sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Santo Ádon



16/12 - Santo Ádon, era de origem nobre, nasceu mais ou menos por volta do ano 800. Em seus méritos tem o de ter oferecido aos cristãos um Martirológio, isto é, um calendário de santos distribuídos para cada dia do ano, que fosse de proveito tanto para os historiadores futuros, como aos devotos. Esta obra serviu também de modelo, não obstante as muitas falhas, aos outros Martirológios que seguiram, de modo particular o Romano. No próprio Martirológio, Ádon deixou seu nome, não no elenco dos santos, mas no prefácio, para definir-se não academicamente e sim com toda a humildade "pecador e humilde bispo de Viena".

O documento mais importante sobre a vida deste santo e uma carta que o seu velho abade Lupo escreveu a Geraldo, conde de Viena, para propor-lhe a candidatura episcopal de Ádon, seu discípulo e companheiro. Ádon havia ingressado ainda muito jovem na abadia de Ferrieresen-Gâtinais, diocese de Sens, onde teve como companheiro Servato Lupo, o futuro abade. As etapas de sua vida são o mosteiro de Plum em Lorena, Grenoble, Lião, onde foi benévolamente acolhido por São Remígio, que lhe confiou a Paróquia de São Romano. A carta que o abade Lupo escreveu ao Conde Geraldo afirma que Ádon é o homem talhado para aquela diocese, sendo em todo sentido digno por probidade de vida e pela profunda cultura teológica.

São Ádon foi considerado um dos mais ilustres bispos da França medieval, corajoso, piedoso e ativíssimo, tomou parte em vários sínodos, restaurou a disciplina eclesiástica, exerceu notável influência sobre a política do seu tempo e foi um defensor da liberdade da Igreja.

Santo Ádon morreu no ano 875.

Fonte: //parquedamatriz.com.br

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Santa Maria Vitória de Fornari Strata



15/12 - Pouco depois de sua morte, a bem-aventurada Maria Vitória apareceu a uma sua devota admiradora usando três vestes: a primeira era de cor escura, mas enfeitada de ouro e prata; a segunda também era escura, mas enfeitada com gemas luzentes; a terceira era azul-branca, com um branco fulgurante. Prescindindo da sua historicidade, essa visão resume os três estados de vida (casada, viúva e religiosa) através dos quais a santa passou: foi de fato filha, esposa, mãe, viúva e religiosa (fundadora, superiora e simples freira). Deu exemplo das mais diferentes virtudes.

Maria Vitória nasceu em Gênova em 1562, sétima dos nove filhos de Jerônimo e Bárbara Veneroso. Cresceu num ambiente de amor e de piedade e também um pouco austero. A menina talvez tenha desejado entrar na vida religiosa, mas quando os pais lhe encontraram um noivo na pessoa de Ângelo Strata, uniu-se a ele em matrimônio aos 17 anos. Não demoraram a chegar os filhos. Quando Ângelo morreu, oito anos e oito meses após o matrimônio, cinco filhinhos se penduravam na saia da mãezinha de vinte e cinco anos e um sexto nasceria um mês depois.

Não obstante a tranqüilidade financeira e os filhos, Maria Vitória se sentiu improvisamente sem nada e atravessou uma tremenda crise, durante a qual invocou muitas vezes a morte, Superada a crise, pronunciou três votos: de castidade, de nunca usar jóias e vestidos de seda e de não tomar parte em festas mundanas.

Depois que suas filhas se tornaram cônegas lateranenses e os filhos entraram entre os mínimos, ela se uniu a Vicentina Lomellini Centurione, Maria Tacchini, Chiara Spinola e Cecília Pastori para fundar a Ordem das Irmãs da Anunciação Celeste no mosteiro preparado para elas no castelinho de Gênova por Estêvão Centurione, o marido de Vicentina. Ele também abraçou a vida religiosa e sacerdotal. A regra redigida pelo jesuíta Bernardino Zanoni, pai espiritual da Fornari, estimulava as religiosas a uma íntima devoção a Bem-aventurada Virgem da Anunciação e estabelecia uma intensa vida de piedade, uma pobreza genuína e uma clausura absoluta. Fundadora e priora, Maria Vitória transcorre os últimos cinco anos como simples religiosa, dando exemplos de humildade e de obediência. Morreu a 15 de dezembro de 1617 e foi beatificada por Leão XII em 1828.


Fonte: www.cleofas.com.br

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

São Nimatullah Kassab Al-Hardini



14/12 - O padre Nimatullah Kassab Al-Hardini nasceu em 1808, na aldeia de Hardin, situada nas montanhas ao norte do Líbano, no oeste da Ásia. Foi o quarto filho da família Kassab, que era composta de cinco meninos e duas meninas, sendo batizado com o nome de José. A família, cristã maronita fervorosa, deu sólida educação intelectual, religiosa e moral aos filhos, por isso todos seguiram a vida de religioso, exceto o primogênito e a caçula.



Durante a infância, freqüentou os mosteiros e os ermos do seu povoado. Terminados os estudos, foi viver com o avô, também padre maronita, cujo exemplo solidificou sua vocação para o sacerdócio. Na Igreja Maronita, como em todas as igrejas orientais, se conserva a tradição de os homens casados poderem tornar-se padres e continuar a ter vida conjugal, desde que seja garantido o ministério paroquial; mas uma vez diácono ou padre, não pode mais casar-se. José participava das atividades litúrgicas no mosteiro com os monges e, na paróquia, com o avô e os fiéis.



Aos vinte anos, em 1828, ingressou na Ordem Libanesa Maronita. Tomando o nome de "irmão Nimatullah", que significa "graça de Deus", fez os dois anos do noviciado do Mosteiro de Santo Antônio de Qozhaya, entregando-se com fervor à oração comunitária, ao trabalho manual e às visitas ao Cristo eucarístico.



Em 1830, recebeu o hábito monacal e fez a profissão solene dos votos, consagrando-se, totalmente, a Deus. Na ocasião, foi enviado para o Mosteiro de São Cipriano e Santa Justina para estudar filosofia e teologia, onde também trabalhava na lavoura e como encadernador de manuscritos e livros. Por causa do rigoroso estilo de vida monástica que ele impunha a si mesmo, acabou doente e teve de mudar para uma tarefa mais leve: foi trabalhar na alfaiataria.



Terminando seus estudos eclesiásticos, com grande sucesso, em 1835, foi ordenado sacerdote e nomeado diretor dos estudantes e professor, cargo que ocupou até morrer. Disciplinado, não tinha tempo ocioso; dividia seu dia entre a oração e o trabalho intelectual, manual ou religioso. Ciente da dura realidade que as famílias libanesas viviam, fundou uma escola para educar e dar formação religiosa gratuita os jovens.



Viveu duas guerras civis, uma em 1840 e a outra em 1845, durante as quais mosteiros e igrejas foram saqueados e incendiados e numerosos cristãos maronitas morreram. Era severo consigo mesmo, mas misericordioso e indulgente para com os irmãos.



A partir de 1845, reconhecendo o seu zelo na observância das regras monásticas, a Santa Sé o nomeou, em três ocasiões, assistente geral, o que o obrigou a residir no Mosteiro de Nossa Senhora de Tâmish, que na época era a Casa-matriz da Ordem. Mas nunca descuidou do seu trabalho de encadernador, que exercia com espírito de grande pobreza.



No inverno de 1858, pegou uma forte pneumonia, da qual não se recuperou mais. Padre Nimatullah Kassab Al-Hardini faleceu em 14 de dezembro de 1858, invocando a Virgem Maria, confiando-lhe sua alma.



Viveu como homem de oração e morreu como homem de oração. Foi enterrado no mosteiro da São Cipriano de Kfifan, e seu corpo ficou incorrupto. Beatificado pelo papa João Paulo II em 1998, sendo canonizado pelo mesmo pontífice em 2004. A sua festa ocorre no dia de sua morte.



Fonte: www.paulinas.org.br

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Santa Otilia ou Odília



13/12 - A região da Alsácia sempre foi muito disputada, pertencendo primeiro ao Império Romano, depois ora à Alemanha, ora à França. No século VII, a Alsácia era um ducado da Alemanha. Na época, o senhor do local era Aldarico, que desejava muito um filho para ser o sucessor e herdeiro da sua rica cidade. O duque era recém-batizado, ainda não era um cristão muito rigoroso. No entanto era generoso e aprovava a caridade feita pela esposa, Benvinda, de fato uma fiel cristã.

Quando Aldarico recebeu a notícia de que sua esposa teria um filho, ficou eufórico. Porém, ao saber que nascera uma menina cega, expulsou a herdeira do castelo. A criança foi entregue às religiosas de um mosteiro, onde foi educada. Um dia, elas receberam o bispo Heraldo, dizendo que um anjo, em sonho, lhe dera a ordem de ir àquele mosteiro para batizar uma menina. Apresentaram a pequena cega, que ele batizou com o nome de Odília, que significa "luz de Deus". No momento do sacramento, o bispo disse: "Que os teus olhos do corpo se abram, como foram abertos os teus olhos da alma". Odília passou a enxergar e recebeu o dom da profecia. Assim, depois se tornou uma das maiores místicas cristãs, com previsões que impressionam ainda hoje. Em especial, aquelas da Segunda Guerra Mundial, descritas com riqueza de detalhes.

Os registros mostram que, posteriormente, ela passou a ser chamada por Otília. E que o próprio bispo foi pedir para Aldarico receber a filha no castelo. Aldarico só concordou porque já tinha nascido Hugo, irmão mais novo de Otília, o qual intercedeu a seu favor. Aos poucos, ela cativou o coração de seu pai, com sua delicadeza, e comovente generosidade. Arrependido do que lhe fizera, com verdadeiro amor de pai, quis compensá-la com um bom casamento. Quando soube dessa intenção, Otília fugiu, pois queria seguir a vida religiosa. Nesse momento, Aldarico se converteu, comovido com a atitude da filha. Mandou expedir um decreto dizendo que estava perdoada, que podia seguir sua vocação cristã e que fundaria um mosteiro para ela.

Foi assim que o belo castelo de Hohenbourg, no alto de uma montanha às margens do rio Reno, se tornou mosteiro. A primeira abadessa foi Otília, com muitas religiosas sempre ingressando nele. Como elas atendiam todos os pobres, principalmente os doentes incuráveis e abandonados, logo a abadessa fundou ali um hospital. Mais tarde, até Aldarico e Benvinda ingressaram no mosteiro, onde morreram amparados pelos cuidados da futura santa e amada filha. Os castelos herdados, Otília transformou-os em hospitais e mosteiros.

Depois de muitos anos dedicados à oração, penitência e a caridade, administrando incansavelmente a imensa obra, Otília morreu serena e em paz. Era o dia 13 de dezembro de um ano incerto, no final do século VII. Foi sepultada no seu mosteiro de Hohenbourg, ao lado da fonte que fizera brotar com suas orações, quando o mosteiro ficara sem água. Desde então, por sua intercessão os devotos enfermos que molham os olhos com essa água conseguem a graça da cura. O local se tornou um santuário em 1807, quando o papa Pio VII autorizou seu culto, declarando-a santa, para ser festejada na data de sua morte.

Todos os imperadores alemães, desde Carlo Magno no ano 800, lhe renderam homenagens. Até o papa São Leão IX e o rei Ricardo I da Inglaterra foram, em peregrinação, visitar seu túmulo. Santa Otília é intensamente venerada como protetora dos doentes da visão, dos cegos e dos médicos oftalmologistas, principalmente entre os povos de origem alemã. A Igreja a declarou padroeira da Alsácia, atual território francês.

Os mosteiros e os hospitais fundados por ela foram entregues aos monges beneditinos, que mantiveram a finalidade inicial dada por santa Otília: a assistência aos pobres e doentes incuráveis. E fizeram florescer uma vigorosa e robusta Congregação religiosa espalhada pelos cinco continentes.

domingo, 11 de dezembro de 2011

São Dâmaso I



11/12 - São Dâmaso nasceu pelo ano de 305, era de origem espanhola. Era irmão de Santa Irene. Após ter sido diácono na Igreja de Roma com o Papa Libério, onde participou ativamente nos esforços doutrinais para a volta à ortodoxia, foi o sucessor do Papa Libério, cargo que ocupou do ano 366 a 384. A sua firme atitude, que sacudiu o entusiasmo e a aprovação de toda a cristandade quando, não se importando com as ameaças e protecionismos imperiais, depôs todos os bispos vinculados com o arianismo, trouxe à Igreja a unidade, estabelecendo o princípio que a comunhão com o bispo de Roma é o sinal de reconhecimento de católicos e de bispo legítimo. Sua eleição foi marcada por lutas violentas entre as diversas facções, deixando num só dia o saldo de 137 mortos., Papa Dâmaso demonstrou com as obras que a escolha fora certa. Durante seu pontificado houve explosão de ritos, de orações, de peregrinações, com novas instituições litúrgicas e catequéticas para os estudos de revisão do texto da Bíblia e a nova versão em latim (Chamada Vulgata) feita por São Jerônimo, que São Dâmaso chamou para seu secretário.



Naqueles anos a Igreja atingira nova dimensão sócio-religiosa, tornando-se uma componente da vida pública. Podemos lembrar a obra de Santo Ambrósio em Milão. Os bispos podiam escrever, catequizar, advertir e condenar. Em 380, por ocasião do sínodo de Roma, o papa Dâmaso expressou sua gratidão aos chefes do império por terem deixado à Igreja a liberdade de administrar-se por conta própria. Com a liberdade conquistada, antigos lugares de oração, como as catacumbas, teriam ficado em ruína. Ele não só exaltou em seus famosos Títulos (epigramas feitos nas pedras pelo calígrafo Dionísio Filocalo), mas também os honrou dedicando-se pessoalmente à identificação de seus túmulos e à consolidação das criptas que guardavam suas relíquias. Na cripta dos papas, nas catacumbas de São Calisto, ao término da longa epígrafe, acrescentou:"Aqui, eu, Dâmaso, gostaria que fossem sepultados ois meus espólios, mas temo pertubar as piedosas cinzas dos mártires.



"São Jerônimo atesta que o papa Dâmaso morreu com quase oitenta anos. Foi sepultado no túmulo que ele mesmo tinha preparado, humildemente longe das cinzas dos mártires, ao longo da via Ardeatina. Seus restos mortais foram reexumados e levados à Igreja de São Lourenço em Dâmaso.



sábado, 10 de dezembro de 2011

São João Roberts



10/11 - A biografia de São John Roberts, para nós João Roberts, nos mostra um inglês profundamente católico que, fora de sua pátria, conseguia pregar e professar sua fé e sua religião. Mas bastava pôr os pés em sua terra natal, era preso. Várias vezes retornou à liberdade só por intervenção de estrangeiros importantes. Acabou se tornando o primeiro monge a ser executado na Inglaterra, logo após a coroação do rei Henrique VIII.

João Roberts nasceu no condado de Merioneth, em 1576. Seus pais eram os nobres João e Ana Roberts, protestantes cujos antepassados foram príncipes de Gales. Estudou na famosa Faculdade de São João, em Oxford, mas saiu sem graduação. Depois, formou-se em direito, aos vinte e um anos, em Londres.

Em 1598, estava estudando na faculdade inglesa de Valladoid, na Espanha. Já muito interessado no cristianismo, foi estudar na abadia dos beneditinos daquela cidade no ano seguinte. A conversão total aconteceu durante uma viagem a Paris, quando entrou para a Igreja de Roma pelas mãos de um cônego de Notre-Dame. Em 1600, finalmente, ingressou como noviço no Mosteiro beneditino de São Martinho de Compostela, Espanha.

Na época, Roma determinou que uma missão beneditina fosse enviada à Inglaterra. João Roberts, que acabara seus estudos em Salamanca, passou a integrar as fileiras da missão. Bastou desembarcar na Inglaterra, foi imediatamente preso, sendo libertado quando o rei Jaime assumiu o poder, em 1603.

Londres, no verão daquele ano, foi abalada pela epidemia da peste. João, então, trabalhou, incansavelmente, atendendo aos doentes. Tanto destaque teve durante esse período que foi preso novamente durante um ano, até 1606, em Gatehouse. Conseguiu a liberdade por intervenção de uma senhora espanhola, Luísa de Carvajal, muito influente na Corte inglesa, apesar de católica, por causa dos negócios existentes entre os dois países na época.

Assim, João se exilou na Espanha. Depois, organizou o Mosteiro de São Gregório em Douai, na França, do qual foi o primeiro prior. Em outubro de 1607, João Roberts voltou à Inglaterra e foi preso novamente. Mais uma vez, escapou, mas foi recapturado e, dessa vez, só conseguiu a liberdade por intervenção do embaixador da França. Saiu do país, mas, quando voltou, foi preso outras duas vezes, sendo, finalmente, em 1610, conduzido à presença do bispo protestante Abbot e condenado à morte na fogueira.

Foi queimado no dia 10 de dezembro do mesmo ano, na praça pública de Londres. Na sua fala, pouco antes de morrer, lamentou o monstro da heresia, o rei dos ingleses, e rezou por todos. Alguns séculos depois, foi beatificado, em 1929. O papa Paulo VI canonizou são João Roberts em 1970. A sua homenagem litúrgica ocorre no dia de sua morte.



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

São Juan Diego Cuauhtlatoatzin




09/12 - Os registros oficiais narram que Juan Diego, para nós João Diego, nasceu em 1474 na Calpulli, ou melhor, no bairro de Tlayacac ao norte da atual Cidade do México. Era um índio nativo, que antes de ser batizado tinha o nome de Cuauhtlatoatzin, traduzido como "águia que fala" ou "aquele que fala como águia".



Era um índio pobre, pertencia à mais baixa casta do Império Azteca, sem ser, entretanto, um escravo. Dedicava-se ao difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Possuía um pedaço de terra, onde vivia feliz com a esposa, numa pequena casa, mas não tinha filhos.



Atraído pela doutrina dos padres franciscanos que chegaram ao México em 1524, se converteu e foi batizado, junto como sua esposa. Receberam o nome cristão de João Diego e Maria Lúcia, respectivamente. Era um homem dedicado, religioso, que sempre se retirava para as orações contemplativas e penitências. Costumava caminhar de sua vila à Cidade do México, a quatorze milhas de distância, para aprender a Palavra de Cristo. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, uma roupa de tecido grosso de fibra de cactos como um manto, chamado tilma ou ayate, como todos de sua classe social.



A esposa, Maria Lúcia, ficou doente e faleceu em 1529. Ele, então, foi morar com seu tio, diminuindo a distância da igreja para nove milhas. Fazia esse percurso todo sábado e domingo, saindo bem cedo, antes do amanhecer. Durante uma de suas idas à igreja, no dia 9 de dezembro de 1531, por volta de três horas e meia, entre a vila e a montanha, ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, num lugar hoje chamado "Capela do Cerrinho", onde a Virgem Maria o chamou em sua língua nativa, nahuatl, dizendo: "Joãozinho, João Dieguito", "o mais humilde de meus filhos", "meu filho caçula", "meu queridinho".



A Virgem o encarregou de pedir ao bispo, o franciscano João de Zumárraga, para construir uma igreja no lugar da aparição. Como o bispo não se convenceu, ela sugeriu que João Diego insistisse. No dia seguinte, domingo, voltou a falar com o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição.



Na terça-feira, 12 de dezembro, João Diego estava indo à cidade quando a Virgem apareceu e o consolou. Em seguida, pediu que ele colhesse flores para ela no alto da colina de Tepeyac. Apesar do frio inverno, ele encontrou lindas flores, que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela disse que as entregasse ao bispo como prova da aparição. Diante do bispo, João Diego abriu sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Tinha, então, cinqüenta e sete anos.



Após o milagre de Guadalupe, foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu a sagrada imagem, depois de ter passado seus negócios e propriedades ao seu tio. Dedicou o resto de sua vida propagando as aparições aos seus conterrâneos nativos, que se convertiam. Ele amou, profundamente, a santa eucaristia, e obteve uma especial permissão do bispo para receber a comunhão três vezes na semana, um acontecimento bastante raro naqueles dias.



João Diego faleceu no dia 30 de maio de 1548, aos setenta e quatro anos, de morte natural.O papa João Paulo II, durante sua canonização em 2002, designou a festa litúrgica para 9 de dezembro, dia da primeira aparição, e louvou são João Diego, pela sua simples fé nutrida pelo catecismo, como um modelo de humildade para todos nós.



Fonte:www.cot.org.br