sábado, 9 de março de 2013

Santa Francisca Romana


09/03 - Francisca Bussa nasceu em Roma, no bairro de Parione, um dos mais centrais da cidade, em 1384 e foi batizada na Igreja de santa Inês da Praça Navona. Seu pai pertencia à nobreza da cidade e fazia parte do grupo que foi marginalizado em 1398, quando o Papa Bonifácio IX reafirmou seu próprio poder político na cidade. Menina esperta, devota e pouco amante dos jogos e entretenimentos de sua cidade, Francisca, que, segundo parece, já havia mostrado seu desejo de consagrar-se a Deus, foi prometida em matrimônio com apenas doze anos a Lorenzo dei Ponziani, descendente de uma rica família de mercadores de grãos e de gado que residia no Trastevere. O matrimônio não desejado provocou na jovem uma violenta reação nervosa que se traduziu numa misteriosa enfermidade que a fez temer por sua vida e que levou seus desesperados pais a recorrer às artes de uma curandeira. Contudo, a jovem se opôs enfaticamente a ser tratada com esses cuidados, sendo reconfortada com uma visão de santo Aleixo que a tranqüilizou anunciando-lhe paz interior e saúde física.

Todavia, pôde encontrar consolo na nova casa onde foi morar com sua cunhada, Vannozza, mulher devota e sensível que, por sua vez, morreria em odor de santidade. As duas cunhadas buscaram, deste modo, transformar sua rica casa do Trastevere num lugar de acolhida para todos os necessitados. Os numerosos testemunhos recolhidos durante o processo que foi instruído imediatamente depois de sua morte (1440) nos oferecem um quadro vivo em que sua “santidade do cotidiano” se explica em todos os seus detalhes. Assim é que surgiu o perfil de uma mulher preparada para conduzir a casa, boa administradora doméstica, porém, sempre disposta a sacrificar o supérfluo para poder ajudar aos pobres. Deste modo, o melhor vinho era oferecido aos enfermos e em momentos de carestia os silos da casa Ponziani se enchiam milagrosamente para que Francisca pudesse ajudar os necessitados.

Apesar de ter que dirigir uma numerosa criadagem, ocupar-se do marido – que durante as tardes a distraía da oração para oprimi-la com seus problemas de mercado e negócios familiares -, cuidar dos filhos (dos quais conhecemos a três, ainda que só um chegou à idade adulta), Francisca conseguiu dedicar parte de sua jornada a Deus. Incansável, preparava comida e medicamentos para os enfermos dos diferentes hospitais de Roma, especialmente para o de Santa Maria in Cappella, fundado pelos mesmos Ponziani e acorria diariamente a atender aos enfermos, crescendo sua fama na cidade. Chama a atenção que os testemunhos não tenham visto nas curas de Francisca mais que o aspecto taumatúrgico, todavia também devem mencionar-se seus conhecimentos medicinais: chegaram até nós as receitas de Francisca de alguns ungüentos de ervas, capazes de desinfetar e curar feridas.

Porém, Francisca se distinguia de suas contemporâneas também pela modéstia em seu modo de vestir e por sua aversão às vanas ostentationes: em definitivo, aparecia como uma mulher que escutava as pregações de homens como Bernardino de Siena, pelas praças, contra o luxo feminino. Francisca, de sua parte, vestia-se sempre de escuro, evitava os vestidos de seda e não usava nem jóias nem outros adornos supérfluos.

Francisca não se limitava a viver segundo o ensinamento de Cristo e de sua Igreja, mas também desejava converter a quem tinha ao seu redor, em primeiro lugar as amigas e conhecidos. Também sua atividade visionária foi posta a serviço desta obra moralizante: sua mais célebre visão – na qual viu o inferno e o purgatório – está cheia de imagens assustadoras, de horríveis tormentos para os que cometem pecado. Porém, os pecadores de Francisca têm pouco em comum com os descritos no além de Dante, ainda que recolha deste alguns ecos nas suas visões. Segundo Francisca, são castigados os “grandes” pecadores (adúlteros, assassinos, hereges, etc.), mas também as mulheres superficiais, as mulheres amantes do luxo, as viúvas incapazes de guardar (observar) a castidade, os mercadores que vendem produtos de má qualidade enganando o povo. Indubitavelmente, as exortações e obras de Francisca deram seus frutos, já quem em 1425 fundou, com algumas companheiras, uma comunidade feminina de oblatas que se submeteram à direção espiritual dos Olivetanos de Santa Maria Nova, célebre abadia no Foro Romano, pertencentes a uma congregação beneditina reformada que, naqueles anos, gozava, mais que os mendicantes dos favores da alta classe romana. Este grupo de mulheres viveu durante alguns anos na mesma casa, porém, dedicando-se ao serviço dos necessitados; até que 1433 foi adquirida uma casa no bairro de Campitelli que seria o primeiro núcleo do que hoje se conhece como mosteiro de Tor de Specchi.

Mais tarde, ainda que não saibamos exatamente quando, Francisca também ditou algumas normas para a sua comunidade, que, segundo se diz, lhe foram inspiradas diretamente pela Virgem. Nessas normas de vida reflete-se o senso de decoro próprio da nobreza urbana dos inícios do século XV: na mesa o uso de toalhas e guardanapos; as mulheres podiam banhar-se com a permissão da superiora e beber vinho, se em quantidades moderadas; se se tinha que receber parentes do sexo feminino não se devia perder tempo com falatórios inúteis e era proibida a recordação do tempo passado no mundo, assim como cantar canções mundanas, etc.

Morto seu marido, com o qual nos últimos anos havia mantido uma vida de absoluta castidade, a fundadora de Tor de Specchi pôde, em 1436, unir-se às suas companheiras. Morreu quatro anos depois, aos nove de março de 1440, em sua casa no Trastevere onde tinha ido visitar o filho e a nora e onde havia rechaçado, mais uma vez, os préstimos de uma curandeira. Seus funerais, em Santa Maria Nova, atraíram uma multidão e, de repente, numerosos milagres se deram junto de seu túmulo.

Em treze anos foram autorizados três processos sobre a vida, virtudes e milagres de Francisca (1440, 1443 e 1451-453), e, graças a este riquíssimo material, foi possível reconstruir não somente sua vida e espiritualidade, mas também seus dons visionários. Já falamos de suas visões do outro mundo, contudo, também são numerosas – mais de cem – as que lhe atribuiu o seu último confessor, Giovanni Mattiotti, clérigo de Santa Maria in Trastevere, que as recolheu “por obediência” tal e qual a santa lhas narrou: alimentadas na pregação ouvida na Igreja e em suas piedosas leituras, as visões de Francisca eram marcadas pelo ano litúrgico. Algumas dessas mostram a viva participação da mulher na vida política e religiosa de seu tempo: vivendo em primeira pessoa os trágicos acontecimentos que sacudiram Roma (o marido foi ferido e o filho tomado como refém nos tempos em que o rei Ladislau de Nápoles conquistou a cidade), Francisca viu mais de uma vez o castigo divino contra sua pátria. Não menos sofrimentos lhe causaram os rumos tomados pelo Concílio de Basiléia, de modo que, inclusive, chegou a enviar – sem êxito – seu confessor a Eugênio IV para convencer-lhe de chegar a um acordo com os padres conciliares.

Não obstante no processo de 1451-1453 se delinear um retrato de Francisca perfeitamente ortodoxo e adornado de todas as virtudes cristãs, ela encontrou opositores à sua canonização, que então não pôde ser celebrada. Seria somente em 1604, depois da reforma das normas de canonização pelo Concílio de Trento, que sua causa foi reaberta por expresso desejo de Paulo V Borghese, que tinha mantido estreitas relações com as famílias que haviam apoiado as oblatas de Tor de Specchi e conservado zelosamente a memória de Francisca.

Naquela época, por outro lado, Francisca gozava da fama de santidade até a ponto de que sua festa era recordada nos estatutos da cidade e sua memória celebrada regularmente na vigília de 9 de março. Sua canonização, em 1608, foi uma grande festa na cidade, porém, a partir de então, Francisca perdeu cada vez mais suas características de santa da nobreza urbana, que inclusive lhe haviam valido o nome de santa Francisca Romana, para assumir os traços esteriotipados de uma santa da época da Contra-Reforma.

Sua iconografia, riquíssima, remonta-se aos decênios seguidos imediatamente à sua morte, quando a casa de Tor de Specchi foi embelezada com dois ciclos de afrescos: num se ilustra a vida e os milagres da santa, noutro suas visões e inumeráveis tentações do diabo. A partir do século XVIII começou a ser representada, cada vez com mais freqüência, em companhia de são Bento de Núrsia, patrono dos Olivetanos, ou também com o anjo da guarda que lhe havia acompanhado durante muitos anos após a morte de seu filho Evangelista.

Fonte: www.paroquiaolivetanos.com.br

sexta-feira, 8 de março de 2013

São João de Deus



08/03 - São João de Deus nasceu no dia 08 de março de 1495, em Montemor-o-Novo, Portugal. Fugiu de sua casa aos oito anos de idade e durante sua vida foi pastor, soldado, vaqueiro, pedreiro, mascate, enfermeiro, livreiro e santeiro. Conta-se que sua mãe morreu de tristeza e de saudade do filho desaparecido, e que seu pai se fez monge. Viajou por toda a Europa, e quando retornou, em 1538 montou uma livraria em Granada, Espanha.

Neste mesmo ano, São João d'Ávila também estava em Granada pregando o Evangelho e São João de Deus teve a oportunidade de ouvi-lo pregar. Impressionado com o sermão sobre o mártir São Sebastião começou a gritar pedindo perdão e misericórdia a Deus pelos seus pecados, e decidiu vender tudo o que possuía.

Ficou conhecido como louco, pois andava maltrapilho, e vagava pelas ruas, batendo no peito e confessando seus pecados. Levaram-no à presença de São João d'Avila, que o encaminhou a um hospício da redondeza aconselhando-o a dedicar-se as coisas de Deus. Sua melhora foi logo notada.Conseguiu sair do hospício em 1539, passando então a ajudar aos outros doentes do hospício dedicando totalmente sua vida aos desvalidos como enfermeiro. Fundou vários hospitais, onde os doentes eram tratados como seres humanos e como filhos de Deus. Juntaram-se a ele, colaboradores que deram origem aos irmãos dos Enfermos.

Em 1549 contraiu uma grave doença que escondeu dos médicos com medo que não o deixassem mais trabalhar até que foi descoberto quando já não conseguia mais esconder, mesmo assim só conseguia pensar em ajudar os outros. Morreu em 1550 no dia 08 de março, de joelhos a rezar. Leão XII e declarou "Patrono dos Hospitais".

quinta-feira, 7 de março de 2013

Santa Perpétua e Santa Felicidade



07/03 - Perpétua, uma jovem mãe de 22 anos, escreveu na prisão um diário de tudo o que aconteceu até a vigília do suplício. Ela nunca tinha visto lugar tão escuro e quente como aquele. Estavam juntos seis catecúmenos. Como estava também o catequista, eles puderam receber o batismo. Logo após foram todos decapitados na arena de Cartago, no dia 7 de março de 203. Felicidade estava grávida com esperança de logo ser mãe para se unir aos outros mártires. Dois dias antes do martírio teve um parto muito doloroso. Um soldado escarnecia dela por causa das dores do parto: “Você está se lamentando agora, e quando as feras a estiverem mordendo?” Ela respondeu cheia de fé: “Agora sou eu que estou sofrendo, mas no martírio será Cristo que sofrerá por mim.”

Ser cristão naquele tempo de sangue e de fé era um risco contínuo de vida. A qualquer momento podia terminar a vida num circo enfrentando as feras para divertir o povo. Perpétua tinha um filhinho de colo. O pai dela, pagão, suplicava-lhe, se humilhava, recordava-lhe os deveres para com a tenra criatura. Bastava uma palavra contra a fé cristã e ela estaria de volta no meio da família. Perpétua, embora soluçando, repetia: “Não posso, sou cristã.”

As lembranças e anotações escritas por Perpétua formam um livro com o título: Paixão de Perpétua e Felicidade. Tertuliano teria completado depois a narração do holocausto das duas santas. A delícia daquelas páginas encheu de admiração e de emoção inúmeras pessoas. Grande parte do drama tem uma vivência interior, através da extrema sensibilidade feminina, pela narração viva e clara de Perpétua. Ela realça aquelas particularidades que o melhor panegirista esquece ou deixa de lado. Por isso Perpétua foi solicitada pelos irmãos e companheiros de fé e de martírio para deixar um testemunho escrito para que servisse de edificação para todos os cristãos.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Santa Inês de Praga



06/03 - Inês, filha de Premislau I, rei da Boemia, atual República Tcheca, e da rainha Constancia da Hungria, nasceu em Praga no ano 1205. Devido a sua condição real, desde a infância sua vontade nunca pode ser considerada, sendo condicionada a projetos de matrimônios, conforme as necessidades políticas ou econômicas do reinado.

Aos três anos foi entregue aos cuidados da abadessa Edwiges, mais tarde Santa, que a acolheu no seu mosteiro cisterciense e lhe ensinou os primeiros fundamentos da fé cristã. Voltou para Praga com seis anos, onde foi para outro mosteiro para receber instrução e ser preparada para as funções da realeza. Em 1220, prometida em casamento a Henrique VII, duque da Áustria e filho do imperador Frederico II, ela foi para esta corte, aonde viveu durante cinco anos, mantendo-se sempre fiel aos deveres da vida cristã.

Inês voltou para Praga, pois os soberanos romperam o pacto do matrimônio, passando a viver mais intensamente para as orações e as obras de caridade; após uma profunda reflexão decidiu consagrar a Deus sua virgindade. Entretanto, outras alianças de casamento foram propostas a ela, sendo constrangida a ter de aceitar uma delas.

Mas, o Papa Gregório IX, a quem havia pedido proteção, interveio reconhecendo a intenção de sua virgindade. Desde então, Inês adquiriu para sempre a liberdade e a felicidade se tornar esposa de Jesus Cristo.

Através dos Irmãos Menores de São Francisco, que iam a Praga como evangelizadores itinerantes, conheceu a vida espiritual que levava em Assis a virgem Clara, segundo o espírito de São Francisco. Ficou fascinada e decidiu seguir seu exemplo. Com seus próprios bens, fundou em Praga, o hospital de São Francisco e um mosteiro masculino, para que fossem dirigidos por eles. Em 1236, pode ingressar no Mosteiro das Clarissas de São Salvador de Praga, fundado por ela mesma, juntamente com cinco irmãs enviadas por Clara direto do seu mosteiro, em Assis. Em obediência ao Papa Gregório IX, Inês aceitou ser a abadessa, função que exerceu até morrer.

Inês manteve uma relação epistolar profunda com Clara de Assis, que lhe consagrou singular amizade chamando-a de "metade de minha alma", tamanha era a afinidade espiritual que possuíam. Da inúmera correspondência trocada, sobre assuntos de perfeição seráfica, ainda se conservam quatro delas.

Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres, fundando para eles um outro hospital, este entregue à direção das Clarissas. Assumiu a mais absoluta pobreza, renunciando às rendas e vivendo de esmolas e doações. Os dons da cura e da profecia lhe foram acrescentados pelo Espírito Santo, em conseqüência de sua evolução e purificação espiritual.

A fama se sua santidade era muito forte, quando faleceu em Praga, no dia 6 de março de 1283. Está sepultada na Capela do seu mosteiro em Praga, hoje dedicado à ela. O culto à Inês de Praga, foi reconhecido em 1874. O Papa João Paulo II a canonizou em 1989 e a declarou Padroeira da cidade de Praga.

terça-feira, 5 de março de 2013

São Teófilo



05/03 - Para chegar a data padrão da comemoração da Ressurreição do Senhor, foram necessários muitos estudos. Um dos responsáveis para que a data não se confundisse com comemorações de outras religiões foi Teófilo, o bispo da Cesaréia, na Palestina.

Essa informação nos foi passada através de outro bispo da Cesaréia, Eusébio, que relatou na sua História Eclesiástica, no século V, ter sido Teófilo um dos mais influentes e importantes representante daquela diocese cristã oriental.

Nessa época, primeiros tempos do cristianismo, eram muitas as igrejas antigas da Ásia que ainda comemoravam a Páscoa como os judeus, onde no primeiro dia da primeira lua cheia de março imolavam seus cordeiros, para ofertarem à Deus. Contudo, para o catolicismo, a Páscoa deveria marcar apenas o mistério da Ressurreição do Senhor.

Foi aí que o bispo Teófilo interferiu com toda a força e autoridade, pois tinha sido contemporâneo dos primeiros Apóstolos e deles recebera a indicação da data correta. Mantendo sua fidelidade ao Papa Vitor I, organizou um sínodo na Palestina, com os mais respeitados bispos e cléricos, para tratarem a delicada e importante questão. Todos ouviram suas explicações e sua posição foi aceita e oficializada num documento chamado: carta sinodal.

Em seguida, a carta foi enviada para todas as dioceses, especialmente as orientais, que ainda não cumpriam a determinação da Igreja de Roma. Essa atitude possibilitou a uniformidade da festa da Páscoa da Ressurreição em todo o mundo cristão, colocando um ponto final nessa questão doutrinal, conforme a Igreja pretendia.

Concluímos que de fato sua intervenção foi grande e decisiva, pois até os nossos dias a Festa Pascal em nada foi alterada. Depois disso, Teófilo retornou à sua diocese, para continuar sua missão pastoral. Trabalhou com igual zelo junto aos ricos e pobres, mantendo firme autoridade contra os hereges da genuína doutrina de Cristo e total fidelidade à Igreja de Roma. A comunidade o amava mais como um pai, amigo e conselheiro, do que uma autoridade eclesiástica.

Por sua sabedoria, integridade de vida e contribuição à Igreja sua festa litúrgica foi introduzida no Martirológio Romano no dia de sua morte, em 05 de março.

segunda-feira, 4 de março de 2013

São Casimiro




04/03 - Casimiro nasceu na Croácia no dia 03 de outubro de 1458 e era o décimo terceiro filho do rei da Polônia, Casimiro IV, e da rainha Elisabete d'Asburgo. Ele poderia muito bem colocar sobre a cabeça uma coroa e reinar sobre um território, como todos os seus doze irmãos o fizeram. Porém, apesar de possuir os títulos de príncipe da Polônia e grão-duque da Lituânia, não seguiu esse caminho. Desde pequeno abriu mão do luxo da corte, suas ricas festas e todas as facilidades que a nobreza proporcionava. Fez voto de castidade e vivia na simplicidade do seu quarto, que transformou numa cela como a de um eremita, dedicando-se à oração, disciplina, penitência e solidão.

Quando os húngaros se rebelaram contra o seu rei, Mateus Corvino, e ofereceram ao jovem príncipe Casimiro, então com treze anos, a coroa, ele a renunciou tão logo soube que seu pai havia se declarado contra a deposição daquele rei e a imposição pela força de outro, no caso ele. O príncipe tinha de fato apenas uma ambição, se é que assim pode ser chamada, dedicar-se ao ideal da vida monástica.

Entretanto não fugia dos deveres políticos, tendo ajudado o pai nos negócios do reino desde os dezessete anos, principalmente nos problemas referentes à Lituânia, onde era muito querido pelo povo. Com a conversão do rei da Hungria que abdicou para entrar num mosteiro, o rei Casimiro IV, seu pai, herdou esses domínios que incluíam além da Hungria, a Prússia. Porém, isso também não entusiasmou o jovem príncipe a se coroar. Desde a infância levava uma vida ascética, muito humilde, jejuando continuamente e dormindo no chão, por isso sua saúde nunca foi perfeita.

Dessa forma, jovem príncipe acabou contraindo a tuberculose. Mesmo assim seu pai lhe confiou a regência do reino, por um breve período. O rei desejando ampliar ainda mais os domínios do já imenso império, pretendia firmar um contrato de matrimonio para o filho com a bela e rica herdeira de Frederico III, cujas fronteiras passariam as ser o mar Báltico e o mar Negro, realizando seu velho sonho. Por isso precisava se ausentar, pois queria tratar pessoalmente de tão delicado assunto.

Casimiro, como príncipe regente, não se furtou às obrigações junto ao seu amado povo. Cumpriu a função com inteligente política, todavia sem se deixar seduzir pelo poder. Depois, o rei teve de se conformar, porque Casimiro preferiu o celibato e o tratado do matrimônio foi desfeito. Ele preferiu ser lembrado por ficar entre os pobres de espírito, entre aqueles que receberam o reino de Deus, do que ser recordado entre os homens famosos e poderosos que governaram o mundo.

Morreu aos vinte e cinco anos de idade e foi sepultado em Vilnius, capital da Lituânia, em 04 de março de 1484. Logo passou a ser venerado por todo o povo polonês, lituano, húngaro, russo. Seu culto acabou sendo introduzido na Europa ocidental através dos peregrinos que visitavam sua sepultura. Menos de quarenta anos após sua morte já era canonizado pelo Papa Leão X. São Casimiro foi declarado padroeiro da Lituânia e da juventude lituana; também da Polônia, onde até hoje é considerado um símbolo para os cristãos, que o veneram como o protetor dos pobres.

Fonte: http://www.portalangels.com/

domingo, 3 de março de 2013

Santa Cunegundes



03/03 - Cunegundes viveu na realeza. Nasceu no ano 988, era filha de Sigfredo, conde de Luxemburgo e Asdvige, que transmitiu pessoalmente à ela os profundos ensinamentos cristãos. Desde pequena a menina desejava se tornar religiosa.

Porém casou-se com Henrique, duque da Baviera, que era católico e em 1002 se tornou rei da Alemanha. Em 1014 o casal real recebeu a coroa imperial das mãos do Papa Bento VIII, em Roma. Para o povo, foi um tempo de paz e prosperidade. O casal ficou famoso pela felicidade que proporcionava aos seus súditos, o que chamou a atenção dos inimigos do reino e do imperador. Mas também porque a população e a corte diziam que eles haviam feito um "matrimonio de São José", o que equivale viver em união apenas como bons irmãos. Verdade ou não, o fato é que Henrique percebeu que a esposa não podia ter filhos e decidiu ficar com ela, sem usar o direito do repúdio público para dissolver o casamento, como era legítimo na Alemanha e cuja situação era tolerada por Roma.

Mais tarde, os inimigos da corte espalharam uma forte calúnia contra a imperatriz, dizendo que ela havia traído seu marido. A princípio os dois não se importaram, mas os boatos começaram a rondar o próprio palácio e Cunegundes resolveu acabar com a maledicência. Numa audiência pública, negou a traição e evocou Deus para comprovar que dizia a verdade. Para isso, mandou que colocassem à sua frente grelhas quentes. Rezou, fechou os olhos e pisou descalça sobre elas várias vezes, sem que seus pés se queimassem. Isso bastou para o imperador, a corte e o povo admirar ainda mais a santidade da imperatriz, que vivia trabalhando para atender os pobres e doentes, crianças e idosos abandonados, com suas obras religiosas assistenciais.

Em 1021 o casal imperial fundou um mosteiro beneditino em Kaufungen, em agradecimento à Deus pela cura completa de uma doença grave que Cunegundes havia contraído. Quatro anos depois, quando Henrique faleceu, ela retirou-se para esse mosteiro, abdicando do trono e da fortuna, onde viveu como religiosa por quinze anos.

Até hoje o mosteiro possui em seu acervo os riquíssimos e belos paramentos que Cunegundes costurava. Contudo, ela própria usava somente um hábito muito simples, também feito com as próprias mãos. Com ele trabalhava diariamente e com ele fez questão de ser enterrada, embora suas companheiras tivessem preparado cobertas ricamente bordadas e enfeitadas com jóias preciosas para seu velório.

Antes de morrer, no dia 03 de março de 1039, pediu que a enterrassem como uma simples monja e ao lado da sepultura do esposo, na Catedral de Bamberg, que eles também haviam construído. O local foi palco de numerosos prodígios e graças, por isso seu culto correu entre os fiéis e se propagou por toda a Europa. O Papa Inocêncio III a canonizou em 1200, autorizando sua festa para o dia de sua morte. Santa Cunegundes é padroeira de Luxemburgo, da Lituânia e da Polônia o que faz com que sua devoção se mantenha ainda muito forte e intensa.

Fonte: www.srcoronado.com