domingo, 25 de março de 2012

Anunciação do Anjo à Maria



25/03 - A visita do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria, quando esta se encontrava em Nazaré, cidade da Galiléia, marca o início de toda uma trajetória que cumpriria as profecias do Velho Testamento e daria ao mundo um novo caminho, trazendo à luz a Boa Nova. Ali nasceu também a oração que a partir daquele instante estaria para sempre na boca e no coração de todos os católicos: a Ave Maria.



Maria era uma jovem simples, noiva de José, um carpinteiro descendente direto da linhagem da casa de Davi. A cerimônia do matrimônio daquele tempo, entretanto, estabelecia que os noivos só teriam o contato carnal da consumação depois de um ano das núpcias. Maria, portanto, era virgem.



Maria perturbou-se ao receber do anjo o aviso que fora escolhida para dar a luz ao Filho de Deus, a quem deveria dar o nome de Jesus, e que Ele era enviado para salvar a Humanidade e cujo Reino seria eterno. Sim porque Deus, que na origem do Mundo Criou todas as coisas com sua Palavra, desta vez escolheu depender da palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Redentor da Humanidade.


Ela aceitou sua parte na missão que lhe fora solicitada, demonstrando toda confiança em Deus e em Seus desígnios, para o cumprimento dessa profecia e mostrou porque foi ela a escolhida para ser Instrumento Divino nos acontecimentos que iriam mudar o destino da Humanidade.



Ao perguntar como poderia ficar grávida, se não conhecia homem algum e receber de Gabriel a explicação de que seria fecundada pelo Espírito Santo, por graças do Criador, sua resposta foi tão simples como sua vida e sua fé: "Sou a serva do Senhor. Faça-se segundo a Sua vontade".



Com esta resposta, pelo seu consentimento, Maria aceitou a dignidade e a honra da maternidade divina, mas ao mesmo tempo também os sofrimentos, os sacrifícios que a ela estavam ligados. Declarou-se pronta a cumprir a vontade de Deus em tudo como sua serva. Era como um voto de vítima e de abandono. Esta disposição é a mais perfeita, é a fonte dos maiores méritos e das melhores graças. O momento da Anunciação, onde se dá a criação, na pessoa de Maria como a Mãe de Deus, que acolhe a divindade em si mesma, contém em si toda a eternidade e, nesta, toda a plenitude dos tempos.



Por isso a data de hoje marca e festeja este evento que se trata de um dos mistérios mais sublimes e importantes da História do homem na Terra: a chegada do Messias, profetizada séculos antes no Antigo Testamento. Episódio que está narrado em várias passagens importantes do Novo Testamento.



A festa da Anunciação do Anjo à Virgem Maria, Lc 1,26-38, é comemorada desde o Século V, no Oriente e a partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal, só é transferida quando coincide com a Semana Santa.



sexta-feira, 23 de março de 2012

São Turíbio de Mogrovejo



23/03 - Enquanto São Turíbio agonizava, numa capelinha indígena numa aldeia do Peru, a seu pedido eram tocados ao som de uma harpa os salmos 116 e 31. Alguns minutos antes, tinha se desfeito das roupas que usava para dá-las aos índios paupérrimos que o acompanhavam na hora da morte.



Um gesto que mostra bem como foi a vida deste arcebispo de Lima, que durante os vinte e cinco anos que passou naquele país, protegeu os índios e os pobres diante da violenta dominação dos conquistadores espanhóis.



Turíbio nasceu em 1538, em León, Espanha, no seio de uma família nobre e rica. Estudou em Valadolid, Salamanca e Santiago de Compostela. Era licenciado em direito e foi membro da Inquisição, até ser nomeado Arcebispo de Lima. O mais pitoresco é que só se tornou padre um ano depois.



Chegando à América Latina em 1581, ficou espantado com a miséria espiritual e material em que viviam os índios. Aprendeu sua língua e passou a defendê-los contra os colonizadores, que os exploravam e maltratavam. Era venerado pelos fiéis e considerado um defensor enérgico da justiça, diante dos opressores.



Apoiado pela população, organizou as comunidades de sua diocese e depois reuniu assembléias e sínodos, convocando todos os habitantes para a evangelização. Sob sua direção, o Sínodo Provincial de Lima, em 1582, foi comparado ao célebre Concílio de Trento.



Conta-se que neste sínodo, irônico, Turíbio desafiava os espanhóis, que se consideravam tão inteligentes, a aprenderem uma nova língua, a dos índios.



Quando enviou um relatório a Felipe II, rei da Espanha, em 1594, dava conta de que havia percorrido 15 mil quilômetros e administrado a crisma a sessenta mil fiéis. Aliás, tendo três santos entre os crismados: Rosa de Lima, Francisco Solano e Martinho de Porres.



São Turíbio de Mogrovejo foi canonizado em 1726.



quinta-feira, 22 de março de 2012

São Zacarias (Papa)



22/03 - Filho de Policrômio, da Magna Grécia, atual Calábria, e precisamente da cidade de Santa Severina, São Zacareias assumiu o sumo pontificado após a morte de Gregório III. Foi o último dos papas de origem oriental.


Com a rápida eleição e consagração de Zacarias, terminou a sujeição de se esperar a confirmação do imperador grego, ou do exarca de Ravena, seu representante na Itália. Clero, povo e o eleito não quiseram esperar a costumeira confirmação. Não foi um ato isolado. O papa já exercia de fato o governo civil de Roma e arredores.


Aparece nessa época uma expressão nova para designar o ducado de Roma e as colônias agrícolas pertencentes à Igreja: “República dos romanos”, “república romana” ou ainda “república Santa da igreja de Deus”.


A palavra república tem o sentido etimológico, e não o atual. O soberano dessa república de direito era o longínquo imperador de Bzâncio, de fato o papa. Ela era chamada santa porque não pertencia à pessoa do papa, mas a São Pedro, a quem os romanos olham como padroeiro e protetor.


Zacarias, por ter-se declarado a favor de Luitprando contra o duque Trasamundo de Espoleto, recobrou não só as 4 fortalezas que o rei longobardo havia arrebatado, mas também outros patrimônios. Os habitantes do exarcado de Ravena, ameaçados por Luitprando, acorreram ao papa, juntamente com os habitantes da Pentápolis.


O papa, apresentado-se diante do rei, o fez mudar de idéia. Em 751, Zacarias, respondendo a uma consulta de Pepino, mordomo do rei Quilperico, aconselhou-o a assumir de direito também o governo da França, e foi ungido rei por São Bonifácio. O Pontificado de Zacarias durou quase 11 anos, morrendo em 22-3-752.



quarta-feira, 21 de março de 2012

Santa Benedita Cambiagio Frassinello

21/03 - Santa Benedita Cambiagio nasceu no dia 02 de outubro de 1791, em Langasco, Gênova. Última dos sete filhos de José e Francisca, eles a batizaram dois dias depois de seu nascimento.


Ainda pequena, se mudou para Pavia, com sua família, onde o trabalho era mais promissor. Lá recebeu uma educação cristã rigorosa e teve uma profunda experiência espiritual, que a fez pensar em seguir a vida religiosa.


Porém, a família a conduziu para o casamento, que ocorreu em 1816, quando ela tinha vinte e cinco anos, com João Batista Frassinello um operário e fervoroso cristão, procedente de Ronco Scrivia.


Porém, dois anos depois, sem filhos, Benedita e João Batista, que nutriam entre si um amor de irmãos, passaram a viver como tal na mesma casa. Benedita pôde assim realizar seu desejo juvenil, de se consagrar somente à Deus. Na época, sua irmã Maria, muito doente se hospedara em sua casa e o casal passou a cuidar dela com amor e dedicação, até sua morte, em 1825.


Ocasião em que, João Batista entrou como irmão leigo na comunidade religiosa dos padres Somascos, e Benedita, na comunidade das Irmãs Ursulinas de Capriolo. Mas, no ano seguinte ela voltou para Pavia, muito doente. Lá teve uma visão onde lhe apareceu São Jerônimo Emiliani, ficando curada por completo.


Depois disso, Benedita começou a trabalhar na educação de jovens e crianças, com a aprovação do bispo Luís Tosi. Precisando de ajuda, Benedita recorreu ao pai. Diante da recusa, foi ao bispo, e este pediu então a João Batista que a ajudasse. Ele atendeu logo, voltou para a esposa-irmã, renovando o voto de castidade perfeita, pelas mãos do bispo.


Santa Benedita se dedicava de corpo e alma, à educação humana e cristã de jovens e crianças pobres e abandonadas, enquanto João Batista se encarregou de conseguir ajuda material.


Na época, a instituição escolar era muito precária e Benedita fez um alertar às autoridades locais O governo entendeu o recado e concedeu à ela o título de "promotora pública da educação".


Benedita passou a receber apoio de jovens e voluntárias formando uma instituição escolar de excelente nível, cujo estatuto foi aprovado pelas autoridades eclesiásticas. Ela uniu ao ensino escolar, a formação catequética e o trabalho, tornando jovens e crianças modelos de vida cristã, assegurando-lhes a verdadeira formação.


A dedicação constante de Benedita nasceu e cresceu do seu fervor ao Cristo na Eucaristia e da contemplação à Jesus na Santa Cruz. Tinha em Deus, seu sustento e sua defesa. Não lhe faltaram, na vida, experiências espirituais, que se repetiam, especialmente, durante as Missas.


Porém, isso não interferia nos compromissos cotidianos da fundadora. Mas, a Obra e o programa educativo de Benedita, passaram por duras críticas por parte da oposição e de algumas pessoas do clero.


Em 1838, Benedita cedeu a sua Instituição ao bispo Luís Tosi e, com cinco irmãs, deixaram Pavia indo para Ligúria.


Na cidade de Ronco Scrivia, Benedita abriu uma escola para jovens e fundou a Congregação das Irmãs Beneditinas da Providência, escrevendo ela mesma as Regras e Constituições.


A Instituição se desenvolveu rapidamente, tanto que em 1847, uma nova casa foi inaugurada em Voghera. E dez anos depois outra em Valpolcevera. No dia 21 de março de 1858, Benedita faleceu em Ronco Scrivia, no dia e hora por ela previstos.


Quarenta anos depois de sua morte, o Instituto, fundado por Benedita, se tornou independente. Assim, as religiosas puderam assumir o nome de "Irmãs Beneditinas da Divina Providência", em memória à fundadora, Benedita Cambiagio Frassinello.


Em toda sua vida, ela se deixou conduzir pelo Espírito Santo, através de várias experiências pessoais. Embora sua luta fosse grande, nunca esmoreceu diante das dificuldades, seguindo sempre seu desejo de servir à Humanidade e a Deus.

Foi beatificada em 1987 e canonizada em 2000, pelo Papa João Paulo II, que marcou a festa de Santa Benedita Cambiagio Frassinello para o dia de sua morte.


terça-feira, 20 de março de 2012

São José (Jozef) Bilczewski



20/03 - José (Jozef) nasceu dia 26 de abril de 1860 em Wilamowice (Polônia). Era o primeiro dos nove filhos de Francisco e Ana Fajkisz, uma família de camponeses, onde, desde cedo, aprendeu as orações e as primeiras noções do catecismo, fazendo nascer nele a fé viva que o acompanhará durante toda a vida.

Em 1872, terminados os estudos primários, os pais mandaram José ao ginásio na cidade de Wadowice, onde, muitos anos mais tarde, estudou também João Paulo II. Ele dedicou-se com muito empenho aos estudos, obtendo ótimos resultados. Nesse período, participava diariamente das celebrações na igreja paroquial e decidiu entrar no Seminário Diocesano de Cracóvia, onde desenvolveu ainda mais o espírito de oração, aprofundando sua formação humana e espiritual.

Foi ordenado sacerdote a 6 de julho de 1884. Depois de um ano de trabalho pastoral com grande zelo e dedicação foi enviado para continuar os estudos em Viena e, em seguida, em Roma e Paris. Trabalhou durante muito tempo como professor de Dogmática Especial na Universidade de Leópolis. Foi nomeado Arcebispo de Leópolis para o rito latino em 17 de dezembro de 1900 e recebeu a Ordenação episcopal a 20 de janeiro de 1901.

Arcebispo de Lviv dos Latinos, foi um ponto de referência para católicos, ortodoxos e judeus durante a Primeira Guerra Mundial e nos diferentes conflitos que a seguiram.
Do Coração de Jesus hauria um amor universal e dele aprendeu não só a mansidão, a humildade e a bondade, mas também a paciência nas provações que enfrentou, durante a vida.

Faleceu na sua Arquidiocese, no dia 20 de março de 1923, depois de se ter preparado santamente para a morte, que acolheu com paz e submissão como sinal da vontade de Deus. Foi proclamado santo pelo papa Bento XVI, dia 23 de outubro de 2005.




sexta-feira, 16 de março de 2012

Santo Abraão Kidunaia



16/03 - Abraão nasceu na Mesopotâmia, atual Síria, no ano 296, era filho de pais religiosos que lhe deram educação cristã. Quando estava em idade de se casar, seu pai escolheu para ele um bom partido, mas o rapaz recusou. A vontade de Abraão era outra, queria ser eremita e dedicar-se somente à Deus, pela oração, contemplação e penitência.

Porém, a pressão da família foi tão grande que o jovem não teve como escapar. Mas no dia do casamento abandonou tudo. Foi encontrado, dezessete dias depois, pela família, numa cela isolada, que construíra numa caverna do deserto, próximo da cidade de Edessa. Por mais que seus pais pedissem que voltasse, não conseguiram fazê-lo mudar de idéia. Viveu naquele mesmo lugar por uma década, até receber a notícia da morte dos pais.

O outro lado da notícia seria bom para qualquer um, menos para Abraão: herdara uma grande fortuna. Contudo, ele não se abalou com isso, pediu ao bispo de Edessa, seu amigo pessoal, que repartisse toda a sua parte da herança entre os pobres, pois não queria nem ter contato com os bens materiais. Entretanto, aquele episódio serviu ao menos para fazê-lo sair do seu isolamento. O bispo, que precisava de um bom sacerdote para uma missão muito especial, aproveitou para efetuar a ordenação de Abraão. E o enviou como padre missionário para a vila de Beth-Kiduna, onde todos os habitantes eram pagãos e praticavam a idolatria.

O trabalho de evangelização foi duro. Depois de um ano construiu uma igreja com a ajuda dos habitantes, todos já haviam se convertido ao cristianismo e destruído as imagens dos
falsos deuses. Certo do dever cumprido, Abraão rezou muito à Deus, para que fosse enviado outro padre, melhor do que ele, para atender esse rebanho. Isso ocorreu logo, e ele voltou para a solidão de sua cela no deserto de Edessa. Foi devido ao sucesso de sua missão em Kiduna, que se tornou conhecido como Abraão Kidunaia.

Deixou sua cela só mais duas vezes. Certa vez, uma sobrinha muito jovem chamada Maria, que ficou órfã de pai, um dos irmãos de Abraão, precisava de acolhida. Ele a recebeu e a educou, ensinando-lhe tudo que sabia sobre a Palavra de Cristo e também sobre as ciências. Mas, a jovem preferiu experimentar as alegrias do mundo, fugindo para uma cidade próxima, onde levava uma vida desregrada. Abraão, então, se disfarçou de soldado e foi até onde ela se instalara, alí conversaram e ele a converteu definitivamente. Maria viveu, os próximos quinze anos, reclusa, fazendo caridade. Passou a ser chamada de Maria de Edessa, sendo canonizada, mais tarde. A tradição diz que ela operou vária graças em vida.

Muitos peregrinos cristãos iam ao deserto para ver, conversar e aprender sobre os mistérios de Cristo, com aquele padre que norteara sua vida para a santidade. Abraão morreu, aos setenta anos de idade, no ano 366, cinco anos após a discípula Maria. E foi essa a última vez que deixou sua cela. O lugar do seu túmulo se tornou local de peregrinação, de prodígios e de graças. Esses dados foram extraídos dos escritos deixados por Santo Efrém, que escreveu a biografia de Santo Abraão Kidunaia, celebrado no dia 16 de março.



quinta-feira, 15 de março de 2012

Beato Artemide Zatti



15/03 - Artemide era italiano, nasceu em Boreto, no dia 12 de dezembro de 1880, sendo batizado nesse mesmo dia. Os seus pais, Albina Vechi e Luís Zati, eram muito pobres e o levavam para trabalhar com eles nas plantações rurais. Devido a imensa dificuldade financeira, em 1897 a família emigrou para a Argentina, com destino a Baía Blanca, onde se fixaram.

Durante dois anos, o jovem Artemide trabalhou numa olaria, fabricando tijolos, enquanto freqüentava a paróquia dos salesianos, cujo pároco, se tornou um grande amigo e seu diretor espiritual. Ao completar vinte anos, demonstrando grande espiritualidade, seguiu o conselho do pároco, ingressando no seminário salesiano de Bernal, como aspirante.

Nesta ocasião foi encarregado de dar assistência a um jovem sacerdote tuberculoso, desta maneira contraiu também o vírus desta doença, que até então era incurável. Foi enviado para a Patagônia, cujo ar muito puro da cidade de Viedma, associado ao tratamento no hospital de São José, eram os mais indicados para a cura.

Passando um longo período de convalescença, se tornou sensível ao problema das pessoas pobres que sofriam nos hospitais e nas casas, quase sempre sem ter condições para comprar os remédios do tratamento. Assim, aconselhado pelo padre Garrone, diretor do hospital, prometeu à Virgem Auxiliadora, que se consagraria ao cuidado dos enfermos, caso fosse curado, fato que ocorreu gradualmente durante dois anos, quando recebeu alta hospitalar.

Em 1906, entrou no noviciado e passados cinco anos fez a profissão perpétua. Nesse mesmo ano, o padre Garrone faleceu e Artemide convocado para gerir o hospital e administrar a farmácia. Seis anos depois, em 1917, ele se diplomou como enfermeiro e farmacêutico, aprimorando seu ministério e dedicação aos enfermos, com o conhecimento e o saber nestas áreas da medicina.

Quando, em 1935, foi consagrado o novo bispo de Viedma, por falta de uma sede episcopal adequada na Patagônia, ficou decidido que o hospital de São José seria demolido, para alí se construir o edifício da Cúria. Entretanto a atividade hospitalar de Artemide continuou em pleno ritmo ainda por muitos anos, até que, em meados de 1950, caiu de uma escada. Durante os exames, os médicos descobriram que ele tinha um câncer incurável.

No dia 15 de março de 1951, ele faleceu serenamente, já com fama de santidade, após uma vida de oração, trabalho e austeridade. O Papa João Paulo II, beatificou Artemide Zati, em 2002, indicando o dia de sua morte para a celebração de seu culto. Seus restos mortais repousam na capela dos salesianos de Viedma, Argentina.



terça-feira, 13 de março de 2012

Santa Eufrásia



13/03 - Eufrásia, cujo nome em grego significa alegria, nasceu no ano 380, na Ásia Menor e cresceu durante o reinado do imperador Teodósio, de quem seus pais eram parentes. Portanto, foi educada para viver na corte, rodeada pelos prazeres e luxos. Mas, nunca se sentiu atraída por nada disso, mesmo porque, seus pais também viviam na humildade, apesar da fortuna que possuíam.

Depois que ela nasceu, filha única, o casal decidiu fazer voto de castidade. Desejavam viver como irmãos, para melhor se dedicarem a Deus. Quanto à jovem, desde pequena fazia jejuns e orações que chegavam a durar alguns dias. Com a morte de seu pai, a sua mãe que começou a ser cortejada, resolveu se retirar para o Egito. Lá, com sua fortuna, também intensificou a caridade da família, levando com freqüência Eufrásia em suas visitas aos conventos e hospitais que ajudava a manter.

Numa dessas visitas a um convento, quando Eufrásia tinha apenas sete anos, ela pediu para não voltar para casa. Queria ficar definitivamente alí. Os registros mostram que, apesar da pouca idade, acompanhava as religiosas em todos os seus afazeres com disciplina e pontualidade, que chegavam a impressionar por sua maturidade. O tempo passou, sua mãe faleceu e Eufrásia continuava no convento.

Vendo-a assim órfã, o imperador, seu parente, procurou por ela e lhe ofereceu a proposta que recebera de um senador, que a desejava desposar. O que, além de lhe dar estabilidade social aumentaria consideravelmente sua já enorme fortuna. Contudo Eufrásia recusou, confirmando que desejava continuar na condição de virgem e seguir a vida religiosa. Aliás, não só recusou como pediu ao governante para distribuir todos seus bens entre os pobres.

Os registros narram inúmeras graças e fatos prodigiosos ocorridos através de Eufrásia. Consta que curou um menino à beira da morte com o sinal da cruz.

Certo dia sua superiora teve uma visão, onde era avisada da morte de Eufrásia e sua futura proclamação como santa. A jovem nada sentia, mas mesmo assim fez questão de receber os sacramentos e como previsto, no dia seguinte, foi acometida de uma febre fortíssima e ela morreu. Era o ano 412 e Eufrásia foi sepultada no convento que tanto amava.

O culto à Santa Eufrásia é muito difundido no Oriente e Ocidente, pela singeleza de sua vida e pelas graças que até hoje ocorrem por sua intercessão. Sua festa litúrgica acontece no dia 13 de março, data provável de sua morte.


segunda-feira, 12 de março de 2012

Santa Serafina




12/03 - São Geminiano é uma pequena, mas belíssima, cidade medieval, situada na região da Toscana, Itália. Essa cidade é curiosamente cercada por numerosas torres. No passado, as famílias nobres mandavam construir torres como símbolo de poder e riqueza. Assim, quanto mais alta ou mais bonita fosse a torre, mais aristocrata era essa família. A nobre família Ciardi também mandou erguer sua torre, mas, não foi ela que eternizou o nome da família, foi sua filha Serafina, a pequena e frágil "Fina", como era chamada.




Serafina nasceu no ano de 1238, seus pais, Impéria e Câmbio Ciardi, nessa época, eram nobres decadentes. Ela teve uma vida breve, mas de intensa religiosidade. Sempre foi uma menina modesta, pura, bondosa e caridosa para com todos. Com receio que, pela sua inocência, alguém pudesse se aproveitar dela, seus pais sempre a alertavam quanto aos perigos mundanos. Por isso, se acentuou nela um maior amor à pureza, tanto que resolveu consagrar sua virgindade a Cristo, que desejava como único esposo.



Serafina tinha dez anos de idade, quando adoeceu gravemente. Ficou com o corpo coberto de chagas, incuráveis e dolorosas, e incapacitada de se movimentar. Como se não bastasse, seu sofrimento aumentou ainda mais, com a morte de sua mãe. Durante cinco anos permaneceu imóvel numa cama de tábua se mantendo feliz por sofrer, tendo como conforto seu amor à Cristo, sua devoção à Virgem Maria e aos Santos mártires da Igreja.



Josefina era devota de São Gregório Magno. Em sonho, ele a avisou que a levaria para a vida eterna no dia em que ele próprio morrera, ou seja, 12 de março. De fato, Serafina morreu com quinze anos de idade, no dia 12 de março de 1253. No momento de sua morte, todos os sinos das torres ecoaram, sem que nenhuma mão tivesse tocado nas cordas. Esse relato faz parte da sua biografia escrita no século XIV, pelo padre João do Coppo.



Extremamente amada, o culto a Serafina começou logo após sua morte. A ela foram atribuídas inúmeras graças de cura, e fatos prodigiosos ocorreram no local de sua sepultura, que fizeram crescer cada vez mais sua fama de santidade e sua popularidade entre os fiéis.



Em sua honra foi construído um hospital e em 1457 seu corpo foi transferido para o túmulo construído na nova na catedral da cidade. A Igreja a declarou Santa e padroeira da cidade de São Geminiano e o dia 12 de março escolhido para suas homenagens litúrgicas.



domingo, 11 de março de 2012

São Constantino



11/03 - São Constantino faz parte da heróica história do cristianismo na Escócia, da qual foi rei e, depois de abdicar da coroa, o maior evangelizador. Tornou-se o principal responsável pela conversão do país, que até mudou de nome nesta fase.



Mas o rei Constantino nem sempre foi um governante justo. No início da vida cometeu sacrilégios e até assassinatos em sua terra natal. Para ficar livre de cobranças na vida particular, divorciou-se da esposa. Enfim, levou por anos uma vida de crimes e pecados.



Mas, um dia, tomou consciência do caminho errado que trilhava e suas atitudes significaram finalmente um pouco de luz na obscuridade da Idade Média. Renunciou ao trono, converteu-se e, para penitenciar-se do passado, ingressou no mosteiro inglês de Rathan.



A Inglaterra e a Irlanda, naquela época, viviam já seus dias de conversão, graças ao trabalho evangelizador de São Patrício e outros religiosos.



Constantino recebeu orientação espiritual de São Columbano por sete anos e, então, ordenou-se sacerdote. Voltou à sua terra natal, só que desta vez não usava os mantos ricos dos reis e sim o hábito simples e humilde dos padres.



Lutou bravamente por sua religião, pregou, converteu e seu trabalho deu muitos frutos. Sua terra, antes conhecida como "o país dos Pitti", assumiu o nome de Escócia. Porém, ante de se tornar um estado católico, a Escócia viu seu principal evangelizador ser martirizado.



São Constantino foi trucidado por fanáticos pagãos, quando pregava em praça pública.



sábado, 10 de março de 2012

São João Olgivie



10/03 - Neste dia celebramos São João Ogilvie, que se tornou mártir da fé católica.



Nasceu na Escócia, em 1579, duma nobre família que aderiu à separação da Igreja da Inglaterra com a de Roma.



Educado numa rígida doutrina calvinista, São João, com treze anos, foi enviado para a França e Alemanha por causa dos estudos. Ao se deparar com o testemunho de vida dos católicos, iniciou uma crise espiritual, que se findou na sua conversão ao catolicismo, que implicava na época, a ruptura com a família e a perda de seu sustento.



Mesmo com a certeza de ser perseguido em sua pátria, João abraçou a Igreja Católica, pois, de grande honestidade intelectual, decidiu-se radicalmente por reconhecer que caminhava para a verdade, vontade e convite de Deus.



Mais tarde entrou na Companhia de Jesus, onde chamava a atenção pela sua serenidade e alegria de viver. Chegou ao Sacerdócio, o qual pôde também exercer na Escócia, de modo clandestino devido a perseguição, mas de forma corajosa e santa, até ser preso por professar sua fé ao Cristo, a verdade e amor ao Papa; por isso foi humilhado, condenado e martirizado em 1615.



sexta-feira, 9 de março de 2012

Santa Catarina de Bolonha



09/03 - Nasceu em 8 de Setembro de 1413 em Bolonha, Itália. Também é conhecida como Catherine de Vigri.



Filha de um diplomata. A tradição diz que seu pai recebeu uma visão que ela iria nascer. Dama de honra da filha de uma marquesa recebeu a mesma educação da sua patroa. Professou com 14 anos na Ordem Terceira. Depois de estudar letras e artes, em 1431 pediu para se admitida no Mosteiro das Clarissas de Ferrara onde foi mestra de Noviças. Fundou um convento de Clarissas Pobres em Bolonha em 1456 onde foi Abadessa. Fazia milagres e ainda era profetisa e tinha revelações místicas. Também era pintora e decifrava manuscritos como se estivesse iluminada por um anjo. No dia de Natal recebeu uma visão de Jesus nos braços de Maria. Esta visão pintou num quadro que se encontra no Museu do Vaticano.



Morreu a 9 de Março de 1463 em Bolonha, Itália e foi enterrada sem caixão e não foi embalsamada. Exumada dezoito dias depois, devido a milagres que ocorriam junto de sua tumba, o odor de perfume exalou de seu túmulo e o seu corpo estava incorrupto. Perante isso foi chamado o doutor Maestro Giovanni Marcanova que examinou o corpo e não pôde explicar o facto. Assim o seu corpo foi vestido com roupa limpa e colocado numa cadeira, numa capela especial, atrás de barras e vidros onde está ainda hoje.



Na arte litúrgica da Igreja, Santa Catarina é mostrada como uma Clarissa Pobre carregando o Menino Jesus ou num trono com um livro, ou ainda com uma cruz sobre seu peito e descalça.



Escreveu “ Tratado em armas espirituais”e “Revelações”. Foi canonizada a 22 de Maio de 1712 pelo Papa Clemente XI.



É padroeira da Academia de arte de Bolonha, dos pintores e das artes liberais.



quinta-feira, 1 de março de 2012

São Suitberto de Kaisersweth


01/03 - Suitberto era um monge beneditino que dedicou praticamente toda sua força vital, física e espiritual, à evangelização do centro-norte da Europa, território anglo-saxão ainda pagão. Inglês, nascido no ano 647, foi considerado um dos mais genuínos continuadores da obra de São Patrício, que evangelizara o território irlandês, um século antes.

Ele foi educado nas rígidas regras dos mosteiros beneditinos, sob a direção espiritual do bispo Egberto, do qual se tornou discípulo e o acompanhou à Irlanda, enquanto se preparava para o apostolado. Egberto, que depois a Igreja elevou aos altares, tinha um projeto para evangelizar as regiões germânicas ainda pagãs, mas não poderia executa-lo pessoalmente. Por isso enviou outro monge, Vigberto, inicialmente para a Frísia, hoje Holanda.

A obra desse primeiro discípulo, foi impedida pelo príncipe pagão Radibodo e Vigberto teve de retornar ao solo inglês, sem atingir os resultados desejados. Então Egberto trabalhou duramente para organizar outra expedição que seguiu para lá com doze missionários, chefiada por Willibrordo, depois também canonizado, que desembarcou às margens do rio Reno, na Alemanha, em 690. Suitberto fazia parte desse grupo.

Ele foi designado para pregar na Frígia. A região era dominada pelo pagão Radibodo, mas acabara de ser conquistada pelo rei Pepino, cristão e muito devoto, como também era a própria rainha. Suitberto estendeu sua árdua missão evangelizadora também para Flandres, atual Bélgica. Sua atuação foi tão produtiva que conseguiu converter milhares de pagãos que viviam nessas extensões, de modo que acabou sendo nomeado Bispo da Frígia pelo Papa Sérgio I. Suitberto pôde então ampliar ainda mais sua evangelização, alcançando o ducado de Berg e o condado de Mark, na Alemanha.

Tudo isso ele realizou enfrentando, além dos problemas com os pagãos, sucessivas invasões das tribos bárbaras dos saxões que, muitas vezes, impediam ou desfaziam todo seu trabalho. Depois de vinte anos nessa intensa luta evangelizadora de apostolado, Suitberto recolheu-se ao mosteiro fundado por ele na ilha de César, situada no rio Reno e que lhe fora doada pelo rei Pepino. Lá ele faleceu, consumido pela fadiga de sua missão apostólica, no dia primeiro de março de 713, sendo sepultado na igreja desse mosteiro.

A fama de sua santidade correu veloz por todas regiões que atravessara levando a Palavra de Cristo. Por sua intercessão, muitas graças e prodígios foram confirmados, tornando vigorosa a sua veneração entre os fiéis cristãos. Em 810, o Papa Leão III proclamou Santo Suitbeto, oficializando o seu culto para o dia de sua morte.

Mais tarde, um braço do rio Reno foi desviado, de forma que a ilha deixou de existir. No lugar se formou a próspera cidade de Kaiserswesth, Alemanha. Em 1126, quando Santo Suitberto já era chamado de "o velho", para ser distinguido do outro, que viveu um século depois, sua urna foi transladada para a catedral da cidade, onde permanece até hoje.

Fonte: www.prestsevi.com.br/diaconoalfredo

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

São Gregório de Narek



29/02 - Nasceu na Armênia pelo ano de 944, e faleceu em Narek (Turquia) mais ou menos em 1010. É um dos grandes poetas da literatura universal As suas OBRAS-PRIMAS andam dispersas no Livro das orações, trabalho de cerca de 20.000 versos que ele dizia ter composto em três anos.


Entrou ainda jovem no mosteiro de Narek, governado por Ananias, o Filósofo, seu tio materno. Aí devia passar a vida inteira. Logo que foi ordenado sacerdote, encarregaram-no de formar os noviços e ao mesmo tempo de reformar os conventos vizinhos. Tais encargos, vindo somar-se aos talentos que tinha, valeram-lhe grandes inimizades e perseguições. Acusaram-no de heresia, para o lançar definitivamente na sombra. O Sinaxário armênio narra como Deus veio em auxílio do seu poeta:


Entre os teólogos que tinham, os bispos armênios encontraram dois homens inteligentes que mandaram examinar qual era a heresia de Gregório. Estes, nada desejosos de se medir com tão alto espírito, combinaram chegar a Narek numa sexta-feira e oferecem-lhe uns pombos assados. "Se ele os comer, pensavam, é sinal de que é herege". Mas, quando lhos apresentaram, Gregório abriu a janela, bateu as mãos e disse aos pombos:


"Ide brincar, meus amiguinhos, o que se come hoje é peixe". Os animaizinhos ressuscitados voaram logo para as árvores. E os dois teólogos perderam o apetite; prostrando-se de joelhos, pediram a bênção ao santo e despediram-se para ir certificar os seus bispos de que, teologicamente falando, tal prodígio estava acima das leis da natureza, e que um herege não o poderia ter feito.



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Santo Osvaldo




28/02 - Osvaldo figura entre os grandes nomes católicos da Inglaterra e da Europa ao final do primeiro milênio. De origem dinamarquesa, ele era sobrinho de Oto, arcebispo da Cantuária e parente de Osil, arcebispo de York. Para abraçar a religião escolheu a vida de monge beneditino e, por isso, ingressou no convento de Fleury-sur-Lofre, na França.



Entretanto, Osvaldo foi chamado por seu tio Oscil que, desejando fazer reformas em sua diocese, escolheu o sobrinho para encabeçá-las, por causa de seu senso de justiça e da generosidade para com os pobres.



Assim, ele foi nomeado bispo de Worcester e uniu-se a dois outros religiosos da mesma estirpe da região: Dunstan, arcebispo de Cantuária e Eteluolde , bispo de Winchester. Desse modo, Osvaldo conseguiu restabelecer a disciplina monástica que levou a diocese de seu tio a recuperar o caminho correto dentro do cristianismo. Fundou dois mosteiros em Westburi, perto de Bristol e o mais influente, o de Ramsei.



Por esta e muitas outras obras, o rei Edgar, o nomeou arcebispo de York, em 972. Osvaldo fundou ainda uma abadia de beneditinos em Worcester e desenvolveu muito o estudo científico nos mosteiros e conventos que dirigiu.

Mas, ao mesmo tempo em que dava grande importância aos estudos terrenos, em nenhum momento se desprendeu das obrigações e regras espirituais, alcançando a graça de receber dons especiais e vivenciar muitos fatos prodigiosos. Consta que ele operou diversas graças em vida.



No dia 28 de fevereiro de 992, como de hábito o bispo Osvaldo reproduzia durante a Quaresma a cerimônia do lava-pés e estava banhando ele próprio os pés de doze mendigos, quando morreu. O seu corpo foi transladado para uma nova sepultura na igreja de Santo Vulfistano, ele também bispo de Worcester de 1062 até 1095.



sábado, 25 de fevereiro de 2012

Santa Valburga



25/02 - Valburga nasceu em Devonshire, na Inglaterra meridional em 710. Era uma princesa dos Kents, cristãos que desde o século III se sucediam no trono. Ela viveu cercada de nobreza e santidade. Seus parentes eram reverenciados nos tronos reais, mas muitos preferiram trilhar o caminho da santidade e foram elevados ao altar pela Igreja, como seu pai, são Ricardo e os irmãos Vilibaldo e Vunibaldo.

Valburga tinha completado dez anos quando seu pai entregou o trono ao sobrinho, que tinha atingido a maioridade e levou a família para viver num mosteiro. Poucos meses depois, o rei e os dois filhos partiram em peregrinação para Jerusalém, enquanto ela foi confiada à abadessa de Wimburn. Dois anos depois seu pai morreu em Luca, Itália. Assim ela ficou no mosteiro onde se fez monja e se formou. Depois escreveu a vida de Vunibaldo e a narrativa das viagens de Vilibaldo pela Palestina, pois ambos já eram sacerdotes.

Em 748, foi enviada por sua abadessa à Alemanha, junto com outras religiosas, para fundar e implantar mosteiros e escolas entre populações recém-convertidas. Na viagem, uma grande tempestade foi aplacada pelas preces de Valburga, por ela Deus já operava milagres. Naquele país, foi recebida e apoiada pelo bispo Bonifácio, seu tio, que consolidava um grande trabalho de evangelização, auxiliado pelos sobrinhos missionários.

Designou a sobrinha para a diocese de Eichestat onde Vunibaldo que havia construído um mosteiro em Heidenheim e tinha projeto para um feminino na mesma localidade. Ambos concluíram o novo mosteiro e Valburga eleita a abadessa. Após a morte do irmão, ela passou a dirigir os dois mosteiros, função que exerceu durante dezessete anos. Nessa época transpareceu a sua santidade nos exemplos de sua mortificação, bem como no seu amor ao silêncio e na sua devoção ao Senhor. As obras assistenciais executadas pelos seus religiosos fizeram destes mosteiros os mais famosos e procurados de toda a região.

Valburga se entregou a Deus de tal forma que os prodígios aconteciam com freqüência. Os mais citados são: o de uma luz sobrenatural que envolveu sua cela enquanto rezava, presenciada por todas as outras religiosas e o da cura da filha de um barão, depois de uma noite de orações ao seu lado.

Morreu no dia 25 de fevereiro de 779 e seu corpo foi enterrado no mosteiro de Heidenheim, onde permaneceu por oitenta anos. Mas, ao ser trasladado para a igreja de Eichestat, quando de sua canonização, em 893, o seu corpo foi encontrado ainda intacto. Além disso, das pedras do sepulcro brotava um fluído de aroma suave, como um óleo fino, fato que se repetiu sob o altar da igreja onde o corpo foi colocado.

Nesta mesma cerimônia, algumas relíquias da Santa foram enviadas para a França do Norte, onde o rei Carlos III, o Simples, havia construído no seu palácio de Atinhy, uma igreja dedicada a Santa Valburga. O seu culto, em 25 de fevereiro, se espalhou rápido, porque o óleo continuou brotando. Atualmente é recolhido em concha de prata e guardado em garrafinhas distribuídas para o mundo inteiro. Os devotos afirmam que opera milagres.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Santo Sérgio



24/02 - Sérgio, mártir da Cesarea, na Capadócia, por muito pouco não se manteve totalmente ignorado na história do cristianismo. Nada foi escrito sobre ele nos registros gregos e bizantinos da Igreja dos primeiros tempos. Entretanto, ele passou a ter popularidade no Ocidente, graças a uma página latina, datada da época do imperador romano Diocleciano, onde se descreve todo seu martírio e o lugar onde foi sepultado.

O texto diz que no ano 304, vigorava a mais violenta perseguição já decretada contra os cristãos, ordenada pelo imperador Diocleciano. Todos os governadores dos domínios romanos, sob pena do confisco dos bens da família e de morte, tinham de executá-la. Entretanto alguns, já simpatizantes dos cristãos, tentavam em algum momento amenizar as investidas. Não era assim que agia Sapricio, um homem bajulador, oportunista e cruel que administrava a Armênia e a Capadócia, atual Turquia.

A narrativa seguiu dizendo que durante as celebrações anuais em honra do deus Júpiter, Sapricio, estava na cidade de Cesarea da Capadócia, junto com um importante senador romano. Num gesto de extrema lealdade, ordenou que todos os cristãos da cidade fossem levados para diante do templo pagão, onde seriam prestadas as homenagens àquele deus, considerado o mais poderoso de todos, pelos pagãos. Caso não comparecessem e fossem denunciados seriam presos e condenados à morte.

Poucos conseguiram fugir, a maioria foi ao local indicado, que ficou tomado pela multidão de cristãos, à qual se juntou Sérgio. Ele era um velho magistrado, que há muito tempo havia abandonado a lucrativa profissão para se retirar à vida monástica, no deserto. Foi para Cesarea, seguindo um forte impulso interior, pois ninguém o havia denunciado, o povo da cidade não se lembrava mais dele, podia continuar na sua vida de reclusão consagrada, rezando pelos irmãos expostos aos martírios. A sua chegada causou grande surpresa e euforia, os cristãos desviaram toda a atenção para o respeitado monge, gerando confusão. O sacerdote pagão que preparava o culto ficou irado. Precisava fazer com que todos participassem do culto à Júpiter, o qual, segundo ele, estava insatisfeito e não atendia as necessidades do povo. Desta forma, o imperador seria informado pelo seu senador e o cargo de governador continuaria com Sapricio. Mas, a presença do monge produziu o efeito surpreendente de apagar os fogos preparados para os sacrifícios. Os pagãos atribuíram imediatamente a causa do estranho fenômeno aos cristãos, que com suas recusas haviam irritado ainda mais o seu deus.

Sérgio, então se colocou à frente e explicou que a razão da impotência dos deuses pagãos era que estavam ocupando um lugar indevido e que só existia um único e verdadeiro Deus onipotente, o venerado pelos cristãos. Imediatamente foi preso, conduzido diante do governador, que o obrigou a prestar o culto à Júpiter. Sérgio não renegou a Fé, por isto morreu decapitado naquele mesmo instante. Era o dia 24 de fevereiro. O corpo do mártir, recolhido pelos cristãos, foi sepultado na casa de uma senhora muito religiosa. De lá as relíquias foram transportadas para a cidade andaluza de Ubeda, na Espanha.



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

São Policarpo de Esmirna



23/02 - Esmirna, Ásia Menor, atual Turquia. Os registros sobre sua vida nos foram transmitidos pelo seu biógrafo e discípulo predileto, Irineu, venerado como o "Apóstolo da França" e sucessor de Timóteo em Lion. Policarpo foi discípulo do apóstolo João, e teve a oportunidade de conhecer outros apóstolos que conviveram com o Mestre. Ele se tornou um exemplo íntegro de fé e vida, sendo respeitado inclusive pelos adversários. Dezesseis anos depois, Policarpo foi escolhido e consagrado para ser o bispo de Esmirna para a Ásia Menor, pelo próprio apóstolo João, o Evangelista.



Foi amigo de fé e pessoal de Inácio Antioquia, que esteve em sua casa durante seu trajeto para o martírio romano em 107. Este escreveu cartas para Policarpo e para a Igreja de Esmirna, antes de morrer, enaltecendo as qualidades do zeloso bispo. No governo do papa Aniceto, Policarpo visitou Roma, representando as igrejas da Ásia para discutirem sobre a mudança da festa da Páscoa, comemorada em dias diferentes no Oriente e Ocidente. Apesar de não chegarem a um acôrdo, se despediram celebrando juntos a liturgia, demonstrando união na fé, que não se abalou pela divergência nas questões disciplinares.



Ao contrário de Inácio, Policarpo não estava interessado em administração eclesiástica, mas em fortalecer a fé do seu rebanho. Ele escreveu várias cartas, porém a única que se preservou até hoje foi a endereçada aos filipenses no ano 110.

Nela, Policarpo exaltou a fé em Cristo, a ser confirmada no trabalho diário e na vida dos cristãos. Também citou a Carta de Paulo aos filipenses, o Evangelho, e repetiu as muitas informações que recebera dos apóstolos, especialmente de João. Por isto, a Igreja o considera "Padre Apostólico", como foram classificados os primeiros discípulos dos apóstolos.



Durante a perseguição de Marco Aurélio, Policarpo teve uma visão do martírio que o esperava, três dias antes de ser preso. Avisou aos amigos que seria morto pelo fogo. Estava em oração quando foi preso e levado ao tribunal. Diante da insistência do pro cônsul Estácio Quadrado para que renegasse a Cristo, Policarpo disse: "Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão"! Foi condenado e ele mesmo subiu na fogueira e testemunhou para o povo: "Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos". Mas a profecia de Policarpo não se cumpriu: contam os escritos que, mesmo com a fogueira queimando sob ele e à sua volta, o fogo não o atingiu.



Os carrascos foram obrigados a matá-lo à espada, depois quando o seu corpo foi queimado exalou um odor de pão cosido. Os discípulos recolheram o restante de seus ossos que colocaram numa sepultura apropriada. O martírio de Policarpo foi descrito um ano depois de sua morte, em uma carta datada de 23 de fevereiro de 156,enviada pela igreja de Esmirna à igreja de Filomélio. Trata-se do registro mais antigo do martirológio cristão existente.



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Santa Margarida de Cortona



22/02 - A penitência marcou a vida de Margarida que nasceu em 1247, em Alviano, Itália. Foi por causa de sua juventude, período em que experimentou todos os prazeres de uma vida voltada para as diversões mais irresponsáveis.


Margarida ficou órfã de mãe, quando ainda era muito criança. O pai se casou de novo e a pequena menina passou a sofrer duramente nas mãos da madrasta. Sem apoio familiar, ela cresceu em meio a toda sorte de desordens, luxos e prazeres. No início da adolescência se tornou amante de um nobre muito rico e passou a desfrutar de sua fortuna e das diversões mundanas. Um dia, porém, o homem foi vistoriar alguns terrenos dos quais era proprietário e foi assassinado. Margarida só descobriu o corpo, alguns dias depois, levada misteriosamente até ele pela cachorrinha de estimação que acompanhara o nobre na viagem. Naquele momento, a moça teve o lampejo do arrependimento. Percebeu a inutilidade da vida que levava e voltou para a casa paterna, onde pretendia passar o resto da vida na penitência.


Para mostrar publicamente sua mudança de vida, compareceu à missa com uma corda amarrada ao pescoço e pediu desculpas a todos pelos excessos da sua vida passada. Só que essa atitude encheu sua madrasta de inveja, que fez com que ela fosse expulsa da paróquia. Margarida sofreu muito com isso e chegou a pensar em retomar sua vida de luxuria e riqueza. No entanto, com firmeza conseguiu se manter dentro da decisão religiosa, procurando os franciscanos de Cortona e conseguindo ser aceita na Ordem Terceira.


Para ser definitivamente incorporada à Ordem teria que passar por três anos de provação. Foi nesta época que ela se infligiu as mais severas penitências, que foram vistas como extravagantes, relatadas nos antigos escritos, onde se lê também que a atitude foi tomada para evitar as tentações do demônio. Seus superiores passaram a orienta-la e isso a impediu de cometer excessos nas penitências.


Aos vinte e três anos Margarida de Cortona, como passou a ser chamada, foi premiada com várias experiências de religiosidade que foram presenciadas e comprovadas pelos seus orientadores espirituais franciscanos. Recebeu visitas do anjo da guarda, teve visões, revelações e mesmo aparições de Jesus, com quem conversava com freqüência durante suas orações contemplativas.


Ela percebeu que o momento de sua morte se aproximava e foi ao encontro de Jesus serenamente, no dia 22 de fevereiro de 1297. Margarida de Cortona foi canonizada pelo Papa Bento XIII em 1728 e o dia de sua morte indicado para a sua veneração litúrgica.



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Santo Euquério



20/02 - O bispo francês Euquério foi um grande defensor da Igreja em seu tempo. Defensor não só de seus conceitos e dogmas, mas também dos seus bens, que tanto atraíam os poderosos.



Euquério nasceu em Órleans, na França, e recebeu disciplina e educação cristã desde o berço. Assim que a idade o permitiu, entrou para o mosteiro de Lumièges, às margens do rio Sena. Seus sete anos de atuação ali foram marcados pela autopenitência que, de tão severa, chegava a lembrar os monges eremitas do Oriente. Esse período fez dele o candidato natural à sucessão do bispo de sua cidade natal. Humilde, Euquério tentou recusar, mas foram tantos os pedidos de seus irmãos de hábito e do povo em geral, que acabou aceitando.



Seu bispado foi marcado pelo respeito às tradições e à disciplina. Euquério chegou a enfrentar o rei francês Carlos Martel, que pretendia se apossar de bens da Igreja, dirigindo-lhe censuras graves, como faria a qualquer outra ovelha de seu rebanho, se fosse necessário. O rei, apesar de precisar dos bens para aumentar as finanças e continuar a guerra contra os sarracenos muçulmanos, deixou de lado sua intenção. Entretanto, tramou a transferência do bispo, para afastá-lo de sua querida cidade de Órleans.


Euquério foi transferido para Colônia, na Alemanha, aonde também conquistou o respeito e o carinho do povo e do clero. Então o vingativo rei conseguiu que fosse mandado para mais longe, Liège.

Ele viveu seis anos no exílio e passou seus últimos dias no convento de São Trondom. O bispo Euquério morreu no dia 20 de fevereiro de 738 e suas relíquias permaneceram guardadas na igreja desse convento, na diocese de Mastrichiti. O seu culto se perpetua pela devoção dos fiéis tanto na França, quanto na Alemanha e em todo o mundo cristão. Sua festa litúrgica se dá no dia de sua morte.



domingo, 19 de fevereiro de 2012

São Gabino




19/02 - Gabino nasceu na Dalmácia, atual Bósnia , numa família da nobreza romana cristã, radicada naquele território. Na idade adulta, ele foi viver em Roma com a intenção de se aproximar da Igreja, mesmo sabendo dos sérios riscos que correria. Nesta cidade, ele se tornou senador e se casou. Com a morte da esposa, Gabino decidiu ser padre. Transformou sua casa numa igreja, consagrou a jovem filha Suzana, à Cristo, e a educou com a ajuda do irmão Caio, que já era sacerdote. Juntos, eles exerciam o apostolado em paz, convertendo pagãos, ministrando a comunhão e executando a santa missa, enfim fortificando a Igreja neste período de trégua das perseguições.



Segundo os registros encontrados, Gabino e os familiares, eram aparentados do imperador Diocleciano. Assim, quando o soberano desejou ter a filha de Gabino como nora, não conseguiu. Enviou até mesmo um emissário para convencer a jovem, que não cedeu, decidida a se manter fiel à Cristo, sendo apoiada pelo pai e o tio Caio, que fora eleito papa, em 283. O imperador ficou mais irritado do que já estava, devido as tensões que circundavam o Império Romano em crescente decadência. Decretou a perseguição mais severa registrada na História do Cristianismo, apontado como causador de todos os males. O parentesco com o soberano de nada serviu, pois o final foi trágico para todos.



Quando começou esta perseguição, verificamos pelos registros encontrados que o padre Gabino, não mediu esforços para consolar e amparar os cristãos escondidos. Enfrentou com serenidade o perigo, andando quilômetros e quilômetros a pé, indo de casa em casa, de templo em templo, animando e preparando, os fiéis para o terrível sacrifício que os aguardava. Montanhas, vales, rios, florestas, nada o impedia nesta caminhada para animar os aflitos. Foram várias as missas rezadas por ele em catacumbas ou cavernas secretas, onde ministrava a comunhão aos que seriam martirizados. Finalmente foi preso, junto com a filha, que também foi sacrificada.



Gabino foi torturado, julgado e como não renegou a fé, foi condenado à morte por decapitação. Antes da execução, o mantiveram preso numa minúscula cela sem luz, onde passou fome, sede e frio, durante seis meses, quando foi degolado em 19 de fevereiro de 296, em Roma.



Ele não foi um simples padre, mas sim, um marco da fé e um símbolo do cristianismo. No século V, sua antiga casa, que havia sido uma igreja secreta, tornou-se uma grande basílica. Em 738, o seu culto foi confirmado durante a cerimônia de traslado das relíquias de São Gabino, para a cripta do altar principal desta basílica, onde repousam ao lado das de sua santa filha.



No século XV, a basílica foi inteiramente reformada pelo grande artista e arquiteto Bernini, sendo considerada atualmente uma das mais belas existentes na cidade do Vaticano. A sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.



sábado, 18 de fevereiro de 2012

São Teotonio



18/02 - Nascido em Ganfei, Portugal, no ano de 1082, São Teotônio recebeu uma ótima formação. Primeiramente, junto a um convento beneditino de Coimbra; depois, ao ser assumido por seu tio Crescêncio, Bispo de Coimbra, ele foi correspondendo à graça de Deus em sua vida. Com a morte do tio, dirigiu-se para Viseu, onde terminou seus estudos básicos e recebeu o dom da ordenação sacerdotal.

Homem de oração e penitência, centrado no mistério da Eucaristia, e peregrino, fez duas viagens à Terra Santa, que muito marcaram a sua história, até que os cônegos de Santo Agostinho pediram que ele ficasse ali como um dirigente, mas, em nome da obediência, ele não poderia fazê-lo, uma vez que já ocupava o cargo de prior da Sé de Viseu. No retorno, abriu mão deste serviço e se dedicou ainda mais à evangelização.

Ele já era conhecido e respeitado por muitas autoridades. Inclusive, o rei Afonso Henriques e a rainha, dona Mafalda, por motivos de guerra, acabaram retendo muitos cristãos e ele foi interceder em prol desses cristãos. Muitos foram liberados, mas o santo foi além. Como já tinha fundado, a pedido de amigos, a Nova Ordem dos Cônegos Regulares sob a luz da Santa Cruz, aos pés do Mosteiro, ele não só acolheu aqueles filhos de Deus, mas também pôde mantê-los como um verdadeiro pai. No mosteiro, ele era um pai, um prior não só por serviço e autoridade, mas um exemplo refletindo a misericórdia do mistério da cruz do Senhor, refletindo o seu amor apaixonado pelo mistério da Eucaristia.

Mariano e devoto dos Santos Anjos, ele despojou-se e se retirou em contemplação e intercessão. Foi assim que, em 18 de fevereiro, esse grande santo português, em 1162, partiu para a glória.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Beato José Allamano




16/02 - Ele nasceu em Castelnuovo d'Asti, Itália, em 21 de janeiro de 1851. Também a cidade natal de São João Bosco, "o apóstolo da juventude"; e de seu tio São José Cafasso, irmão de sua mãe. Ambos foram seus orientadores e educadores desde a infância. Assim, José Allamano viveu no seio de uma família extremamente cristã.


Com vontade própria e decidido, ingressou no Oratório do Seminário Diocesano de Turim, onde recebeu a ordenação sacerdotal aos 22 anos e se formou em teologia um ano depois. Com 25 anos, foi convocado para continuar no mesmo seminário, como Diretor espiritual, demonstrando ter, apesar de jovem, excelentes qualidades de formador. Repetiu e inculcou, biblicamente aos noviços, a seguinte frase: "Fazer bem o Bem".


Quando padre Allamano foi nomeado Reitor do conceituado Santuário Mariano da "Consolata", tinha apenas 29 anos e permaneceu na função durante quarenta e seis anos, quando faleceu. A "Consolata" se tornou o campo de ação para todas as suas atividades sacerdotais. Muito atento, e com a mente aberta às necessidades e exigências pastorais do seu tempo, direcionou todas as iniciativas da diocese em favor da promoção da ação social da Igreja, da imprensa católica, da defesa e assistência ao clero, das associações operárias.


Também foi o Cônego da catedral, Superior de comunidades religiosas, membro de comissões e comitês diocesanos. Fundou em 1901 o Instituto Missões Consolata, composto de sacerdotes e de irmãos leigos. Em 1910 iniciou o Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata.


Padre José Allamano tinha uma saúde frágil, mas este servo de Deus era de uma fortaleza heróica. Sem abandonar as atividades da diocese, priorizou e se ocupou da formação do clero, dos missionários e missionárias. O ideal que propunha era de servir as missões com dedicação total de mente, palavra e coração.


Este mestre e benfeitor do clero morreu serenamente na sua residência, junto ao Santuário da Consolata, a 16 de fevereiro de 1926. Seu corpo repousa em paz na Capela da Casa Mãe dos Missionários da Consolata, em Turim, Itália.


Em Roma, no dia 7 de outubro de 1990, o papa João Paulo II beatificou José Allamano. Nesta ocasião os dois Institutos missionários da "Consolata", fundados por ele, contavam com mais de dois mil membros espalhados em vinte e cinco países.


Beato José Allamano foi um visionário de pensamento avançado para seu tempo, sua beatificação teve um significado de especial reconhecimento, não apenas pelo exemplo de sua vida santificada, mas por ter antecipado que era obrigação de cada Igreja local se abrir à missão universal.



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

São Cláudio de La Colombiere



15/02 - Neste dia lembramos a santidade de vida de Cláudio que nasceu na França em 1641 numa família muito religiosa. Após completar os estudos humanísticos o jovem Cláudio decidiu entrar no seminário, e pôde ouvir de sua mãe a profecia: "Meu filho, tu hás de ser um santo religioso".



Entrou no noviciado da Companhia de Jesus e em meio a muitas lutas ele conseguiu ser fiel a sua vida religiosa, por isso escreveu no seu diário: " Os planos de Deus nunca se realizam senão à custa de grandes sacrifícios". Lecionou até chegar a ser superior do colégio jesuíta.



São Cláudio na cidade de sua missão, começou a ser confessor do convento de Nossa Senhora da Visitação, onde a humilde religiosa Margarida Maria Alacoque, santamente estava recebendo aparições do Sagrado Coração de Jesus. Cláudio foi o escolhido pelo próprio Cristo para confessor de Margarida e como ajudante na publicação das revelações.



Abraçando o Sagrado Coração de Jesus fez o que pôde para fazer conhecido o apelo de Jesus que vinha numa hora própria, pois o veneno do jansenismo estava esfriando a fé e o amor do povo para com o Cristo. Cláudio por obediência foi para Londres onde viveu e sofreu no palácio real; local difícil de evangelizar, mas possível , já que Cláudio converteu muitos ao Cristo e sua Igreja Católica.



Morreu com quarenta e um anos, depois de caluniado por protestantes poderosos, foi o santo preso e quase condenado a morte, se não fosse a providente intervenção do rei francês Luís XIV. São Cláudio fora expulso da Inglaterra e faleceu em Paray le Monial, conforme Santa Margarida havia profetizado a seu respeito, pois deste local é que iniciou-se a grande devoção ao Sagrado Coração de Jesus, no qual São Cláudio encontrou repouso eterno.



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

São Metódio



14/02 - Metódio e Cirilo nasceram na Macedônia e foram irmãos unidos pelo sangue, pela fé, pela vocação apostólica e até pela morte. Metódio nasceu em 815. Ainda jovem, foi nomeado governador da província da Macedónia Inferior, onde estavam estabelecidos os eslavos. Com trinta e oito anos, Metódio abandonou a carreira política e tornou-se monge, sendo seguido pelo irmão poucos anos depois. A missão apostólica dos dois irmãos começou em 861, quando foram enviados numa missão de conversão dos povos eslavos, de quem ambos tinham aprendido a língua e os costumes. Sua evangelização gerou muitos frutos porque ensinaram o povo a rezar, cantar e ler tudo em sua própria língua. Foi justamente isso que gerou revolta contra os evangelizadores. Muitos religiosos se opuserm ao trabalho de Metódio e Cirilo. Os dois foram então chamados a Roma, onde conseguiram o apoio papal. Metódio voltou para a missão, mas, numa segunda viagem a Roma, em 885, quando teve que defender pessoalmente outra vez o seu trabalho de "adaptação da Fé à cultura local", acabou por morrer.

Ambos foram proclamados patronos da Europa, ao lado de São Bento, pelo Papa João Paulo II.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

São Martiniano



13/02 - Como bem poucas, a vida de São Martiniano é um exemplo da fraqueza humana, como também de sincera penitência. Martiniano, natural de Cesaréia, na Palestina, nasceu no tempo do imperador Constantino. Bem jovem ainda escolheu para si a vida de eremita e retirou-se para uma montanha, nas proximidades da cidade natal. Durante vinte e cinco anos viveu em completa separação do mundo, entregue às práticas de uma vida religiosa austera. De todos os pontos da Palestina ia o povo procurar o santo eremita, ou, fosse para se lhe recomendar às orações, ou para obter a cura de doente, ou ainda a expulsão de maus espíritos. A fama de Martiniano era geral e todos o tinham no conceito de grande Santo. Uma mulher de maus costumes, chamada Zoé, propôs-se a perder o santo homem e combinou com outros indivíduos de sua laia o plano diabólico. Disfarçando-se em pobre abandonada, chegou pela tardinha à casa de Martiniano e pediu agasalho: “Tende compaixão de mim, homem de Deus! Não permitais que eu seja presa das feras. Perdi-me na floresta e sem orientação, não sei para onde me dirigir”. O bom do eremita levantou as mãos ao céu, chamou a Deus em auxílio, e só depois de muitos rogos da parte da mulher, consentiu que lhe entrasse na gruta. Para si procurou um outro abrigo e passou a noite toda em oração.

Zoé, porém, trocou os andrajos enganosos por um vestido sedutor. Quando, na manhã seguinte, Martiniano chegou à gruta, Zoé se apresentou em todo o esplendor e grande foi a surpresa do santo homem, pois não a conhecia. Zoé deu-se a conhecer, manifestou ao eremita sua verdadeira intenção e com maneiras blandiciosas e afáveis, tentou-o ao pecado. A proposta, disse-lhe, que te faço não te deve ser estranha e é bem compatível com teu modo de vida. Sabes que os santos do antigo testamento eram favorecidos pela fortuna e casados. Eis me aqui para oferecer-te, junto com minha pessoa os meus grandes bens”.

Martiniano, em vez de enxotar a sedutora, mostrou-lhe simpatia e fraqueou. Deus permitiu esta fraqueza, talvez para lhe castigar o orgulho, que não o deixou enxergar o perigo e fê-lo confiar em si. À hora em que, por costume, pessoas vinham para ouvir-lhe os conselhos e receber-lhe a benção, Martiniano saiu da gruta. Mal ficou sozinho, caiu em si e a consciência começou a atormentá-lo com suas acusações. O arrependimento foi tão grande, que mal podia sustentar-se. Depois juntou alguma lenha, acendeu-a e quando tinha boa brasa, meteu os pés dentro e disse: “Martiniano, se agüentares este fogo, continua a pecar; do contrário, como poderás sofrer o fogo eterno, que mereceste pelo pecado?”

Chamando a mulher, disse-lhe: “Vem ponha aqui teus pés, se queres pecar”. Zoé, vendo o espetáculo que se lhe desenrolava diante dos olhos, impressionou-se grandemente e o coração tomou-se-lhe de profunda contrição. Imediatamente tirou a roupa escandalosa, meteu-a no fogo, pediu perdão ao eremita e conselho sobre o que havia de fazer, para obter remissão dos pecados. Martiniano ordenou-lhe que fosse para o convento de Santa Paula, em Belém e lá passasse o resto da vida em penitência. Zoé obedeceu, pediu e obteve a admissão no convento indicado e tão radical foi sua conversão que de pecadora tornou-se grande penitente e Santa.

Martiniano julgou ser vontade de Deus abandonar o lugar de sua infelicidade e procurou uma ermida, situada, numa ilha lá ficou durante seis anos, constando-lhe a alimentação de pão, água e palmitos, que pescadores de vez em quando lhe traziam. Pelo fim do sexto ano de desterro, naufragou naquela ilha um navio. Dos náufragos sobreviveu uma jovem de vinte e cinco anos que pediu auxílio a Martiniano; este lhe fez a caridade, que as circunstâncias exigiam. Para não se expor novamente ao perigo, resolveu fugir. Confiado no auxílio divino atirou-se na água para, a nado, ganhar o continente. Deus o protegeu visivelmente, mandando dois delfins que o levaram à terra. A donzela ficou na ilha, levando vida santa. Martiniano, porém tomou a resolução de não mais ter domicílio fixo. Fiel a este propósito, andava de um lugar a outro, implorando a caridade dos cristãos. Nessas viagens chegou a Atenas, onde entrou numa Igreja, quando sentiu as forças o abandonarem. Com muita devoção recebeu os santos Sacramentos. Poucos dias depois entregou a alma ao Criador. As suas últimas palavras foram: “Senhor, em vossas mãos recomendo o meu espírito”. Martiniano morreu no ano de 400. A Igreja oriental presta-lhe grandes homenagens. Os restos mortais acham-se depositados numa Igreja de Constantinopla, situada perto da mesquita de Santa Sofia.


domingo, 12 de fevereiro de 2012

São Julião Hospitaleiro



12/02 - Conta a tradição que os pais de Julião eram nobres e viviam num castelo. No dia do seu batizado, seus pais tiveram um sonho idêntico. Nele, um ermitão lhes dizia que o menino seria um santo. O menino foi educado como um nobre, apreciando a caça como esporte, e apesar do caráter violento, era caridoso com os pobres.



Na adolescência, foi a vez de Julião. Ele sonhou com um grande veado negro que lhe disse: "Você será o assassino de seus pais". Impressionado, fugiu para nunca mais voltar. Ficou famoso como soldado mercenário. Casou-se com uma princesa e foi morar num castelo. Certa noite, saiu para caçar, avisando que voltaria só ao nascer do sol. Algumas horas depois, seus pais, já idosos, chegaram para revê-lo. Foram bem acolhidos pela nora que lhes cedeu o seu quarto para aguardarem o filho, repousando.



Julião regressou irritado porque não conseguira nenhuma caça. Mas a lembrança da esposa a sua espera acalmou seu coração. Na penumbra do quarto, percebeu que na cama havia duas pessoas. Possuído pela cólera matou os dois com seu punhal. Ao tentar sair, viu o vulto de sua mulher na porta do quarto. Então, ele compreendeu tudo. Desesperado abriu as janelas e viu que tinha assassinado os pais. Após os funerais, colocou a esposa num mosteiro, doou os bens aos pobres e partiu para cuidar da alma.


Tornou-se outro homem, calmo, humilde e pacífico. Andou pelos caminhos do mundo, esmolando. Por espírito de sacrifício contava a sua história e, então, todos se afastavam fazendo o sinal da cruz. Foi renegado por homens e animais. Vivia afastado, remoendo sua culpa, rezando em penitência, amargando suas visões fúnebres e os soluços da alma. Mas, Julião sentia necessidade de salvar vidas, ajudar os velhos e as crianças doentes e pobres. Decidiu então ajudar os leprosos na travessia de um rio, que pela violência da correnteza fazia muitas vítimas.



Julião, construiu sozinho um caminho para descer até ao rio. Em seguida reparou um velho barco e ergueu uma grande cabana. A travessia passou a ser conhecida por todos os leprosos, pois além de conduzi-los de graça, eram tratados por ele, na cabana. Ficou conhecido por "Julião Hospitaleiro". Costumava ir esmolar para distribuir o que ganhava com os que já não podiam caminhar.A cabana se tornou um verdadeiro hospital para leprosos. A fama de sua santidade começou a se espalhar, mas Julião continuava a sentir o tormento de sua alma, que só era aplacado quando cuidava dos seus leprosos. Até que uma noite, após um leproso morrer nos seus braços, Julião sentiu sua alma inundada por uma alegria infinita e caminhou para se encontrar face a face com Nosso Senhor Jesus Cristo, que o chamou para a glória do céu.



Esta é a história de Julião Hospitaleiro, e se encontra descrita, num dos vitrais da Catedral de Notre Dame, na França, que guarda suas relíquias. A diocese de Macerata, na Itália, onde dizem que ele permaceu durante anos mendigando e ajudando as pessoas com seus prodígios de santidade, também recebeu algumas delas. A Igreja o comemora no dia 12 de fevereiro, data que a tradição indicou como sendo a de sua morte.