sábado, 23 de fevereiro de 2013

Beata Rafaela Ybarra

23/02 - Rafaela nasceu no dia 16 de janeiro de 1843, em Bilbao, Espanha, no seio da tradicional família cristã Ybarra, da alta burguesia local. De personalidade serena e afável teve a infância e adolescência felizes, recebendo uma sólida formação humana e religiosa, de acordo com os costumes da época.

Aos dezoito anos se casou com o engenheiro João Vilallonga, com quem teve sete filhos. Mas, a morte trágica da sua irmã e do cunhado, fez o casal assumir os cinco sobrinhos como seus próprios filhos. Rafaela soube conciliar sua obrigação familiar com uma vida cheia de caridade e riqueza espiritual.

Em pleno século XIX, a Espanha vivia um período conturbado, com o povo sofrendo severas privações provocadas pela Revolução Industrial, que se desencadeara no mundo. A grande população rural, principalmente a de jovens, se sentia acuada e era seduzida pelos novos pólos industriais que surgiam. Bilbao não foi uma exceção, atraindo uma legião deles, que buscavam uma melhor condição de vida. A este fato, Rafaela se manteve alerta. Sua situação social não foi um obstáculo para esta sensibilidade, ao contrário, tinha consciência dos perigos que a capital produzia, como a privação, exploração e marginalização.

Com esta preocupação e neste campo realizou seu apostolado, de modo tão amplo, que nem mesmo depois de sua morte se sabia exatamente até onde poderia ter chegado. Colocou à distribuição das obras assistenciais todo o seu dinheiro e suas energias: recolhia as jovens que buscavam trabalho e depois de arranjar-lhes as colocações, as mantinham abrigadas sob seus cuidados até que tivessem uma profissão, com emprego e moradia dignos.

Cultivando o contato com Deus, através da oração, no amor ao próximo e na caridade para com todos; despertou e alicerçou as bases para a fundação de um novo instituto religioso. Ao mesmo tempo em que não descuidou da sua vida familiar, se dedicou a uma vida intensa de apostolado, atuando em todas as obras assistenciais que eram criadas em Bilbao. Entretanto, nunca abandonou seu sonho, ao contrário, solidificou muito bem o fundamento e elaborou as Regras, sob a orientação do bispo de sua diocese.

No final de1894, junto com três jovens religiosas, assumiram o trabalho de “mães e educadoras” das meninas e jovens que necessitavam de ajuda naqueles anos tão difíceis. A missão se assemelhou a dos “Anjos da Guarda”, cujo nome tomou para sua fundação e cujas atitudes foram imitadas. Em 1897, a Congregação dos Santos Anjos da Guarda estava criada e dois anos depois aprovada pelo Vaticano, sendo a Casa Mãe em Bilbao, o modelo. Nesta ocasião, tentou se tornar uma religiosa, mas graves problemas a impediram.

Depois de padecer uma longa enfermidade, morreu em 23 de fevereiro de 1900, aos cinqüenta e sete anos. A santidade de sua vida foi reconhecida pela Igreja. O Papa João Paulo II, a beatificou em 1984, nesta ocasião as Irmãs se encontravam em toda a Espanha, Itália e América Latina. A fundadora recebe as homenagens no dia de sua morte.




sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Festa da Cátedra de São Pedro


22/02 - Festa da Cátedra de São Pedro. É com alegria que hoje nós queremos conhecer um pouco mais a riqueza do significado da cátedra, do assento, da cadeira de São Pedro que se encontra na Itália, no Vaticano, na Basílica de São Pedro. Embora a Sé Episcopal seja na Basílica de São João de Latrão, a catedral de todas as catedrais, a cátedra com toda a sua riqueza, todo seu simbolismo se encontra na Basílica de São Pedro.

Fundamenta-se na Sagrada Escritura a autoridade do nosso Papa: encontramos no Evangelho de São Mateus no capítulo 6, essa pergunta que Jesus fez aos apóstolos e continua a fazer a cada um de nós: "E vós, quem dizei que eu sou?" São Pedro,0 em nome dos apóstolos, pode assim afirmar: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus então lhe disse: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que te revelou isso, mas meu Pai que está no céus, e eu te declaro: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; eu te darei a chave dos céus tudo que será ligado na terra serás ligado no céu e tudo que desligares na terra, serás desligado nos céus".

Logo, o fundador e o fundamento, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Crucificado que ressuscitou, a Verdade encarnada, foi Ele quem escolheu São Pedro para ser o primeiro Papa da Igreja e o capacitou pelo Espírito Santo com o carisma chamado da infalibilidade. Esse carisma bebe da realidade da própria Igreja porque a Igreja é infalível, uma vez que a alma da Igreja é o Espírito Santo, Espírito da verdade.

Enfim, em matéria de fé e de moral a Igreja é infalível e o Papa portando esse carisma da infalibilidade ensina a verdade fundamentada na Sagrada Escritura, na Sagrada Tradição e a serviço como Pastor e Mestre.

De fato, o Papa está a serviço da Verdade, por isso, ao venerarmos e reconhecermos o valor da Cátedra de São Pedro, nós temos que olhar para esses fundamentos todos. Não é autoritarismo, é autoridade que vem do Alto, é referência no mundo onde o relativismo está crescendo, onde muitos não sabem mais onde está a Verdade.

Nós olhamos para Cristo, para a Sagrada Escritura, para São Pedro, para este Pastor e Mestre universal da Igreja, então temos a segurança que Deus quer nos dar para alcançarmos a Salvação e espalharmos a Salvação.

Essa vocação é do Papa, dos Bispos, dos Presbíteros, mas também de todo cristão.

Fonte: www.cancaonova.com .br

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

São Pedro Damião



21/02 - O poeta Dante Alighieri coloca são Pedro Damião no céu de Saturno, no XXI canto do Paraíso. Um contemplativo. Põe na boca do santo um traço autobiográfico: a predileção pelas comidas simples e pela vida contemplativa.

Segundo Dante, são Pedro Damião ataca o luxo dos cardeais. Os apóstolos Pedro e Paulo andavam percorrendo o mundo para evangelizar. Eram magros e andavam descalços. São Pedro Damião é chamado pelo papa para castigar as chagas eclesiásticas da época: a simonia e a imoralidade do clero.

Nosso santo nasceu em Ravena em 1007. Logo órfão de pai, último da fila de numerosos irmãos, foi criado pelos irmãos. O irmão mais velho se chamava Damião. Depois que estudou em Ravena, Faenza e Pádua e depois de ter ensinado em Parma, ingressou no mosteiro camaldulense de Fonte Avelana, na Úmbria, que se tornou o centro de suas atividades reformadoras. Mas a Igreja, dilacerada pela doença da simonia, que gerava as discórdias e cismas, venda dos cargos eclesiásticos e questões do celibato, tinha necessidade de homens cultos e austeros como Pedro Damião.

Qual novo Jerônimo esteve ao lado de seis papas, como viajante da paz, e em particular colaborou com Hildebrando, o grande reformador que teve o nome de Gregório VII. Pedro Damião após várias peregrinações à cidade de Milão, à França e à Alemanha, recebeu a dignidade cardinalícia e a diocese de Ostia. Já velho, foi chamado a Raverna para recompor a questão do antipapa. Morreu em 1072, em Faenza, quando voltava de uma missão de paz. Foi logo venerado como santo. Oficialmente só em 1828 o papa Leão XII o reconheceu como santo e o proclamou também doutor da Igreja por seus numerosos escritos teológicos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Santo Eleutério


20/02 - Eleutério nasceu no ano de 456 na cidade de Tournai, França. São Gregório de Tours, que foi um dos primeiros historiadores da Igreja da França, narrou que na infância enquanto Eleutério brincava com os amiguinhos, um deles lhe disse que iria chegar a ser um bispo. Não foi um aviso profético. Certamente foi um gracejo maldoso, pois na sua época, as responsabilidades desta função geralmente incluíam ameaças de morte.

Ele viveu num período conturbado da história da França, que ainda estava sendo evangelizada, e sentia o domínio dos povos do norte europeu. Foi alvo de sucessivas invasões, ora dos visigodos ora dos burgundis, ainda não pagãos, que só obedeciam à força militar, identificada na pessoa do rei ou dos generais. Assim, tornou-se, em parte, um território dos Francos, cujo rei era Clodoveo, ainda pagão.

Eleutério seguiu a carreira eclesiástica, desenvolvendo sua ação pastoral neste campo.
Chegou de fato a ser eleito bispo, o primeiro da diocese de Tournai, da qual foi o desbravador, que com imenso sacrifício, mas vencendo as dificuldades, fixou as bases para a futura grandeza daquela diocese. Somou-se ao incessante esforço da Igreja da França pela conversão dos povos recém-migrados, começando com o rei Clodoveo e a rainha Clotilde, que ele conseguiu converter com ajuda do amigo, também santo, bispo Remígio, de Reims.

Naquela época, era muito difícil organizar uma diocese com estruturas mínimas de clero, igrejas, centro de evangelização. O trabalho mais árduo era criar o espírito pacífico entre os habitantes da região, que viveram grande parte do tempo em confrontos por um pedaço de terra onde sobreviver. Além disto, havia a complicada questão das conversões em massa, que se desencadeava a partir da conversão do rei. Confundindo nação com religião, a maioria da população queria se converter também. Deste modo, as conversões não eram bem feitas, a maioria era puramente exterior, ou apenas uma questão de política, não modificavam o interior das pessoas.

Mas, o bispo Eleutério conseguiu com poucos padres e monges, fazer uma evangelização sólida e bem feita, durante os dez anos que dirigiu aquela Igreja. Foi um verdadeiro operário de Cristo, tenaz, zeloso, enérgico, vigilante contra as heresias e bondoso na tarefa de conversão dos pagãos. Mesmo assim, Eleutério foi vítima de uma conspiração, morrendo como mártir em 531, na sua querida Tournai.

Os restos mortais deste humilde bispo, foram guardados numa urna na Catedral de Tournai e o local se tornou meta de peregrinação. A cidade de Tournai esta situada hoje na Bélgica e se destaca como uma das maiores dioceses do mundo. A igreja canonizou Santo Eleutério designando o dia 20 de fevereiro para a sua festa, data em que a Catedral foi dedicada à ele.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

São Conrado de Piacenza


19/02 - Conrado nasceu em Piacenza, ao sul de Milão, por volta do ano 1290, da nobre familia dos Confalonieri. Quando jovem, tornou-se soldado e se casou com a jovem Eufrosina de Lodi. Seus divertimentos eram os torneios, as armas e as caçadas a lebres e javalis. Certo dia, para emboscar uma presa, acabou provocando um incêndio em todo um bosque. O fogo provocou estragos também em culturas de campos vizinhos.

Os colonos se revoltaram porque tiveram muitos prejuízos. O governador, Galeazzo Visconti, para aplacar a ira dos camponeses, condenou à morte o primeiro suspeito, que na ocasião pegaram no bosque. Mas Conrado demonstrou toda a sua nobreza também de coração. Para não permitir que um inocente pagasse por um erro seu, apresentou-se ao governador e confessou sua culpa. Comprometeu-se a indenizar os prejudicados. Para isso vendeu todas as suas posses, ficando completamente pobre.

Na pobreza, ele e sua esposa buscaram refúgio em Deus. E encontraram. Após um período de sofrimentos e meditações, resolveram se dedicar, os dois, marido e esposa, ao serviço do Senhor. Era o ano de 1315. Eufrosina ingressou no convento franciscano de santa Clara de Piacenza, onde passou o resto de sua vida. Conrado retirou-se, passando a peregrinar de santuário em santuário, em busca de um lugar adequado para viver como ermitão, dedicado à penitência e oração.

En Calendasco, no ano de 1315, vestiu o hábito da Ordem Terceira de São Francisco. Mas algum tempo depois continuou sua marcha eremítica. Visitou Roma e seguiu caminhando até que um dia acampou no estreito de Messina. Perambulou pelas terras entre Catânia e Siracusa, talvez entre os anos de de 1331 e 1335, e chegou à cidade de Noto.

Ele se fixou em Noto, numa cela junto à Igreja de São Miguel. Após 30 anos de caminhada, pareceu que ele ia finalmente parar de perambular. Dedicou-se a cuidar dos enfermos no Hospital de São Martinho. Começou a crescer sua fama de santidade e ele passou a ser procurado por devotos.

Acostumado à solidão, procurou refúgio na gruta de Pizzoni, fora da cidade. Lá se encontrou com outro ermitão terciário franciscano, o beato Guillermo Buccheri de Scicli. Na gruta eles passaram a viver em oração e penitência, pedindo a Deus a conversão dos pecadores, a proteção contra desastres da natureza, e a cura da multidão de enfermos que continuou procurando por eles, oriundos de todas as regiões vizinhas. Uma de suas visitas frequentes foi a do bispo de Siracusa. Essa gruta é conhecida hoje como "gruta de são Currau, ou gruta de São Conrado".

Conrado morreu na gruta de Pizzoni, no dia 19 de fevereiro de 1351. Foi enterrado na cidade de Noto, onde os habitantes, para homenagear o "santo que veio do continente", o sepultaram na mais bela igreja de Noto, a igreja de são Nicolau, que em 1844 se tornou a catedral da nova diocese.

Seu processo de beatificação passou pelos papas Leão X, Paulo III e Urbano VIII. Este último o canonizou no dia 12 de setembro de 1625. Conrado é hoje, junto com São Nicolau, patrono da cidade e da diocese de Noto. É particularmente invocado para a cura de hérnias.

Fonte: www.daaz.com.br

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

São Flaviano


18/02 - Flaviano, sucessor de São Proclo, ocupou a sede patriarcal de Constantinopla durante os três anos de 446-449. Seu governo coincidiu com uma época agitadíssima da Igreja Oriental. Heresias, graves dissensões e lutas intestinas perturbavam a paz e tornavam quase insuportáveis a permanência na capital do império grego. Flaviano, envolvido fatalmente nas agitações político-religiosas daquele tempo, com a solidez de suas virtudes, com a firmeza de seu caráter conservando-se sempre superior e absoluto senhor da situação, apresenta a figura dum grande Patriarca, digno da admiração de todos os tempos. A modéstia, unida à firmeza, à paciência imperturbável nas situações mais críticas, fizeram com que não se esquecesse nunca de sua alta posição e das obrigações a ela ligadas.

Logo após a sua eleição para Patriarca se deu um fato, presságio de lutas vindouras. Segundo o costume daquele tempo, o Patriarca eleito enviara ao Imperador os tais chamados eulógias, isto é, pão bento, símbolo da paz e concórdia. A oferta de Flaviano foi devolvida, com a retificação que só seriam aceitas eulógias de ouro. O Patriarca respondeu: “Ouro e prata não me pertencem”.

Quando a heresia monofisítica do arquimandrita Eutiches começou a ganhar terreno em Constantinopla, Flaviano se lhe opôs, com toda a energia e franqueza apostólica. Principiou com esta campanha a subida para o Calvário do intemerato antístite. Eusébio de Doriléia, com um solene protesto contra a nova doutrina, dera sinal de alarme. Flaviano convocou um Concílio local em Constantinopla (448); que examinou a doutrina eutichiana e a condenou. Contra o autor foi lançada a excomunhão. Tendo na questão o apoio incondicional do grande Papa Leão I, Flaviano não mais hesitou em entrar em luta aberta contra os poderosos amigos de Eutiches. Os que como tais se revelaram, eram o eunucho Crisáfio, favorito e tesoureiro do Imperador Teodósio II e Dioscuro, Bispo de Alexandria; dois formidáveis adversários, cuja política outra mira não visava, a não ser deposição e expulsão do Patriarca. Para alcançar este fim, todos os meios, por mais indignos que fossem, lhes eram aceitáveis. Vendo que o Patriarca não cedia, nem ameaças com o desagrado do Imperador lhe faziam modificar a atitude, trataram de alcançar de Teodósio a autorização para convocar um concílio, com o intuito de, como diziam, restabelecer a paz religiosa. O Concílio, chamado o latrocínio de Efeso, realizou-se (449), sob a presidência de Dioscuro. Compareceram 135 Bispos. De um sínodo, onde só inimigos tinham representação, que justiça Flaviano podia esperar? De fato o sínodo de Éfeso foi a expressão da paixão, do ódio, do despotismo sem freio contra o Bispo católico.

A primeira humilhação foi à absolvição solene de Eutiches e a reabilitação de sua doutrina condenada. Seguiu-se a vergonha de Bispos subalternos declararem deposto o superior e pronunciarem contra ele a sentença da excomunhão. De nada valeu a apelação de alguns Bispos, que de joelhos suplicaram a Dioscuro que não cometesse tamanha injustiça e retirasse a sentença pronunciada contra Flaviano. A injustiça aí não parou. De chofre apareceu um bando de gente armada, entre outros, monges fanatizados chefiados pelo afamado Barsumas, que com paus e facas se atiraram aos Bispos católicos, exigindo-lhes debaixo de terríveis ameaças, a assinatura do documento da deposição e condenação de Flaviano. Sem exemplo na história eclesiástica foi o tratamento bárbaro que Flaviano mesmo sofreu, no meio dos inimigos. O próprio Dioscuro (segundo outros Barsumas) pisou-o com os pés e as feridas que recebeu dos outros fanáticos foram tão graves, que morreu três dias depois.

O triunfo dos inimigos teve pouca duração. Dois anos depois se realizou o Concílio ecumênico de Chalcedon, que restabeleceu a honra do grande Patriarca, dando-lhe o título de Mártir glorioso, que morreu em testemunho da fé verdadeira. O Papa Hilário, que, como comissário apostólico, tinha presenciado as cenas horríveis do sínodo de Éfeso, construiu uma Igreja em honra do Bispo Mártir. Nela se vê um quadro artístico que representa o martírio de S. Flaviano.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sete Fundadores da Ordem dos Servitas



17/02 - Na Europa dos séculos XII e XIII houve uma grande ruptura dos valores cristãos, tanto por parte da sociedade civil e dos religiosos. Com isso surgiram várias confrarias de penitências onde os leigos buscavam viver a plenitude do evangelho, em oposição à ganância, luxo, prazeres fúteis e o gosto pelo poder que imperava. Algumas ordens são bem conhecidas, mas uma estendeu suas raízes por quase todo o mundo, foi a "Ordem dos Servidores de Nossa Senhora", ou Servitas.

Conta a tradição que, no dia 15 de agosto de 1233 os sete jovens estavam reunidos para as orações, onde também cantavam "laudas" de poemas religiosos dedicados à Virgem Maria e a imagem da Santa se mexeu. Mais tarde, quando atravessavam a ponte para voltar para casa, Nossa Senhora apareceu vestida de luto e chorando. Falou que a causa de sua tristeza era a guerra civil que ocorria em Florença, há dezoito anos.

Naquele momento, os setes nobres, abandonaram os bens e as famílias, e se dedicaram às orações e à assistência aos pobres, para "vivenciar o compromisso cristão da pobreza, humildade e caridade". Eram eles: Bonfiglio Monardi, Bonaiuto Manetti, Amadio de Amadei, Ugoccio de Ugoccioni, Sostenio de Sosteni, Maneto d'Antela e Aleixo Falconieri.

O bispo de Florença que era monge e nutria pelo grupo grande estima, soube do projeto que tinham de fundar uma comunidade religiosa de vida eremita. Resolveu ajudar doando o seu terreno de monte Senário, que ficava a dezoito quilômetros da cidade. Alí os sete irmãos fundaram a Companhia de Nossa Senhora das Dores e passaram a se vestir de preto, em homenagem à Virgem de luto. Viviam reclusos em êxtases de orações e se mantendo em constante vigília penitente. Uma vez por semana iam rezar para Nossa Senhora numa pequena capela, que existia na estrada de Cafagio, próxima da cidade.

O grupo as vezes era visto mendigando pelas ruas para conseguir ajuda para os pobres, doentes e sem recursos. Certo dia, quando distribuíam alimentos aos pobres, um menino passou e perguntou: "Vocês são os servidores de Maria?". Perceberam que era mais um sinal de Nossa Senhora. Fundaram uma ordem religiosa mariana , sob as Regras de Santo Agostinho e mudaram o nome para "Servidores de Maria".

A ordem recebeu apoio tanto das autoridades religiosas quanto sociais. Mais tarde, a capelinha inicial usada pelos sete fundadores foi transformada num santuário dedicado a Nossa Senhora das Dores, um dos mais visitados templos marianos do mundo. Com exceção de Aleixo, todos os outros fundadores foram ordenados padres.

A atuação da Ordem dos Servitas produziu frutos em muitos países, inclusive no Brasil, principalmente em São Paulo, Santa Catarina e Acre onde foram construídos vários conventos. Ainda há uma missão dela em Rio Branco, no Acre. Os "Sete Fundadores" foram canonizados pelo papa Leão XIII, em 1888 e são celebrados juntos no dia 17 de fevereiro, dia da morte do último fundador: Aleixo Falconieri. Ele que na sua humildade se recusou a tomar o hábito de padre, por se considerar indigno de ser representante de Cristo.