segunda-feira, 3 de outubro de 2011

São Tomás de Hereford



03/10 - Vem-nos dos séculos passados, do seio de uma família normanda esta figura de bispo piedoso e austero, fosse muito embora de feição forte e turbulenta. Seu pai, Guilherme, era mordomo da casa real e sua mãe era condessa de Evreux e Gloucester.

Nascido em 1218 em Hambledon, BucKinghamshire, foi educado pelo seu tio bispo Orcester. Aos 19 anos, vemo-lo em Oxford, donde, por causa de uma revolta de estudantes, se retirou, pouco depois, a Paris.Foi ordenado sacerdote em 1245, no concílio de Lião, e obteve do Papa o privilégio de conservar numerosos benefícios eclesiásticos.



Prosseguiu os estudos de Direito Civil, em Orleans, e Cânones, em Paris, voltando para Oxford, onde tomou posse do lugar de chanceler da Universidade. Com tal estatuto, participou nas lutas de poder entre os barões ingleses e Henrique III Aderindo ao partido de Simão de Monfort, chegou a chanceler de Inglaterra, em 1264. Todavia, permaneceu no cargo apenas um ano, pois, perdida a luta, a sua facção ficou sem lugares para representar.

Regressa a Paris como professor. Volta a Oxford e faz o doutoramento. Em 1273, é de novo, nomeado chanceler da Universidade, cargo que acrescenta ao de primeiro cantor de York, arquidiácono de Stafford, detentor de quatro conezias e muitas paróquias regidas, através de vigários.Conta a história ter feito várias visitas às suas terras, a fim de se inteirar acerca da assistência eclesiástica efetivada pelos seus delegados.

Aos 57 anos, foi nomeado bispo de Hereford cujo estado, devido à debilidade de seus predecessores e aos acontecimentos políticos de então, era lastimoso. Restabeleceu os antigos direitos da mitra, eliminando usurpadores leigos e eclesiásticos das terras pertencentes à catedral. Visitou a diocese inteira, reformou o clero. Entrou em conflito com o arcebispo de Canterbury, John Pechan, por questões de testamentos e matrimônios concernentes à jurisdição metropolitana e também por causa das relações do arcebispo com os seus sufragâneos. Embora a questão tivesse sido resolvida em Roma, o conflito degenerou e Pechan excomungou Tomás.

Este apresentou-se a Martinho IV, em Orvieto de quem recebeu um caloroso acolhimento, fazendo-lhe justiça.Entretanto, a 25 de Agosto de 1282, morre em Montefiascone, com fama de santo, pois, ao receber a ordenação episcopal, impôs a si mesmo um regime de rigoroso ascetismo, usando até, com freqüência, cilícios a fim de poder dominar o seu exaltado temperamento. Foi sepultado na abadia de S. Severo em Orvieto, porém levaram o seu coração a Edmundo, duque de Cornualha que o sepultou em Ashridge. Mais tarde, alguns ossos foram trazidos para a sua antiga catedral, onde o povo lhe começou a prestar piedoso culto.

Foram tantos os milagres realizados junto da sua tumba que Hereford se tornou um santuário continuamente visitado por inúmeros peregrinos.O seu sucessor e amigo pessoal, Ricardo Suinfield, com o apoio do rei Eduardo I, de quem Tomás fora conselheiro e confidente leal, fez o pedido para a sua canonização. Feita a investigação papal, foi canonizado por bula de João XXII, em 1320.



Fonte: ocdsprovinciasaojose.blogspot.com

sábado, 1 de outubro de 2011

São Remígio




01/10 - Rémy ou Remígio, como dizemos em português, era um cidadão romano, nascido no ano 440, em Lyon, França. Pertencia a uma tradicional família da nobreza romana, que teve a oportunidade de participar da expansão do Império Romano do Ocidente pela Gália, como era chamado o território francês. Naquela época, a região, que era toda pagã e constantemente assolada por sucessivas invasões dos bárbaros, vinha sendo governada pelo povo franco, mais tarde conhecido como francês. Embora menos evoluídos que os outros povos, eram conhecidos por serem grandes combatentes. Além disso, já haviam prestado serviços militares a Roma no passado.



Ao morrer o seu líder, rei Childerico, em 482, assumiu o trono seu filho Clóvis, com quinze anos de idade. Remígio, como bispo católico que era da diocese de Reims, escreveu-lhe muitas cartas respeitosas e, ao mesmo tempo, dotadas de autoridade: "Vigiai, pois os poderosos não tiram os olhos de ti. Aconselha-te com seus bispos. Divirta-se com os jovens, mas só com os velhos delibere". Apesar de adverti-lo, também demonstrava o reconhecimento de sua soberania e, assim, ganhou a confiança do jovem rei. Tornou-se seu precioso ajudante e conselheiro. Além disso, Remígio também era importante, politicamente, ao reinado de Clóvis, pois trazia consigo o apoio de todos os demais bispos e dos outros grupos de camponeses galo-romanos já convertidos.



Munido desse apoio, Clóvis venceu a batalha contra os bárbaros visigodos pelo controle de toda a região, dando início à dinastia dos merovíngios. O rei Clóvis, apoiado por sua mulher, Clotilde, que já era uma fervorosa católica, depois canonizada pela Igreja, converteu-se à fé cristã por orientação espiritual de Remígio, sendo por este batizado. Na oportunidade, toda a Corte se converteu e recebeu o mesmo sacramento ao lado do seu soberano, que, instruído na doutrina cristã pelo bispo Remígio, institui-a de vez nos seus domínios.



Foram muitos os atos deste rei convertido que revelaram sua religiosidade autêntica, dotada da caridade cristã. Porém o mérito deve ser dado ao bispo Remígio, pois foi o resultado do seu árduo e ininterrupto trabalho de evangelização que fortaleceu os alicerces do catolicismo no território francês. O bispo Remígio de Reims ensinou não apenas aos reis e príncipes, mas também aos camponeses e a todos os súditos do novo reinado.



Depois de sua morte, em 13 de janeiro de 533, na sua sede episcopal de Reims, Remígio foi aclamado pela população como santo. Venerado ao longo dos séculos, o seu vigoroso culto foi autorizado pela Igreja, que manteve o dia 1° de outubro como a data oficial para a sua festa litúrgica.


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

São Jerônimo



30/09 - São Jerônimo é contado entre os maiores Doutores da Igreja dos primeiros séculos. De cultura enciclopédica, foi escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor como ninguém, nas Sagradas Escrituras. Jerônimo nasceu na Dalmácia, hoje Croácia, por volta do ano 340.

Tendo herdado dos pais pequena fortuna, aproveitou para realizar sua vocação de amante dos estudos. Para este fim, viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e onde passou a juventude um tanto livre.

Recebeu o batismo do papa Libério, já com 25 anos de idade. Viajando pela Gália, entrou em contato com o monacato ocidental e retirou-se com alguns amigos para Aquiléia, formando uma pequena comunidade religiosa, cuja principal atividade era o estudo da Bíblia e das obras de Teologia.

Jerônimo tinha um caráter indômito e gostava de opções radicais; desejou, portanto, conhecer e praticar o rigor da vida monacal que se vivia no Oriente, pátria do monaquismo. Esteve vários anos no deserto da Síria, entregando-se a jejuns e penitências tão rigorosas, que o levaram aos limites da morte.

Abandonando o meio monacal, dirigiu-se a Constantinopla, atraído pela fama oratória de São Gregório de Nazianzo, que lhe abriu o espírito ao amor pela exegese da Sagrada Escritura. Estando em Antioquia da Síria, prestou serviços relevantes ao bispo Paulino, que o quis ordenar sacerdote. No entanto, Jerônimo não sentia vocação à atividade pastoral e quase nunca exerceu o ministério sacerdotal. Tendo que optar entre sua vocação inata de escritor e o chamamento à ascese monacal, encontrou uma conciliação entre estes extremos que marcaria o caminho de sua vida: seria um monge mas um monge para quem o retiro era ocasião para uma dedicação total ao estudo, à reflexão, à férrea disciplina necessária à produção de sua obra, que queria dedicar toda à difusão do cristianismo.




Dentro desta vocação e severa disciplina, estudou o hebraico com um esforço sobre humano e aperfeiçoou seus conhecimentos do grepo para poder compreender melhor as Escrituras nas línguas originais.

Chamado a Roma pelo Papa Damaso, que o escolheu como secretário particular, recebeu do mesmo a incumbência de verter a Bíblia para o latim, graças ao conhecimento que tinha desta língua, do grego e do hebraico. O papa, de fato, desejava uma tradução da Bíblia mais fiel em tudo aos textos originais, traduzida e apresentada em latim mais correto, que pudesse servir de texto único e uniforme na liturgia. Pois até aquele tempo existiam traduções populares muito imperfeitas e diversificadas, que criavam confusão.

O trabalho de São Jerônimo começado em Roma durou praticamente toda sua vida. O conjunto de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata"e foi o texto usado largamente nos séculos posteriores, tornando-se oficial com o Concílio de Trento e só cedeu o lugar ultimamente às novas traduções, pelo surto de estudos lingüístico-exegéticos dos nossos dias. Na tradução, Jerônimo revela agudo senso crítico, amor incontido à Palavra de Deus e riqueza de informações sobre os tempos e lugares relativos à Bíblia.

Em Roma, criou-se em torno de Jerônimo amplo círculo de amizades, sobretudo de maratonas da alta sociedade que o ajudavam com seus recursos para custear seus trabalhos e que lhe orientava nos ásperos caminhos da santidade de cunho monástico.

Desgostado por certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde, vivendo como monge rigidamente penitente, continuou até a morte, seus estudos e trabalhos bíblicos. Faleceu em 420, aos 30 de setembro, já quase octogenário.

São Jerônimo foi uma personalidade vigorosa, de inteligência extraordinária, de temperamento indomável. Teve uma correspondência literária muito vasta, de grande interesse histórico; ele se sentia presente e engajado como escritor em todos os problemas doutrinários do seu tempo.
Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e o "Dia da Bíblia" foi colocado exatamente no último domingo de setembro, coincidindo com a data de sua morte. Ele deixou escrito: "Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder e a sabedoria de Deus; portanto ignorar as Escrituras Sagradas é ignorar a Cristo".



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Santos Miguel, Gabriel e Rafael Arcanjos




29/09 - O novo calendário reuniu em uma só celebração os três arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, cuja festa caía respectivamente a 29 de setembro, a 24 de março e a 24 de outubro. Da existência destes anjos fala explicitamente a Sagrada Escritura, que lhes dá um nome e lhes determina a função. São Miguel, o antigo padroeiro da Sinagoga, é agora o padroeiro da Igreja universal; são Gabriel é o anjo da encarnação e talvez o da agonia do jardim das oliveiras; são Rafael é o guia dos viajantes. São Miguel, em particular, foi cultuado desde os primeiros séculos de história do cristianismo. O imperador Constantino erigiu-lhe um santuário nas margens do Bósforo, em terra européia, enquanto Justiniano construiu-lhe um no lado oposto. A data de 29 de setembro corresponde à da consagração da igreja dedicada no século V a são Miguel, a seis milhas da via Salária.



A festividade difundiu-se rapidamente no Ocidente e no Oriente. Em Roma foi-lhe dedicado o célebre mausoléu de Adriano, agora conhecido com o nome de Castelo de Santo Ângelo. A são Miguel é dedicado o antigo santuário, surgido no século VI, que do Monte Galgano, na Púglia, domina o mar Adriático. Nas proximidades desta igreja, a 8 de maio de 663, os longobardos obtiveram vitória no encontro naval com a frota sarracena, e o acontecimento da vitória, atribuída a uma aparição do anjo, deu origem a uma segunda festa transferida depois para 29 de setembro.



São Gabriel, “aquele que está diante de Deus” (é seu cartão de visita”, quando vai anunciar a Maria a sua escolha para Mãe do Redentor), é o anunciador por excelência das revelações divinas. É ele que explica ao profeta Daniel como se dará a plena restauração, da volta do exílio ao advento do Messias. A ele é confiado o encargo de anunciar o nascimento do Precursor, João, filho de Zacarias e de Isabel. A missão mais alta que nunca foi confiada à criatura alguma é ainda sua: anunciar a Encarnação do Filho de Deus. Ele tem um prestígio muito especial até mesmo entre os maometanos.



São Rafael, falado em um só livro da Sagrada Escritura, é o acompanhante do jovem Tobias, e por isso sua função é tida como guia de todos os que viajam. Foi ele que sugeriu ao seu jovem protegido o remédio para a cura da cegueira do pai, por isso é invocado também como curador (etimologicamente seu nome significa “Deus curou”). Sua festa a 24 de outubro havia entrado no calendário romano somente a partir de 1921.



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Santos Lourenço Ruiz e Companheiros Mártires



28/09 - No século XVII (1633-1637), na cidade de Nagasaki, do Japão, derramaram o seu sangue por amor de Cristo dezasseis mártires: Lourenço Ruiz e seus Companheiros. Este grupo de mártires, da Ordem de São Domingos ou a ela associados, é constituído por nove presbíteros, dois religiosos, duas virgens e três leigos, entre os quais se conta Lourenço Ruiz, chefe de família, natural das Filipinas.



Todos eles, em tempos e circunstâncias diversas, dilataram a fé cristã nas Filipinas, na Formosa e no Japão, manifestando de modo admirável a universalidade da religião cristã e, como invencíveis missionários, espalharam a semente da futura cristandade com o exemplo da sua vida e da sua morte. Foram canonizados por João Paulo II a 18 de Outubro de 1987.






segunda-feira, 26 de setembro de 2011

São Cosme e Damião




26/09 - Cosme e Damião eram irmãos e cristãos. Na verdade, não se sabe exatamente se eles eram gêmeos. Mas, nasceram na Arábia e viveram na Ásia menor, Oriente. Desde muito jovens ambos manifestaram um enorme talento para a medicina. Estudaram e se diplomaram na Síria, exercendo a profissão de médico com muita competência e dignidade. Inspirados pelo Espírito Santo, usavam a fé aliada aos conhecimentos científicos. Com isso, seus tratamentos e curas a doentes, muitas vezes à beira da morte, eram vistos como verdadeiros milagres.



Deixavam pasmos os mais céticos dos pagãos, pois não cobravam absolutamente nada por isso. A riqueza que mais os atraía era fazer de sua arte médica também o seu apostolado para a conversão dos pagãos, o que, a cada dia, conseguiam mais e mais. Isso despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. Na Ásia menor, o governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas.


Mandou que fossem barbaramente torturados por se negarem a aceitar os deuses pagãos. E em seguida, foram decapitados. O ano não pode ser confirmado, mas com certeza foi no século IV. Os fatos ocorreram em Ciro, cidade visinha à Antioquia, Síria, onde foram sepultados. Mais tarde seus corpos foram trasladados, para uma igreja dedicada à eles.



Quando o imperador Justiniano, por volta do ano 530, ficou gravemente enfermo, deu ordens para que se construísse em Constantinopla uma grandiosa igreja em honra dos seus protetores. Mas a fama dos dois correu rápida no Ocidente também, a partir de Roma, com a basílica dedicada à eles, construída à pedido do Papa Félix IV entre 526 e 530. Esta solenidade ocorreu num dia 26 de setembro, assim eles passaram a ser festejados nesta data.



Os nomes de São Cosme e São Damião, entretanto são pronunciados infinitas vezes, todos os dias no mundo inteiro, porque a partir do século VI eles foram incluídos no Cânone da Missa, fechando o elenco dos mártires citados. Os Santos Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e das faculdades de medicina.



domingo, 25 de setembro de 2011

São Firmino ou Firmin



25/09 - Firmino ou Firmin, como foi batizado, nasceu na Espanha, na cidade de Pamplona, na última metade do século III. Era filho de uma família rica, influente e bem firmada nos princípios do Cristianismo. Mas, foi na França que seu trabalho de evangelização destacou-se de tal forma que foi considerado uma das figuras mais importantes da Igreja, daquele tempo.

Sua pregação era muito apreciada pelos fiéis. Fez tanto sucesso pelo seu conhecimento das verdades da fé que foi eleito pelo povo seu novo Bispo. Isso se deu quando o sacerdote Honesto, já muito velho e cansado, não podia mais orientar os fiéis. Firmino então recebeu o sacramento da ordem e a sagração episcopal, em Toulouse, dando início ao seu apostolado de evangelização que pretendia acabar com as trevas do paganismo.

Por ser um exemplo de fé e virtude, Firmino conseguiu grande fama e suas peregrinações foram incansáveis nas cidades francesas como Age e Auvergne, Angers, Beuvais e, finalmente, Amiens, onde conseguiu a conversão de milhares e milhares de pagãos que aceitaram a doutrina do Senhor. Os casos mais incríveis foram de Arcádio e Rômulo, implacáveis perseguidores de Firmino. Estes diante da santidade e firmeza na fé do Bispo, por suas palavras e intercessões prodigiosas, acabaram tocados pela graça de Deus e se converteram em Jesus Cristo.

Era uma época em que a perseguição contra os cristãos apresentava uma fúria implacável e violência impiedosa. Por isto, Firmino despertou a ira de seus opositores pagãos, como o governador romano Valério. Este, desejando que o povo voltasse a cultuar os deuses pagãos, mas temendo uma revolta, pois tinham verdadeira veneração pelo Bispo, mandou que fosse preso e decapitado sem julgá-lo oficialmente.

O Bispo Firmino morreu no ano de 290. A ele foram concedidas as honras de "Apóstolo das Gálias" por seu trabalho como evangelizador. Seu zelo e dedicação pela evangelização na atual França o fizeram merecedor do título que a Igreja lhe consagrou.

O seu corpo esta repousando na catedral francesa de Amiens. São Firmino é amplamente festejado pelo povo espanhol e francês, por isto o seu culto foi muito difundido no mundo cristão que o comemora no dia de sua morte.