quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Santo Alberto de Louvain

21/11 - Tambem conhecido com Alberto de Brabant, nasceu em Monte César, Louvain em 1166, faleceu em 24 de novembro de 1192, culto d confirmado em 1613.

Alberto era filho do Duque Godfrey II de Brabant e sua esposa Margaret de Lomburg, foi criado para a vida religiosa no castelo que é hoje chamado de Mont-César. Com a idade de 12 anos foi feito cônego de Liége, mas renunciou aos benefícios quando atingiu a maioridade.

Com 21 anos ele foi convidado a ser cavaleiro de seu inimigo Conde Baldwin V de Brabant.

Quando o Legado Papal pregou uma cruzada em Liége alguns meses depois Alberto tomou a cruz e tornou-se cônego novamente. Ele nunca participou da cruzada, em vez disso foi promovido a Diretor de um Colégio. Notável pegador e conhecedor da escrituras, em 1191 com a idade de 25 anos, Alberto foi escolhido e eleito, por grande maioria do povo, Bispo de Liége vencendo Alberto de Rethel que era primo de Baldwin e tio da Imperatriz Constance. Sua eleição não era do interesse do Imperador Henry VI que favorecia o tio de sua esposa. Quando a causa foi decidida em Worms o imperador deu a Sé para Lothaire, o qual ele havia nomeado chanceler imperial pela quantia de 3000 marcos.

Para apelar a Roma Alberto viajou disfarçado para evitar ser interceptado pelos homens do imperador. O Papa Celestino III confirmou a sua eleição e Alberto retornou a Liége, mas encontrou Lothaire já intrometido em sua Sé e o Arcebispo Bruno de Colonha não estava desejoso de atrair a ira do imperador, consagrando Alberto. Neste meio tempo o Papa havia feito os contatos necessários com o Arcebispo Williande Rheims para consagrar Alberto. Isto foi feito em 29 de setembro de 1192.

Dez semanas após de sua consagração, Alberto foi morto por três cavaleiros do Rei quando ele estava visitando a Abadia de Saint-Remi, perto de Rheims. Ele foi enterrado com todas as honras de Bispo, na Catedral de Louvain.

Foi assassinado em 24 de novembro de 1192, culto confirmado em 1613.

Ele é muito confundido com São Thomas Becket, de Canterbury, cujo martírio foi muito semelhante. Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como um bispo com uma faca na sua cabeça, ou com três espadas no solo ao seu lado.

Sua festa é celebrada no dia 21 de novembro.


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Santos Otávio, Solutor e Aventor


No Martirológio Romano, na data de 20 de novembro, lemos: “São festejados em Turim os santos mártires Otávio, Solutor e Aventor, soldados da legião tebana, os quais sob o imperador Maximiano, combatendo valorosamente, foram coroados pelo martírio.” O inciso “combatendo valorosamente” refere-se evidentemente a sua declaração de serem cristãos, e portando a sua vontade de permanecerem fiéis a profissão de fé cristã, não obstante o clima de perseguição instaurado por Maximiano, o feroz colega do imperador Diocleciano. Não conhecemos porém com certeza em quais circunstâncias Otávio, Solutor e Aventor foram coroados com o martírio.

A própria informação de que eram soldados da legião tebana funda-se, na realidade, sobre uma paixão bastante tardia. Foi de fato entre 432-450 que foi redigida a paixão de são Maurício e companheiros, da qual depende a de Otávio, Solutor e Aventor. Parece até que fosse um costume bastante difundido naquela época considerar membros da legião tebana os mártires de sexo masculino dos quais se ignorasse tudo ou quase tudo. Dos nossos três santos, a paixão do século V narrava que tinham conseguido escapar do massacre geral de Agaunum, porém, a fuga teria sido descoberta e foram imediatamente seguidos.

A caçada terminou nas proximidades de Turim: Aventor e Otávio alcançados, foram trucidados no local. Solutor, talvez porque mais jovem e ferido levemente, conseguiu prosseguir na fuga. Chegando às margens de Dora Riparia, encontrou refúgio numa gruta de areia. Uma vez descoberto também foi decapitado bem no meio de um pantano. Uma piedosa cristã e matrona romana, Juliana, conseguiu recuperar o seu corpo, como já havia recuperado os corpos de Aventor e Otávio. Sepultados nas vizinhanças de Turim, construiu sobre os sepulcros uma das células oratórias, isto é, uma capelinha que mais tarde foi ampliada em basílica pelo bispo Vítor, no fim do século V.

Mais tarde o bispo Gesão renovou a basílica e incorporou-se a um mosteiro beneditino dedicado a são Solutor e que teve como primeiro abade um certo Romano, a quem sucedeu são Goslino (ou Goselino). Quando os franceses ordenaram a demolição do mosteiro em 1536, os corpos dos três mártires foram transferidos para a Consolata e finalmente em 1575 foi levantada a igreja dos mártires, que ainda hoje hospeda suas relíquias.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

São Roque Gonzales, Santo Afonso Rodrigues e São João del Castilho


19/11 - Missionários martirizados no sul do Brasil em novembro de 1628

Os Santos Mártires Roque, Afonso e João foram os primeiros evangelizadores nas terras do Sul do Brasil. O povo daquelas terras, que hoje fazem parte do estado do Rio Grande do Sul, e portanto do Brasil, nunca esqueceu a memória destes seus primeiros mártires, que semearam o evangelho com seu próprio sangue.

Estes três sacerdotes eram membros da ordem dos Jesuítas, exerceram o seu trabalho missionário junto aos índios Guaranis, no noroeste daquele estado brasileiro.

Pe. Roque Gonzales era filho de uma família de alta posição social de Assunção, Paraguai. Os padres Afonso Rodrigues e João de Castilho vieram como missionários da Espanha.

Depois de fundar numerosas comunidades cristãs, chamadas Reduções, entre os índios no Paraguai e região missioneira da Argentina, entraram em terras do atual Rio Grande do Sul, onde a 3 de maio de 1626 celebraram a primeira missa em terras gaúchas, na localidade de São Nicolau. Depois de dois anos e meio de intenso trabalho missionário, fundando cinco comunidades, ou reduções, foram mortos por um grupo de índios rebeldes à evangelização, liderados pelo cacique-pagé Nheçu. Pe. Roque Gonzales e Pe. Afonso Rodrigues foram mortos na recém fundada redução de Caaró, no dia 15 de novembro de 1628, e o Pe. João del Castilho dois dias mais tarde, em Assunção do Ijuí.

Um índio ainda catecúmeno que se opôs aos assassinos também foi trucidado junto aos missionários em Caaró: é Cacique Adauto, que um dia talvez poderá ter seu nome acrescentado aos dos nossos mártires canonizados.

Em Caaró, município de Caibaté, se encontra o principal Santuário de veneração dos Santos Mártires, visitado permanentemente por caravanas de romeiros. Ali se realiza cada ano uma grande romaria, no 3º domingo de novembro.

Aos 28 de janeiro de 1934 o Papa Pio XI beatificou os Missionários Mártires, e aos 16 de maio de 1988, em visita ao Paraguai, em Assunção, o Papa João Paulo II os canonizou, isto é, declarou Santos!

domingo, 18 de novembro de 2012

Santo Odo de Cluny

18/11 - A partir de meados do século X até o começo do século XII, a abadia de Cluny, na Borgonha, exerceu a mais poderosa influência sobre a vida monástica da Europa Ocidental e desempenhou um papel importante nos assuntos da vida religiosa, perdendo apenas para o próprio papado. Como centro e autoridade orientadora de uma ampla “reforma” monástica”, esta abadia exerceu sua influência sobre a vida e o espírito dos monges de S. Bento durante um período de tempo muito mais prolongado, e esta influência pode ser sentida ainda hoje em dia. Cluny deve sua força propulsora e suas realizações principalmente aos seus oito primeiros abades, dos quais S. Odo foi o segundo.

Ele foi educado na família de Fulk II, conde de Anjou, e posteriormente, na família de Guilherme, duque de Aquitânia, que fundou a abadia de Cluny. Com a idade de dezenove anos, Odo recebeu a tonsura e uma prebenda na igreja de S. Martinho, em Tours, e passou alguns anos estudando em Paris. Aí dedicava muito tempo ao estudo da música, entusiasmo esse que era compartilhado pelo seu mestre Remígio de Auxerre.

Certo dia, ao ler a Regra de S. Bento, Odo ficou chocado ao constatar quão longe estava a sua vida das regras da perfeição que nela estavam estabelecidas, e decidiu abraçar a vida monástica. Algum tempo depois, ele se dirigiu até o mosteiro de Baume-les-Messieurs, na diocese de Besançon, onde o abade Berno lhe conferiu o hábito, em 909. .

A abadia de Cluny foi fundada no ano seguinte pelo Duque Guilherme, e foi confiada aos cuidados de S. Berno, que colocou S. Odo para dirigir a escola do mosteiro de Baume. Odo tornou-se o quinto Abade do Mosteiro de Cluny. Durante 54 anos no ofício, ele trouxe outras casas para se afiliarem ao seu mosteiro e ficarem subordinadas às regras austeras da casa matriz e aumentou o número de fundações de 37 para 65.

Em 998 (algumas fontes colocam 1031), ele ordenou todas as casas de sua ordem a celebrarem no dia 2 de novembro, o dia da memória e de oração aos mortos e que ficou sendo o dia de Finados. Esse costume se alastrou em toda a Igreja Ocidental.

Embora ele fosse amigo de príncipes e papas, Odo era muito gentil e bondoso e conhecido por toda a cristandade como liberal e preocupado com o pobres, famintos e doentes e ficou famoso pela sua ajuda aos famintos na seca e fome de 1006, quando o tesouro de suas casas alimentaram os pobres e de novo na fome e praga de 1028–1033.

Muito piedoso, São Odo juntava seu caráter firme com gentileza e bondade, e possuía notável senso organizacional e grande habilidade de reconciliar inimigos. Ele promoveu o espírito de ajuda entre os mosteiros e tentou acabar com os abusos e disputas. Ele promoveu também o espírito de unidade entre as suas casas e a Santa Sé.

Seus sermões favoritos eram sobre os mistérios da encarnação de Jesus durante o Natal. Ele também escreveu bastante sobre o papel da Virgem Maria e os trabalhos sobre Maria, de São Bernardo, são muito influenciados pelos escritos de São Odo.

No ano de 942, S. Odo foi a Roma pela última vez, e na volta fez uma visita ao mosteiro de S. Juliano, em Tours. Depois de participar das solenidades da festa do seu padroeiro S. Martinho, ele se recolheu ao leito, vindo a falecer no dia 18 de novembro, aos 86 anos. Um dos seus últimos atos foi compor um hino, que ainda existe, em honra de S. Martinho. Apesar de sua vida de intensa atividade, S. Odo encontrava tempo para escrever, além de um outro hino e doze antífonas em verso em honra de S. Martinho, três livros de tratados sobre a moral, uma vida de S. Geraldo de Aurillac e um longo poema épico sobre a Redenção. Existe também uma tradição mencionada por todos os seus biógrafos, segundo a qual ele escreveu diversos livros de música sacra.

Na arte litúrgica da Igreja São Odo é representado como um Abade Beneditino com uma caveira e dois ossos cruzados a seu pés. Sua festa é celebrada no dia 18 de novembro.

Já a abadia de Cluny, que era uma das maravilhas da França Medieval, até o apronto final da Igreja de São Pedro, no Vaticano, no começo do século XVI, seguramente fora o maior complexo arquitetônico da cristandade ocidental e um dos maiores do mundo. Então ocorreu a Revolução de 1789 e a outrora poderosa Cluny, espoliada e vandalizada pela onda descristianizadora, desencadeada na ocasião, deixou de existir.

Fonte: //santoantoniodopari.com.br


sábado, 17 de novembro de 2012

Santa Isabel da Hungria



17/11 - Diz a lenda que Isabel foi invocada mesmo antes de nascer. Um vidente anunciou seu glorioso nascimento como estrela que nasceria na Hungria, passaria a brilhar na Alemanha e se irradiaria para o mundo. Citou-lhe o nome, como filha do rei da Hungria e futura esposa do soberano de Eisenach (Alemanha).

De fato, como previsto, a filha do rei André, da Hungria, e da rainha Gertrudes, nasceu em 1207. O batismo da criança foi uma festa digna de reis. E a criança recebeu o nome de Isabel, que significa repleta de Deus.

Ela encantou o reino e trouxe paz e prosperidade para o governo de seu pai. Desde pequenina se mostrou de fato repleta de Deus pela graça, pela beleza, pelo precoce espírito de oração e pela profunda compaixão para com os sofredores.

Tinha apenas quatro aninhos quando foi levada para a longínqua Alemanha como prometida esposa do príncipe Luís, nascido em 1200, filho de Hermano, soberano da Turíngia. Hermano se orientava pela profecia e desejava assegurar um matrimônio feliz para seu filho.

Dada a sua vida simples, piedosa e desligada das pompas da corte, concluíram que a menina não seria companheira para Luis. E a perseguiam e maltratavam, dentro e fora do palácio.

Luis, porém, era um cristão da fibra do pai. Logo percebeu o grande valor de Isabel. Não se impressionava com a pressão dos príncipes e tratou de casar-se quanto antes. O que aconteceu em 1221.

A Santa não recuava diante de nenhuma obra de caridade, por mais penosas que fossem as situações, e isso em grau heróico! Certa vez, Luis a surpreendeu com o avental repleto de alimentos para os pobres. Ela tentou esconder... Mas ele, delicadamente, insistiu e... milagre! Viu somente rosas brancas e vermelhas, em pleno inverno. Feliz, guardou uma delas.

Sua vida de soberana não era fácil e freqüentemente tinha que acompanhar o marido em longas e duras cavalgadas. Além disso, os filhos, Hermano, de 1222; Sofia, de 1224 e Gertrudes, de 1227.

Estava grávida de Gertrudes, quando descobriu que o duque Luis se comprometera com o Imperador Frederico II a seguir para a guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Nova renúncia duríssima! E mais: antes mesmo de sair da Itália, o duque morre de febre, em 1227! Ela recebe a notícia ao dar à luz a menina.

Quando Luis ainda vivia, ele e Isabel receberam em Eisenach alguns dos primeiros franciscanos a chegar na Alemanha por ordem do próprio São Francisco. Foi-lhes dado um conventinho. Assim, a Santa passou a conhecer o Poverello de Assis e este a ter freqüentes notícias dela. Tornou-se mesmo membro da Familia Franciscana, ingressando na Ordem Terceira que Francisco fundara para leigos solteiros e casados. Era, pois, mais que amiga dos frades. Chegou a receber de presente o manto do próprio São Francisco!

Morto o marido, os cunhados tramaram cruéis calúnias contra ela e a expulsaram do castelo de Wartburgo. E de tal forma apavoraram os habitantes da região, que ninguém teve coragem de acolher a pobre, com os pequeninos, em pleno inverno. Duas servas fiéis a acompanharam, Isentrudes e Guda.

De volta ao Palácio quando chegaram os restos mortais de Luís, Isabel passou a morar no castelo, mas vestida simplesmente e de preto, totalmente afastada das festas da corte. Com toda naturalidade, voltou a dedicar-se aos pobres. Todavia, Lá dentro dela o Senhor a chamava para doar-se ainda mais. Mandou construir um conventinho para os franciscanos em Marburgo e lá foi morar com suas servas fiéis. Compreendeu que tinha de resguardar os direitos dos filhos. Com grande dor, confiou os dois mais velhos para a vida da corte. 

Hermano era o herdeiro legitimo de Luis. A mais novinha foi entregue a um Mosteiro de Contemplativas, e acabou sendo Santa Gertrudes! Assim, livre de tudo e de todos, Isabel e suas companheiras professaram publicamente na Ordem Franciscana Secular e, revestidas de grosseira veste, passaram a viver em comunidade religiosa. O rei André mandou chamá-las, mas ela respondeu que estava de fato feliz. Por ordem do confessor, conservou alguma renda, toda revertida para os pobres e sofredores.

Construiu abrigo para as crianças órfãs, sobretudo defeituosas, como também hospícios para os mais pobres e abandonados. Naquele meio, ela se sentia de fato rainha, mãe, irmã. Isso no mais puro amor a Cristo. No atendimento aos pobres, procurava ser criteriosa. Houve época, ainda no palácio, em que preferia distribuir alimentos para 900 pobres diariamente, em vez de dar-lhes maior quantia mensalmente. É que eles não sabiam administrar. Recomendava sempre que trabalhassem e procurava criar condições para isso. Esforçava-se para que despertassem para a dignidade pessoal, como convém a cristãos. E são inúmeros os seus milagres em favor dos pobres!

De há muito que Isabel, repleta de Deus, era mais do céu do que da terra. A oração a arrebatava cada vez mais. Suas servas atestam que, nos últimos meses de vida, frequentemente uma luz celestial a envolvia. Assim chegou serena e plena de esperança à hora decisiva da passagem para o Pai. Recebeu com grande piedade os sacramentos dos enfermos. Quando seu confessor lhe perguntou se tinha algo a dispor sobre herança, respondeu tranqüila: "Minha herança é Jesus Cristo !" E assim nasceu para o céu! Era 17 de novembro de 1231.

Sete anos depois, o Papa Gregório IX, de acordo com o Conselho dos Cardeais, canonizou solenemente Isabel. Foi em Perusa, no mesmo lugar da canonização de São Francisco, a 26 de maio de 1235, Pentecostes. Mais tarde foi declarada Padroeira das Irmãs da Ordem Franciscana Secular.

Fonte: www.franciscanos.org.br por Frei Carmelo Surian, O.F.M.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Santa Gertrudes


16/11 - A vida contemplativa foi a forma escolhida por Santa Gertrudes para dedicar-se a Deus. Nascida em Eisleben, na Saxônia, em 1256, ao contrário do que alguns historiadores dizem, ela não pertencia à nobreza, mas seus pais eram bem estabelecidos e cristãos fervorosos.

Aos cinco anos de idade foi entregue do mosteiro cisterciense de Helfa, onde cresceu adquirindo grande cultura profana e cristã. Possuidora de grande carisma místico tornou-se religiosa consagrada. Conviveu no mosteiro com a grande mística Matilde de Magdeburgo, mestra de espiritualidade, que escreveu em forma de poesia todas a sua preciosa vivência mística, depois encerrada num livro.

Matilde foi o personagem decisivo na vida interior de muitas jovens que dela se aproximavam. Era uma mestra de uma espiritualidade fortemente ligada ao chamamento místico. Com ela Gertrudes desenvolveu a sua de modo muito semelhante, recebendo, em seguida, através de suas orações contemplativas muitas revelações de Deus.

A partir dos vinte e cinco anos de idade teve a primeira das visões que, como ela mesma narrou, transformaram sua vida. Toda a sua rica experiência transcreveu e reuniu no livro "Mensageiro do Divino amor", talvez a mais importante obra cristã tendo como temática a teologia mística. Nele ela também conta que constantemente era tomada por arrebatamentos sublimes e tristezas profundas advindas do estudo da Palavra.

Essa notável mística cristã do período medieval foi uma das grandes incentivadoras da devoção ao Coração de Jesus. Culto que alcançaria enorme expansão no futuro, com Santa Margarida Maria Alaquoque, no século XVII. Mais tarde foi eleita abadessa, cargo que exerceu até o fim de seus dias. Adoeceu e sofreu muitas dores físicas por mais de dez anos até ir comungar com seu amado esposo, Jesus, na casa do Pai, em 1302.

A tradicional festa em sua memória, no dia 16 de novembro, foi autorizada e mantida nessa data pelo Papa Clemente XII, em 1738.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Nossa Senhora do Rocio


15/11 - Apesar da Santíssima Mãe ser invocada sob o título de Virgem do Rocio desde o início do século XV, na Espanha; de ser festejada na mesma data; e da motivação da escolha do nome ser a mesma; a devoção não chegou no Brasil com os colonizadores europeus. O culto brasileiro à Nossa Senhora do Rocio nasceu numa aldeia do litoral do Paraná, sul do país, , logo após a aldeia de Paranaguá ser elevada à Vila, em 1648.

A antiga tradição revela que a imagem milagrosa apareceu ao pescador chamado Pai Berê. Era uma escultura de Nossa Senhora do Rosário, em estilo barroco que colocou num oratório em sua casa, onde passou a ser venerada pelos pescadores locais.

Como a invocação de Nossa Senhora passou "do Rosário" para "do Rocio" a tradição não diz, nem os registros históricos. Com certeza o título foi escolhido por analogia à palavra "rocio", que na linguagem antiga significa "orvalho".

Por algumas décadas, as famílias dos pescadores dessa baía paranaense veneraram a Virgem do Rocio.

Em 1686. uma terrível peste ameaçava dizimar toda a população. Mas, graças ao favor da Virgem, a epidemia foi varrida do litoral. A veneração à essa imagem milagrosa se difundiu.

De tal modo, que as peregrinações e romarias se intensificavam mais ainda na sua festa, sempre celebrada em 15 de novembro.

A primeira capela de Nossa Senhora do Rocio, erguida junto ao porto de Paranaguá, local onde o pescador a encontrou, acabou se tornando pequena para acolher todos os devotos. Através dos anos, a Santa do Rocio atendeu seus devotos com muitas graças e prodígios, que se repetiram em inúmeras ocasiões, por isso, acabou eleita padroeira do povo paranaense.

Em 1939, Nossa Senhora do Rocio foi declarada Padroeira do Paraná, pelo Bispo dessa diocese. A proclamação canônica foi concedida pelo Papa Paulo VI, em 1977. Nessa solenidade, manteve o dia tradicional de sua festa e indicou a paróquia do Rocio em Paranaguá, como seu Santuário. No Natal de 2003, essa paróquia recebeu o título oficial de Santuário Estadual.