quinta-feira, 26 de abril de 2012

São Pascácio Radbert

26/04 - Pascásio Radbert foi personagem considerável no seu tempo. Os historiadores da Teologia continuam a mencionar a teoria que ele imaginou para "esclarecer" o mistério da presença de Jesus no Santíssimo Sacramento. Como diplomata, viajou muito entre 822 e 834, para solucionar questões da Igreja e tentar apaziguar os conflitos que punham em campo os sucessores de Carlos Magno.

Era um enjeitado exposto no pórtico de Nossa Senhora de Soissons no fim do século VIII. A abadessa Teodarda, prima direita de Carlos Magno, recolheu-o e educou-o da melhor maneira que pôde. Sempre ele se referiu à sua mãe adotiva com reconhecimento e veneração; apesar disso, deixou-a algum tempo para se lançar em aventuras.

Converteu-se aos 22 anos, e foi então Adelardo, irmão de Teodarda, abade de Corbie, que o recebeu entre os seus monges. Veio a ser um célebre professor, que deu celebridade às escolas de Corbie.

Em 844, os seus colegas de elegeram-no como abade mas, sete anos mais tarde, fizeram uma espécie de revolução que o obrigou a refugiar-se noutra abadia. Não se afligiu. Nascera para ser escritor, e tinha várias obras em preparação: "Que felicidade, dizia, ser lançado nos braços da filosofia e da sabedoria, e poder de novo beber no meu outono o leite das Sagradas Escrituras, que alimentou a minha juventude!"

Mas afinal os monges de Corbie acabaram por o chamar; voltou a viver com eles como simples religioso, edificando-os com os exemplos e continuando a escrever. Aí morreu a 26 de abril de 865.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

São Marcos Evangelista




25/04 - Nos livros do Novo Testamento, Marcos é lembrado dez vezes com o nome hebraico de João, com o nome romano de Marcos ou com o duplo nome de João Marcos. Para alguns estudiosos deveríamos distinguir dois ou mesmo três Marcos. Nós, a esta altura, aceitamos a opinião mais comum, isto é, a de um só Marcos, filho daquela Maria em cuja casa reuniam-se os primeiros cristãos de Jerusalém e onde foi se refugiar o próprio Pedro após a libertação prodigiosa do cárcere.

Marcos, hebreu de origem, nasceu provavelmente fora da Palestina, de uma família abastada. São Pedro, que o chama de “meu filho”, o teve certamente consigo em suas viagens a Roma, onde Marcos teria escrito o Evangelho. A antigüidade cristã, a começar por Pápias (+ 130), chama-o de “intérprete de Pedro”. “Marcos, um intérprete de Pedro, escreveu exatamente tudo aquilo de que se lembrava. Escreveu porém, o que o Senhor disse ou fez, não segundo uma ordem. Marcos não escutou diretamente o Senhor, nem o acompanhou; ele ouviu são Pedro, que dispunha seus ensinamentos conforme as necessidades.”

Além da familiaridade com são Pedro, o evangelista Marcos pode orgulhar-se de uma longa convivência com o apóstolo são Paulo, com quem se encontrou pela primeira vez em 44, quando Paulo e Barnabé levaram a Jerusalém a generosa coleta da comunidade de Antioquia. De volta, Barnabé levou consigo o jovem sobrinho Marcos. Após a evangelização de Chipre, quando Paulo planejou uma viagem mais trabalhosa e arriscada ao coração da Ásia menor, entre as populações pagãs do Tauro, Marcos – conforme lemos nos Atos dos Apóstolos – “se separou de Paulo e Barnabé e voltou a Jerusalém.” Depois Marcos voltou ao lado de Paulo quando este estava prisioneiro em Roma.

Em 66 são Paulo nos dá a última informação sobre Marcos, escrevendo da prisão romana a Timóteo: “Traga Marcos com você. Posso necessitar de seus serviços.” Os dados cronológicos da vida de são Marcos permanecem duvidosos. Ele morreu provavelmente em 68 de morte natural, segundo uma tradição e, conforme outra tradição, foi mártir em Alexandria do Egito. Os Atos de Marcos, um escrito da metade do século VI, referem que Marcos, no dia 24 de abril, foi arrastado pelos pagãos pelas ruas de Alexandria, amarrado com cordas ao pescoço. Jogado ao cárcere, no dia seguinte, sofreu o mesmo tormento atroz e sucumbiu. A venda do seu corpo por parte de dois comerciantes e mercadores de Veneza não passa de lenda (828). Porém, é graças a essa lenda que, de 976 a 1071, foi construída a estupenda basílica veneziana dedicada ao autor do segundo Evangelho, simbolizado pelo Leão.

terça-feira, 24 de abril de 2012

São Bento Menni


24/04 - Angelo Hércules Menni nasceu no dia 11 de março de 1841, em Milão, na Itália, sendo o quinto dos quinze irmãos. A família do casal de negociantes Luiz e Luiza era de cristãos fervorosos, onde se rezava o Rosário todas as noites, se praticava a caridade e todos os sacramentos.

Foi esse ambiente familiar, somado à quatro episódios, que fizeram o jovem Ângelo optar por se tornar um sacerdote. Foram eles: a oração diária diante de um quadro de Maria, a Santíssima Mãe de Jesus; alguns exercícios espirituais aos dezessete anos de idade; os conselhos de um eremita de sua cidade natal; e, o exemplo dos Irmãos de São João de Deus tratando os soldados que chegavam à estação de Milão, feridos na batalha de Magenta, serviço que ele próprio praticou.

Aos dezenove anos de idade entrou na Ordem Hospitaleira de São João de Deus trocando o nome de batismo, pelo de Bento. Iniciou os estudos filosóficos e teológicos no Seminário de Lodi e depois foi concluí-los no Colégio Romano, atual Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado sacerdote em 1866.

Nessa ocasião o Papa Pio IX confiou-lhe a difícil missão de restaurar a Ordem Hospitaleira na Espanha, aliás a escolha não poderia ter sido mais feliz. Este jovem religioso, que tinha apenas vinte e cinco anos, chegou em Barcelona no ano 1867. Ali começou a restauração da Ordem, que tinha sido suprimida pelo liberalismo, tanto em Espanha como em Portugal. Depois de dar nova vida à Ordem na Espanha, continuou com a sua restauração em Portugal e, no México, já no princípio do século XX.

Bento foi um homem de generosidade e caridade inesgotáveis e de excepcionais predicados de comando e administração. Em 31 de maio de 1881, juntamente com duas religiosas, fundou a Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, especializadas na assistência aos doentes psiquiátricos.

Estava em Paris quanto adoeceu, vindo a falecer no dia 24 de abril de 1914, na cidade de Dinan. As suas relíquias mortais, estão guardadas na capela da Casa-mãe de Ciempozuelos, em Madri, Espanha.

Em 1985, o Papa João Paulo II declarou-o beato, e, em 1999, esse mesmo pontífice canonizou São Bento Menni e o proclamou como "o profeta da Hospitalidade".

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Santo Adalberto


23/04 - Adalberto nasceu em 956, na Boêmia, atual República Checa e era descendente da nobre família dos príncipes de Slavnik. Seu nome de batismo era "Woytiech", isto é, "socorro do exército". Ainda bebê adoeceu gravemente, gerando uma promessa por parte dos pais: teria sua vida consagrada à Deus. Como recuperou a saúde, eles encaminharam seus estudos de forma que, mais tarde, se tornasse sacerdote. Foi educado pelo arcebispo Adalberto da cidade de Magdeburgo, do qual tomou o nome, em 983, durante sua ordenação.

Nesse mesmo ano assistiu a agonia do bispo de Praga, Diethmar I, que morreu pouco tempo depois. Seus contemporâneos o elegeram seu sucessor e em sinal de humildade e de penitência, entrou na cidade descalço. Assim que tomou posse, procurou reestruturar a diocese. Adalberto dedicou-se totalmente à proteção dos pobres e doentes.

Diz a tradição, que ele todos os dias tinha à mesa, nas refeições, a companhia de doze mendigos, em homenagem ao Santos apóstolos. Conta-se que, certa vez, uma mendiga lhe pediu esmola e, como não tinha, ele lhe deu o próprio manto. Apesar deste exemplo vivo, seu rebanho insistia em viver totalmente fora dos padrões cristãos. Desiludido, depois de seis anos ele resolveu abandonar a diocese, pedindo ao Papa João XV que o afastasse do cargo. Entrou no mosteiro de São Bonifácio onde passou cinco anos, para de novo voltar à Praga e retomar, a pedido do Papa, a direção da diocese. Contudo, novamente o povo o repudiou por causa da disciplina cristã correta que queria instaurar. Novamente decepcionado retomou angustiado à vida de monge.

Em obediência ao Papa Gregório V, Adalberto assumiu pela terceira vez a diocese de Praga. Seu regresso foi tempestuoso. Os fiéis se revoltaram e impediram que entrasse na cidade. Seus parentes sofreram atentados, os bens foram confiscados, os castelos incendiados.

Ele então se refugiou na Polônia, onde a pedido de seu amigo duque Boleslao, seguiu com alguns sacerdotes em missão evangelizadora na Prússia, que ainda era pagão. Adalberto se fixou na cidade de Danzig e converteu praticamente toda a população. Porém, os sacerdotes pagãos, vendo acabar seu poder e influência, arquitetaram e executaram o assassinato de Adalberto e de todos os religiosos que o acompanhavam.

Ele foi morto com sete golpes de lança e depois decapitado, na cidade de Tenkiten no dia 23 de abril de 997. Os inimigos entregaram seu corpo ao duque Boleslao, mediante pagamento em ouro. Adalberto foi enterrado no convento de Gniezno. Logo o seu túmulo se tornou meta de peregrinação com inúmeras graças acontecendo por sua intercessão. No ano 999 o Papa Silvestre II canonizou o primeiro bispo eslavo de Praga, Adalberto.

Em 1039 suas relíquias foram trasladadas definitivamente para a catedral de Praga, onde o primeiro pontífice eslavo da História da cristã, Carol Wojtyla, ou Papa João Paulo II, seguiu em peregrinação para as comemorações do milênio da festa de Santo Adalberto.

domingo, 22 de abril de 2012

São Sotero - Papa


22/04 - Papa de origem grega da igreja cristã romana (166-175) nascido em Nápolis, substituto de Aniceto cujo pontificado coincidiu com o reinado de Marco Aurélio, o imperador filósofo, sob o qual os cristãos foram cruelmente perseguidos.

Conhece-se muito pouco deste papa, a não ser que seu governo foi marcado pela prática da caridade, o zelo e a compaixão pelos mais humildes e a firmeza da fé com relação aos hereges, como se pode concluir pelos fragmentos de uma interessante carta a ele dirigida por São Dionisio de Corinto.

Tradicionalmente é lembrado pelo seu costume de fazer o bem para todos os irmãos em muitas formas, e enviar esmolas para muitas igrejas em toda cidade, aliviando a pobreza dos que enviavam pedidos e dos irmãos de fé.

Dar esmolas já era um velho e tradicional hábito dos romanos que o santo pontífice não só preservou, mas incentivou, além de consolar com palavras abençoadas todos os irmãos que vieram a ele, como um pai amoroso as suas crianças.

Coibiu os abusos e ensinou com caridade a verdade. O papa de número 12 morreu em Roma e foi substituído por São Eleutério (175-189). Os mártires cristãos puderam contar com o seu auxílio paternal e ele próprio sofreu o martírio e, canonizado, é comemorado a 22 de abril, juntamente com outro papa, mas não mártir, São Caio (283-296).

Alguns pesquisadores acham que a Segunda Epístola de Clemente, foi um dos textos de sua autoria.

Fonte: biografias.netsaber.com.br

sábado, 21 de abril de 2012

São Conrado de Parzham



21/04 - São Conrado de Parzham foi o segundo santo alemão canonizado depois da separação luterana da Igreja. O anterior fora também um capuchinho, São Fiel de Sigmaringa.

Chamado no batismo Conrado Birndorfer, nasceu a 22 de Dezembro de 1818 numa numerosa família, proprietária de uma quinta em Venushof, no vale de Rott, na diocese de Passavia. Órfão aos 16 anos, dedicou-se ao trabalho do campo distinguindo-se já então pela prática da virtude e pelo espírito de oração.


Sentindo-se chamado à vida religiosa, entrou, aos trinta e um anos, na Ordem dos Capuchinhos e ali fez a sua profissão a 4 de Outubro de 1842. Destinado ao ofício de porteiro no convento e santuário de Altotting, na Baixa Baviera, ali permaneceu durante quarenta e três anos, edificando os seus irmãos e os muitos peregrinos com a prática da caridade e uma paciência inalterável.
Grande devoto da Virgem Maria e da Eucaristia, dotado de dons extraordinários, entre os quais o dom da profecia, provocou um despertar da fé em todas as regiões onde se foi difundindo a fama da sua santidade. Animado pelo zelo apostólico, entregou-se também à beneficência sobretudo em favor de crianças e jovens abandonados ou em perigo, conhecidos pelo nome de Liebesswerk.


A 18 de Abril de 1894, depois de ter servido à mesa, foi para a portaria e ali começou a sentir-se mal. Pediu a um irmão para o substituir no seu trabalho, esperando que lhe voltassem as forças. Entretanto, elas não voltaram mais. Depois da oração de Vésperas, foi ter com o Guardião e, com toda a humildade, assim lhe falou "Padre, não posso mais". Este mandou-o para a cama, na cela chamada de Nossa Senhora.


Frei Conrado, sem deixar notar que sofria, apertando nas mãos o crucifixo e o terço, entregou-se à oração. Na manhã de 21 de Abril, recebeu a sagrada comunhão e quis receber também a Unção dos enfermos e a absolvição geral. A calma e a serenidade que resplandeciam no seu rosto não permitiam esperar que a sua morte estivesse eminente.


Em dado momento, ouvindo tocar repetidamente a campainha da porta, fiel até ao fim, ao seu dever, com grande esforço, levantou-se e tentou sair. As suas forças, porém, já não lho permitiram. Passou, naquele instante, um noviço que o levantou e, com a ajuda de outro o deitou na cama. Entrou logo em agonia. Um dos sacerdotes presentes recitou então as preces dos agonizantes e, às oito horas da tarde, no momento do Angelus, balbuciando fervorosas orações, com o olhar fixo no céu, morreu santamente. Era o dia 21 de Abril de 1894. Contava 76 anos de idade. A notícia da morte de São Conrado atraiu logo uma multidão de devotos, sobretudo crianças, que vieram venerar os seus restos mortais.



sexta-feira, 20 de abril de 2012

São Marcelino de Embrum



20/04 - Com Domingos e Vicente, Marcelino viera da África para evangelizar os Alpes franceses. Enviou os dois companheiros para os Baixos Alpes, reservando para si, Embrun e os Altos Alpes.



Construiu uma igreja nesta cidade e convidou santo Eusébio de Verceil (Piemonte) a vir consagrá-la. Este santo fê-lo e conferiu a Marcelino a sagração episcopal.



Narra-se que, regressando duma excursão apostólica, Marcelino encontrou umas mulas que transportavam trigo. Um dos almocreves praguejava contra uma que morrera de esgotamento. "Ah! Exclama ele agarrando o Bispo, aqui está quem me vai livrar de dificuldades". Marcelino deixou que o oprimissem, tomou a carga e levou-a, substituindo a mula. Mas quando os cristãos o viram chegar naquele preparo, quiseram fazer em postas o velhaco que assim tinha tratado o pastor que a eles chegara; mas este não deixou tal coisa: ''Não lhe faça mal nenhum, disse, porque só me fez bem. Não me permitiu imitar um pouco Aquele que tomou sobre si os nossos pecados e quis levar a cruz da nossa salvação?"



Está claro que um amor assim a Nosso Senhor não podia deixar de fazer de Marcelino um grande convertedor. A todos os seus méritos deve acrescentar-se o de combater o arianismo, que desejava Constante I impor ao Ocidente. Teve de fugir muitas vezes para os montes, a fim de escapar aos funcionários imperiais, encarregados de o prender. A morte de Constâncio (+ 361) restituiu-lhe a liberdade. S. Marcelino morreu a 13 de Abril de 374.