sábado, 12 de junho de 2010

Santo Onofre


12/06 - Onofre era um eremita que viveu no Egito no final do século IV e início do século V. Ele foi encontrado por um abade chamado Pafúncio. Acostumado a fazer visitas à alguns eremitas na região de Tebaida, este abade empreendeu sua peregrinação a fim de descobrir se também seria chamado à vivê-la. Pafúncio perambulou no deserto durante vinte e um dias, quando totalmente exausto e sem forças caiu ao chão. Neste instante viu aparecer uma figura que o fez estremecer: era um homem idoso, de cabelos e barbas que desciam até o chão, recoberto de pêlos tal qual um animal, usando uma tanga de folhas.

Era comum os eremitas serem encontrados com este aspecto, pois viviam sozinhos no isolamento do deserto e eram vistos apenas pelos anjos. No final ficavam despidos porque qualquer vestimenta era difícil de ser encontrada a reposta. Ao primeiro instante Pafúncio se pôs a correr, assustado com aquela figura. Porém minutos depois, essa figura o chamou dizendo que nada temesse, pois também era um ser humano e servo de Deus.

O abade retornou ao local e os dois passaram a conversar. Onofre disse a Pafúncio o seu nome e lhe explicou a sua verdadeira história. Era um monge de um mosteiro, mas se sentira chamado à vida solitária. Resolveu seguir para o deserto e levar a vida de eremita a exemplo de São João Batista e do profeta Elias, vivendo apenas de ervas e do pouco alimento que encontrasse.

Onofre falou sobre a fome e sede que sentira e também sobre o conforto que Deus lhe dera alimentando-o com os frutos de uma tamareira que ficava próxima a gruta que era sua moradia. Em seguida, conduziu Pafúncio à esta gruta, onde conversaram sobre as coisas celestes até o pôr-do-sol, quando apareceu repentinamente diante dos dois, um pouco de pão e água que os revigorou.

Pafúncio falou à ele sobre seu desejo de se tornar um eremita. Mas, Onofre disse que não era essa a vontade de Deus, que o tinha enviado para assistir a sua morte. Depois deveria retornar e contar a todos sua vida e o que presenciara. Pafúncio ficou, e assistiu quando um anjo deu a Eucaristia à Onofre antes da morte, no dia 12 de junho.

Retornando à cidade escreveu a história de Santo Onofre e a divulgou por toda a Ásia. A devoção à este Santo era muito grande no Oriente e passou para o Ocidente no tempo das Cruzadas. O dia 12 de junho foi mantido pela Igreja, tendo em vista a época em que Pafúncio viveu e escreveu o livro da vida de Santo Onofre, que buscou de todas as maneiras os ensinamentos de Deus.

Fonte: http://www.noticias.ucdb.br/

domingo, 6 de junho de 2010

São Marcelino Champagnat


06/06 - Marcelino Champagnat nasceu no dia 20 de maio de 1789, época em que se iniciava a Revolução Francesa, na aldeia de Marlhes, localidade onde predominava o analfabetismo. Sua mãe e sua tia despertam nele uma fé sólida e devoção religiosa, e também serviram de modelos para a afirmação de seus primeiros passos como cristão. Seu pai era agricultor e tinha grau de estudo avançado para aquela época.

O desenvolvimento intelectual do jovem Marcelino Champagnat foi bastante atribulado devido à falta de professores competentes, mas seu pai lhe ensinou qualidades como honestidade, lealdade, perseverança e verdade.

Ainda na infância, Marcelino chegou a trabalhar na granja de seus pais, e não voltou mais a escola depois de ter visto professores maltratando um aluno. Durante esse período ele descobre a vocação para sacerdote.

Em 1805, Marcelino Champagnat responde generosamente ao chamado de Jesus e ingressa no Seminário Menor de Verriéres. Depois de alguns anos ele passa a integrar o Seminário Maior de Lyon (ambos na França) recebendo a formação ideológica e espiritual.

Em julho de 1816, Marcelino Champagnat fazia parte de doze seminaristas que foram promovidos para a criação da Sociedade de Maria formada por sacerdotes, irmãos, irmãs, religiosos e leigos.

Ao ser ordenado sacerdote Marcelino Champagnat foi coadjutor da Vila de La Valla, na França.
A pobreza cultural do local lhe impressionou muito assim que chegou lá, como as escolas que atraiam poucos interessados que desejavam aprender.

No ano seguinte, Marcelino Champagnat se reúne com seus dois primeiros discípulos e criam a Fundação dos Irmãos Maristas. A partir deste instante passou a ensinar aos meninos pobres o cristianismo.

Passavam-se os anos e Marcelino Champagnat ainda criou uma escola para o povoado de La Valla, onde o foco de estudo era a religião. Em junho de 1840, com 51 anos de idade vem a falecer com uma doença que já tomava conta de seu corpo e sua mente.

Devido à fragilidade por conta da doença que lhe enfraquecia foi eleito para seu lugar o Irmão Francisco Rivat. Champagnat deixou o Ordenado com 290 irmãos distribuídos em 48 escolas primárias.

No dia 18 de abril de 1999, na praça São Pedro no Vaticano, Vossa Santidade o Papa João Paulo II canonizou Marcelino Champagnat, e é reconhecido como Santo da Igreja Católica. São Marcelino Champagnat é padroeiro da educação e dos professores.

Fonte: www2.portoalegre.rs.gov.br

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Beato Diego Oddi

03/06 - Diego Oddi nasceu em Vallinfreda (Roma) a 6 de Junho de 1839, no seio de uma família pobre e muito religiosa. Durante uma peregrinação ao Retiro de São Francisco, em Bellegra, ficou impressionado com o lugar e a vida santa que levavam os frades que ali viviam. Alguns anos mais tarde, lembrando-se sempre da experiência vivida naquela visita ao convento franciscano, o jovem Diego retornou àquele lugar para pedir conselho a Frei Mariano, famoso religioso naquela época e hoje também beatificado. As palavras simples desse humilde porteiro do convento impressionaram- no a tal ponto, que Diego resolveu pensar a sério na sua vocação e aumentou o tempo de oração, entregando-se aos desígnios de Deus.

Entrou no Retiro de Bellegra em 1871, superando a resistência dos seus pais. Foi acolhido como simples «terceiro oblato» e, em 1889, pronunciou os votos solenes. Durante quarenta anos percorreu os caminhos de Subiaco, pedindo esmola. Analfabeto, mas arguto e com facilidade de dialogar, surpreendia a todos com as suas palavras, brotadas de um coração habituado a pronunciá-las nos colóquios com Deus. Quando o sino indicava o silêncio da noite, Diego permanecia na capela a falar com o Senhor, e esse colóquio prolongava-se durante toda a noite, sabendo haurir desse momento de graça a sabedoria da fé e a força para a fidelidade ao espírito franciscano.

A sua vida foi feita com nada de extraordinário, e por isso esta simplicidade, unida à austeridade e penitência, produzia grandes frutos de aperfeiçoamento cristão em quantos se encontravam com ele.

Morreu a 3 de Junho de 1919, tendo consagrado totalmente a vida a Deus, pondo em prática a vontade dos superiores e sabendo interpretar os eventos quotidianos como sinais daquilo que Deus lhe pedia.

Fonte: www.vatican.va

terça-feira, 25 de maio de 2010

São Gregório VII


25/05 - São Gregório não só foi uma das figuras mais importantes entre os Papas da Igreja Católica, bem como foi extremamente caluniado e perseguido durante seu pontificado. É uma das figuras que mais defendeu os direitos da esposa de Cristo.

O Século XI foi para a Igreja um período de grande humilhação. Não fosse ela uma instituição divina, edificada sobre a rocha, os próprios filhos tê-la-iam destruído.

O Clero superior e inferior, em sua maioria, tinha esquecido de sua alta missão. A simonia (tráfico ou venda ilícita de coisas sagradas), corrupção e indisciplina, tinham tomado conta dos altos e baixos setores da Igreja. Freqüentíssimos escândalos, e os príncipes seculares, quais lobos famintos, invadiam o aprisco do Senhor. Os reis Filipe e Augusto I da França, Boleslau II da Polônia, Henrique IV, imperador da Alemanha, eram verdadeiros monstros de crueldade e imoralidade. A palma, porém, coube ao imperador, que em crueldade, devassidão e ambição não achava semelhante.

Deus se amerciou de sua Igreja e deu-lhe um Papa, como as circunstâncias o exigiam. Foi no ano de 1073 que Hildebrando (depois cognominado Gregório VII), assumiu a suprema dignidade papal. Ao receber essa notícia, São Pedro Damião, contentíssimo exclamou: "Agora será calcada a cabeça miliforme da serpente peçonhenta, e será posto um termo aos negócios torpes; o falsário Simeão Mago não mais cunhará moedas na Igreja; voltará ao tempo áureo dos Apóstolos, revigorará a disciplina eclesiástica, serão derrubadas as mesas dos vendilhões..."

Gregório convocou o Concílio Lateranense e renovou as antigas leis da Igreja, que existiam, sobre o celibato dos sacerdotes, contra a simonia, e fez incorrer nas censuras eclesiásticas os bispos da França, que tinham rejeitado os decretos pontifícios, como impraticáveis e irrazoáveis. Dos bispos da Alemanha, só dois tiveram a coragem de aceitar e por em execução as determinações do Papa. O mais descontente de todos foi o imperador da Alemanha, que pelas proibições do Papa, se via prejudicado no negócio mais rentosos. Wiberto, arcebispo de Ravenna, ex-chanceler do imperador na Itália, promoveu uma conspiração contra o Papa. Na estação da Missa da meia noite de Natal os conspiradores, chefiados por Cencio, invadiram a Igreja e apoderaram-se da pessoa do Papa, para levá-lo à prisão. O povo, porém, libertou seu Pastor e Cencio teria sido apedrejado, se Gregório não lhe tivesse generosamente perdoado.

Um segundo Concílio foi realizado em 1075, confirmou as determinações anteriores e fez intimação ao imperador para que respondesse pelos seus crimes, sob pena de excomunhão. Henrique respondeu com um decreto elaborado por bispos alemães: "Falso monge, carregado de maldição de todos os bispos e condenado pelo nosso tribunal, desce e renuncia à cadeia apostólica, indignamente usurpada".

Gregório, em vez de descer, lançou excomunhão contra Henrique e os Prelados rebeldes. Os príncipes da Alemanha, há muito cansados da tirania e arbitrariedade do imperador, reunidos na Dieta de Tribur (1076), declararam-no deposto pelo prazo de um ano, caso não procurasse ser absolvido da excomunhão, tendo-lhe sido decretado que comparecesse à grande Dieta de Augsburgo, na qual devia justificar-se diante do Papa e da nação, com audiência marcada para 02 de fevereiro de 1077. Proibiram-no que se ausentasse da Alemanha antes da celebração da Dieta. Para evitar a humilhação de ser deposto, onde às claras iriam lhe expor seus crimes, tratou de clandestinamente obter a absolvição da excomunhão, dirigindo-se ao castelo da princesa Matilde, em Canossa, onde estava o Papa Gregório. Em traje penitente, permaneceu descalço por três dias em período de rigoroso inverno, esperando obter audiência do Papa, que negou-se a recebê-lo por saber que deveria apresentar-se à Dieta. Entretanto, graças às instâncias da condessa Matilde, acabou cedendo e recebeu Henrique, que aceitou as condições impostas mediante juramento, motivo pelo qual foi absolvido e recebeu a Sagrada Comunhão. Mal saíra de Canossa, esquecendo-se das promessas, aliou-se aos príncipes e bispos inimigos do Papa e, uma vez na Alemanha, moveu guerra contra seus adversários. Reuniu um concílio de bispos rebeldes em Mogúncia (1080), os quais elegeram papa o bispo Wiberto de Ravenna, que tomou o nome de Clemente III. Rodolfo de Suábia, pereceu na batalha de Volksheim e Henrique marchou sobre Roma, para tirar vingança do Papa. Só depois de um assédio de dois anos, tomou a cidade, onde recebeu a corôa imperial das mãos do antipapa. Gregório retirou-se para Salermo, onde morreu em 25 de maio de 1085. As últimas palavras foram: "Amei a Justiça e odiei a iniqüidade, eis porque morro no exílio".

Henrique não foi feliz com as conquistas. Graves distúrbios chamaram-no para a Alemanha onde achou os filhos em franca rebelião contra o pai. Perseguido e amaldiçoado pelos filhos, Henrique teve um fim triste, ao passo que Deus glorificou por estupendos milagres o túmulo do seu fiel servo Gregório.

Santa Maria Madalena de Sophie Barat


25/05 - O pai de Madalena, Jaques Barat possuía uma pequena videira e tambem trabalhava como tanoeiro. Luiz seu irmão mais velho aos 22 anos se tornou um padre e o padrinho de Madalena estava determinado a dar a ela uma educação pelo menos igual ou melhor que qualquer rapaz da época. Ele tambem impôs estrita disciplina e Madalena amava sua lições e aprendeu Latin e Grego. Seu irmão a levou para Paris onde ela estudou religião. Madalena cresceu e tornou-se uma linda mulher mas estava determinada a servir a Deus e foi ser uma irmã Carmelita, mas Deus tinha outros planos para ela. Um grupo de padres franceses do Sagrado Coração de Jesus decidiu estabelecer uma Sociedade de mulheres devotadas a ensinar garotas o que seria a contrapartida feminina dos jesuítas. O líder Joseph Varin, um jesuíta, ouviu falar em Madalena e seu irmão e em 1800 a e mais três irmãs e fundaram uma sociedade para educar crianças e jovens. Eles começaram a primeira escola na Sociedade do Sagrado Coração de Jesus em Maiens em 1801.

Madalena tinha apenas 23 anos– a mais jovem das companheiras- mas foi unanimemente eleita a Superiora da Ordem. Ela dirigiu a ordem por 63 anos. A Sociedade se espalhou pela França e absorveu uma comunidade das " Irmãs da Visitação" em Genoble em 1804 (entre elas a Beata Philippine Duchesne ) que levou a Sociedade para os Estados Unidos em 1818. Os tempos não eram fáceis. A Ordem quase quebrou no início devido a ambição dos capelães em Amiens, mas a paciência e o tato de Madre Barat e do Padre Varin prevaleceram e juntos escreveram as Regras da Sociedade que foram finalmente adotadas em 1815, e formalmente aprovadas pelo Papa Leão XII em 1826.

A revolução francesa de julho em 1830 baniu o noviciado e eles foram para a Suíça. Santa Madalena Barat viveu uma vida de extraordinário trabalho e sua Ordem tornou-se uma das congregações mais conhecidas e os seus institutos passaram a ser os mais eficientes da Igreja Católica Romana. O segredo de sua resistência e determinação era o espirito religioso que inspirava todos as suas realizações e ela possuía um sabedoria e visão com um notável grau de modéstia e atração. Em 1865 a Sociedade já havia fundado 105 casas e escolas em 12 países. Faleceu em Paris em 21 de maio de 1865 e foi canonizada em 1925.

domingo, 23 de maio de 2010

São Guiberto de Gembloux


23/05 - Guiberto nasceu em 892. Era filho de Lietoldo e de Osburga, ambos nobres e muito antigas famílias de Namur. Sigeberto de Gembloux, que lhe escreveu a vida, diz, referindo-se à fase da infância do santo.

Era uma arvora que devia dar ótimos frutos e elevar-se nos adros da casa do Senhor tão altaneira como os cedros do Líbano, ao que ajuntou um comentador: "Assim, não podia de ter excelente raiz."

De tanto pensar nas palavras do Evangelho, que diz que é "mais fácil um camelo passar pelo buraco duma agulha do que um rico entrar no reino dos céus", acabou por renunciar aos bens todos de que era possuidor e abraçou a pobreza a abraçou, com grande carinho, a pobreza, aquela pobreza tão querida de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em 936, doou as terras que tinha em Gembloux a Deus, a São Pedro e ao mártir Exúpério, para que nelas fosse construído um mosteiro, mosteiro que, nem bem se erguera, logo principiou a ser muitíssimo procurado.

O santo fundador adotou para a nova comunidade a regra de São Bento. Mas, humilde que era ao invés de se fazer abade da casa, sobre outro, Erluino, lançou aquele cargo, retirando-se para a abadia de Gorze, então gozando de grande renome, debaixo da direção do Abade Agenoldo.

Em Gorze, São Guiberto atirou-se com todo ardor que o consumia a todos os exercícios da penitência e da vida contemplativa. Caminhava ele tão rapidamente no estreito caminho que leva ao céu, que o demônio, agastado, procurou tirá-lo da senda certa. Denunciado ao imperador Otão I como culpado de ter lançado mão das terras de Gembloux, para ali fundar um mosteiro, ilegalmente, porque era feudo do império, foi obrigado a deixar a vida, que lhe corria doce amável, para comparecer diante de Otão.

São Guiberto foi despreocupado. Pensando no dito do Evangelho, que aconselha: "Quando fordes citado entre dois reis, não penseis no que tereis de dizer, nem como o direis, porque vos será dado na hora", o santo, ao imperador falou calmamente e com muita simplicidade sobre o que fizera.

Por tanta confiança na Providência, Deus o abençoou: Otão, todo convencido da boa ação de tão leal e sincero homem, ratificou o estabelecimento da nova fundação, indo ao cúmulo de, muito liberalmente, enriquecê-la de consideráveis privilégios. Desde então, o demônio, encolhido e decepcionado, jamais ensaiou outra arremetida, deixando o santo em paz.

Quando faleceu o santo fundador de Gembloux, os monges daquela casa se sentiram esmagados por imensa dor. E, já que não o tiveram consigo em vida, determinaram tê-lo no mosteiro depois que se fora para Deus. Alguns monges, então, estabelecidos aquele ponto, partiram para Gorze. Ali chegando, exprimiram o desejo de ver sepultados entre eles os restos preciosos do amado fundador.

O abade, comovido com o pedido, feito em lágrimas, concedeu a permissão para que transportassem o corpo de São Guiberto.

Com muito carinho e muita unção, embalsamaram o corpo querido, depositaram-no num carro puxado por alguns bois, e partiram.

Ora, a população de Gorze, vendo que lhe levavam aquele que tinham como santo e protetor, interpôs-se no caminho, envidando todos os esforços para que não se realizasse aquela trasladação.

Poucos, muito poucos para resistir ao cerco que fizeram os de Gorze, os monges de Gembloux só tinham uma coisa a fazer, para que a viagem que haviam empreendido não redundasse no mais completo fracasso: rogar a Deus que os auxiliasse naquele embaraço. E, se pensaram, melhor o fizeram: quando os ânimos dos de Gorze se iam exarcebando, elevou-se tão violenta tempestade, fazendo-se terrivelmente escuro, que todos os exaltados, cheios de temor e confundidos, largaram a fugir, deixando o campo livre para os monges, que não esperaram um minuto para picar os bois e partir.

Sepultado na igreja do mosteiro de Gembloux, inúmeros milagres, incontinenti, atestaram a santidade do santo, atraindo multidões ao seu túmulo.

Fonte: Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume IX, p. 137 à 139

sábado, 22 de maio de 2010

Santa Júlia da Córsega


22/05 - Júlia nasceu no século V, em Cartago. Viveu feliz até que, um dia, os vândalos, chefiados pelo sanguinário rei Genserico, invadiram sua cidade e a dominaram. Os pagãos devastaram a vida da comunidade como um furacão.

Mataram muitos católicos, profanaram os templos, trucidaram os sacerdotes e venderam os cidadãos como escravos. A vida de Júlia passou do paraíso ao inferno de forma rápida e terrível.

De jovem cristã, nobre e belíssima, que levava uma vida tranqüila e em paz com Deus, viu-se condenada às mais terríveis privações. Mas, mesmo vendo trocadas a fortuna pela miséria, a veneração pelo desprezo, a independência pela obediência, enfim, a liberdade pela escravidão, Júlia não se abalou.

A tradição conta que ela foi vendida para Eusébio, um negociante sírio. Mas a bondade e a resignação da moça, que encontrava na fé cristã o bálsamo para todas as dores, comoveram seu amor, que passou a respeitá-la e exigir o mesmo de todos, nunca permitindo que fosse molestada. Chegou a autorizar até que ela dedicasse algumas horas do dia às orações e leituras espirituais.

Certa vez, ele viajou para a Europa e, entre os vários escravos que o acompanharam, estava a bela e inteligente Júlia. Na ilha francesa da Córsega realizavam-se festas pagãs quando a comitiva de Eusébio chegou. Ele e todos os demais se dirigiram a um templo dos deuses locais para prestar suas homenagens, mas Júlia recusou-se a entrar. Ajoelhou-se à porta do templo e passou a rezar para que Deus mostrasse aos pagãos a Palavra de Jesus, caminho da verdade.

A atitude chamou a atenção e chegou aos ouvidos do governador Félix, que convidou Eusébio para um banquete e propôs comprar a escrava Júlia por um preço absurdo, ou trocá-la pelas quatro mais belas escravas do seu palácio. Contudo o comerciante recusou. Enraivecido pela paixão que Júlia despertara, embebedou o comerciante, cercou-o de mulheres exuberantes e tomou a escrava à força, enquanto Eusébio dormia.

Júlia se manteve firme e não se curvou. Recusou a liberdade oferecida pelo governador em troca do sacrifício aos deuses e de ceder aos seus desejos. Félix, irado, esbofeteou-a até que sangrasse abundantemente pelo nariz, depois mandou que fosse flagelada e, por fim, crucificada como Cristo e atirada ao mar. Quando Eusébio acordou, era tarde.

Ela aceitou o sofrimento como uma forma de demonstrar a Deus seu amor, contribuindo para que o cristianismo crescesse e desse frutos, sem renegar a sua fé em Cristo, morrendo como seu Mestre. O seu corpo foi encontrado, ainda pregado na cruz, boiando no mar, pelos monges do convento da ilha vizinha de Gorgona. Depois eles o transportaram para a ilha, tiram-no da cruz, ungiram-no e o colocaram num sepulcro.

Júlia não ficou esquecida ali, seu culto se difundiu e chegou à Itália. No ano 762, a rainha Ansa, esposa do rei lombardo Desidério, mandou trasladar as relíquias de santa Júlia para Brescia, propagando ainda mais sua veneração entre os féis.

Um ano depois, o papa Paulo I consagrou a ela uma igreja naquela cidade. A festa litúrgica de santa Júlia, a mártir da Córsega, ilha da qual é a padroeira, ocorre no dia 22 de maio.