sábado, 3 de novembro de 2012

Santa Silvia

03/11 - Sílvia era italiana, nascida em Roma em torno de 520, numa família de origem siciliana de cristãos praticantes e caridosos. Os dados sobre sua infância não são conhecidos. Porém a sua adolescência coincidiu com um difícil e turbulento período histórico, o declínio do Império Romano e a tomada do mesmo pelos bárbaros góticos.

Ela entrou para a família dos Anici em 538, quando se casou com o senador Jordão. Essa família romana era poderosa e influente, e muitos nomes ficaram para a história do senado italiano. Sílvia foi residir na casa do marido, um palácio que ficava nas colinas do monte Célio, onde ele vivia com suas duas irmãs, Tarsila e Emiliana.

O casal teve dois filhos. O primeiro foi Gregório, nascido em 540, e o segundo, que o próprio irmão citava com freqüência, nunca foi conhecido o nome. As cunhadas Tarsila e Emiliana tornaram-se santas, incluídas no calendário da Igreja, E seu primogênito foi o grande papa Gregório Magno, santo, doutor da Igreja e a glória de Roma do século VI.

Sílvia soube conduzir essa família de verdadeiros cristãos e romanos autênticos e devotos. Não permitiu que a o ambiente da Corte que freqüentavam impedisse a santificação pela fé, mantendo sempre a pureza dos costumes separada da notoriedade pública.

As cunhadas são um exemplo da figura de Sílvia, mãe providente e benfeitora, que sabia conciliar as exigências de uma família de político atuante, como era o marido Jordão, com o desejo de perfeição espiritual representado pelas duas cunhadas.

Devido a falta de notícias precisas, a santidade de Sílvia aparece refletida através daquela de seu filho. Sem dúvida, sobre são Gregório Magno o exemplo e o ensinamento da mãe foi um peso que não se pode ignorar. Embora ele tenha escrito muito pouco sobre a mãe e as tias, nas pregações costumava citar-lhes o exemplo.

Dados encontrados sobre a vida de Silvia relatam que, quando o senador Jordão morreu em 573, ela tratou de uma doença grave do filho Gregório, que já adulto atuava no clero, levando pessoalmente as refeições até sua completa recuperação. Depois disso, entregou o palácio onde residia para que o filho o transformasse num mosteiro.

Quando Gregório não precisou mais da sua ajuda e nem de sua orientação, Sílvia retirou-se para a vida religiosa num dos mosteiros existentes fora dos muros de Roma. No qual, com idade avançada, ela morreu serenamente, num ano incerto, mas depois de 594.

O Martirológio Romano indica o dia 3 de novembro para o culto litúrgico em lembrança da memória de santa Sílvia.

Em 1604, suas relíquias foram levadas para a igreja de santos André e Gregório, construída no antigo mosteiro e palácio de monte Célio, onde o papa São Gregório Magno nasceu e santa Sílvia viveu com as duas cunhadas santas.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Dia de Finados - Comemoração de todos os fiéis falecidos



02/11 - A prática de dedicar um dia à comemoração de todos os falecidos aparece pela primeira vez com o bispo Isidoro de Sevilha, que ordenou a seus monges oferecessem o sacrifício da Missa pelas almas dos defuntos no dia seguinte ao Domingo de Pentecostes.
 
O verdadeiro ano do nascimento do Dia de Finados, conforme Padre Dorival Barreto, é o de 998, quando o Abade São Odilão de “Cluny” (994-1048) decretou que em todos os mosteiros sob sua jurisdição se fizesse a comemoração festiva de todos os fiéis defuntos no dia 2 de novembro. Na oportunidade, sempre segundo o pároco da Catedral, o Abade acrescentou que "se algum outro quiser seguir o exemplo de nossa piedosa invenção, participe de todos os bons votos e pedidos".

No Missal de Paulo VI (1970), a liturgia da Missa dos defuntos foi enriquecida de modo especial com novos "Prefácios de defuntos", além do antigo. Por esses prefácios se percebe que a nova Liturgia cuida de expressar o sentido da morte cristã (Sacrosanctum Concilium 81), e proclama o mistério pascal de Cristo, em vez de se entristecer, "como os outros que não têm esperança" (1Ts 4, 13), comenta Padre Dorival.

Todas as leituras, bem como os cânticos das três missas da comemoração dos defuntos são marcados pela fé no mistério pascal e pela súplica no sentido de que seja concedida aos mortos a graça de participar para sempre neste mistério. Com esta celebração, “a Igreja recorda as pessoas que marcaram nossa vida e a vida da comunidade, dedicando este dia àqueles que morreram no sinal da fé e foram destinados à eterna comunhão com Deus”. Por isso, conclui, “somos chamados a rezar pelos nossos entes queridos na certeza de que eles gozam da glória eterna dada pelo Pai celeste”.

Fonte: www.universocatolico.com.br

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Dia de Todos os Santos



01/11 - Hoje, a Igreja não celebra a santidade de um cristão que se encontra no Céu, mas sim, de TODOS.
 
Isto, para mostrar concretamente, a vocação universal de TODOS para a felicidade Eterna.

"Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade." Todos são chamados à santidade: " Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5,48) (CIC 2013).Sendo assim, nós passamos a compreender o início do Sermão do abade São Bernardo: "Para quê louvar os santos, para que glorificá-los? Para quê, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles".

Sabemos que desde os primeiros séculos que os cristãos praticam o culto dos Santos, a começar pelos Mártires, por isto hoje vivemos esta Tradição, na qual nossa Mãe Igreja convida-nos a contemplarmos os nossos "heróis" da fé, esperança e caridade.

Na verdade é um convite a olharmos para o Alto, pois neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma "constelação", já que São João viu: "Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas"(Apoc 7, 9).

Todos estes combatentes de Deus, merecem nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários, empregados, patrões, Sacerdotes, pobres mendigos, profissionais, militares, ou Religiosos que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide viver o Evangelho que funciona na Igreja e na Sociedade.

Portanto a vida destes acabaram virando proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais, perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças; tudo isto, e mais o que constituem o cotidiano dos seguidores de Cristo que enfrentam os embates da vida sem perderem o entusiasmo pela Pátria definitiva, pois "não sois mais estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos Santos, sois da Família de Deus"(Ef 2,19).

Neste dia a Mãe faz este apelo a todos nós seus filhos: " O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos." "A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada" (CIC 2028).

Fonte: www.cancaonova.com

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Santo Afonso de Palma

31/10 - A Companhia de Jesus gerou padres e missionários santos que deixaram a assinatura dos jesuítas na história da evangelização e na história da humanidade. Figuras ilustres que se destacaram pela relevância de suas obras sociais cristã em favor das minorias pobres e marginalizadas, cujas contribuições ainda florescem no mundo todo.

Entretanto, de suas fileiras saíram também santos humildes e simples, que pela vida entregue à Deus e servindo exclusivamente o próximo, mostraram o caminho de felicidade espiritual aos devotos e discípulos. Valorosos personagens quase ocultos, que formam gerações e gerações de cristãos e assim sedimentam a sua obra no seio das famílias leigas e religiosas.

Um dos mais significativos desses exemplos é o irmão leigo Afonso Rodrigues, natural da Segóvia, Espanha. Nascido em 25 de julho de 1532, pertencia à uma família pobre e profundamente cristã. Após viver uma sucessão de fatalidades pessoais, Afonso encontrou seu caminho na fé.

Tudo começou quando Afonso tinha dezesseis anos. Seu pai um simples comerciante de tecidos, morreu de repente. Vendo a difícil situação de sua mãe, sozinha para sustentar os onze filhos, parou de estudar. Para manter a casa, passou a vender tecidos, aproveitando a clientela que seu pai deixara.

Em 1555, aconselhado por sua mãe, casou e teve dois filhos. Mas novamente a fatalidade se fez presente no seu lar. Primeiro foi a jovem esposa que adoeceu e logo morreu, em seguida, faleceram os dois filhos, um após o outro. Abatido pelas perdas, descuidou dos negócios, perdeu o pouco que tinha e, para piorar, ficou sem crédito.

Sem rumo, tentou voltar aos estudos, mas não se saiu bem nas provas e não pode cursar a faculdade de Valência. Afonso entrou então numa profunda crise espiritual. Retirado na própria casa, rezou e meditou muito e resolveu dedicar sua vida completamente à serviço de Deus servindo os semelhantes. Ingressou como irmão leigo na Companhia de Jesus em 1571 e um noviciado de sucesso, foi enviado para trabalhar no colégio de formação de padres jesuítas em Palma, na ilha de Maiorca. Ali encontrou a plena realização da vida e terminou seus dias.

No colégio exerceu somente a simples e humilde de porteiro, por quarenta e seis anos. Se materialmente não ocupava posição de destaque, espiritualmente era dos mais engrandecidos entre os irmãos. Recebera dons especiais e muitas manifestações místicas o cercavam, como visões, previsões, prodígios e cura.

E assim, apesar de porteiro, foi orientador espiritual de muitos religiosos e leigos, que buscavam sua sabedoria e conselho. Mas um se destacava. Era Pedro Claver, um dos maiores missionários da ordem, que jamais abandonou os seus ensinamentos e também ganhou a santidade. Outro era o missionário Jerônimo Moranto, martirizado no México, que seguiu sempre sua orientação.

Afonso sofreu de fortes dores físicas durante dois anos, antes morrer em 31 de outubro de 1617, lá mesmo no colégio. Foi canonizado em 1888, pelo Papa Leão XIII junto com Santo Pedro Claver, seu discípulo, conhecido como o apostolo dos escravos. Santo Afonso Rodrigues deixou uma obra escrita resumida em três volumes, mas de grande valor teológico, onde relatou com detalhes a riqueza de sua espiritualidade mística. A sua festa litúrgica se comemora no dia de sua Morte.

Fonte: www.portalangels.com

terça-feira, 30 de outubro de 2012

São Geraldo de Potenza


30/10 - Hoje, o Martirológio Romano fixa a memória de são Geraldo, bispo de Potenza, na Lucânia. Ele era natural de Placência, e transferiu-se para Potenza. Foi escolhido como bispo por suas virtudes e suas atividades taumatúrgicas. Morreu apenas oito anos após sua escolha ao episcopado. Seu sucessor, Manfredo, escreveu-lhe uma vida exageradamente panegírica e sobretudo obteve uma canonização a viva voz (ou seja sem documentação escrita) por parte do papa Calisto II (1119-24). Mas existe outro Geraldo, também ele de Potenza, que teve uma fama bem superior ao bispo medieval. Trata-se de são Geraldo Majela, um dos santos mais populares da Itália meridional. E há motivo para esta popularidade: ele era invocado sobretudo pelas gestantes ou parturientes.

Nos inícios de 1800, cerca de cinqüenta anos após a sua morte, um médico de Grassano (Matera) declarava: “Há muitos anos eu não exerço a profissão de médico. Exerce-a por mim o irmão Geraldo.” Este médico levava tanto a sério o patrocínio de são Geraldo, proclamado bem-aventurado só em 1893, que antes que remédios preferia dar as suas pacientes uma imagem do bom religioso. E Tannoia declarava: “O irmão Geraldo é o protetor especial dos partos. Em Foggia não há mulher parturiente que não tenha sua imagem e que não o invoque como protetor.” Singular revanche de santo pelos sofrimentos por que passou advindos de calúnias de uma mulher, uma ex-monja para a imprensa, o que foram mui facilmente aceitos pelos seus superiores.

Na realidade são Geraldo, que no leito de morte podia afirmar não saber nem o que fosse uma tentação impura, tinha sobre a mulher uma concepção superior: olhava toda mulher como uma imagem de Nossa Senhora, “louvor perene a SS. Trindade.” Eram os entusiasmos místicos de uma alma simples, mas cheia de amor espiritual. Exclamava freqüentemente “Meu querido Deus, meu Espírito Santo,” sentindo íntimos a ele a bondade e o amor infinitos de Deus. Mais que um asceta, era um místico.

Sua vida está repleta de privações, de sofrimentos, de humilhações, mas tudo está profundamente animado, finalizado com um encontro vivo e pessoal com Deus. É isso que ficou dele, para além de algumas extravagâncias, que possam desconcertar ortodoxos. Há algo de autêntico e de genuíno também nos seus exageros que talvez os hipies de nossos dias os tornam novamente atuais. Mas são Geraldo fez uma contestação vinda de dentro.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

São Narciso

29/10 - Segundo Eusébio, São Narciso era natural da Palestina e foi o 15º Bispo de Jerusalém, eleito em 189. Presidiu o Concílio de Cesaréia (197) e encabeçou a lista de assinaturas de uma carta que o episcopado da Palestina enviara ao papa São Vitor. Nesta carta, os bispos declaravam observar os rito e usos da Igreja romana.

Contam que certa vez fora acusado de um crime que não cometera. Os caluniadores confirmaram por falsos juramentos a acusação. O primeiro dissera que se estivesse mentindo que o queimassem vivo. Já o segundo chamou sobre si a praga de lepra, se o que havia dito não fosse verdade. Por fim, o terceiro jurou pela luz de seus olhos que estava falando a verdade.

Narciso ficou muito desgostoso e resolveu deixar a cidade secretamente. Foi para o deserto de Nítria, onde viveu oculto durante 8 anos.

Aconteceu, então, que abateu-se sobre os caluniadores o mal que cada um havia arrogado sobre si: o primeiro morreu queimado; o segundo foi consumido pela lepra; e o terceiro ficou cego.

Voltando a Jerusalém, resolveu reassumir, juntamente com o bispo Górdio, o pastoreio de sue rebanho. Morreu por volta de 212, aos 116 anos de idade.

Fonte: hagiosdatrindade.blogspot.com.br

domingo, 28 de outubro de 2012

São Simão

28/10 - Simão é, talvez, o mais desconhecido dos apóstolos. Aliás, na Bíblia inclusive recebeu apelidos para ser diferenciado de Simão Pedro. Ele é chamado de Simão, "o cananeu", pelos apóstolos Mateus (10, 4) e Marcos (3,18).

Alguns estudiosos cristãos entendem que este "cananeu" pode ser uma referencia à Canaã, a terra de Israel. Mas quando Lucas no seu evangelho o chama de "o zelote" (Lc 6, 15) parece querer indicar que Simão pertencera ao partido judeu radical que tinha o mesmo nome. Os radicais zelotes pregavam a luta armada contra os dominadores.

Como se vê, Jesus queria mesmo um colegiado de doze apóstolos que representassem todas as correntes políticas e religiosas da época. Sabe-se que Simão, como todos os outros apóstolos dos primeiros tempos do cristianismo, depois do Pentecostes percorreu caminhos pregando o evangelho sem nada levar consigo.

Operou muitos milagres, curou enfermos, limpou leprosos e expulsou espíritos maus. Conta uma antiga tradição que Simão encontrou-se com o apostolo Judas Tadeu na Pérsia e desde então viajaram juntos.

Percorreram as doze províncias do império persa, deixando o conhecimento histórico e religioso como foi encontrado num antigo livro da época chamado "Atos de Simão e Judas", de autor desconhecido. Nele consta que no dia 28 de outubro do ano 70, houve o assassinato dos dois apóstolos a mando dos sacerdotes pagãos, preocupados com a eloqüência das pregações que convertiam multidões inteiras.

Outras fontes falam da pregação de Simão também no Egito, Líbia e Mauritânia. Segundo Eusébio, idôneo e célebre historiador, Simão teria sido o sucessor de Tiago na cátedra de Jerusalém, nos anos da trágica destruição da cidade santa.

Conforme um antigo registro atribuído ao famoso historiador Egesipo, Simão teria sido martirizado no ano 107 durante o governo do imperador Trajano, tinha então cento e vinte anos de idade.