domingo, 30 de outubro de 2011

Beata Maria Restituta Kafka



30/10 - No dia 1º de maio de 1894 nasceu Helene, filha de Anton e Maria Kafka na cidade de Brno, atual República Checa. Naquele tempo a região se chamava Morávia que estava sob o governo do imperador austríaco Francisco José. No ano de 1896, a família Kafka se transferiu para Viena, capital do Império.

Helene concluiu os estudos com o diploma de enfermeira e o desejo de se tornar religiosa. Inicialmente ela se conformou com a negativa dos pais, mas ao completar vinte anos, ingressou na congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, com a benção da família. Como religiosa adotou o nome de sua mãe e o de uma mártir do primeiro século. Assim passou a se chamar irmã Maria Restituta.

Porém, logo recebeu o apelido carinhoso de "irmã Resoluta", pelo modo cordial e decidido e por sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No hospital de Modling, em Viena, a religiosa se tornou uma referência para os médicos, enfermeiras e especialmente para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor.

Irmã Restituta durante muitos anos serviu a Deus nos doentes, pelos quais se dedicou incansavelmente. Em março de 1938, Hitler mandou o exercito ocupar a Áustria. Viena se tornou uma das bases centrais do comando nazista alemão. Irmã Restituta se colocou logo contrária a toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que sendo favorável à vida não apoiaria jamais ao nazismo de Hitler, fosse qual fosse o preço.

Por isto, quando os nazistas retiravam o Crucifixo também das salas de cirurgias, ela serenamente o recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando o comando e os soldados nazistas. Como não se submetia e muito menos se "dobrava", os nazistas a eliminaram. Foi presa em 1942. Para ela, que era chamada irmã "Resoluta", a prisão se tornou uma espécie de lugar de graça, para honrar o nome com que se tinha consagrado: Restituta, aquela que foi restituída para Deus. Por isto, olhando para a força redentora da Cruz, sua consciência da Vida Eterna se tornou mais verdadeira no coração. A coragem que lhe era própria se tornou mais firme.

Irmã Resoluta esperou cinco meses na prisão para morrer. Em 30 de março de 1943, foi decapitada. Para as franciscanas mandou uma mensagem: "Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer". E na frente dos assassinos nazistas, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, irmã Restituta disse ao capelão: "Padre, me faça na testa o sinal da Cruz".

O papa João Paulo II elevou a Irmã Maria Restituta Kafka ao altar para ser reverenciada como Beata no dia 30 de outubro, em 1998 em Viena, Áustria.


Fonte: www.paroquiaimaculada.com.br

sábado, 29 de outubro de 2011

Beato Caetano Errico



29/10 - A cidade de Secondigliano, grande e populosa do norte de Nápoles, Itália, é mais conhecida como uma região de mafiosos do que de santos. Os problemas dos seus habitantes são inúmeros. Dentre os principais estão: as facções da máfia, a corrupção social e política que somados desestruturam o sistema de serviços e a consciência, propiciando a formação de ganges de todos os tipos de tráficos. Mas ela também tem boas obras. Como a do Padre Caetano Errico, que fundou em 1833 a Congregação dos "Missionários do Sagrado Coração de Jesus e de Maria".



A estátua do Padre Caetano é bem visível de qualquer ângulo da cidade. Com a mão direita, ele abençoa, e com a mão esquerda, empunha o crucifixo. A sua figura é imponente, não apenas pela beleza plástica da escultura. Ele era realmente um homem grande, alto e bem forte, um gigante na santidade e na figura humana. Em 1791, essa cidade era pequena, uma planície com muito ar puro e úmido no final da tarde, chamada de Casale Régio da Cidade de Nápoles. Foi neste ano que Caetano Errico nasceu, no dia 19 de outubro. Era o segundo filho dos nove filhos de Pasqual, modesto fabricante de macarrão, e de Maria. Quando mostrou vocação para a vida religiosa logo obteve apoio da família. Aos dezesseis anos ingressou no seminário e, em 1815, recebeu a ordenação sacerdotal. Desde então seu apostolado será todo feito na igreja paroquial de São Cosme e Damião, da sua cidade natal.



Em 1818, durante a pregação, tem uma inspiração divina para fundar uma congregação religiosa. Iniciou imediatamente pela construção de uma igreja dedicada à Nossa Senhora das Dores. Entre inúmeras dificuldades, a igreja foi erguida e abençoada doze anos depois, em 1830. Mas teve de esperar outros cinco anos, para adquirir a imagem de madeira de Nossa Senhora das Dores e coloca-la no altar onde permanece até hoje.


Além do trabalho pastoral da igreja, agora Caetano se ocupava com a construção da casa para abrigar a nova congregação de padres. Decidiu que seria dedicada em honra do sagrado coração de Jesus e Maria. E nela empenhou toda a sua vida, que durou sessenta e nove anos de idade. Morreu em 29 de outubro de 1860.



Padre Caetano Errico foi homem de oração, de penitência, dedicava muito tempo ao atendimento das confissões e auxiliava materialmente, com suas obras, os marginalizados e pobres de toda a cidade e redondeza. Hoje essa herança é distribuída através dos padres missionários dos sagrados corações. Mas a memória e veneração ao Padre Caetano está muito presente e ainda é muito forte na população. O culto e as graças atribuídas à sua santidade começaram quanto ele ainda estava no seu leito de morte. Tanto que no interior da casa mãe da congregação foi preciso instalar um museu para abrigar as doações dos elementos testemunhais dos devotos, que lembram as graças alcançadas. E é curioso como o povo não permite que a imagem do fundador seja retirada do altar, onde foi colocada, para a sua simples apresentação, quando chegou. Era para ficar no museu, mas todos o querem ver alí, ao lado de Nossa Senhora das Dores.



O Papa João Paulo II proclamou Beato Caetano Errico em 2002, e designou o dia de sua morte para a homenagem litúrgica.



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

São Judas Tadeu



28/10 - Por um historiador grego, sabemos de Judas Tadeu iniciou, depois de recebido o Espírito Santo, a pregação de Jesus na Galiléia.


Passou para a Samaria e Iduméia e a outras localidades de população judaica. No ano 50, tomou parte no primeiro Concílio (assembléia de prelados católicos em que se trata de assuntos dogmáticos, doutrinários ou disciplinares), o de Jerusalém.


Em seguida, foi evangelizar a Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia. Neste país, recebeu a companhia de outro apóstolo, Simão. Além da Palavra, Judas Tadeu dava o testemunho de seu exemplo. Essa coerência de fé e de vida impressionou vivamente os pagãos que se convertiam ao Evangelho de Jesus, por meio de São Judas Tadeu.


Evidentemente, naquela época, isso acabou por provocar a fúria, inveja e despeito de falsos pregadores, de feiticeiros e de ministros pagãos. Foi uma pressão tão grande por parte dessa gente que acabaram por incitar parte da população contra os apóstolos. O movimento cresceu de tal forma que os apóstolos acabaram sendo trucidados com pauladas, lanças e machados. Isso, pelo ano de 70.


Assim, São Judas Tadeu foi mártir: mostrou que sua adesão a Jesus era tal, que testemunhava a fé com a doação da própria vida. A imagem de São Judas tem o livro que é a Palavra que ele pregou e a machadinha com a qual foi morto.


O corpo de São Judas foi, primeiro, inumado numa igreja construída na Babilônia em sua honra. Mais tarde, o corpo foi transportado para Jerusalém, quando os maometanos se apoderaram da Pérsia. No ano de 800, o imperador Carlos Magno transladou as relíquias de São Judas Tadeu para a Basílica de S. Saturnino de Tolosa, na França.


Por fim, os restos mortais de São Judas froam definitivamente transferidos para Roma, para a Basílica de São Pedro, junto ao túmulo do chefe dos apóstolos. Majestoso e artístico altar, é muito procurado pelos fiéis devotos de São Judas.



A Igreja marcou a festa litúrgica de São Judas Tadeu junto com São Simão seu companheiro de apostolado e de martírio, na provável data da morte: 28 de outubro de 70.



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Santo Elesbão



27/10 - No século VI a nação etíope situada a oeste do Mar Vermelho possuía seus maiores limites de fronteira, era um vasto reino que incluía outros povos além dos etíopes. O soberano era Elesbão, rei católico, contemporâneo do imperador romano Justiniano, muito estimado por todos os súditos e seu reino era uma fonte de propagação da fé cristã.



O reino vizinho, formado pelos hameritas, era chefiado por Dunaan, que renegara a fé convertendo-se ao judaímo. Nesta ocasião mandou matar todos os integrantes do clero e transformou as igrejas em sinagogas, tornando-se temido e famoso por seu ódio declarado aos cristãos.



Por isso, muitos deles, inclusive o arcebispo Tonfar, buscaram abrigo e proteção nas terras do rei Elesbão, pois até a própria esposa de Dunaan, chamada Duna foi morta por ele, juntamente com as filhas, por ser cristã. Os registros indicam que houve um verdadeiro massacre onde morreram cerca de quatro mil cristãos.



Elesbão decidiu reagir àquela verdadeira matança imposta aos irmãos católicos e declarou guerra a Dunaan. Liderando seu povo na fé e na luta, ganhou a guerra e a vizinhança passou a ser governada pelo rei Ariato, um cristão fervoroso.



Mas ele teve de vencer outra batalha ainda maior além dessa travada contra o inimigo, aquela contra si mesmo. Depois de um curto período de muita oração e penitência, aceitou o chamado de Deus. Abdicou do trono em favor do filho, seu sucessor natural, e dividiu seus tesouros entre os súditos pobres. Assim Elesbão partiu para Jerusalém, onde depositou sua coroa real na igreja do Santo Sepulcro e se retirou para dentro do deserto, vivendo como monge anacoreta, até morrer em 555.



No Brasil, a partir dos escravos, foi muito difundida a devoção de Santo Elesbão, o rei negro da Etiópia. Sua festa é celebrada em todo o mundo cristão, do ocidente e do oriente, no dia 27 de outubro, considerado o de sua morte.



terça-feira, 25 de outubro de 2011

São Crispim e São Crispiniano



25/10 - Crispim e Crispiniano eram irmãos de origem romana. Cresceram juntos e converteram-se ao cristianismo na adolescência. Ganhando a vida no oficio de sapateiro, eram muito populares, caridosos, e pregavam com ardor a fé que abraçaram. Quando a perseguição aos cristãos ficou mais insistente, os dois foram para a Gália, atual França.

As tradições seculares contam que, durante a fuga, na noite de Natal, os irmãos Crispim e Crispiniano batiam nas portas buscando refúgio, mas ninguém os atendia. Finalmente, foram abrigados por uma pobre viúva que vivia com um filho. Agradecidos a Deus, quiseram recompensá-la fazendo um novo par de sapatos para o rapazinho.

Trabalharam rápido e deixaram o presente perto da lareira. Mas antes de partir, enquanto todos ainda dormiam, Crispim e Crispiniano rezaram pedindo amparo da Providência Divina para aquela viúva e o filho. Ao amanhecer, viram que os dois tinham desaparecido e encontraram o par de sapatos cheio de moedas.

Quando alcançaram o território francês, os dois irmãos estabeleceram-se na cidade de Soissons. Lá, seguiram uma rotina de dupla jornada, isto é, de dia eram missionários e à noite, em vez de dormir, trabalhavam numa oficina de calçados para sustentar-se e continuar fazendo caridade aos pobres. Quando a cruel perseguição imposta por Roma chegou a Soissons, era época do imperador Diocleciano e a Gália estava sob o governo de Rictiovaro. Os dois irmãos foram acusados e presos. Seus carrascos os torturaram até o limite, exigindo que abandonassem publicamente a fé cristã. Como não o fizeram, foram friamente degolados, ganhando a coroa do martírio.

O Martirológio Romano registra que as relíquias dos corpos desses dois nobres romanos mártires estavam sepultadas na belíssima igreja de Soissons, construída no século VI. Depois, parte delas foi transportada para Roma, onde foram guardadas na igreja de São Lourenço da via Panisperna.

A Igreja celebra os santos Crispim e Crispiniano como padroeiros dos sapateiros no dia 25 de outubro. Essa profissão, uma das mais antigas da humanidade, era muito discriminada, por estar sempre associada ao trabalho dos curtidores e carniceiros. Mas o cristianismo mudou a visão e ela foi resgatada graças ao surgimento dos dois santos sapateiros, chamados de mártires franceses.



sábado, 22 de outubro de 2011

Santa Maria Salomé



22/10 - Maria Salomé era casada com Zebedeu, mãe de São João, o evangelista e de São Tiago, o maior ( conhecido nos países de língua inglesa como Saint James, the Greater) e seria prima da Virgem Maria. Era uma das três Marias que ajudaram Jesus durante o inicio de seu ministério e o acompanharam nas suas viagens e testemunharam a sua crucificação, a retirada do corpo, e a sua ressurreição. O evangelista São Marcos menciona Salomé como uma das mulheres que vieram com Madalena untar com óleos (costume da época) o corpo de Jesus na manhã da ressurreição.

Diz os Evangelhos que Jesus e Salomé em uma conversa, ela pede a Jesus para coloca-la e seus filhos com Ele em Seu Reino no céu. É que Tiago e João o seguiriam seu exemplo de humildade e sacrifícios para ganhar e merecer seus lugares lá. A lenda diz que após a ressurreição ela foi para Veroli, Itália e passou o resto de sua vida espalhando a Boa Nova . Na arte litúrgica da Igreja ela é representada algumas vezes com Maria Cleophas amparando a Virgem Maria durante a crucificação e/ou presente com Maria Madalena na ressurreição, ou com os filhos João e Tiago em seus braços. As vezes ela é mostrada no Natal porque existe uma possibilidade de que, como ela era parteira, teria ido ao estábulo em Belém, feito o parto de Maria e se converteu. Santo Ambrósio, estudioso do assunto, diz que existe ainda a possibilidade dela ser irmã de Maria. É padroeira da Veroli, na Itália.


Fonte: www.santosdaigrejacatolica.com

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

São Rodolfo



17/10 - Rodolfo nasceu no ano 1034, em Perugia, Itália. A sua família pertencia à nobreza local e era muito influente na Corte. Mas motivada pelas pregações do monge Pedro Damião, decidiu abandonar os hábitos mundanos e retornar o caminho do seguimento de Cristo. Esse monge fundara um mosteiro de eremitas na vizinhança de Fonte Avelana e a fama de sua santidade corria veloz no meio do mundo cristão.



Com a morte do pai, Rodolfo e seu irmão Pedro abriram mão da herança em favor da mãe e de João, o irmão caçula, para ingressarem no mosteiro de Pedro Damião. Porém, algum tempo depois, mãe e irmão caçula também optaram pela vida religiosa daquela comunidade, que os acolheu após doarem toda a fortuna da família para a Igreja.



Fonte Avelana tornara-se um verdadeiro viveiro de eremitas, pois desse mosteiro saíram os grandes renovadores da Igreja. Dentre eles, os três irmãos: Rodolfo, Pedro e João, discípulos de Pedro Damião, hoje celebrado como santo e doutor da Igreja. Nessa nova comunidade religiosa, a vida era simples, voltada apenas ao trabalho, à caridade aos pobres e doentes, dedicada à penitência e à oração contemplativa. No período medieval, foi um verdadeiro oásis que surgiu para a revitalização da vida monástica, uma vez que a Igreja ocidental vivia um grande desgaste com os conflitos internos, causados pela ambição e a ganância dos bispos e sacerdotes, mais interessados nos bens mundanos do que na condução do rebanho do Senhor.



Aos vinte e cinco anos de idade, Rodolfo recebeu a ordenação sacerdotal e, mesmo a contragosto, foi consagrado bispo de Gubio, cidade próspera e rica da região. Porém era uma diocese muito problemática para a Igreja. Os bispos anteriores haviam instituído o que se chamou de "ressarcimento", isto é, os sacramentos eram condicionados a pagamentos e não aos méritos ou à vocação religiosa. Enquanto alguns sacerdotes pediam dinheiro para a absolvição dos pecados, outros queriam comissões para ordenar os sacerdotes.



Rodolfo assumiu o posto e combateu tudo com firmeza, dentro do exemplo de fiel pastor. Vestia-se sempre com as mesmas roupas, velhas e surradas, fosse qual fosse o tempo ou a estação. Comia pouco, impondo-se um severo jejum. Dormia quase nada, mantendo-se em vigília constante, na oração e penitência. Percorria toda a diocese, e mantinha-se incansável, sempre pronto a atender os pobres, doentes e abandonados. Tornou-se o exemplo de humildade e de caridade cristã, um verdadeiro sacerdote da Igreja. Apenas com seu comportamento ele conseguiu recolocar Gubio no verdadeiro caminho do amor a Cristo e à Virgem Santíssima.



Foram cinco anos dedicados à diocese de Gubio, durante os quais participou do Concílio Romano, em 1059, como seu bispo. Rodolfo morreu jovem, com apenas trinta anos de idade, em 26 de junho de 1064, consumido pela fadiga e vida excessivamente austera. Entretanto a sua obra não chegou a ser interrompida, pois foi substituído por seu irmão João, que seguiu o seu exemplo de bispo benevolente com o rebanho, mas rigoroso consigo mesmo.



A figura do bispo Rodolfo tornou-se conhecida através da carta escrita por seu mestre, Pedro Damião, para comunicar sua morte ao papa Alexandre II. Nela, foi descrito como um homem de profundo espírito religioso e possuidor de grande cultura teológica e bíblica. A única pessoa a quem confiava seus escritos para serem corrigidos de possíveis distorções da doutrina católica e para a correta interpretação do Evangelho.



As relíquias de são Rodolfo, guardadas na Catedral de Gubio, foram destruídas durante as reformas executadas em 1670. Entretanto isso nada significou para seus devotos, que continuam a comemorá-lo no dia 17 de outubro, data oficial da sua festa.