios do século XV: na mesa o uso de toalhas e guardanapos; as mulheres podiam banhar-se com a permissão da superiora e beber vinho, se em quantidades moderadas; se se tinha que receber parentes do sexo feminino não se devia perder tempo com falatórios inúteis e era proibida a recordação do tempo passado no mundo, assim como cantar canções mundanas, etc.

Morto seu marido, com o qual nos últimos anos havia mantido uma vida de absoluta castidade, a fundadora de Tor de Specchi pôde, em 1436, unir-se às suas companheiras. Morreu quatro anos depois, aos nove de março de 1440, em sua casa no Trastevere onde tinha ido visitar o filho e a nora e onde havia rechaçado, mais uma vez, os préstimos de uma curandeira. Seus funerais, em Santa Maria Nova, atraíram uma multidão e, de repente, numerosos milagres se deram junto de seu túmulo.

Em treze anos foram autorizados três processos sobre a vida, virtudes e milagres de Francisca (1440, 1443 e 1451-453), e, graças a este riquíssimo material, foi possível reconstruir não somente sua vida e espiritualidade, mas também seus dons visionários. Já falamos de suas visões do outro mundo, contudo, também são numerosas – mais de cem – as que lhe atribuiu o seu último confessor, Giovanni Mattiotti, clérigo de Santa Maria in Trastevere, que as recolheu “por obediência” tal e qual a santa lhas narrou: alimentadas na pregação ouvida na Igreja e em suas piedosas leituras, as visões de Francisca eram marcadas pelo ano litúrgico. Algumas dessas mostram a viva participação da mulher na vida política e religiosa de seu tempo: vivendo em primeira pessoa os trágicos acontecimentos que sacudiram Roma (o marido foi ferido e o filho tomado como refém nos tempos em que o rei Ladislau de Nápoles conquistou a cidade), Francisca viu mais de uma vez o castigo divino contra sua pátria. Não menos sofrimentos lhe causaram os rumos tomados pelo Concílio de Basiléia, de modo que, inclusive, chegou a enviar – sem êxito – seu confessor a Eugênio IV para convencer-lhe de chegar a um acordo com os padres conciliares.

Não obstante no processo de 1451-1453 se delinear um retrato de Francisca perfeitamente ortodoxo e adornado de todas as virtudes cristãs, ela encontrou opositores à sua canonização, que então não pôde ser celebrada. Seria somente em 1604, depois da reforma das normas de canonização pelo Concílio de Trento, que sua causa foi reaberta por expresso desejo de Paulo V Borghese, que tinha mantido estreitas relações com as famílias que haviam apoiado as oblatas de Tor de Specchi e conservado zelosamente a memória de Francisca.

Naquela época, por outro lado, Francisca gozava da fama de santidade até a ponto de que sua festa era recordada nos estatutos da cidade e sua memória celebrada regularmente na vigília de 9 de março. Sua canonização, em 1608, foi uma grande festa na cidade, porém, a partir de então, Francisca perdeu cada vez mais suas características de santa da nobreza urbana, que inclusive lhe haviam valido o nome de santa Francisca Romana, para assumir os traços esteriotipados de uma santa da época da Contra-Reforma.

Sua iconografia, riquíssima, remonta-se aos decênios seguidos imediatamente à sua morte, quando a casa de Tor de Specchi foi embelezada com dois ciclos de afrescos: num se ilustra a vida e os milagres da santa, noutro suas visões e inumeráveis tentações do diabo. A partir do século XVIII começou a ser representada, cada vez com mais freqüência, em companhia de são Bento de Núrsia, patrono dos Olivetanos, ou também com o anjo da guarda que lhe havia acompanhado durante muitos anos após a morte de seu filho Evangelista.

Fonte: www.paroquiaolivetanos.com.br

sexta-feira, 8 de março de 2013

São João de Deus



08/03 - São João de Deus nasceu no dia 08 de março de 1495, em Montemor-o-Novo, Portugal. Fugiu de sua casa aos oito anos de idade e durante sua vida foi pastor, soldado, vaqueiro, pedreiro, mascate, enfermeiro, livreiro e santeiro. Conta-se que sua mãe morreu de tristeza e de saudade do filho desaparecido, e que seu pai se fez monge. Viajou por toda a Europa, e quando retornou, em 1538 montou uma livraria em Granada, Espanha.

Neste mesmo ano, São João d'Ávila também estava em Granada pregando o Evangelho e São João de Deus teve a oportunidade de ouvi-lo pregar. Impressionado com o sermão sobre o mártir São Sebastião começou a gritar pedindo perdão e misericórdia a Deus pelos seus pecados, e decidiu vender tudo o que possuía.

Ficou conhecido como louco, pois andava maltrapilho, e vagava pelas ruas, batendo no peito e confessando seus pecados. Levaram-no à presença de São João d'Avila, que o encaminhou a um hospício da redondeza aconselhando-o a dedicar-se as coisas de Deus. Sua melhora foi logo notada.Conseguiu sair do hospício em 1539, passando então a ajudar aos outros doentes do hospício dedicando totalmente sua vida aos desvalidos como enfermeiro. Fundou vários hospitais, onde os doentes eram tratados como seres humanos e como filhos de Deus. Juntaram-se a ele, colaboradores que deram origem aos irmãos dos Enfermos.

Em 1549 contraiu uma grave doença que escondeu dos médicos com medo que não o deixassem mais trabalhar até que foi descoberto quando já não conseguia mais esconder, mesmo assim só conseguia pensar em ajudar os outros. Morreu em 1550 no dia 08 de março, de joelhos a rezar. Leão XII e declarou "Patrono dos Hospitais".

quinta-feira, 7 de março de 2013

Santa Perpétua e Santa Felicidade



07/03 - Perpétua, uma jovem mãe de 22 anos, escreveu na prisão um diário de tudo o que aconteceu até a vigília do suplício. Ela nunca tinha visto lugar tão escuro e quente como aquele. Estavam juntos seis catecúmenos. Como estava também o catequista, eles puderam receber o batismo. Logo após foram todos decapitados na arena de Cartago, no dia 7 de março de 203. Felicidade estava grávida com esperança de logo ser mãe para se unir aos outros mártires. Dois dias antes do martírio teve um parto muito doloroso. Um soldado escarnecia dela por causa das dores do parto: “Você está se lamentando agora, e quando as feras a estiverem mordendo?” Ela respondeu cheia de fé: “Agora sou eu que estou sofrendo, mas no martírio será Cristo que sofrerá por mim.”

Ser cristão naquele tempo de sangue e de fé era um risco contínuo de vida. A qualquer momento podia terminar a vida num circo enfrentando as feras para divertir o povo. Perpétua tinha um filhinho de colo. O pai dela, pagão, suplicava-lhe, se humilhava, recordava-lhe os deveres para com a tenra criatura. Bastava uma palavra contra a fé cristã e ela estaria de volta no meio da família. Perpétua, embora soluçando, repetia: “Não posso, sou cristã.”

As lembranças e anotações escritas por Perpétua formam um livro com o título: Paixão de Perpétua e Felicidade. Tertuliano teria completado depois a narração do holocausto das duas santas. A delícia daquelas páginas encheu de admiração e de emoção inúmeras pessoas. Grande parte do drama tem uma vivência interior, através da extrema sensibilidade feminina, pela narração viva e clara de Perpétua. Ela realça aquelas particularidades que o melhor panegirista esquece ou deixa de lado. Por isso Perpétua foi solicitada pelos irmãos e companheiros de fé e de martírio para deixar um testemunho escrito para que servisse de edificação para todos os cristãos.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Santa Inês de Praga



06/03 - Inês, filha de Premislau I, rei da Boemia, atual República Tcheca, e da rainha Constancia da Hungria, nasceu em Praga no ano 1205. Devido a sua condição real, desde a infância sua vontade nunca pode ser considerada, sendo condicionada a projetos de matrimônios, conforme as necessidades políticas ou econômicas do reinado.

Aos três anos foi entregue aos cuidados da abadessa Edwiges, mais tarde Santa, que a acolheu no seu mosteiro cisterciense e lhe ensinou os primeiros fundamentos da fé cristã. Voltou para Praga com seis anos, onde foi para outro mosteiro para receber instrução e ser preparada para as funções da realeza. Em 1220, prometida em casamento a Henrique VII, duque da Áustria e filho do imperador Frederico II, ela foi para esta corte, aonde viveu durante cinco anos, mantendo-se sempre fiel aos deveres da vida cristã.

Inês voltou para Praga, pois os soberanos romperam o pacto do matrimônio, passando a viver mais intensamente para as orações e as obras de caridade; após uma profunda reflexão decidiu consagrar a Deus sua virgindade. Entretanto, outras alianças de casamento foram propostas a ela, sendo constrangida a ter de aceitar uma delas.

Mas, o Papa Gregório IX, a quem havia pedido proteção, interveio reconhecendo a intenção de sua virgindade. Desde então, Inês adquiriu para sempre a liberdade e a felicidade se tornar esposa de Jesus Cristo.

Através dos Irmãos Menores de São Francisco, que iam a Praga como evangelizadores itinerantes, conheceu a vida espiritual que levava em Assis a virgem Clara, segundo o espírito de São Francisco. Ficou fascinada e decidiu seguir seu exemplo. Com seus próprios bens, fundou em Praga, o hospital de São Francisco e um mosteiro masculino, para que fossem dirigidos por eles. Em 1236, pode ingressar no Mosteiro das Clarissas de São Salvador de Praga, fundado por ela mesma, juntamente com cinco irmãs enviadas por Clara direto do seu mosteiro, em Assis. Em obediência ao Papa Gregório IX, Inês aceitou ser a abadessa, função que exerceu até morrer.

Inês manteve uma relação epistolar profunda com Clara de Assis, que lhe consagrou singular amizade chamando-a de "metade de minha alma", tamanha era a afinidade espiritual que possuíam. Da inúmera correspondência trocada, sobre assuntos de perfeição seráfica, ainda se conservam quatro delas.

Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres, fundando para eles um outro hospital, este entregue à direção das Clarissas. Assumiu a mais absoluta pobreza, renunciando às rendas e vivendo de esmolas e doações. Os dons da cura e da profecia lhe foram acrescentados pelo Espírito Santo, em conseqüência de sua evolução e purificação espiritual.

A fama se sua santidade era muito forte, quando faleceu em Praga, no dia 6 de março de 1283. Está sepultada na Capela do seu mosteiro em Praga, hoje dedicado à ela. O culto à Inês de Praga, foi reconhecido em 1874. O Papa João Paulo II a canonizou em 1989 e a declarou Padroeira da cidade de Praga.

terça-feira, 5 de março de 2013

São Teófilo



05/03 - Para chegar a data padrão da comemoração da Ressurreição do Senhor, foram necessários muitos estudos. Um dos responsáveis para que a data não se confundisse com comemorações de outras religiões foi Teófilo, o bispo da Cesaréia, na Palestina.

Essa informação nos foi passada através de outro bispo da Cesaréia, Eusébio, que relatou na sua História Eclesiástica, no século V, ter sido Teófilo um dos mais influentes e importantes representante daquela diocese cristã oriental.

Nessa época, primeiros tempos do cristianismo, eram muitas as igrejas antigas da Ásia que ainda comemoravam a Páscoa como os judeus, onde no primeiro dia da primeira lua cheia de março imolavam seus cordeiros, para ofertarem à Deus. Contudo, para o catolicismo, a Páscoa deveria marcar apenas o mistério da Ressurreição do Senhor.

Foi aí que o bispo Teófilo interferiu com toda a força e autoridade, pois tinha sido contemporâneo dos primeiros Apóstolos e deles recebera a indicação da data correta. Mantendo sua fidelidade ao Papa Vitor I, organizou um sínodo na Palestina, com os mais respeitados bispos e cléricos, para tratarem a delicada e importante questão. Todos ouviram suas explicações e sua posição foi aceita e oficializada num documento chamado: carta sinodal.

Em seguida, a carta foi enviada para todas as dioceses, especialmente as orientais, que ainda não cumpriam a determinação da Igreja de Roma. Essa atitude possibilitou a uniformidade da festa da Páscoa da Ressurreição em todo o mundo cristão, colocando um ponto final nessa questão doutrinal, conforme a Igreja pretendia.

Concluímos que de fato sua intervenção foi grande e decisiva, pois até os nossos dias a Festa Pascal em nada foi alterada. Depois disso, Teófilo retornou à sua diocese, para continuar sua missão pastoral. Trabalhou com igual zelo junto aos ricos e pobres, mantendo firme autoridade contra os hereges da genuína doutrina de Cristo e total fidelidade à Igreja de Roma. A comunidade o amava mais como um pai, amigo e conselheiro, do que uma autoridade eclesiástica.

Por sua sabedoria, integridade de vida e contribuição à Igreja sua festa litúrgica foi introduzida no Martirológio Romano no dia de sua morte, em 05 de março.