sexta-feira, 2 de abril de 2010

São Francisco de Paula


02/04 - Tiago era um simples lavrador que extraia do campo o sustento da família. Muito católico, tinha o costume de rezar enquanto trabalhava, fazia seguidos jejuns, penitências e praticava boas obras. Sua esposa chamava-se Viena e, como ele, era boa, virtuosa e o acompanhava nos preceitos religiosos. Demoraram a ter um filho, tanto que pediram a são Francisco de Assis pela intercessão da graça de terem uma criança, cuja vida seria entregue a serviço de Deus, se essa fosse sua vontade. E foi o que aconteceu: no dia 27 de março de 1416, nasceu um menino que recebeu o nome de Francisco, em homenagem ao Pobrezinho de Assis.

Aos onze anos, Francisco foi viver no convento dos franciscanos de Paula, dois anos depois vestiu o hábito, mas teve de retornar para a família, pois estava com uma grave enfermidade nos olhos. Junto com seus pais, pediu para que são Francisco de Assis o ajudasse a ficar curado. Como agradecimento pela graça concedida, a família seguiu em peregrinação para o santuário de Assis, e depois a Roma. Nessa viagem, Francisco recebeu a intuição de tornar-se um eremita. Assim, aos treze anos foi dedicar-se à oração contemplativa e à penitência nas montanhas da região.

Viveu por cinco anos alimentando-se de ervas silvestres e água, dormindo no chão, tendo como travesseiro uma pedra. Foi encontrado por um caçador, que teve seu ferimento curado ao toque das mãos de Francisco, que o acolheu ao vê-lo ferido.

Depois disso, começou a receber vários discípulos desejosos de seguir seu exemplo de vida dedicada a Deus. Logo Francisco de Paula, como era chamado, estava à frente de uma grande comunidade religiosa. Fundou, primeiro, um mosteiro e com isso consolidou uma nova ordem religiosa, a que deu o nome de "Irmãos Mínimos". As Regras foram elaboradas por ele mesmo. Seu lema era: "Quaresma perpétua", o que significava a observância do rigor da penitência, do jejum e da oração contemplativa durante o ano todo, seguida da caridade aos mais necessitados e a todos que recorressem a eles.

Milhares de homens decidiram abandonar a vida do mundo e foram para o mosteiro de Francisco de Paula, por isso teve de fundar muitos outros. A fama de seus dons de cura, prodígios e profecia chegou ao Vaticano, e o papa Paulo II resolveu mandar um comissário pessoalmente averiguar se as informações estavam corretas. E elas estavam, constatou-se que Francisco de Paula era portador de todos esses dons. Ele previu a tomada de Constantinopla pelos turcos, muitos anos antes que fosse sequer cogitada, assim como a queda de Otranto e sua reconquista pelos cristãos.

Diz a tradição que os poderosos da época tinham receio de suas palavras proféticas, por isso, sempre que Francisco solicitava ajuda para suas obras de caridade, era prontamente atendido. Quando não o era, ele dizia que não deviam esquecer que Jesus dissera que depois da morte eles seriam inquiridos sobre o tipo de administração que fizeram aqui na terra, e só essa lembrança era o bastante para receber o que havia pedido para os pobres.

Depois, o papa Sixto IV mandou que Francisco de Paula fosse à França, pois o rei, Luís XI, estava muito doente e desejava preparar-se para a morte ao lado do famoso monge. A conversão do rei foi extraordinária. Antes de morrer, restabeleceu a paz com a Inglaterra e com a Espanha e nomeou Francisco de Paula diretor espiritual do seu filho, o futuro Carlos VIII, rei da França.

Francisco de Paula teve a felicidade de ver a Ordem dos Irmãos Mínimos aprovada pela Santa Sé em 1506. Ele morreu aos noventa e um anos de idade, no dia 2 de abril de 1507, na cidade francesa de Plessis-les-Tours, onde havia fundado outro mosteiro. A fama de sua santidade só fez aumentar, tanto que doze anos depois, em 1519, o papa Leão X autorizou o culto de são Francisco de Paula, cuja festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

São Valério


01/04 - Valério nasceu no ano 565, em Auvergne, na França. Sua família era muito pobre e ele trabalhava no campo. Ainda pequeno, tinha uma enorme sede de saber e, para aprender a ler e escrever, ele mesmo foi procurar um professor, e pediu que lhe ensinasse o alfabeto.

Mais depressa que qualquer outro de sua idade, Valério já dominava a escrita e a leitura. Após conhecer a Sagrada Escritura, procurou um parente sacerdote que vivia num mosteiro próximo. Passou ali alguns dias, percebeu sua vocação para a vida religiosa e pediu seu ingresso naquela comunidade. Depois de um bom tempo realizando várias tarefas internas, foi aceito e recebeu as ordens sacerdotais.

Pouco depois se mudou para um mosteiro sob a direção espiritual de Columbano, o grande evangelizador da Gália, atual França, que depois foi canonizado, onde aconteceu seu primeiro prodígio. Designado para cuidar da horta do convento, sem nenhum produto a não ser com o trabalho de suas próprias mãos, acabou com as pragas que assolavam anualmente as plantações.

Tornou-se tão conhecido na região e tão respeitado internamente, que foi testado em sua humildade. Com autorização do abade Columbano, procurou o rei Clotário, conseguindo dele um grande terreno para construir um mosteiro, em Leuconai, na França. Logo depois o local já contava também com uma igreja e várias celas para religiosos.

A fama do sacerdote Valério se propagou ainda mais, de modo que dezenas de homens, jovens e idosos, procuravam o convento para ingressarem à vida religiosa sob a sua orientação. Mas, novamente sentiu-se impelido ao trabalho de evangelização. Na companhia de seu auxiliar Valdolem, viajou por todo o país pregando e convertendo pagãos.

Diz a tradição que o monge Valério possuía o dom da cura e há vários relatos sobre elas. Como a de um paralítico que voltou a andar ao toque de suas mãos e muitos doentes desenganados que se curavam na hora, na presença da população. Além disso tinha o dom da profecia e um dom especial sobre os animais. Conta-se que, quando passava pela floresta, os pássaros vinham ao seu encontro, o seguiam, pousavam em suas mãos, braços e ombros, pareciam que "conversavam" com ele.

Valério morreu no dia primeiro de abril de 619, no mosteiro de Leuconai, depois de converter milhares de pagãos, ter feito muitos discípulos e ter entregado sua vida à Deus, através do seu vigoroso e intenso apostolado. O culto de São Valério se propagou rapidamente, inclusive porque o rei Hugo, seu devoto, dizia que o Santo costuma orienta-lo em sonho, sendo muito festejado, além da França, na Itália, Alemanha e Inglaterra, no dia de sua morte.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Santa Léia


22/03 - Pouco se conhece sobre a vida de Léia, uma rica romana que quando ficou viúva, ainda jovem, recusou um novo casamento, como era o costume da época, para se juntar à Marcela, abadessa de uma comunidade, criada em sua própria residência em Aventino, Roma. O local, depois se tornou um dos mosteiros fundados e dirigidos por Jerônimo, que se tornou santo, doutor da Igreja e bispo de Hipona, na África do Norte, e que viveu também nesse período, na cidade eterna.

Léia recusara ninguém menos que Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano designado prefeito da Urbe, que lhe proporcionaria uma vida ainda mais luxuosa, pelo prestigio e privilégios que envolviam aquele cargo. Teria uma vila inteira como moradia e incontáveis criados para atendê-la. Entretanto, Léia preferiu viver numa cela pequena, fria e escura, com simplicidade e dedicada à oração, à caridade e à penitência.

A jovem abandonou os finos vestidos para usar uma roupa tosca de saco rude e fazia questão de realizar as tarefas mais humildes, assumindo uma atitude de escrava para as outras religiosas. Passava noites inteiras em oração e quando fazia obras beneméritas, o fazia escondido, para não chamar a atenção de ninguém e não receber nenhuma recompensa ou reconhecimento pelos seus atos. Por isso, Léia foi eleita Madre superiora, trabalho que exerceu durante o resto de seus dias com alegria, tranqüilidade e a mesma humildade.

Esses poucos dados sobre Léia estão contidos numa carta escrita pelo bispo Jerônimo, quando soube da sua morte, em 384. Curiosamente, ela morreu em Roma, no mesmo ano em que faleceu Vécio, o consul, rejeitado por ela .

Na ocasião dessas mortes, Jerônimo já havia se retirado de Roma para viver solitariamente perto de Belém, depois de ter sido caluniado. Retirou-se para um mosteiro e continuou dirigindo o que havia fundado, na residência romana. Na carta, que ele enviou à essas religiosas, fez um paralelo entre as duas mortes, mostrando que antes o riquíssimo cônsul usava as mais finas vestes púrpuras e agora estava envolto em escuridão, enquanto, Léia, antes vestida de rude roupa de saco, agora vivia na luz e na glória, por ter percorrido o caminho da santidade.

Logo foi venerada pelo povo que trazia Santa Léia, no coração e na memória. Até porque era difícil compreender, mesmo depois de passado tanto tempo, a troca que fizera do posto de primeira dama romana pela de abnegação de monja. Contudo, foi assim que Santa Léia escolheu viver, na entrega total ao Senhor ela encontrou a maneira de alcançar seu lugar ao lado de Deus na eternidade.

sábado, 20 de março de 2010

Santo Ambrósio de Sena


20/03 - Lembramos neste dia, o testemunho de Santo Ambrósio de Sena, um grande pregador dominicano, que nasceu em Sena no ano de 1220. De nobre família, Ambrósio sofreu com o orgulho dos seus, que lutavam como outros, pela busca de poder.

Santo Ambrósio, quando nasceu, estava com seu corpo deformado e injustamente sua família o rejeitou, ao deixarem-no escondido e entregue a uma ama de leite, que precisava mantê-lo longe do castelo.

Aconteceu que o menino Ambrósio, providencialmente estava aos cuidados de uma mulher de grande fé, a ponto de ser levado repetidas vezes à Igreja, onde recebeu fervorosas orações que resultaram num processo de cura, levando-o a uma total e perfeita restauração física.

Curado, Santo Ambrósio foi recebido em sua família e pôde, como jovem sério, estudioso e muito caridoso, usar do palácio como se fosse um hospital para tratar dos pobres, doentes e rejeitados.

Mais tarde, com dezoito anos, entrou na Ordem mendicante dos Dominicanos, onde se despontou como grande pregador do Evangelho que buscava em tudo vivê-lo. Evangelizador carismático, operou em Cristo e pelo Espírito, milagres e conversões na Alemanha, Hungria, Itália e principalmente em Sena, onde nasceu e morreu durante um sermão.

terça-feira, 16 de março de 2010

Santa Luisa de Marillac


16/03 - A Santa, que lembramos neste dia, nasceu em Paris, no ano de 1591, com o nome de Luísa. Recebeu ótima formação humana e cristã. Casou-se com Antônio e tiveram apenas um filho. Depois de um certo tempo, Antônio morreu, mas Luísa, em Deus, conseguiu superar a dor da perda.

Santa Luísa, muito religiosa, começou a fazer direção espiritual com São Vicente de Paulo, que percebendo o coração de Luísa, a envolveu nas confrarias de caridade. Esta mulher de Deus se identificou e assumiu com tanto amor a obra de caridade para com os doentes e pobres, que não demorou em tomar a liderança deste projeto de Deus, até fundar, no ano de 1634, a Congregação das Irmãs da Caridade.

O lema desta Congregação era o clamor de São Paulo: "A caridade de Cristo me impele". Mesmo nos tempos mais difíceis, Santa Luísa viveu plenamente o carisma com suas irmãs, as quais iam crescendo em número e santidade.

Durante uma peste que arruinou Paris, Santa Luísa chegou a atender todas as classes sociais, já que na sua espiritualidade encarnada, via e servia a Cristo no pobre. Entrou no Céu com 70 anos, depois de haver se consumido na caridade para com os irmãos.

segunda-feira, 15 de março de 2010

São Clemente Hofbauer


15/03 - Certo dia numa taberna de Varsóvia entrava um sacerdote pedindo esmola um jogador ao vê-lo o insulta e lhe cospe na cara. O padre enxuga o rosto e diz tranquilamente: “Amigo, isso é para mim, peço-lhe agora alguma coisa para meus órfãos”. O malcriado sentiu-se vencido e lhe deu generosa oferta tornando-se amigo daquele humilde sacerdote, que se chamava Clemente Hofbauer: o santo que a Igreja hoje comemora.

Clemente nasceu na Moravia em 26 de dezembro de 1751, de pais muito humildes e pobres, mas muito piedosos.

Foi o nono de uma família de doze irmãos e quando tinha apenas 7 anos seu pai faleceu. A mãe, santa senhora, consolou Clemente e diante do crucifixo lhe disse: “Meu filho, de hoje em diante é este teu Pai procura andar sempre no caminho que lhe é agradável”.

Os exemplos e bons conselhos da sua mãe sempre eram seguidos por Clemente que em casa, na escola, na igreja se destacava como modelo para seus irmãos e companheiros.
Manifestava sempre o desejo de ser sacerdote e missionário mas devido sua precária situação financeira nunca lhe era possível.

Certa ocasião já com 34 anos de idade consegue entrar na Congregação dos padres Redentoristas em Roma, e se tornar sacerdote juntamente com seu amigo e conterrâneo Tadeo Huezl.

Terminando os estudos Clemente deseja poder fundar em sua terra, na Áustria a Congregação do Santíssimo Redentor.

Lá em Viena foi impossível a instalação desta Congregação pois o governo de José II da Áustria era completamente contra, tanto na capital como em qualquer outra parte do império.

Depois de consultar seus superiores, resolvem ir para Varsóvia na Polonia, e lá se instalam na Igreja de São Benone surgindo ai um apostolado bem prodigioso, curando almas numa colônia de alemães.

Diariamente havia na igreja duas práticas em alemão e duas em polonês. As confissões e comunhões aumentavam cada dia.

Com fé inabalável na Providência Divina foi empreendendo obras de caridade e salvando almas e num espaço de poucos anos fundou três conventos redentoristas.

As contínuas guerras deixavam o povo na miséria e a sorte das crianças também comovia muito o homem de Deus Clemente, o qual fundou um abrigo onde cuidava dessas crianças com o pão material, espiritual e estudos.

Certa época o governo mandou fechar essas casas e levou presos os religiosos. Depois de passar este conturbado período Clemente voltou para Viena e conseguiu realizar seu sonho: por 12 anos foi a alma da renovação religiosa na Áustria, principalmente em Viena.

Era amável, paciente e caridoso sem limites, amava a Igreja e a salvação das almas. Faleceu aos 70 anos em 15 de março de 1820 e nesse dia a cidade inteira de Viena chorou por ter perdido seu pai e apóstolo.

sexta-feira, 5 de março de 2010

São José da Cruz


05/03 - São José da Cruz, nasceu na cidade de Ísquia, próximo de Nápoles, no ano de 1625. Foi batizado com o nome de Caitano.

Era admirador de São Francisco de Assis, procurando encarnar em si o exemplo de vida evangélica do Pobrezinho de Assis, ingressando, portanto na Ordem dos franciscanos.

Fundou o primeiro convento da Ordem no ano de 1671 em Piemonte, tornando-se mestre de noviços e depois provincial e geral da Ordem de Franciscana, se despojando de tudo.

Possuía somente um hábito de pano grosso, que usou 65 anos e até sua morte.

São José da Cruz dedicou toda a sua vida aos pobres, socorrendo-os em suas necessidades. Morreu no ano de 1737, com 84 anos de idade. Foi canonizado por Gregório XVI.