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domingo, 17 de junho de 2012

São Manoel

17/06 - Manuel ou Manoel, provém do nome bíblico Emanuel com que foi chamado o Messias, na famosa profecia de Isaías (7,14) e significa: “Deus conosco”. Este nome é sobejamente usado entre os povos espanhóis e portugueses. Encontra larga acolhida também n Brasil que, inclusive, dedica três municípios a São Manuel.

O Martirológico Romano cita só dois santos com este nome; o primeiro no dia 26 de março, era um militar de data incerta que sofreu o martírio com mais outros trinta e nove, entre os quais, se fez menção também de Quadrado e Teodósio. O martírio destes se deu na Ásia Menor.

O segundo é o que está sendo comemorado neste dias pelo Martirológico, com estas palavras: “Em Calcedônia, os santos mártires Manuel, Sabel e Ismael, que foram mandados como embaixadores pelo rei da Pérsia, para pedir a paz a Juliano apóstata. Quis este imperador obrigá-los a adorar os ídolos e, porque se recusaram constantemente a fazer tal coisa, mandou-os matar”.

Situamos este breve fato em seu contexto histórico.

A Igreja tinha finalmente adquirido a liberdade religiosa com o “Edito de Milão”, em 313, por obra do magnânimo imperador Constantino Magno. Há cinquenta anos, estava gozando desta liberdade que lhe possibilitara uma larga expansão, favorecida, inclusive, pelo batismo recebido pelo próprio imperador Constantino.

Deu-se, porém, uma guinada brusca nesta situação por obra de um sobrinho de Constantino, chamado Juliano, que se tornou apóstata, isto é, traidor da fé. A ambição e o orgulho desmedido, aliados a desvios na educação que ficou a cargo de mestres pagãos. Acérrimos inimigos do Cristianismo, levaram Juliano a regenerar o próprio batismo e iniciar-se nas crendices pagãs.

Sucessos no setor militar e circunstâncias favoráveis levaram Juliano ao mais alto grau da magistratura romana e a ser proclamado imperador, em 361. Tomou então uma atitude de hostilidade contra o Cristianismo, querendo restabelecer os prestígios da mitologia greco-romana. Voltou para a Igreja o tempo do terror, reabriram-se as portas dos cárceres para os cristãos. O principal objetivo de Juliano era barrar a marcha da religião de Cristo que, por desprezo chamava de Galileu, mesmo com o uso de violência.

Em 363, Juliano decidiu travar guerra contra os persas que ameaçavam continuamente os confins do Império Romano no Oriente. Inicialmente, conseguiu ótimos sucessos militares que induziram o rei dos persas a solicitar a paz com Roma.

Foi neste contexto, que se deu a embaixada persa junto ao imperador Juliano para negociar a paz. Escolhidos para esta delicada missão foram três nobres: Manuel, Sabel, Ismael, pertencentes ao exíguo número de cristãos viventes no Império Persa.

As negociações para a paz não tiveram sucesso, pelo contrário, a condição cristã dos três enviados irritou o imperador Juliano, que descarregou neles seu ódio contra o Cristianismo e contra os persas. Submeteu os embaixadores a humilhante processo. Recusando dobrar-se perante a imposição do imperador, a fim de que adorassem os ídolos, foram submetidos a cruéis tormentos e, por fim, decapitados. Era o ano 363.

O castigo de Deus contra o imperador apóstata não tardou. Os persas, ofendidos sobremaneira pela matança de seus embaixadores, redobraram seus esforços na guerra e conseguiram uma virada na situação. O próprio imperador Juliano foi ferido de morte. Uma antiga tradição diz que, vendo-se golpeado de morte, Juliano teria dado um grito de desespero contra Cristo, com estas palavras: “Vencestes, ó Galileu!”

Com sua morte, terminou definitivamente a perseguição, e a Igreja voltou a viver em paz. Se a história não nos forneceu maiores notícias relativas a São Manuel, o fato do martírio, como suprema prova de amor a Cristo, já é um gesto que o torna altamente merecedor de nossa veneração.

“Chamar alguém de ‘mártir’, disse Santo Agostinho, é fazer-lhe o mais alto dos elogios!”