sábado, 30 de junho de 2012

São Marçal


30/06 - São Marçal foi bispo de Limoges, França, no século III da era cristã. Não há informações precisas sobre sua origem, data de nascimento ou morte - nem tampouco sobre os atos praticados em seu bispado.

Sabe-se com certeza apenas que, durante o consulado de Décio e de Grato, sete bispos foram enviados de Roma para a Gália para pregar o Evangelho. Gatien seguiu para Tours, Trofimo para Arles, Paulo para Narbonne, Saturnino para Toulouse, Denis para Paris, Austromoine para Clermont e Marçal para Limoges. Como sempre se fazia acompanhar por dois padres trazidos por ele do Oriente, cogita-se que Marçal também tenha vindo de lá. De qualquer sorte, o fato é que ele foi bem-sucedido na conversão dos moradores de Limoges, onde tornou-se uma figura venerada.

A imaginação popular, tão propensa a criar lendas e fantasias, logo transformou São Marçal em um apóstolo do século I, enviado à Gália pelo próprio São Pedro. Ali, ele teria evangelizado não apenas a província de Limoges, mas toda a Aquitânia. Ainda segundo as lendas, São Marçal fez muitos milagres, como o de trazer um morto de volta à vida ao tocá-lo com uma vara dado por São Pedro.

Em 'A Vida de São Marçal', obra atribuída ao Bispo Aureliano, seu sucessor, mas na verdade um trabalho escrito no século XI, todas as lendas criadas em torno da vida do santo ganharam uma ampla divulgação junto à cristandade, tendo acrescentando ainda outras, tais como a de que ele teria nascido na Palestina e sido um dos setenta e dois discípulos de Cristo, que estava presente na Santa Ceia e assistido à ressureição de Lázaro, que foi batizado pelo próprio São Pedro etc.

Atualmente, já está provado que a honra devida a São Marçal não se deve à lenda de que ele teria sido um dos setenta e dois discípulos de Cristo, mas sim por ter sido o primeiro pregador da fé cristã em Limoges - e nada além disso. Buissas, Bispo de Limoges, fez uma petição à Santa Sé em 1853 para que São Marçal não fosse privado das honras recebidas a tanto tempo. Pio IX, em seu decreto de 08 de maio de 1854, recusou-se a dar a São Marçal o título de discípulo de Cristo, afirmando ainda que apenas a sua veneração era muito antiga. Existem duas epístolas na Biblioteca de Patrum atribuídas a São Marçal, mas ambas são consideradas apócrifas.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

São Pedro e São Paulo




29/06 - A solenidade de São Pedro e de São Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis.

E mais: depois da Virgem Santíssima e de São João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.

Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia, nem quanto ao ano desses martírios.

A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma, durante a perseguição de Nero.

Há outras raízes ainda envolvendo a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. São Pedro e são Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os "Pais de Roma". Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue "fundaram" a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre.

São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.

São Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos Gentios".

São Pedro e são Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre.



Fonte: http://www.catolicanet.com/

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Santo Irineu de Lion


28/06 - Padre da Igreja, grego de nascimento, filho de pais cristãos, nasceu na ilha de Esmirna, no ano 130. Foi discípulo de Policarpo, outro Padre e Santo da Igreja. Dele, Irineu pôde recolher ainda viva a tradição apostólica, pois Policarpo fora consagrado Bispo pelo próprio João Evangelista, o que torna importantíssimos os seus testemunhos doutrinais.

Muito culto e letrado em várias línguas, Irineu foi ordenado por São Policarpo, que o enviou para a Gália, atual França, onde havia uma grande população de fiéis cristãos procedentes do Oriente. Lá trabalhou ao lado de Fotino, o primeiro Bispo de Lion, que em 175 o enviou à Roma, para junto do Papa Eleutério resolver a delicada questão doutrinal dos hereges montanistas. Estes fanáticos, vindos do Oriente, pregavam o desprezo pelas coisas do mundo, anunciando o breve retorno de Cristo, para o Juízo Final.

Contudo, tanto o Papa quanto Irineu, foram tomados pela surpresa da bárbara perseguição decretada pelo imperador Marco Aurélio. Rapidamente, em 177, ela atingiu a cidade de Lion, ocasionando o grande massacre dos cristãos, todos mortos pelo testemunho da fé.

Um ano depois, Irineu retornou à Lion, onde foi eleito e aclamado sucessor do Bispo mártir, Fotino. Nesse cargo ele permaneceu vinte e cinco anos. Ocupou-se da evangelização e, combateu principalmente a heresia dos gnósticos, além das outras que proliferavam nesses primeiros tempos. Obteve êxito junto ao Papa Vitor I, na questão da comemoração da festa da Páscoa, quando lhe pediu que atuasse com moderação, para manter a união entre a Igreja do Ocidente e do Oriente.

A sua obra escrita mais importante foi o tratado "Contra as Heresias", onde trata da falsa gnose, e depois, de todas as outras heresias da época. O texto grego foi perdido, mas existem as traduções: latina, armena e siríaca. Importante, não só do lado teológico, onde expôs já pronta a teoria sobre a autoridade doutrinal da Igreja, mas ainda do lado histórico, pois documentou e nos apresentou um quadro vivo das batalhas e lutas de então.

Mais tarde , um outro tratado, chamado "Demonstração da pregação apostólica" foi encontrado inteiro, numa tradução armena. Além de vários fragmentos de outras obras, cartas, discursos e pequenos tratados.

Irineu morreu como mártir, no dia 28 de junho de 202, em Lion e sua festa litúrgica ocorre nesta data. As relíquias de Santo Irineu, estão sepultadas junto com os Mártires da Igreja de Lion, na Catedral desta cidade, na França.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro




27/06 - Muito venerado no oriente desde tempos imemoriais, o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está entre as mais expressivas invocações a Maria, Mãe de Deus. O quadro original é uma pintura em estilo bizantino, sobre madeira, de 54 x 41,5cm, onde se entrelaçam a arte e a piedade, a elegância e a simplicidade.


A tradição popular narra que um comerciante teria roubado o quadro na ilha de Creta, no século XV, e o levado para Roma, de navio. Conta-se que, durante a viagem, uma forte tempestade colocou em perigo a vida dos passageiros e somente com a intervenção de Nossa Senhora eles conseguiram se salvar. Mais tarde, antes de morrer, o comerciante decidiu confiar o ícone a um amigo para que o levasse a uma igreja da cidade, a fim de devolvê-lo à veneração pública.

Então, o quadro foi entregue à igreja de São Mateus, onde permaneceu durante 300 anos. Com a invasão de Roma pelos franceses, em fins do século XVIII, a igreja foi destruída e os religiosos agostinianos que ali trabalhavam levaram o ícone para outro lugar, onde ficou guardado e esquecido.

Em 19 de janeiro de 1866, o Papa Pio IX confiou o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro aos missionários redentoristas, com a incumbência de torná-lo conhecido e amado em todo o mundo e de divulgar a devoção ao Perpétuo Socorro de Maria, cuja festa é celebrada no dia 27 de junho.

Depois de restaurado, o ícone foi devolvido à veneração pública e entronizado solenemente na igreja de Santo Afonso, construída sobre as ruínas da antiga igreja de São Mateus e de São João de Latrão. O quadro é o ícone da tradição bizantina mais venerado no mundo, graças ao trabalho dos redentoristas.

No quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, tudo tem seu significado: as cores, as legendas, as atitudes e até os detalhes. Tem caracteres gregos com a abreviatura dos nomes das quatro figuras presentes, a Mãe de Deus, seu divino Filho e os arcanjos Gabriel e Miguel, que mostram os instrumentos da Paixão de Cristo: a cana com esponja, a lança, os cravos e a cruz.

O menino, assustado pela visão, lança-se nos braços da Mãe. A angústia de Jesus não é demonstrada pela expressão e sim por suas atitudes. Ele agarra-se à mão que a Mãe lhe estende para confortá-lo e, no movimento, deixa escorregar a sandália do pé direito. Os olhos de Maria, cheios de compaixão, voltam-se para quem a contempla, apelando para os homens evitarem o pecado, causa da morte de Jesus. A cor de ouro do fundo da pintura evoca valores permanentes, dando à moldura um caráter de eternidade.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Santos João e Paulo


26/06 - São João e São Paulo eram irmãos de sangue e de fé, ricos e generosos para com os pobres. Foram convidados por Juliano, o Apóstata para a corte, pois planejava pôr as mãos em seus bens. OS dois irmãos renunciaram aos cargos e se recolheram em sua propriedade no Monte Célio, dedicando-se a oração e servindo aos necessitados. Juliano não concordou e exigiu que retornassem às suas funções anteriores.

Como São João e São Paulo rejeitaram decididamente a desobedecer ao tirano, o chefe da guarda imperial, Terenciano, foi então a casa deles no Célio, com a intimação de oferecerem dentro de dez dias incenso à estátua de Júpiter. No décimo dia de espera, Terenciano ainda na tentativa de convencê-los, mandou que fossem degolados secretamente e sepultados em sua própria casa, na noite de 26 de junho do ano 362.

O sucessor de Juliano, o imperador Joviniano, mandou que Bizante procurasse os corpos dos irmãos João e Paulo e de construir uma Igreja sobre seu túmulo.

Podemos ler na inscrição de São Dâmaso: Paulo e João deram juntos a vida, unidos pelo casto vínculo da fé. Foram vassalos fiéis do Rei da eterna mansão. Os dois irmãos tiveram na vida a mesma casa e a mesma fé; agora no céu cingem a mesma coroa imortal. Ficai sabendo que dâmaso teceu o panegírico dos dois irmãos, para que o povo cristão aprenda a celebrar ps novos protetores.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

São Guilherme de Vercelli




25/06 - Guilherme nasceu em Vercelli, no ano de 1085, de uma rica família da nobreza francesa. Aos quinze anos, já vestia o hábito de monge e era um fervoroso peregrino. Percorreu toda a Europa visitando os santuários mais famosos e sagrados, pretendendo tornar-se um simples monge peregrino na Terra Santa. Foi dissuadido ao visitar, na Itália, João de Matera, hoje santo, que lhe disse, profeticamente, que Deus não desejava apenas isso dele. Contribuiu também, para sua desistência, o fato de ter sido assaltado por ladrões de estrada, que lhe aplicaram uma violenta surra.

O incidente acabou levando-o a procurar a solidão na região próxima de Avellino, na montanha de Montevergine. Era uma terra habitada apenas por animais selvagens, onde, segundo a tradição, um lobo teria matado o burro que lhe servia de transporte. Guilherme, então, teria domesticado toda a matilha, que passou a prestar-lhe todo tipo de auxílio.

Vivia como eremita, dedicando-se à oração e à penitência, mas isso durou pouco tempo. Logo começou a ser procurado por outros eremitas, religiosos e fiéis. Acabou fundando, em 1128, um mosteiro masculino, o qual colocou sob as regras beneditinas e dedicou a Maria, ficando conhecido como o Mosteiro de Montevergine.

Dele Guilherme se tornou o abade, todavia por pouco tempo, pois transmitiu o cargo para um monge sucessor e continuou peregrinando. Entretanto tal procedimento se tornou a rotina de sua vida monástica. Guilherme acabou fundando um outro mosteiro beneditino, dedicado a Maria, em Monte Cognato. Mais uma vez se encontrou na posição de abade e novamente transmitiu o posto ao monge que elegeu para ser seu sucessor.

Desejando imensamente a solidão, foi para a planície de Goleto, não muito distante dali, onde, por um ano inteiro, viveu dentro do buraco de uma árvore gigantesca. E eis que tornou a ser descoberto e mais outra comunidade se formou ao seu redor. Dessa vez teve de fundar um mosteiro "duplo", ou seja, masculino e feminino. Contudo criou duas unidades distintas, cada uma com sua sede e igreja própria.

E foi assim que muitíssimos mosteiros nasceram em Irpínia e em Puglia, como revelou a sua biografia datada do século XII. Desse modo, ele, que desejava apenas ser um monge peregrino na Terra Santa, fundou a Congregação Beneditina de Montevergine, que floresceu por muitos séculos. Somente em 1879 ela se fundiu à Congregação de Montecassino.

Guilherme morreu no dia 25 de junho de 1142, no mosteiro de Goleto. Teve os restos mortais transferidos, em 1807, para o santuário do Mosteiro de Maria de Montevergine, o primeiro que ele fundara, hoje um dos mais belos santuários marianos existentes. Em 1942, o papa Pio XII canonizou-o e declarou são Guilherme de Vercelli Padroeiro principal da Irpínia.




São Máximo de Turim


25/06 - Máximo nasceu depois da metade do século IV, na região do Piemonte, na Itália. Não se sabe muito sobre sua vida, mas seu legado está entre os mais importantes da Igreja.

Era discípulo de dois grandes santos: Eusébio de Vercelli e Ambrósio de Milão, sob a orientação de ambos fundou a diocese de Turim, da qual foi nomeado o primeiro bispo.

Deixou obras literárias muito respeitadas, como o livro que reuniu seus numerosos "sermões e homilias", um total de oitenta e nove. Seu estilo claro, persuasivo e de uma refinada e sutil ironia, exortava os paroquianos a unirem-se para lutar contra o exército dos bárbaros pagãos que atormentavam os pacatos habitantes.

De personalidade firme e decidida, com caráter manso e benévolo, diante da invasão dos bárbaros chegou a propor aos seus fiéis, amedrontados pela aproximação do inimigo destruidor, empunhar as armas do jejum, da oração e da misericórdia para enfrentá-lo.

Aos medrosos e acovardados, que pensavam em abandonar a cidade, pregou que seriam injustos e pífios se abandonassem a mãe no perigo, pois a pátria é sempre uma doce mãe.

Entretanto, ao tratar dos temas da doutrina dogmática, a sua palavra era uma luz que aclarava imensamente os textos bíblicos, os quais interpretava com a mais perfeita ortodoxia. Venerado como um dos Padres da Igreja pela Igreja ocidental, documentos mais recentes revelam que ele teria convocado o Concílio de Turim, na condição de primeiro bispo daquela diocese, em 398.

Morreu no ano 423, na sua querida diocese. Segundo antiga tradição local, suas relíquias ficaram escondidas por muitos séculos. Depois, perderam-se durante as várias invasões dos bárbaros e pela ação dos hereges iconoclastas no início do século IX. Finalmente, alguns poucos fragmentos dessas relíquias foram encontrados no século XVII e são conservados na catedral de Turim.

O bispo Máximo tinha uma particular veneração por são João Batista, cuja devoção incutiu aos fiéis que elegeram aquele santo como padroeiro de Turim. Por esse motivo, a Igreja marcou a festa litúrgica de são Máximo de Turim para 25 de junho, um dia após a celebração da Natividade de são João Batista.