domingo, 1 de abril de 2012

Beato Ludovico Pavoni



01/04 - O beato Ludovico Pavoni nasceu no dia 11 de setembro de 1784.

Educar, abrigar e instruir os jovens pobres e abandonados na Itália do século XVIII era um enorme desafio que o padre bresciano Ludovico Pavoni.

Naqueles anos de fome e de guerras, quando a miséria, as doenças e as armas se tornaram aliadas importantes para exterminar os pobres, Ludovico Pavoni teve uma intuição genial e profética, "educar, abrigar e instruir" os jovens pobres, abandonados ou desertores que eram, de fato, numerosos na Itália de 1800, tanto nas cidades como no campo.

Não só para evitar que se tornassem delinqüentes, o que mais temia a elite pensante daquele tempo, e com certeza não só daquela época, mas para que eles tivessem a oportunidade de viver uma vida digna, do ponto de vista cristão e humano.

Ordenado padre em 1807, Ludovico Pavoni se dedicou desde o início à educação dos jovens e criou o "seu" orfanato para abrigar os adolescentes e jovens necessitados.

Já como secretário do bispo de Bréscia, conseguiu, para aqueles jovens, fundar o primeiro "Colégio de Artífices" e, depois, em 1821, a primeira escola gráfica da Itália, o Pio Instituto de São Barnabé.

Tipografia e Evangelho eram seus instrumentos preciosos: a receita natural era a mais simples possível, como dizia ele: "Basta colocar dentro da impressora jovens motivados, que os volumes de 'boa doutrina cristã' estarão garantidos".

Em 1838, nasceu a escola para surdos-mudos, sendo inútil acrescentar o quanto essa também estava na vanguarda daqueles tempos. Em 1847, a Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, abrigando religiosos e leigos juntos, hoje conhecidos como "os pavonianos".

Pela discrição pode ainda parecer fácil, mas para colocar em prática todo esse projeto, o vulcânico padre bresciano empregou tudo de si, do bom e do melhor, chocando-se com as autoridades civis e com as eclesiásticas.

Sair recolhendo os jovens pobres e abandonados pelas ruas era algo que batia de frente com rígidos costumes sociais e morais da época. Por mais de uma década, Pavoni se debateu entre cartas, pedidos, súplicas e solicitações, tanto assim que foi definido "mártir da burocracia", mas, do dilúvio, saiu vencedor.

Padre Ludovico Pavoni faleceu no dia 1o de abril de 1849, durante a última das dez jornadas brescianas, de uma pneumonia contraída durante uma fuga desesperada, organizada na tentativa de proteger os "seus" jovens das bombas austríacas. De resto, ele sempre dizia: "O repouso será no Paraíso".

Hoje os pavonianos continuam a "educar, abrigar e instruir" os jovens desses grupos, mas também todos os que simplesmente procuram um trabalho e um lugar na vida, providenciando a instrução escolar básica e colaborando com as igrejas locais nas pastorais dos jovens.

São incansáveis em suas atividades, porque os traços cunhados pelo padre Ludovico estão ainda frescos, o exemplo do fundador está inteiramente vivo, latente e atual.

Hoje, outros levam avante sua obra, nos quatro cantos do mundo, os pavonianos administram tudo o que possa estar relacionado à formação desses jovens: comunidades religiosas, escolas, institutos de formação profissional, centros de recuperação de dependentes químicos, asilos de idosos, pensionatos, orfanatos, creches, paróquias, cooperativas, centros de juventude, livrarias e a editora Âncora, na Itália.

Além disso, alfabetizam os deficientes surdos-mudos e formam pequenos artífices nas artes gráficas, esses que eram os diletos de Ludovico Pavoni.


sábado, 31 de março de 2012

Santo Amós - Profeta



31/03 - Entre os grandes profetas de Deus, Amós foi o primeiro a deixar suas mensagens por escrito, encabeçando uma lista onde se sucedem: Oséias, Isaías, Jeremias e outros.



Com o desenvolvimento e a popularização da escrita se desenrolando em toda a cultura mundial, no século VIII a.C., as profecias passaram a ser registradas e distribuídas com maior rapidez e eficiência do que com o método oral, expandindo a comunicação da palavra do Criador.



Profetas são pessoas com os pés no chão, profundamente conhecedoras da vida de seu povo e de sua realidade. Conhecem e vivem a realidade, mas são extremamente sensíveis a Deus.



Por isso são escolhidos e se tornam anunciadores da vontade de Deus para aquele momento histórico. E por isso denunciam tudo aquilo que fere a vontade de Deus.



Assim, aconteceu com as profecias de Amós que ficaram para a posteridade e pouco sobreviveu de sua história pessoal. Sabe-se ainda que antes de se entregar totalmente à sua religiosidade, Amós foi pastor de ovelhas em Tácua, nos limites do deserto de Judá, não há sequer razão para considerá-lo um proprietário de grandes proporções.



Um pequeno sítio talvez, com condições razoáveis para garantir-lhe sustento, a si e sua gente, onde permaneceu muito tempo, pois nem pertencia à corporação oficial dos profetas.



Teve um curto ministério religioso na região de Betel e Samaria, mas foi expulso de Israel e voltou à atividade anterior. Pregou depois durante o reinado de Jeroboão II, entre os anos 783 e 743 antes de Cristo.



Julgam os historiadores que Amós era ainda muito jovem quando recebeu um chamado irresistível de Deus para proclamar suas mensagens. Os Escritos registram também que seu trabalho espiritual abriu uma esperança para o povo, que sentia o peso do Senhor sobre certos habitantes.



No seu ministério profético aconteceu quando o povo de Israel vivia a divisão entre norte e sul. Amós embora originário do sul profetizou no norte, que viveu anos de instabilidade econômica, alternados com anos de prosperidade.



Esta que foi construída por alguns para si mesmos, enquanto que outros foram oprimidos. Por um lado havia luxo e fartura; por outro, empobrecimento e miséria.



O profeta Amós deixa claro que junto à tudo isso, vem a decomposição social, a corrupção religiosa e a falsidade no culto. O culto em sua falsidade encobria na verdade o grande pecado: a injustiça social.


quarta-feira, 28 de março de 2012

São Xisto III - Papa



28/03 - Santo Xisto chegou a adotar uma posição neutra na controvérsia entre pelagianos e semipelagianos do sul da Gália, especialmente contra Cassiano, sendo advertido pelo papa Zózimo.


Mas reconheceu o seu erro, com a ajuda de Agostinho, bispo de Hipona, que combatia arduamente aquela heresia, e que lhe escrevia regularmente.


Tornando-se papa em 432, Xisto III agindo com bastante austeridade e firmeza, nesta ocasião, Agostinho teve de lhe pedir moderação. Foi assim, que este papa conseguiu o fim definitivo da doutrina herege.


Esta doutrina pelagiana negava o pecado original e a corrupção da natureza humana. Também defendia a tese de que o homem, por si só, possuía a capacidade de não pecar, dispensando dessa maneira a graça de Deus.


Ele também conduziu com sabedoria uma ação mais conciliadora em relação a Nestório, acabando com a controvérsia entre João de Antioquia e Cirilo, patriarca de Constantinopla, sobre a divindade de Maria.


Em seguida, demonstrou a sua firme autoridade papal na disputa com o patriarca Proclo. Xisto III teve de escrever várias epístolas para manter o governo de Roma sobre a lliría, contra o imperador do Oriente que queria torná-la dependente de Constantinopla, com a ajuda deste patriarca.


Depois do Concílio de Éfeso em 431, em que a Mãe de Jesus foi aclamada Mãe de Deus, o papa Xisto III mandou ampliar e enriquecer a basílica dedicada à Santa Mãe das Neves, situada no monte Esquilino, mais tarde chamada Santa Maria Maior. Esta igreja é a mais antiga do Ocidente que foi dedicada a Nossa Senhora.


Desta maneira ele ofereceu aos fiéis um grande monumento ao culto da bem-aventurada Virgem Maria, à qual prestamos um culto de hiperdulia, ou seja, de veneração maior do que o prestado aos outros santos.


Xisto III, mandou vir da Palestina as tábuas de uma antiga manjedoura, que segundo a tradição havia acolhido o Menino Jesus na gruta de Belém, dando origem ao presépio. Introduziu no Ocidente a tradição da Missa do Galo celebrada na noite de Natal, que era realizada em Jerusalém desde os primeiros tempos da Igreja.


Durante o seu pontificado, Xisto III promoveu uma intensa atividade edificadora, reformando e construindo muitas igrejas, como a exuberante basílica de São Lourenço em Lucina, na Itália.
Morreu em 19 de agosto de 440, deixando a indicação do sucessor, para aquele que foi um dos maiores papas dos primeiros séculos, Leão Magno.

A Igreja indicou sua celebração para o dia 28 de março, após a última reforma oficial do calendário litúrgico.



segunda-feira, 26 de março de 2012

São Ludgero de Utrecht



26/03 - Nasceu em 743 em Zuilen, Friesland (moderna Holanda).

Filho de Thiadgrim e Liafburg de família nobre. Irmão dos Santos Gerburgis e Hildegrin. Ouviu São Bonifácio pregar em 753 e decidiu entrar para a vida religiosa.Estudou sob a direção de São Gregório de Ultrecht (do qual escreveu sua biografia).Estudou na Inglaterra três anos sob a direção de Santo Alcuin, diácono.

Retornou a Holanda em 773 como missionário.Foi enviado a Deventer em 775 para restaurar uma capela destruída pelos pagãos saxões e recuperar as relíquias de São Lebwin que havia construído a capela. Destruiu ídolos pagãos e locais de cultos pagãos na área o este de Lauwers Zee e converteu vários e aquela área tornou-se cristãs após a sua estadia. Notável pregador. Ensinou na escola de Ultrecht
Ordenado em Colonha em 777. Missionário em Friesland, principalmente ao redor de Ostergau e Dokkum de 777 até 784. Retornava a cada outono para Ultrecht para ensinar na escola da Catedral. Deixou a área em 784 quando os Saxoes invadiram e expulsaram todos os padres.

Peregrino a Roma em 785.Encontrou-se com o Papa Adraino I e os dois trocaram conselhos.Viveu como monge beneditino em Monte Casino de 785 a 787 mas não tomou os votos. A pedido de Carlosmagno ele retornou a Friesland como missionário.Foi uma expedição bem sucedida e ele construiu um Monastério em Weden para servir de base as suas jornadas. Diz à tradição que curou vários cegos.Curou e converteu o cego pagão Berulef. Com isso converteu mais pagãos que todo o exército de Carlosmagno.

Recusou o bispado de Trier em 793. Missionário nos Saxões. Construiu um Monastério em Mimigernaford como centro do trabalho missionário e serviu como Abade. A palavra “monasterium” levou o nome para cidade que cresceu ao redor da casa em Munster. Construiu várias pequenas capelas em toda a região.Foi o primeiro Bispo da Munster em 804, sendo consagrado em Wesphalia. Sua saúde piorou nos últimos anos, mas ele nunca reduzia a sua carga de trabalho.

Não interessava quão perigoso ou trabalhosa a sua vida fora do Monastério, Lugero nunca deixou de ter tempo para as orações e meditações. A sua vida pode ser resumida em dois fatos: Ele recebeu uma repreensão quando Bispo porque gastava mais em caridade que na decoração das igrejas e no dia de sua morte ele celebrou a Missa duas vezes. Faleceu na tarde de 26 de março de 809 (sábado da Paixão) de causas naturais e foi enterrado em Werden.

Sua tumulo se tornou local de peregrinação e vários milagres foram creditados a sua intercessão.Assim suas relíquias foram trasladadas para a Catedral de Munster onde tem o seu santuário. Na arte litúrgica da Igreja ele e representado com o um bispo segurando uma Catedral ou como um bispo com um cisne ao seu lado ou como um bispo recitando seu breviário.


domingo, 25 de março de 2012

Anunciação do Anjo à Maria



25/03 - A visita do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria, quando esta se encontrava em Nazaré, cidade da Galiléia, marca o início de toda uma trajetória que cumpriria as profecias do Velho Testamento e daria ao mundo um novo caminho, trazendo à luz a Boa Nova. Ali nasceu também a oração que a partir daquele instante estaria para sempre na boca e no coração de todos os católicos: a Ave Maria.



Maria era uma jovem simples, noiva de José, um carpinteiro descendente direto da linhagem da casa de Davi. A cerimônia do matrimônio daquele tempo, entretanto, estabelecia que os noivos só teriam o contato carnal da consumação depois de um ano das núpcias. Maria, portanto, era virgem.



Maria perturbou-se ao receber do anjo o aviso que fora escolhida para dar a luz ao Filho de Deus, a quem deveria dar o nome de Jesus, e que Ele era enviado para salvar a Humanidade e cujo Reino seria eterno. Sim porque Deus, que na origem do Mundo Criou todas as coisas com sua Palavra, desta vez escolheu depender da palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Redentor da Humanidade.


Ela aceitou sua parte na missão que lhe fora solicitada, demonstrando toda confiança em Deus e em Seus desígnios, para o cumprimento dessa profecia e mostrou porque foi ela a escolhida para ser Instrumento Divino nos acontecimentos que iriam mudar o destino da Humanidade.



Ao perguntar como poderia ficar grávida, se não conhecia homem algum e receber de Gabriel a explicação de que seria fecundada pelo Espírito Santo, por graças do Criador, sua resposta foi tão simples como sua vida e sua fé: "Sou a serva do Senhor. Faça-se segundo a Sua vontade".



Com esta resposta, pelo seu consentimento, Maria aceitou a dignidade e a honra da maternidade divina, mas ao mesmo tempo também os sofrimentos, os sacrifícios que a ela estavam ligados. Declarou-se pronta a cumprir a vontade de Deus em tudo como sua serva. Era como um voto de vítima e de abandono. Esta disposição é a mais perfeita, é a fonte dos maiores méritos e das melhores graças. O momento da Anunciação, onde se dá a criação, na pessoa de Maria como a Mãe de Deus, que acolhe a divindade em si mesma, contém em si toda a eternidade e, nesta, toda a plenitude dos tempos.



Por isso a data de hoje marca e festeja este evento que se trata de um dos mistérios mais sublimes e importantes da História do homem na Terra: a chegada do Messias, profetizada séculos antes no Antigo Testamento. Episódio que está narrado em várias passagens importantes do Novo Testamento.



A festa da Anunciação do Anjo à Virgem Maria, Lc 1,26-38, é comemorada desde o Século V, no Oriente e a partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal, só é transferida quando coincide com a Semana Santa.



sexta-feira, 23 de março de 2012

São Turíbio de Mogrovejo



23/03 - Enquanto São Turíbio agonizava, numa capelinha indígena numa aldeia do Peru, a seu pedido eram tocados ao som de uma harpa os salmos 116 e 31. Alguns minutos antes, tinha se desfeito das roupas que usava para dá-las aos índios paupérrimos que o acompanhavam na hora da morte.



Um gesto que mostra bem como foi a vida deste arcebispo de Lima, que durante os vinte e cinco anos que passou naquele país, protegeu os índios e os pobres diante da violenta dominação dos conquistadores espanhóis.



Turíbio nasceu em 1538, em León, Espanha, no seio de uma família nobre e rica. Estudou em Valadolid, Salamanca e Santiago de Compostela. Era licenciado em direito e foi membro da Inquisição, até ser nomeado Arcebispo de Lima. O mais pitoresco é que só se tornou padre um ano depois.



Chegando à América Latina em 1581, ficou espantado com a miséria espiritual e material em que viviam os índios. Aprendeu sua língua e passou a defendê-los contra os colonizadores, que os exploravam e maltratavam. Era venerado pelos fiéis e considerado um defensor enérgico da justiça, diante dos opressores.



Apoiado pela população, organizou as comunidades de sua diocese e depois reuniu assembléias e sínodos, convocando todos os habitantes para a evangelização. Sob sua direção, o Sínodo Provincial de Lima, em 1582, foi comparado ao célebre Concílio de Trento.



Conta-se que neste sínodo, irônico, Turíbio desafiava os espanhóis, que se consideravam tão inteligentes, a aprenderem uma nova língua, a dos índios.



Quando enviou um relatório a Felipe II, rei da Espanha, em 1594, dava conta de que havia percorrido 15 mil quilômetros e administrado a crisma a sessenta mil fiéis. Aliás, tendo três santos entre os crismados: Rosa de Lima, Francisco Solano e Martinho de Porres.



São Turíbio de Mogrovejo foi canonizado em 1726.



quinta-feira, 22 de março de 2012

São Zacarias (Papa)



22/03 - Filho de Policrômio, da Magna Grécia, atual Calábria, e precisamente da cidade de Santa Severina, São Zacareias assumiu o sumo pontificado após a morte de Gregório III. Foi o último dos papas de origem oriental.


Com a rápida eleição e consagração de Zacarias, terminou a sujeição de se esperar a confirmação do imperador grego, ou do exarca de Ravena, seu representante na Itália. Clero, povo e o eleito não quiseram esperar a costumeira confirmação. Não foi um ato isolado. O papa já exercia de fato o governo civil de Roma e arredores.


Aparece nessa época uma expressão nova para designar o ducado de Roma e as colônias agrícolas pertencentes à Igreja: “República dos romanos”, “república romana” ou ainda “república Santa da igreja de Deus”.


A palavra república tem o sentido etimológico, e não o atual. O soberano dessa república de direito era o longínquo imperador de Bzâncio, de fato o papa. Ela era chamada santa porque não pertencia à pessoa do papa, mas a São Pedro, a quem os romanos olham como padroeiro e protetor.


Zacarias, por ter-se declarado a favor de Luitprando contra o duque Trasamundo de Espoleto, recobrou não só as 4 fortalezas que o rei longobardo havia arrebatado, mas também outros patrimônios. Os habitantes do exarcado de Ravena, ameaçados por Luitprando, acorreram ao papa, juntamente com os habitantes da Pentápolis.


O papa, apresentado-se diante do rei, o fez mudar de idéia. Em 751, Zacarias, respondendo a uma consulta de Pepino, mordomo do rei Quilperico, aconselhou-o a assumir de direito também o governo da França, e foi ungido rei por São Bonifácio. O Pontificado de Zacarias durou quase 11 anos, morrendo em 22-3-752.