terça-feira, 2 de abril de 2013

Beato Leopoldo de Gaiche

02/04 - O Beato Leopoldo nasceu em Gaiche, na diocese de Perusa, sendo filho de pais humildes, e foi batizado com o nome de João. Um sacerdote vizinho ajudou-o a educar-se, e em 1751, aos 18 anos, recebeu o hábito de franciscano no convento de Cibotola, adotando o nome de Leopoldo.

Depois da ordenação sacerdotal, em 1757, foi enviado a pregar cursos de sermões quaresmais que logo o tornaram famoso. Como resultado de sua eloqüência e seu fervor, ocorreram numerosas conversões, os inimigos se reconciliaram e os penitentes assediavam seu confessionário. Durante 10 anos, desde 1786, quando foi nomeado missionário pontifício dos Estados da Igreja, pregou missões em diversas dioceses, e mesmo depois de se tornar ministro provincial continuou seu labor apostólico.

Inflamado pelo exemplo do Beato Tomás de Cori e de S. Leonardo de Porto Maurício, ansiava por encontrar uma casa onde os missionários e pregadores pudessem se recolher para seu retiro anual e onde outros irmãos e amigos da Ordem pudessem se revigorar espiritualmente. Contudo, teve de superar muitas dificuldades e sofrer muitos dissabores, antes que pudesse realizar seu desejo, em uma colina solitária de Monte Luco, perto de Espoleta.

Quando, em 1808, Napoleão invadiu Roma e prendeu o Papa Pio VII, as casas religiosas foram fechadas e seus ocupantes expulsos. O Beato Leopaldo, venerável ancião de 77 anos, foi obrigado a abandonar seu querido convento e viver com três de seus irmãos em uma miserável choupana em Espoleto. Durante esse tempo, serviu como auxiliar de um pároco local, mas em seguida assumiu o encargo de uma paróquia inteira; cujo pastor fora expulso pelos franceses. Depois, foi preso também, por se recusar a prestar um juramento que ele considerava ilegítimo. Mas seu confinamento teve curta duração, porque em breve o encontramos mais uma vez pregando santas missões. Sua fama cresceu graças a seus dons proféticos e a fenômenos estranhos que o acompanhavam; por exemplo, quando  pregava, os ouvintes tinham a impressão de que sua cabeça estava coroada de espinhos.

Depois da queda de Napoleão, o Beato Leopoldo apressou-se em voltar a Monte Luco, onde procurou fazer com que as coisas voltassem ao que eram antes, mas viveu apenas mais alguns meses, morrendo a 15 de abril de 1815, aos 83 anos de idade. As notícias dos numerosos milagres operados junto a seu túmulo motivaram a rápida introdução do processo de beatificação que se concluiu favoravelmente em 1893.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Santo Hugo




01/04 - Lembramos a vida de santidade de Santo Hugo que nasceu em Castelo Nova na França , isto em 1053. O Santo de hoje pertencia ao clero da diocese de Valência , até se tornar cônego e mais ordenado Bispo e enviado para Genoble, onde tornou-se santo pastor.

A diocese de Genoble era extensa e numerosa em almas, além de estar com um clero, na sua maioria, decadente na disciplina e muitos leigos depredavam a Igreja Local. Com missionário e reformador, Santo Hugo, que sempre foi tendido a vida monástica , acabou se retirando por dois anos, mas por obediência ao Santo Padre Gregório, deixou a paz da vida monástica para "guerrear" pela reforma da diocese.

Durante o governo Santo e sofrido, Santo Hugo acolheu carinhosamente São Bruno com seu companheiros que fundaram na sua diocese a Ordem dos Cartuxos. Com coração acolhedor, foi também Hugo muito sábio, prudente, perseverante e homem duma fé que mereçeu permanecer aqui na terra e no cuidado do rebanho de Cristo até os 80 anos .

domingo, 31 de março de 2013

São Guido


31/03 - São Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália.

Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação.

Três anos depois, seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.

No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por tomá-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos.

Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual.

Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.

Logo em seguida, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão.

Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento.

Foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.

A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pode exercê-la na sua plenitude, teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou voltado para a fé.

Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.

sábado, 30 de março de 2013

São João Clímaco



30/03 - São João Clímaco nasceu em 580. Clímaco foi um monge do Monte Sinai, e deve o seu cognome a um livro seu, Escada (Klímax - Clímaco). A Escada é um resumo da vida espiritual, concebida para os solitários e contemplativos. Para Clímaco, a oração é a mais alta expressão da vida solitária; ela se desenvolve pela eliminação das imagens e dos pensamentos. Daí a necessidade da 'monologia', isto é, a invocação curta, de uma só palavra, incansavelmente repetida, que paralisa a dispersão do espírito. Essa repetição deve assimilar-se com a respiração.

O nome de São João Clímaco é uma alusão à palavra "klímax', que em grego significa escada. São João decidiu adotar este nome em virtude do livro escrito por ele mesmo, intitulado Escada para o Paraíso.

Nesta obra ele explica que existem 30 degraus a serem galgados para que possamos atingir a perfeição moral. Este livro foi um grande sucesso na época e chegou até mesmo a influenciar monges e outros religiosos em sua conduta particular, tanto no Ocidente como no Oriente. A importância desta obra literária para a época pode ser notada na utilização do símbolo escada na arte bizantina.

São João Clímaco foi muito famoso como homem santo em toda a Palestina e Arábia. Viveu por volta do ano 650 e morreu no Monte Sinai.

Conta-se que ele era palestino e na adolescência ingressou em um mosteiro no Monte Sinai, onde passou a dedicar sua vida às orações e à meditação. Até os 35 anos viveu desta forma, mas quando seu mestre faleceu resolveu encerrar-se em uma cela e viver à moda dos monges do deserto: jejuando, orando e estudando a Bíblia.

Durante este novo período de sua vida São João Clímaco decidiu nunca mais comer carne, fosse ela vermelha ou branca. Também passou a sair de sua cela apenas para participar da Eucaristia, aos domingos.

Já com 70 anos foi eleito bispo do Monte Sinai, muito embora preferisse continuar com sua vida isolada. Nesta época construiu hospitais para a população mais pobre, ajudado pelo papa Gregório Magno.

Os últimos quatro anos de sua vida foram dedicados a viver como ermitão. Neste período de total isolamento ele escreveu Escada para o Paraíso.

Fonte: Revista Santo do Dia, Ed. Casa Dois, S. Paulo, 2001.

sexta-feira, 29 de março de 2013

São Segundo de Asti



29/03 - Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em Asti, norte da Itália, no final do século I e profundo admirador dos mártires cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo. Chegava a visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos, quantos pudesse.

Consta dos registros da Igreja, que foi assim que tomou conhecimento da Palavra de Cristo, aprendendo especialmente com o mártir Calógero de Bréscia, com o qual se identificou, procurando-o para conversar inúmeras vezes.

Além disso, Segundo era muito amigo do prefeito de Asti, Saprício, e com ele viajou para Tortona, onde corria o processo do bispo Marciano, o primeiro daquela diocese. Sem que seu amigo político soubesse, Segundo teria estado com o mártir e este encontro foi decisivo para a sua conversão. Entretanto, esta só aconteceu mesmo durante outra viagem, desta vez a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos Faustino e Jovita.

Tudo o que se sabe dessa conversão está envolto em muitas tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por um anjo, para lá receber o batismo através das mãos daqueles mártires. A água necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba teria lhe trazido a Santa Comunhão.

Depois disso, aconteceu o prodígio mais fascinante, narrado através dos séculos, da vida deste santo, que conta como ele conseguiu atravessar a cavalo o Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia, que lhe fora entregue por Faustino e Jovita para ser dada ao bispo Marciano, antes do martírio.

O Pó é um rio imponente, tanto nas cheias, quanto nas baixas, minúsculo apenas no nome formado por duas letras, possui mil e quinhentos metros cúbicos de volume d'água por segundo, nos seiscentos e cinqüenta e dois quilômetros de extensão, um dos mais longos da Itália.

Passado este episódio extraordinário, Saprício, o prefeito, soube finalmente da conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o cristianismo, mas, não conseguiu, mandou então que o prendessem, julgassem e depois de torturá-lo deixou que o decapitassem.

Era o dia 30 de março do ano 119. No local do seu martírio foi erguida uma igreja onde, num relicário de prata, se conservam as suas relíquias mortais.

Uma vida cercada de tradições, prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti e de Ventimilha, cujo culto é muito popular no norte da Itália e em todo o mundo católico que o celebra no dia 29 de março.



quinta-feira, 28 de março de 2013

Beata Joana Maria de Maillé


28/03 - Nasceu em 14-4-1331 no castelo de La Roche, na diocese de Tours (França). Em 1342 Joana teve uma visão da Virgem Maria com o Menino Jesus e desde então se consagrou a honrar a Pixão de Cristo. Recebeu a primeira educação religiosa de um franciscano, confessor da família. Contra a sua vontade teve de se casar com o seu tutor em 1347, que se chamava Roberto de Sillé, mas ele não era um aproveitador vulgar. Os dois esposos decidiram conservar a castidade e empregaram os bens no socorro dos desventurados durante a grande epidemia da peste negra(1346-1355).

Durante a guerra dos 100 anos, Roberto foi capturado pelos ingleses. Teve de se desfazer de sua fortuna para pagar o que lhe fora pedido pelo seu resgate. Morreu em 1362. Então Joana foi expulsa pela família do seu marido e se retirou a Tours para se dedicar à oração e às boas obras. Fez voto de perpétua castidade nas mãos do arcebispo de Tours e entrou num hospital a serviço dos doentes. Mas não teve paz, sendo perseguida pela malevolência dos que a rodeavam. Por isso se retirou para o eremitério de Planche de Varux, dedicando-se à vida contempletiva. Obrigada pelas suas condições de saúde a retornar a Tours em 1386, foi residir junto ao convento dos franciscanos, colocando-se sob a direção espiritual daqueles.

O seu zelo a fez se apresentar várias vezes diante do rei Carlos VI, o rei louco, quer em Tours como em Paris, para tentar uma purificação dos costumes da corte e do povo. Foi favorecida com graças místicas e era consultada em toda parte. Morreu em 28 de março de 1414. Pertencia à ordem terceira da penitência e sua espiritualidade era toda franciscana.

quarta-feira, 27 de março de 2013

São Ruperto



27/03 - Salzburgo é uma bela cidade austríaca, cuja fama está ligada com a do seu filho mais ilustre, Wolfgang Amadeus Mozart. Salzburgo significa cidade do sal. O seu primeiro bispo e padroeiro principal é representado com uma saleira na mão. É o único santo local festejado, nas regiões de língua alemã e na Irlanda, pois foi o modelo para os monges irlandeses.

São Ruperto descendia dos rupertinos, uma importante família que dominava com o título de conde a região do médio e do alto Reno. Desta família nasceu também outro são Roberto (ou Ruperto) de Bingen, cuja vida foi escrita por santa Hildegarda. Os rupertinos eram parentes dos carolíngios e o centro de suas atividades era em Worms. Aí S. Ruperto recebeu sua formação de cunho monástico irlandês. Em 700, como seus mestres, se sentiu impulsionado à pregação e ao testemunho monástico e foi à Baviera. Apoiado pelo conde Teodo de Baviera, fundou perto do lago Waller, a 10 km de Salzburgo, uma igreja dedicada a são Pedro. O lugar, porém, não pareceu próprio para os fins de Ruperto que pediu ao conde outro terreno perto do rio Salzach, próximo à antiga cidade romana de Juvavum.

O mosteiro que ali construiu, dedicado a são Pedro, é o mais antigo da Áustria e está ligado com o núcleo de Nova Salzburgo. Seu desenvolvimento deveu-se também à colaboração de doze conterrâneos seus. Desses, Cunialdo e Gislero foram honrados como santos. Perto do mosteiro de São Pedro surgiu um mosteiro feminino que foi confiado à direção da abadessa Erentrude, sobrinha do santo.

Foi este punhado de corajosos que fez surgir a Nova Salzburgo. São Ruperto é justamente reconhecido como seu fundador. Ele morreu no dia da Páscoa, 27 de março de 718. Suas relíquias são conservadas na magnífica catedral de Salzsburgo, edificada no século XVII.