terça-feira, 17 de julho de 2012

Santa Maria Madalena Postel

17/07 - No dia 28 de novembro de 1758, nasceu a filha primogênita do casal Postel, camponeses de uma rica fazenda em Barfleur, na Normandia, França. A criança foi batizada com o nome de Júlia Francisca Catarina, tendo como padrinho aquele rico proprietário.

Júlia Postel teve os estudos patrocinados pelo padrinho, que, como seus pais, queria que seguisse a vida religiosa. Ela foi aluna interna do colégio da Abadia Real das Irmãs Beneditinas, em Volognes, onde se formou professora. No início, não pensou na vida religiosa, sua preocupação era com a grande quantidade de jovens que, devido à pobreza, estavam condenadas à ignorância e à inferioridade social.

De volta à sua aldeia natal, Júlia Postel, com determinação e dificuldade, criou uma escola onde lecionava e catequizava crianças, jovens e adultos abandonados à ignorância, até do próprio clero da época, que desconhecia a palavra “pastoral”. Era solicitada sempre pelos mais infelizes: pobres, órfãos, enfermos, idosos, viúvas, que a viam como uma mãe zelosa, protetora, que não os abandonava, sempre cheia de fé em Cristo. Aos ricos pedia ajuda financeira e, quando não tinha o suficiente, ia pedir esmolas, pois a escola e as obras não podiam parar.

A Revolução Francesa chegou arrasadora, em 1789, declarando guerra e ódio ao trono e à Igreja, dispersando o clero e reduzindo tudo a ruínas. Júlia Postel fechou a escola, mas, a pedido do bispo, escondeu em sua casa os livros sagrados e o Santíssimo Sacramento e foi autorizada a ministrar a comunhão nos casos urgentes. Organizou missas clandestinas e instruiu grupos de catequistas para depois da Revolução. Sua vocação religiosa estava clara.

No dia 13 de fevereiro de 1798 se faz terceira franciscana. Não muda muito sua vida ascética; de São Francisco de Assis aprende a generosidade e o amor a Deus e aos irmãos, o fervor na oração e no apostolado.

A paz com a Igreja foi restabelecida em 1802. Juntamente com duas colegas e a ajuda do padre Cabart, Júlia Postel fundou a Congregação das Filhas da Misericórdia, em Cherbourg. Ao proferir seus votos, escolheu o nome de Maria Madalena. A princípio, a formação das religiosas ficou voltada para o ensino escolar e foi baseada nos mesmos princípios dos irmãos das escolas cristãs, já que na época era grande essa necessidade. Essas religiosas, aos poucos, foram se espalhando por todo o território francês. Depois, a pedido de Roma, a formação foi mudada, passando a servir como enfermeiras.

Em 1832, madre Maria Madalena, junto com suas irmãs, estabeleceu-se nas ruínas da antiga Abadia Beneditina de Saint-Sauveur-le-Vicomte. Foi reconstruída com dificuldade e tornou-se a Casa-mãe da congregação. Madre Maria Madalena Postel morreu com noventa anos de idade, em 16 de julho de 1846. A fama de sua santidade logo se espalhou pelo mundo cristão.

Foi beatificada em 1908, e depois canonizada pelo papa Pio XI, em 1926. Está sepultada em Saint-Sauveur-le-Vicomte. A sua festa acontece no dia 17 de julho e a sua obra, hoje, chama-se Congregação das Irmãs de Santa Maria Madalena Postel.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Nossa Senhora do Carmo




16/07 - Na história da Igreja, a ordem das Carmelitas é uma das mais antigas e tem como modelo e patriarca o Profeta Elias. O culto a Maria, honrada como a Bem-aventurada Virgem do Carmo. Na Sagrada Escritura fala-se da beleza do Monte Carmelo, onde o profeta Elias defendeu a fé do povo de Israel no Deus vivo e verdadeiro. "Em lembrança da visão que mostrou ao profeta a vinda desta Virgem sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia para o Carmelo (Cf.1Rs 18,20-45), os monges, no ano 93 da Encarnação do Filho de Deus, destruíram sua antiga casa e construíram uma capela no monte Carmelo, perto da fonte de Elias, em honra desta primeira Virgem voltada a Deus".

As gerações dos monges se sucederam através dos tempos e expulsos pelos sarracenos no século XIII, os monges que haviam recebido do patriarca de Jerusalém, Santo Alberto, então bispo de Vercelas, uma regra aprovada em 1226 pelo Papa Honório III, baseada no trabalho, na meditação das Escrituras, na devoção a Nossa Senhora, na vida contemplativa e mística, se voltaram ao Ocidente e aí fundaram vários mosteiros, superando várias dificuldades, podendo experimentar a proteção da Virgem. O superior geral nesta época, era São Simão Stock. Quando em suas orações pedia a Nossa Senhora proteção para a ordem dos Carmelitas dos perseguidores, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de multidão de anjos, segurando nas mãos o escapulário da ordem e lhe disse: Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo. Numa bula de 11 de fevereiro de 1950, o Papa Pio XII convidava a "pôr em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance de todos", entendido como veste mariana, esse é de fato ótimo símbolo da proteção da Mãe Celeste, o seu valor das orações da Igreja, da confiança e amor dos que o usam.

Oremos: Por intercessão de N.S.do Carmo protegei-nos de todos os perigos e dai-nos a graça de termos uma boa morte, não nos deixeis abandonados ao nosso egoísmo, indiferença, ódio e rancor. Protegei nossas famílias fazendo crescer em nossos corações o amor aos nossos irmãos. Amém.

domingo, 15 de julho de 2012

São Boaventura

15/07 - O santo de hoje foi bispo e reconhecido doutor da Igreja do Cristo que chamou pescadores e camponeses para segui-lo no carisma de Francisco de Assis, mas também homens cultos e de ciência. São Boaventura era um destes homens de muita ciência, porém, de maior humildade e conhecimento de Deus, por isto registrou o que vivia.

Escreve ele: "Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça".

Boaventura nasceu no centro da Itália em 1218, e ao ficar muito doente recebeu a cura por meio de uma oração feita por São Francisco de Assis, que percebendo a graça tomou-o nos braços e disse: "Ó, boa ventura!". Entrou na Ordem Franciscana e, pela mortificação dos sentidos e muita oração, exerceu sua vocação franciscana e sacerdócio na santidade, a ponto do seu mestre qualificar-lhe assim: "Parece que o pecado original nele não achou lugar".

São Boaventura, antes de se destacar como santo bispo, já chamava - sem querer - a atenção pela sua cultura e ciência teológica, por isso, ao lado de Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino, caracterizaram o século XIII como o tempo de sínteses teológicas.

Certa vez, um frei lhe perguntou se poderia salvar-se, já que desconhecia a ciência teológica; a resposta do santo não foi outra: "Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-Lo isso basta... Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia". O Doutor Seráfico, assumiu muitas responsabilidades, como ministro geral da Ordem Franciscana, bispo, arcebispo, até que depois de tanto trabalhar, ganhou com 56 anos o repouso no céu.



sábado, 14 de julho de 2012

São Francisco Solano

14/07 - Apóstolo do Novo Mundo, Francisco nasceu em Montilla (Córdoba, Espanha) a 10 de março de 1549, terceiro filho de Mateus Sánchez Solano e de Ana Jiménez, família abastada e de nobre ascendência. Fez seus estudos em Córdoba, junto dos jesuítas onde mostrou ser pessoa dotada de viva inteligência, dada à contemplação e à caridade. Antes de concluir os estudos de medicina, que havia iniciado com brilhantismo, pediu para ingressar na Ordem dos Frades Menores da Provincia de Granada. Em 1569, vestiu o hábito dos frades e, no ano seguinte, emitiu a profissão religiosa.

Sempre muito austero, paciente, humilde e perfeito na observância da Regra, continuou os estudos de filosofia e teologia no Convento de Santa Maria de Loreto, em Sevilha, morando em minúsculo canto do coro. Celebrou sua primeira missa a 4 de outubro de 1576. Em 1581 foi nomeado mestre de noviços do convento de Arruzafa (Córdoba), ofício que continuou a desempenhar no Convento de São Francisco do Monte da Serra Morena para onde foi transferido em 1583 e onde exerceu depois as funções de guardião e de pregador. Em todas as partes, acompanhava-o a fama de santidade e de taumaturgo devido aos milagres que realizava. Quando ocorreu o alastramento da peste bubônica na vizinha cidade de Montoro, voluntariamente se ofereceu para cuidados dos empestados. Transferido em 1587 para o convento de São Luis da Zubia, perto de Granada, foi eloqüente e estimadíssimo pregador popular e apóstolo entre os doentes e presidiários em todo o território circunvizinho.

Uma vez abandonada a idéia de se dirigir aos países muçulmanos para morrer mártir querendo assim fugir da veneração do povo, pediu para fazer parte da expedição missionária destinada à América. No dia 28 de fevereiro de 1589, partiu no navio Sanlucar de Barrameda com outros onze confrades conduzidos pelo padre Baltazar Navarro, custódio de Tucuman, e chegou a Cartagena, na Colômbia, em maio do mesmo ano. Daí continuou até Nome de Deus, no Panamá, que atravessou a pé até atingir as margens do Pacífico.

Quando se dirigia ao Peru, o galeão em que viajava com o grupo, afundou perto da ilha de Górgona em frente à Colômbia. Francisco se considerou pastor desta comunidade de desesperados, entre as quais, muitos escravos. Depois de dois meses de sofrimento foram recolhidos em outra embarcação e levados até um porto ao norte do Peru. O santo frade continuou a viagem a pé até a cidade de Lima. Foi, então, designado imediatamente missionário na longínqua Tucuman, ao norte da Argentina. Para lá chegar deveria fazer a cansativa viagem de três mil quilômetros através dos Andes a pé ou sobre o lombo de um pobre animal.

Tendo chegado a Tucuman em novembro de 1590 foi lhe dada a incumbência da Custódia Franciscana de São Jorge, fundada em 1565, com a finalidade de ocupar-se das missões. Vencendo não poucas dificuldades de língua, fundou a missão ou redução de Socotonio e Madalena, das quais foi doctrinero (pároco missionário), exercendo ministério junto a indígenas Diaguitas, dos quais se tornou evangelizador, civilizador, pacificador e defensor, tendo sido muitas vezes agraciado com dom das línguas. Entre todas as suas grandezas conta-se a da pacificação desta população rebelde na quinta-feira santa de 1591. São atribuídos a Francisco duzentas mil conversões e batizados de infiéis. Em 1592 estendeu seu apostolado aos brancos e “crioulos” .

Em 1595 foi chamado pela obediência a dirigir-se ao Peru onde foi nomeado guardião do convento de recoleção de Santa Maia dos Anjos em Lima, cargo que renunciou considerando-se sem capacidade e sem méritos para o exercício. Em 1602 foi transferido para Trujillo, onde exerceiu a função de guardião. Pregador enérgico e inspirado ficou célebre com o fato de ter profetizado em 12 de novembro de 1603 a destruição da cidade, que aconteceu em 14 de fevereiro de 1619. Tendo voltado a Lima e nomeado ainda uma vez guardião, no dia 20 de dezembro de 1604 percorreu ruas e praças da cidade com um crucifixo nas mãos provocando um tal estado de comoção que obrigou o vice-rei a intervir. Mesmo sendo muito austero, mostrava-se alegre e costumava tocar violino para alegrar-se a si mesmo e aos confrades e também como instrumento de pastoral para aproximar-se dos índios.

Devido às suas penitências, nos últimos tempos de sua vida, viveu no convento-enfermaria conhecido como Máximo de Jesus ( hoje São Francisco), em Lima. Durante o terremoto de 1609, padre Francisco levantando-se com dificuldade queria confortar a população com sua palavra de fé. Não conseguiu mais recuperar a saúde. Morreu santamente em Lima a 14 de julho de 1610, enquanto, a seu pedido, os frades cantavam o Credo. Suas últimas palavras foram: “Glorificetur Deus”. Foi sepultado na igreja do convento. Seu corpo foi carregado pelo arcebispo de Lima, pelo vice-rei e por outros personagens ilustres.

Foi canonizado por Bento XIII a 27 de dezembro de 1726.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Santo Henrique

13/07 - Muitos acusam a Idade Média como um "tempo de trevas" na História, e não tem como não pensar isto se não abrirmos os olhos e olharmos para o alto, pois neste lugar é que se encontram as luzes deste período, ou seja, os inúmeros santos e santas. Henrique faz parte deste "lustre", pois viveram - ele e sua esposa Santa Cunegundes - uma perfeita harmonia de afetos, projetos e ideais de santidade.
Henrique, primogênito do duque da Baviera, nasceu num belíssimo castelo às margens do rio Danúbio, em 973, e recebeu o mesmo nome do seu pai. Veio ao mundo para reinar, desfrutando de todos os títulos e benesses que uma corte imperial pode proporcionar ao seu futuro soberano, com os luxos e diversões em abundância. Por isto, foi uma grata surpresa para os súditos verem que o jovem se resguardou da perdição pela esmerada criação, dada por sua mãe.

Seu pai, antes conhecido como "o briguento", abriu seu coração à orientação da esposa, católica fervorosa, que anos depois seu apelido foi mudado para "o pacífico". Assim, seus filhos receberam educação correta e religiosamente conduzida nos ensinamentos de Cristo. Um dos irmãos de Henrique, Bruno, foi o primeiro a abandonar o conforto da corte para se tornar padre e, depois, Bispo de Augusta. Das irmãs, Brígida se fez monja e Gisela, Beata da Igreja, foi mulher do rei Estevão da Hungria, também um Santo.

O príncipe Henrique, na idade indicada, foi confiado ao Bispo de Ratisbona, São Wolfgang, e com ele se formou cultural e espiritualmente. A tradição germânica diz que uma noite Henrique sonhou com o seu falecido diretor espiritual, São Wolfgang. Este teria escrito na parede do quarto do príncipe: "entre seis". Henrique julgou que morreria dali a seis dias, o que não ocorreu. Depois, achou que a morte o alcançaria dali a seis meses. Isso também não aconteceu. Mas, seis anos após o sonho, ele assumiu o trono do Sacro Império Romano Germânico, coroado pelo Papa Bento VIII, quando da morte de seu pai.

Henrique II não poderia ter comandado o povo com mais sabedoria, humildade e cristandade do que já tinha. Promoveu a reforma do clero e dos mosteiros. Regeu a população com justiça, bondade e caridade, freqüentando com ela a Santa Missa e a Eucaristia. Convocou e presidiu os Concílios de Frankfurt e Bamberg. Realizou ainda muitas outras obras assistenciais e sociais. Modelo de governante católico, empenhou-se na propagação da Fé, tendo papel de grande importância para a conversão de seu cunhado Santo Estêvão, rei da Hungria. Procurou restaurar, conforme a espiritualidade de Cluny, o espírito monástico então decadente, sendo nesse ponto aconselhado por Santo Odilon, abade de Cluny.

Ao mesmo tempo em que defendia o povo e a burguesia contra os excessos de poder dos orgulhosos fidalgos, estabeleceu a paz com Roberto, rei da França. Com o fim da guerra, reconstruiu templos e mosteiros, destinando-lhes generosas contribuições para que se desenvolvessem e progredissem. Enfim, ao lado da esposa Cunegundes, agora Santa, concedeu à população incontáveis benefícios sociais e assistenciais, amparando os mais necessitados e doentes. O casal chegou a fazer voto eterno de castidade, para que, com mais firmeza de espírito, pudessem se dedicar apenas a fazer o bem ao próximo. Por sua insistência, o papa Bento VIII prescreveu o uso do Credo Niceno-Constantinopolitano aos domingos na missa em 1014.

Henrique II morreu em 13 de julho de 1024 e foi sepultado em Bamberg. Foi canonizado em 1152, pelo Papa Eugênio III. Talvez, o rei Santo Henrique II seja um dos santos mais queridos da Alemanha, ao lado de sua esposa.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

São João Gualberto




12/07 - João Gualberto, segundo filho dos Visdonini, nasceu no ano de 995 em Florença. Foi educado num dos castelos dos pais, Gualberto e dona Villa, nobres e cristãos. A mãe cuidou do ensino no seguimento de Cristo. O pai os fez perfeitos cavaleiros, hábeis nas palavras e nas armas, para administrar e defender o patrimônio e a honra da família.

Mas a harmonia acabou quando o primogênito da família foi assassinado. Buscando vingar o irmão, João Gualberto saía armado e com seus homens à procura do inimigo. Na Sexta-Feira Santa de 1028, ele o encontrou vagando solitário, numa das estradas desertas da cidade. João Gualberto empunhou imediatamente sua espada, mas o adversário, desarmado, abriu os braços e caiu de joelhos implorando perdão e clemência em nome de Jesus.

Contam os biógrafos que, ouvido seu pedido em nome do Senhor, João Gualberto jogou a espada, desceu do cavalo e abraçou fraternalmente o inimigo. No mesmo instante, foi à igreja de São Miniato, onde, aos pés do altar, ajoelhou-se diante do crucifixo de Jesus. Diz a tradição que a cruz do Cristo se inclinou sobre ele, em sinal de aprovação pelo seu ato. E foi ali que João Gualberto ouviu o chamado: "Vem e segue-me". Depois desse prodígio, ocorrido na presença de muitos fiéis, uma grande paz invadiu sua alma e ele abandonou tudo para ingressar no mosteiro beneditino da cidade.

Nos anos seguintes, João Gualberto tornou-se um humilde monge, exemplar na disciplina às Regras, no estudo, na oração, na penitência e na caridade. Só então aprendeu a ler e a escrever, pois para um nobre de sua época o mais importante era saber manusear bem a espada. Adquiriu o dom da profecia e dos milagres, sendo muito considerado por todos. Em 1035, com a morte do abade, ele foi eleito por unanimidade o sucessor, mas renunciou de imediato quando soube que o monge tesoureiro havia subornado o bispo de Florença para escolhê-lo como o novo abade.

Indignado, passou a denunciá-los e combate-los, auxiliado por alguns monges. Mas as ameaças eram tantas que decidiu sair do mosteiro.

João Gualberto foi para a floresta dos montes Apeninos, numa pequena casa rústica encontrada na montanha Vallombrosa, sobre o verde Vale do Arno, seguido por alguns monges. O local começou a receber inúmeros jovens em busca de orientação espiritual, graças à fama de sua santidade. Foi assim que surgiu um novo mosteiro e uma nova congregação religiosa, para a qual João Gualberto quis manter as Regras dos monges beneditinos.

No início, o papa aceitou com reserva a nova comunidade, mas depois a Ordem dos Monges Beneditinos de Vallombrosa obteve aprovação canônica. Dali os missionários, regidos pelas Regras da Ordem Beneditina reformada, se espalharam para evangelizar, primeiro em Florença, depois em várias outras cidades da Itália.

Seguindo com rigor a disciplina e austeridade às Regras da Ordem, João Gualberto implantou no Vale de Vallombrosa um centro tão avançado e respeitado de estudos que a própria Igreja enviava para lá seus padres e bispos para aprofundarem seus conhecimentos. Todos oravam e trabalhavam a terra, replantando os bosques do Vale e plantando o alimento do mosteiro, por isso são considerados precursores da agricultura auto-sustentável.

Considerado herói do perdão, João Gualberto fundou outros mosteiros, inclusive o de Passignano, na Umbria, onde morreu no dia 12 de julho de 1073. Nos séculos seguintes, esses monges se especializaram em botânica, tanto assim que foram convidados para fundar a cátedra de botânica na célebre Universidade de Pavia. Enquanto isto, as de Pádua, de Roma e de Londres buscavam naqueles mosteiros os seus mais capacitados mestres no assunto.

Canonizado em 1193, são João Gualberto foi declarado Padroeiro dos Florestais, pelo papa Pio XII, em 1951.


Fonte: www.diocesedeanapolis.org.br

quarta-feira, 11 de julho de 2012

São Bento de Núrsia

11/07 - São Bento de Núrsia (c. 480 – 547), nascido em Nursia (Norcia), na Itália, foi o fundador do monaquismo ocidental. Muitas desses monásticos homens e mulheres pertencem a uma ordem cristã religiosa nomeada em sua honra, a Ordem de São Bento.

A única autêntica vida de Bento de Núrsia que está contido no segundo livro Diálogos de São Gregório (papa). Trata-se de um caráter mais do que um esboço biográfico e consiste, na sua maior parte, de uma série de incidentes milagrosos, que, se bem que ilustram a vida do santo, dar uma pequena ajuda no sentido cronológico referente à sua carreira. Tudo que São Gregório relata, foram dados repassados (contados) de seus próprios discípulos, viz. Constantinus, que sucedeu-lhe como Abade de Monte Cassino; e Honoratus, que foi Abade de Subiaco quando São Gregório escreveu seus Diálogos.

São Bento era filho de um nobre romano de Núrsia, e a tradição aceita ser ele irmão gêmeo de sua irmã Escolástica. As narrativas de São Gregório nos torna impossível imaginar que ele começou antes dos dezenove ou vinte anos.Ele era velho o suficiente para ser, no meio de seus estudos literários, para compreender do verdadeiro significado e valor da conduta libertina licenciosa e de vida de sua palavra * * desaparecidas, e que tenham sido profundamente afetada por si próprio o amor de uma mulher (ibid. II, 2). Ele foi capaz de pesar todas estas coisas, em comparação com a vida ensinada nos Evangelhos, e optou por esta última. Ele estava no início de sua vida, e tinha à sua disposição os meios necessários para ter uma carreira como um nobre romano; claramente que ele não era uma criança. Se aceitarmos a data de seu nascimento 480, podemos fixar a data do seu abandono de seus estudos e a saida de casa por volta de ano 500 da nossa era.

Bento não parece ter deixado Roma com o objetivo de se tornar um eremita, mas apenas para encontrar algum lugar longe da vida da cidade grande; além disso, ele tinha seu velho enfermeiro que era como um servo e eles se instalaram e passaram a viver em Enfide, perto de uma igreja dedicada a São Pedro, em um tipo de associação na compania de homens virtuosos que estavam em solidariedade com seus sentimentos e seus pontos de vista. Enfide, que a tradição de Subiaco identifica com a moderna Affile, está nas montanhas Simbrucini, cerca de quarenta quilômetros de Roma e dois de Subíaco.

A curta distância de Enfide é a entrada para um estreito, sombrio vale, penetrando as montanhas e conduzindo diretamente à Subiaco. Atravessando o Anio e virando à direita, os passos se elevam ao longo da face esquerda da ravina (escavação ou barranco aberto por enxurrada) , e logo chega no local da chácara de Nero e da enorme toupeira que forma a extremidade inferior do meio do lago; em todo o vale existem ruínas de banhos romanos, dos quais alguns grandes arcos e apartadas massas de parede ainda se encontram em pé. A subida da toupeira após vinte cinco arcos baixos, as bases do que ainda pode até mesmo ser rastreados, ficava uma ponte que ligava a chácara para os banhos, ao abrigo do qual as águas do lago derramavam em meio a uma grande queda lago abaixo. As ruínas desses vastos edifícios e do amplo lençol de queda d’água fechada até à entrada do vale de São Bento do jeito como ele percebia quando vinha de Enfide; nos dias de hoje o estreito vale se deslumbra diante de nós, fechada apenas pelas montanhas distantes.

O caminho continua a subir, e ao lado da ravina, no qual se pode correr, torna-se acentuada, até que alcancemos uma caverna acima da qual a montanha agora se eleva quase perpendicularmente, enquanto no lado direito, ela alcança uma rápida descida para baixa para onde, na época de São Bento, cinco cem metros abaixo, se lançava as águas azuis do lago. A gruta tem uma grande abertura de formato triangular e apresenta cerca de dez metros de profundidade. No seu caminho para Enfide, Bento encontrou um monge, Romanus, cujo mosteiro ficava acima do precipício da montanha que prendia a caverna. Romanus contara a Bento os motivos que o levaram a Subiaco, e que lhe fez vestir o hábito de monge. Por seu conselho Bento se tornou um eremita e por três anos, desconhecido para os homens, viveu nesta caverna que ficava acima do lago. São. Gregório nos conta pouco sobre esses anos. Ele agora fala de Bento já não como um jovem (fedorento), mas como um homem (viril) de Deus. Romanus, nos diz por duas vezes, que servia o santo de todas as maneiras que podia. O monge aparentemente o visitava freqüentemente, e em dias pré estabelecidos lhe trazia comida.

Durante estes três anos de solidão, quebrado apenas por ocasionais comunicações com o mundo exterior e com as visitas de Romanus, ele amadureceu tanto na mente como no caráter, em termos de conhecimento de si próprio e de seus companheiros, e, ao mesmo tempo ele se tornou não simplesmente um conhecido, mas angariou o respeito de muitos sobre si, tanto que com a morte do abade de um mosteiro, no bairro (identificado por alguns com vicovaro), a comunidade chegou-se a ele e lhe implorou para se tornar o seu abade . Bento estava familiarizada com a vida e a disciplina do mosteiro, e sabia que suas maneiras eram diferentes das da dele, por conseguinte, a partir da sua diversidade, jamais haviam concordado entre si: ainda, em comprimento, superar a sua súplica, ele deu o seu consentimento (ibid., 3) . O experimento fracassou; os monges tentaram envenenar ele, e ele retornou para a sua caverna. A partir deste momento seus milagres parecem ter se tornado freqüentes, e muitas pessoas, atraídas por sua santidade e caráter, vieram até Subíaco para receber sua orientação. Para eles ele construiu no vale doze mosteiros, em cada um ele colocou um superior com doze monges. Em um terceiro ele viveu com poucos, como ele pensava que seria mais lucrativo de serem melhor instruídos pela sua própria presença (ibid., 3). Ele manteve, no entanto, o pai ou abade de todos. Com a criação destes mosteiros começaram as escolas para as crianças, e entre os primeiros a serem levados foram Maurus e Placid.

São Bento passou o resto de sua vida realizando o ideal do monaquismo que ele havia retirado do seu Estado. Morreu em Monte Cassino, Itália, em 21 de março e foi nomeado o patrono protetor da Europa pelo Papa Paulo VI em 1964. Sua festa é consagrada no dia 11 de julho.