sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Santa Gertrudes


16/11 - A vida contemplativa foi a forma escolhida por Santa Gertrudes para dedicar-se a Deus. Nascida em Eisleben, na Saxônia, em 1256, ao contrário do que alguns historiadores dizem, ela não pertencia à nobreza, mas seus pais eram bem estabelecidos e cristãos fervorosos.

Aos cinco anos de idade foi entregue do mosteiro cisterciense de Helfa, onde cresceu adquirindo grande cultura profana e cristã. Possuidora de grande carisma místico tornou-se religiosa consagrada. Conviveu no mosteiro com a grande mística Matilde de Magdeburgo, mestra de espiritualidade, que escreveu em forma de poesia todas a sua preciosa vivência mística, depois encerrada num livro.

Matilde foi o personagem decisivo na vida interior de muitas jovens que dela se aproximavam. Era uma mestra de uma espiritualidade fortemente ligada ao chamamento místico. Com ela Gertrudes desenvolveu a sua de modo muito semelhante, recebendo, em seguida, através de suas orações contemplativas muitas revelações de Deus.

A partir dos vinte e cinco anos de idade teve a primeira das visões que, como ela mesma narrou, transformaram sua vida. Toda a sua rica experiência transcreveu e reuniu no livro "Mensageiro do Divino amor", talvez a mais importante obra cristã tendo como temática a teologia mística. Nele ela também conta que constantemente era tomada por arrebatamentos sublimes e tristezas profundas advindas do estudo da Palavra.

Essa notável mística cristã do período medieval foi uma das grandes incentivadoras da devoção ao Coração de Jesus. Culto que alcançaria enorme expansão no futuro, com Santa Margarida Maria Alaquoque, no século XVII. Mais tarde foi eleita abadessa, cargo que exerceu até o fim de seus dias. Adoeceu e sofreu muitas dores físicas por mais de dez anos até ir comungar com seu amado esposo, Jesus, na casa do Pai, em 1302.

A tradicional festa em sua memória, no dia 16 de novembro, foi autorizada e mantida nessa data pelo Papa Clemente XII, em 1738.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Nossa Senhora do Rocio


15/11 - Apesar da Santíssima Mãe ser invocada sob o título de Virgem do Rocio desde o início do século XV, na Espanha; de ser festejada na mesma data; e da motivação da escolha do nome ser a mesma; a devoção não chegou no Brasil com os colonizadores europeus. O culto brasileiro à Nossa Senhora do Rocio nasceu numa aldeia do litoral do Paraná, sul do país, , logo após a aldeia de Paranaguá ser elevada à Vila, em 1648.

A antiga tradição revela que a imagem milagrosa apareceu ao pescador chamado Pai Berê. Era uma escultura de Nossa Senhora do Rosário, em estilo barroco que colocou num oratório em sua casa, onde passou a ser venerada pelos pescadores locais.

Como a invocação de Nossa Senhora passou "do Rosário" para "do Rocio" a tradição não diz, nem os registros históricos. Com certeza o título foi escolhido por analogia à palavra "rocio", que na linguagem antiga significa "orvalho".

Por algumas décadas, as famílias dos pescadores dessa baía paranaense veneraram a Virgem do Rocio.

Em 1686. uma terrível peste ameaçava dizimar toda a população. Mas, graças ao favor da Virgem, a epidemia foi varrida do litoral. A veneração à essa imagem milagrosa se difundiu.

De tal modo, que as peregrinações e romarias se intensificavam mais ainda na sua festa, sempre celebrada em 15 de novembro.

A primeira capela de Nossa Senhora do Rocio, erguida junto ao porto de Paranaguá, local onde o pescador a encontrou, acabou se tornando pequena para acolher todos os devotos. Através dos anos, a Santa do Rocio atendeu seus devotos com muitas graças e prodígios, que se repetiram em inúmeras ocasiões, por isso, acabou eleita padroeira do povo paranaense.

Em 1939, Nossa Senhora do Rocio foi declarada Padroeira do Paraná, pelo Bispo dessa diocese. A proclamação canônica foi concedida pelo Papa Paulo VI, em 1977. Nessa solenidade, manteve o dia tradicional de sua festa e indicou a paróquia do Rocio em Paranaguá, como seu Santuário. No Natal de 2003, essa paróquia recebeu o título oficial de Santuário Estadual.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

São Gregório Palamás

14/11 - Também conhecido como São Gregório do Sinai. Nasceu em Constantinopla em 1296 e faleceu em Salonika em 1359. Foi canonizado pela Igreja Ortodoxa em 1368. Gregório Palamás é um dos maiores expoentes da doutrina ascética e mística, e sua prática e técnica provocaram grandes controvérsias na Igreja durante o século XIV.

O “Hesicasmo” teria sido condenado no Concílio de Constantinopla, em 1341, se não fosse a vigorosa defesa de São Gregório Palamás. Ele tinha o poderoso suporte dos monges do Monte Athos, mas seus escritos foram condenados e ele foi excomungado. Depois de certo tempo, São Gregório recebeu de volta os sacramentos e foi indicado Bispo de Thessalônica, em 1347, talvez por influência dos monges de Athos. Sua indicação reabriu a controvérsia.

Finalmente, depois de muitos estudos, a tese de São Gregório triunfou e seus ensinamentos foram declarados ortodoxos pela Igreja de Constantinopla, em 1351, mas ele já estava cansado e sua saúde seriamente abalada. Veio a falecer logo depois. Em 1368, oito anos após a sua morte, um Sínodo o declarou “Pai e Doutor da Igreja”.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

São Luigi Versiglia

13/11 - São Luigi Versiglia foi um prelado, missionário, mártir e santo da Igreja Católica Romana. Pertencia aos missionários salesianos italianos, tendo vivido em Macau. Foi assassinado na China em conjunto com o também missionário salesiano São Callisto Caravario.

Partiu de Oliva Gessi para Turim a 16 de Setembro de 1885, com apenas 12 anos de idade, para estudar com os salesianos de Don Bosco, com a intenção de ingressar na universidade para ser veterinário. Permanece com Don Bosco durante dois anos e meio, período em que aquele é seu confessor.

Poucos dias depois da morte de João Bosco, a 11 de Março de 1888, Luigi assiste na Basílica de Maria Auxiliadora à imposição do crucifixo a sete missionários que partiam para as missões. Foi então que decidiu renunciar à sua carreira de veterinário e tornar-se salesiano para ser missionário. Entra para o noviciado em Foglizzo nesse mesmo ano, sendo enviado pouco depois para a Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma onde estudou filosofia. Por esse tempo realizou uma intensa actividade pastoral no oratório do Sagrado Coração. Obtém a licenciatura em 1893 e regressou a Foglizzo como assistente e professor dos noviços. A 21 de Dezembro de 1895 recebe a ordenação sacerdotal.

Miguel Rua, primeiro sucessor de Don Bosco, decidiu abrir um noviciado em Genzano, perto de Roma, e que Luigi Versiglia seria o director e mestre do novo noviciado. Apesar de não estar muito à vontade no seu novo cargo, Luigi aceitou e permaneceu 9 anos em Genzano.

Em 1905, Luigi estudou vários idiomas para poder partir como missionário. A 19 de Janeiro de 1906, saiu de Itália a primeira expedição de missionários salesianos com destino à China, capitaneada por ele. O Bispo de Macau, D. João Paulino de Azevedo e Castro, acolhe calorosamente a chegada dos Salesianos, entregando-lhe a direcção de um orfanato que albergará um máximo de 55 rapazes. Em 1910, quando o bispo os mudou para uma residência maior, como agradecimento pelo seu trabalho, estalaram as lutas entre a Igreja Católica e a recém-implantada Primeira República Portuguesa, que impões um regime anticlerical em Portugal e nos seus territórios do Ultramar. As autoridades de Macau, apesar de não terem razões objectivas para tal, são obrigadas a expulsar os salesianos, que a 29 de Novembro de 1911 são obrigados a mudarem-se para Hong Kong.

Naquela altura, a Diocese de Macau não só compreendia a colónia portuguesa do mesmo nome, mas também uma extensa região do interior da China. O Bispo de Macau confiou de novo aos salesianos um orfanato no distrito de Heung Shan. Os salesianos chegam à capital do distrito, Heung Chow, a 8 de Maio de 1911, onde são recebidos por uma grande multidão em festa. A 10 de Outubro, a monção destrói a residência de Heung Chow e os salesianos de Luigi Versiglia dirigem-se então para Shek Ki.

Em 1912, chegam novos reforços da Europa e Luigi Versiglia decide distribuir os seus homens por quatro residências missionárias. Luigi dividiu o seu tempo entre Macau e a missão do Rio das Pérolas. Em 1915, Luigi construiu em Macau uma obra de maior dimensão, oficinas modernas e uma escola de comércio. Em 1918 os salesianos começaram a trabalhar nos distritos mais setentrionais de Guangdong, pelo que o padre Luigi viu triplicado o seu trabalho.

Em 1920, o território missionário salesiano foi elevado a Vicariato Apostólico, do qual Luigi Versiglia é nomeado como o seu primeiro bispo a 9 de Janeiro de 1921. Em 1922, monsenhor Versiglia faz uma visita a Itália, onde Callisto Caravario se oferece para ajudar no seu labor missionário na China.

No Verão de 1926, começaram a surgir queixas contra o Cristianismo e os estrangeiros em Shiw Chow. No ano seguinte, colocaram na Escola Don Bosco dois manifestos em tela, nos quais se incitavam os alunos a deixar a escola cristã, acompanhados de insultos contra os estrangeiros. A 13 de Dezembro de 1927, os protestos radicalizaram-se, com o incêndio de todas as igrejas e missões de Shiw Chow. Nos anos seguintes o ambiente é cada vez mais hostil e complicado.

A 24 de Fevereiro de 1930, partiu com o padre Calixto Caravario e três alunas das salesianas para Linchow, para realizar trabalho pastoral na missão salesiana existente naquela povoação. No dia seguinte, durante a viagem, foram apresados por bandoleiros que exigiram o pagamento de um resgate para os deixarem prosseguir. O padre Caravario e monsenhor Versiglia tentam proteger as jovens que viajam com eles, para que os bandoleiros não se aproveitem delas. Os bandidos abatem os salesianos a tiro e capturam as raparigas. Os restos mortais de monsenhor Versiglia, tal como os do padre Caravario, foram repatriados para a Itália.

Em 1976, o papa Paulo VI declara Luigi Versiglia e Callisto Caravario como mártires da Igreja. Foram beatificados a 15 de Maio de 1983 pelo Papa João Paulo II e canonizados a 1 de Outubro de 2000.


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

São Josafá Kuncewics


12/11 - Tudo na vida de João Kuncewics aconteceu cedo e rápido. Nascido de família cristã ortodoxa da Ucrânia, em 1580, estudou filosofia e teologia. Aos vinte anos se tornou monge na Ordem de São Basílio, recebendo o nome de Josafá. Em pouco tempo era nomeado superior do convento e, logo depois, arquimandrita de Polotsk.

Com apenas trinta e sete anos assumiu, embora a contragosto, o arcebispado de Polotsk. Dizem os escritos antigos que a brilhante carreira era plenamente justificada pelos seus dotes intelectuais e, principalmente, pelo exemplo de suas virtudes, obediência total à disciplina monástica e à prática da caridade. Exemplo disso foi quando, certa vez, sem ter como ajudar uma viúva que passava necessidades, penhorou o pálio de bispo para conseguir dinheiro e socorrê-la.

Vivia-se a época do cisma provocado pelas igrejas do oriente e Josafá foi um dos grandes batalhadores pela união delas com Roma. Este obteve vitória em muitas das frentes de batalha.

Josafá defendia com coragem a autoridade do Papa e o fim do cisma, com a conseqüente união das igrejas. Pregava e fazia questão de seguir os ensinamentos de Jesus numa só Igreja, sob a autoridade de um único pastor. Sua luta incansável reconquistou muitos hereges e ele é considerado o responsável pelo retorno dos rutenos ao seio da Igreja. Embora outras Igrejas do oriente não o tenham seguido, foi uma vitória histórica e muito importante.

Atuando desta forma e tendo as origens que tinha é evidente que sofreria represálias. Foi vítima de calúnias, difamação, acusações absurdas e uma oposição ameaçadora por parte dos que apoiavam o cisma. Em uma pregação chegou a prever que seu fim estava próximo e seria na mão dos inimigos. Inclusive, avisou "as ovelhas do seu rebanho", como dizia, de que isso aconteceria. Mas não temia por sua vida e jamais deixou de lutar.

Em uma das visitas às paróquias sob sua administração, sua moradia foi cercada e atacada. Muitas pessoas da comitiva foram massacradas. O arcebispo Josafá, então, se apresentou aos inimigos, perguntando porque matavam seus familiares se o alvo era ele próprio. Impiedosamente a multidão o maltratou, torturou, matou e jogou seu corpo em um rio.

Tudo ocorreu no dia 12 de novembro de 1623, na cidade de Vitebsk, na Bielorussia. O seu corpo depois foi recuperado e venerado pelos fiéis. Mais tarde, os próprios responsáveis pelo assassinato do arcebispo foram presos, julgados, condenados e acabaram se convertendo, escapando da pena de morte.

O Papa Pio IX canonizou em 1876, Santo Josafá Kuncewics, considerado pelos estudiosos atuais da Igreja, o precursor do ecumenismo que vivemos em nossos dias.

domingo, 11 de novembro de 2012

São Mennas do Egito


11/11 - Provavelmente nasceu no Egito.Todas as representações dele sempre o apresentam acompanhado de dois camelos e ele deve ter sido um condutor de camelos antes de se alistar no exército romano. Ele tambem era um cristão. Quando sua legião chegou em Phrygia as perseguições sob o imperador Diocleciano começaram. Mennas desertou do seu posto de modo a escapar da morte e se escondeu em uma caverna na montanha.

Mas como cada vez mais e mais cristãos eram assassinados por ordem dos editos de Diocleciano, Mennas decidiu que deveria fazer uma profissão pública da sua fé. Ele cuidadosamente escolheu o momento. Durante os jogos anuais na arena em Phrygia, Mennas repentinamente apareceu diante dos espectadores e anunciou que ele era um cristão. Ele foi torturado e acoitado para renunciar a sua fé, mas como não o fizesse foi decapitado. Diz a tradição que seu olhos foram arrancados e sua língua e mãos foram cortados e foi deixado para morrer por sangramento, mas no dia seguinte estavam milagrosamente restauradas e este fato fez com que Hermógenes fosse convertido. O procônsul encarregado do martírio, furioso ordenou então que fosse decapitado, isto em 303 DC.

Após a sua morte o corpo de Mennas foi levado de volta ao Egito para ser enterrado. Na sua tumba foi erigido um santuário e a água santa retirada do seu santuário são encontradas em todos os países do mediterrâneo. O templo dele em Karm Abu Mina ao sudoeste de Alexandria e Lago Mareotis, a beira do deserto da Líbia, onde as ruínas de uma igreja e antigas peças de honrarias a São Menas podem ser encontradas até hoje. Ele foi muito venerado na idade média e ainda hoje é considerado um dos grande santos do Egito. Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como um jovem cavaleiro com uma alabarda. Outras vezes ele é mostrado sem os olhos e com suas mãos cortadas, mas sempre tendo ao lado dois camelos. Ele e é o patrono dos andarilhos e daqueles que são falsamente acusados.

sábado, 10 de novembro de 2012

Santo André Avelino


10/11 - Lanceloti Avelino nasceu no ano 1520, em Castelnuovo, uma província que pertencia ao então reino de Nápoles. Os pais, João e Margarida, muito religiosos, criaram o filho dentro dos ensinamentos de Cristo. Na época oportuna, enviaram o pequeno Lanceloti para estudar com o tio, pároco da vizinha Senise. Lá ele começou sua vida religiosa exercitando-se no apostolado catequético dos jovens da cidade. Em 1545, já era um sacerdote.

Dois anos depois, seguiu para a cidade de Nápoles, onde, na universidade, diplomou-se em direito canônico. No exercício da profissão, assistindo a defesa de um sacerdote, decepcionou-se com as artimanhas legais permitidas e, amargurado com a situação, abandonou o processo e a carreira, em 1551.

Prosseguiu o seu apostolado como auxiliar do vigário geral de Nápoles, sendo um exemplo pela humildade, disciplina e dedicação total à caridade, atendendo com amor os pobres e doentes. Só deixou de rezar seis horas por dia quando recebeu a incumbência de vigiar os conventos teatinos, que estavam submetidos à arquidiocese a que pertencia. Além disso, tornou-se evangelizador e confessor de Nápoles e de cidades vizinhas. Mas devido à sua atuação no combate aos abusos dos conventos, sofreu dois atentados, em 1555, dos quais só escapou vivo por milagre.

No ano seguinte, Lanceloti entrou para a Ordem dos Teatinos e, em 1558, vestiu o hábito, tomando o nome de André Avelino. Durante toda a vida, dedicou-se aos pobres, encarcerados e agonizantes, sendo também diretor espiritual. Mas ainda se achava pecador e pedia mais sofrimento a Deus em suas orações.

Morreu no dia 10 de novembro em 1608, acometido por um ataque quando se aproximava do altar para a celebração da missa. Foi canonizado pelo papa Clemente VI. Santo André Avelino é invocado pelos devotos como protetor celestial contra a morte repentina.