domingo, 30 de outubro de 2011

Beata Maria Restituta Kafka



30/10 - No dia 1º de maio de 1894 nasceu Helene, filha de Anton e Maria Kafka na cidade de Brno, atual República Checa. Naquele tempo a região se chamava Morávia que estava sob o governo do imperador austríaco Francisco José. No ano de 1896, a família Kafka se transferiu para Viena, capital do Império.

Helene concluiu os estudos com o diploma de enfermeira e o desejo de se tornar religiosa. Inicialmente ela se conformou com a negativa dos pais, mas ao completar vinte anos, ingressou na congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, com a benção da família. Como religiosa adotou o nome de sua mãe e o de uma mártir do primeiro século. Assim passou a se chamar irmã Maria Restituta.

Porém, logo recebeu o apelido carinhoso de "irmã Resoluta", pelo modo cordial e decidido e por sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No hospital de Modling, em Viena, a religiosa se tornou uma referência para os médicos, enfermeiras e especialmente para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor.

Irmã Restituta durante muitos anos serviu a Deus nos doentes, pelos quais se dedicou incansavelmente. Em março de 1938, Hitler mandou o exercito ocupar a Áustria. Viena se tornou uma das bases centrais do comando nazista alemão. Irmã Restituta se colocou logo contrária a toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que sendo favorável à vida não apoiaria jamais ao nazismo de Hitler, fosse qual fosse o preço.

Por isto, quando os nazistas retiravam o Crucifixo também das salas de cirurgias, ela serenamente o recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando o comando e os soldados nazistas. Como não se submetia e muito menos se "dobrava", os nazistas a eliminaram. Foi presa em 1942. Para ela, que era chamada irmã "Resoluta", a prisão se tornou uma espécie de lugar de graça, para honrar o nome com que se tinha consagrado: Restituta, aquela que foi restituída para Deus. Por isto, olhando para a força redentora da Cruz, sua consciência da Vida Eterna se tornou mais verdadeira no coração. A coragem que lhe era própria se tornou mais firme.

Irmã Resoluta esperou cinco meses na prisão para morrer. Em 30 de março de 1943, foi decapitada. Para as franciscanas mandou uma mensagem: "Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer". E na frente dos assassinos nazistas, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, irmã Restituta disse ao capelão: "Padre, me faça na testa o sinal da Cruz".

O papa João Paulo II elevou a Irmã Maria Restituta Kafka ao altar para ser reverenciada como Beata no dia 30 de outubro, em 1998 em Viena, Áustria.


Fonte: www.paroquiaimaculada.com.br

sábado, 29 de outubro de 2011

Beato Caetano Errico



29/10 - A cidade de Secondigliano, grande e populosa do norte de Nápoles, Itália, é mais conhecida como uma região de mafiosos do que de santos. Os problemas dos seus habitantes são inúmeros. Dentre os principais estão: as facções da máfia, a corrupção social e política que somados desestruturam o sistema de serviços e a consciência, propiciando a formação de ganges de todos os tipos de tráficos. Mas ela também tem boas obras. Como a do Padre Caetano Errico, que fundou em 1833 a Congregação dos "Missionários do Sagrado Coração de Jesus e de Maria".



A estátua do Padre Caetano é bem visível de qualquer ângulo da cidade. Com a mão direita, ele abençoa, e com a mão esquerda, empunha o crucifixo. A sua figura é imponente, não apenas pela beleza plástica da escultura. Ele era realmente um homem grande, alto e bem forte, um gigante na santidade e na figura humana. Em 1791, essa cidade era pequena, uma planície com muito ar puro e úmido no final da tarde, chamada de Casale Régio da Cidade de Nápoles. Foi neste ano que Caetano Errico nasceu, no dia 19 de outubro. Era o segundo filho dos nove filhos de Pasqual, modesto fabricante de macarrão, e de Maria. Quando mostrou vocação para a vida religiosa logo obteve apoio da família. Aos dezesseis anos ingressou no seminário e, em 1815, recebeu a ordenação sacerdotal. Desde então seu apostolado será todo feito na igreja paroquial de São Cosme e Damião, da sua cidade natal.



Em 1818, durante a pregação, tem uma inspiração divina para fundar uma congregação religiosa. Iniciou imediatamente pela construção de uma igreja dedicada à Nossa Senhora das Dores. Entre inúmeras dificuldades, a igreja foi erguida e abençoada doze anos depois, em 1830. Mas teve de esperar outros cinco anos, para adquirir a imagem de madeira de Nossa Senhora das Dores e coloca-la no altar onde permanece até hoje.


Além do trabalho pastoral da igreja, agora Caetano se ocupava com a construção da casa para abrigar a nova congregação de padres. Decidiu que seria dedicada em honra do sagrado coração de Jesus e Maria. E nela empenhou toda a sua vida, que durou sessenta e nove anos de idade. Morreu em 29 de outubro de 1860.



Padre Caetano Errico foi homem de oração, de penitência, dedicava muito tempo ao atendimento das confissões e auxiliava materialmente, com suas obras, os marginalizados e pobres de toda a cidade e redondeza. Hoje essa herança é distribuída através dos padres missionários dos sagrados corações. Mas a memória e veneração ao Padre Caetano está muito presente e ainda é muito forte na população. O culto e as graças atribuídas à sua santidade começaram quanto ele ainda estava no seu leito de morte. Tanto que no interior da casa mãe da congregação foi preciso instalar um museu para abrigar as doações dos elementos testemunhais dos devotos, que lembram as graças alcançadas. E é curioso como o povo não permite que a imagem do fundador seja retirada do altar, onde foi colocada, para a sua simples apresentação, quando chegou. Era para ficar no museu, mas todos o querem ver alí, ao lado de Nossa Senhora das Dores.



O Papa João Paulo II proclamou Beato Caetano Errico em 2002, e designou o dia de sua morte para a homenagem litúrgica.



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

São Judas Tadeu



28/10 - Por um historiador grego, sabemos de Judas Tadeu iniciou, depois de recebido o Espírito Santo, a pregação de Jesus na Galiléia.


Passou para a Samaria e Iduméia e a outras localidades de população judaica. No ano 50, tomou parte no primeiro Concílio (assembléia de prelados católicos em que se trata de assuntos dogmáticos, doutrinários ou disciplinares), o de Jerusalém.


Em seguida, foi evangelizar a Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia. Neste país, recebeu a companhia de outro apóstolo, Simão. Além da Palavra, Judas Tadeu dava o testemunho de seu exemplo. Essa coerência de fé e de vida impressionou vivamente os pagãos que se convertiam ao Evangelho de Jesus, por meio de São Judas Tadeu.


Evidentemente, naquela época, isso acabou por provocar a fúria, inveja e despeito de falsos pregadores, de feiticeiros e de ministros pagãos. Foi uma pressão tão grande por parte dessa gente que acabaram por incitar parte da população contra os apóstolos. O movimento cresceu de tal forma que os apóstolos acabaram sendo trucidados com pauladas, lanças e machados. Isso, pelo ano de 70.


Assim, São Judas Tadeu foi mártir: mostrou que sua adesão a Jesus era tal, que testemunhava a fé com a doação da própria vida. A imagem de São Judas tem o livro que é a Palavra que ele pregou e a machadinha com a qual foi morto.


O corpo de São Judas foi, primeiro, inumado numa igreja construída na Babilônia em sua honra. Mais tarde, o corpo foi transportado para Jerusalém, quando os maometanos se apoderaram da Pérsia. No ano de 800, o imperador Carlos Magno transladou as relíquias de São Judas Tadeu para a Basílica de S. Saturnino de Tolosa, na França.


Por fim, os restos mortais de São Judas froam definitivamente transferidos para Roma, para a Basílica de São Pedro, junto ao túmulo do chefe dos apóstolos. Majestoso e artístico altar, é muito procurado pelos fiéis devotos de São Judas.



A Igreja marcou a festa litúrgica de São Judas Tadeu junto com São Simão seu companheiro de apostolado e de martírio, na provável data da morte: 28 de outubro de 70.



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Santo Elesbão



27/10 - No século VI a nação etíope situada a oeste do Mar Vermelho possuía seus maiores limites de fronteira, era um vasto reino que incluía outros povos além dos etíopes. O soberano era Elesbão, rei católico, contemporâneo do imperador romano Justiniano, muito estimado por todos os súditos e seu reino era uma fonte de propagação da fé cristã.



O reino vizinho, formado pelos hameritas, era chefiado por Dunaan, que renegara a fé convertendo-se ao judaímo. Nesta ocasião mandou matar todos os integrantes do clero e transformou as igrejas em sinagogas, tornando-se temido e famoso por seu ódio declarado aos cristãos.



Por isso, muitos deles, inclusive o arcebispo Tonfar, buscaram abrigo e proteção nas terras do rei Elesbão, pois até a própria esposa de Dunaan, chamada Duna foi morta por ele, juntamente com as filhas, por ser cristã. Os registros indicam que houve um verdadeiro massacre onde morreram cerca de quatro mil cristãos.



Elesbão decidiu reagir àquela verdadeira matança imposta aos irmãos católicos e declarou guerra a Dunaan. Liderando seu povo na fé e na luta, ganhou a guerra e a vizinhança passou a ser governada pelo rei Ariato, um cristão fervoroso.



Mas ele teve de vencer outra batalha ainda maior além dessa travada contra o inimigo, aquela contra si mesmo. Depois de um curto período de muita oração e penitência, aceitou o chamado de Deus. Abdicou do trono em favor do filho, seu sucessor natural, e dividiu seus tesouros entre os súditos pobres. Assim Elesbão partiu para Jerusalém, onde depositou sua coroa real na igreja do Santo Sepulcro e se retirou para dentro do deserto, vivendo como monge anacoreta, até morrer em 555.



No Brasil, a partir dos escravos, foi muito difundida a devoção de Santo Elesbão, o rei negro da Etiópia. Sua festa é celebrada em todo o mundo cristão, do ocidente e do oriente, no dia 27 de outubro, considerado o de sua morte.



terça-feira, 25 de outubro de 2011

São Crispim e São Crispiniano



25/10 - Crispim e Crispiniano eram irmãos de origem romana. Cresceram juntos e converteram-se ao cristianismo na adolescência. Ganhando a vida no oficio de sapateiro, eram muito populares, caridosos, e pregavam com ardor a fé que abraçaram. Quando a perseguição aos cristãos ficou mais insistente, os dois foram para a Gália, atual França.

As tradições seculares contam que, durante a fuga, na noite de Natal, os irmãos Crispim e Crispiniano batiam nas portas buscando refúgio, mas ninguém os atendia. Finalmente, foram abrigados por uma pobre viúva que vivia com um filho. Agradecidos a Deus, quiseram recompensá-la fazendo um novo par de sapatos para o rapazinho.

Trabalharam rápido e deixaram o presente perto da lareira. Mas antes de partir, enquanto todos ainda dormiam, Crispim e Crispiniano rezaram pedindo amparo da Providência Divina para aquela viúva e o filho. Ao amanhecer, viram que os dois tinham desaparecido e encontraram o par de sapatos cheio de moedas.

Quando alcançaram o território francês, os dois irmãos estabeleceram-se na cidade de Soissons. Lá, seguiram uma rotina de dupla jornada, isto é, de dia eram missionários e à noite, em vez de dormir, trabalhavam numa oficina de calçados para sustentar-se e continuar fazendo caridade aos pobres. Quando a cruel perseguição imposta por Roma chegou a Soissons, era época do imperador Diocleciano e a Gália estava sob o governo de Rictiovaro. Os dois irmãos foram acusados e presos. Seus carrascos os torturaram até o limite, exigindo que abandonassem publicamente a fé cristã. Como não o fizeram, foram friamente degolados, ganhando a coroa do martírio.

O Martirológio Romano registra que as relíquias dos corpos desses dois nobres romanos mártires estavam sepultadas na belíssima igreja de Soissons, construída no século VI. Depois, parte delas foi transportada para Roma, onde foram guardadas na igreja de São Lourenço da via Panisperna.

A Igreja celebra os santos Crispim e Crispiniano como padroeiros dos sapateiros no dia 25 de outubro. Essa profissão, uma das mais antigas da humanidade, era muito discriminada, por estar sempre associada ao trabalho dos curtidores e carniceiros. Mas o cristianismo mudou a visão e ela foi resgatada graças ao surgimento dos dois santos sapateiros, chamados de mártires franceses.



sábado, 22 de outubro de 2011

Santa Maria Salomé



22/10 - Maria Salomé era casada com Zebedeu, mãe de São João, o evangelista e de São Tiago, o maior ( conhecido nos países de língua inglesa como Saint James, the Greater) e seria prima da Virgem Maria. Era uma das três Marias que ajudaram Jesus durante o inicio de seu ministério e o acompanharam nas suas viagens e testemunharam a sua crucificação, a retirada do corpo, e a sua ressurreição. O evangelista São Marcos menciona Salomé como uma das mulheres que vieram com Madalena untar com óleos (costume da época) o corpo de Jesus na manhã da ressurreição.

Diz os Evangelhos que Jesus e Salomé em uma conversa, ela pede a Jesus para coloca-la e seus filhos com Ele em Seu Reino no céu. É que Tiago e João o seguiriam seu exemplo de humildade e sacrifícios para ganhar e merecer seus lugares lá. A lenda diz que após a ressurreição ela foi para Veroli, Itália e passou o resto de sua vida espalhando a Boa Nova . Na arte litúrgica da Igreja ela é representada algumas vezes com Maria Cleophas amparando a Virgem Maria durante a crucificação e/ou presente com Maria Madalena na ressurreição, ou com os filhos João e Tiago em seus braços. As vezes ela é mostrada no Natal porque existe uma possibilidade de que, como ela era parteira, teria ido ao estábulo em Belém, feito o parto de Maria e se converteu. Santo Ambrósio, estudioso do assunto, diz que existe ainda a possibilidade dela ser irmã de Maria. É padroeira da Veroli, na Itália.


Fonte: www.santosdaigrejacatolica.com

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

São Rodolfo



17/10 - Rodolfo nasceu no ano 1034, em Perugia, Itália. A sua família pertencia à nobreza local e era muito influente na Corte. Mas motivada pelas pregações do monge Pedro Damião, decidiu abandonar os hábitos mundanos e retornar o caminho do seguimento de Cristo. Esse monge fundara um mosteiro de eremitas na vizinhança de Fonte Avelana e a fama de sua santidade corria veloz no meio do mundo cristão.



Com a morte do pai, Rodolfo e seu irmão Pedro abriram mão da herança em favor da mãe e de João, o irmão caçula, para ingressarem no mosteiro de Pedro Damião. Porém, algum tempo depois, mãe e irmão caçula também optaram pela vida religiosa daquela comunidade, que os acolheu após doarem toda a fortuna da família para a Igreja.



Fonte Avelana tornara-se um verdadeiro viveiro de eremitas, pois desse mosteiro saíram os grandes renovadores da Igreja. Dentre eles, os três irmãos: Rodolfo, Pedro e João, discípulos de Pedro Damião, hoje celebrado como santo e doutor da Igreja. Nessa nova comunidade religiosa, a vida era simples, voltada apenas ao trabalho, à caridade aos pobres e doentes, dedicada à penitência e à oração contemplativa. No período medieval, foi um verdadeiro oásis que surgiu para a revitalização da vida monástica, uma vez que a Igreja ocidental vivia um grande desgaste com os conflitos internos, causados pela ambição e a ganância dos bispos e sacerdotes, mais interessados nos bens mundanos do que na condução do rebanho do Senhor.



Aos vinte e cinco anos de idade, Rodolfo recebeu a ordenação sacerdotal e, mesmo a contragosto, foi consagrado bispo de Gubio, cidade próspera e rica da região. Porém era uma diocese muito problemática para a Igreja. Os bispos anteriores haviam instituído o que se chamou de "ressarcimento", isto é, os sacramentos eram condicionados a pagamentos e não aos méritos ou à vocação religiosa. Enquanto alguns sacerdotes pediam dinheiro para a absolvição dos pecados, outros queriam comissões para ordenar os sacerdotes.



Rodolfo assumiu o posto e combateu tudo com firmeza, dentro do exemplo de fiel pastor. Vestia-se sempre com as mesmas roupas, velhas e surradas, fosse qual fosse o tempo ou a estação. Comia pouco, impondo-se um severo jejum. Dormia quase nada, mantendo-se em vigília constante, na oração e penitência. Percorria toda a diocese, e mantinha-se incansável, sempre pronto a atender os pobres, doentes e abandonados. Tornou-se o exemplo de humildade e de caridade cristã, um verdadeiro sacerdote da Igreja. Apenas com seu comportamento ele conseguiu recolocar Gubio no verdadeiro caminho do amor a Cristo e à Virgem Santíssima.



Foram cinco anos dedicados à diocese de Gubio, durante os quais participou do Concílio Romano, em 1059, como seu bispo. Rodolfo morreu jovem, com apenas trinta anos de idade, em 26 de junho de 1064, consumido pela fadiga e vida excessivamente austera. Entretanto a sua obra não chegou a ser interrompida, pois foi substituído por seu irmão João, que seguiu o seu exemplo de bispo benevolente com o rebanho, mas rigoroso consigo mesmo.



A figura do bispo Rodolfo tornou-se conhecida através da carta escrita por seu mestre, Pedro Damião, para comunicar sua morte ao papa Alexandre II. Nela, foi descrito como um homem de profundo espírito religioso e possuidor de grande cultura teológica e bíblica. A única pessoa a quem confiava seus escritos para serem corrigidos de possíveis distorções da doutrina católica e para a correta interpretação do Evangelho.



As relíquias de são Rodolfo, guardadas na Catedral de Gubio, foram destruídas durante as reformas executadas em 1670. Entretanto isso nada significou para seus devotos, que continuam a comemorá-lo no dia 17 de outubro, data oficial da sua festa.



domingo, 16 de outubro de 2011

São Geraldo Majela



16/10 - Filho da modesta e pobre família do alfaiate Majela, Geraldo nasceu no dia 06 de abril de 1726, numa pequena cidade chamada Muro Lucano, no sul da Itália. De constituição física muito frágil, cresceu sempre adoentado, aprendendo o ofício com seu querido pai.

Aos catorze anos de idade ficou órfão de pai e, com a aprovação da mãe Benedita, quis se tornar um frei capuchinho. Mas, foi recusado por ter pouca resistência física. Entretanto o jovem Geraldo Majela, não era de desistir das coisas facilmente. Arrimo de família foi trabalhar numa alfaiataria da cidade. Mais tarde se colocou a serviço do Bispo de Lacedônia, conhecido pelos modos rude e severo, suportando aquele serviço por vários anos, até a morte do Bispo.

A forte vocação religiosa sempre teve de ser sufocada, porque não o aceitavam. Com dezenove anos de idade, voltou para Muro Lucano onde montou uma alfaiataria. Recebia um bom dinheiro. Dava tudo de necessário para sua mãe e suas irmãs, o restante ajudava aos pobres. Na cidade todos sabiam que Geraldo dava o dote necessário às moças pobres, que desejavam ingressar na vida religiosa. E se preciso conseguia a vaga de noviça.

Só em 1749, quando uma missão de padres redentoristas esteve em Muro Lucano, Geraldo conseguiu ingressar na vida religiosa. Tanto importunou o Superior, Padre Cafaro, que acabou cedendo e o enviou para o convento de Deliceto, em Foggia.

Enquanto era postulante passou por muitas tentações e aflições, mas resistiu e venceu todos os obstáculos. Professou os primeiros votos aos vinte e seis anos de idade, neste convento. E surpreendeu à todos com seu excelente trabalho de apostolado, simples, humilde obediente, de oração e penitência. Chegou a ser encarregado das obras da nova casa de Caposele, depois como escultor, começou a fazer crucifixos. Possuindo os dons da cura e do conselho, converteu inúmeras pessoas, sendo muito querido no convento e na cidade.

Mas, mesmo assim, viu-se envolvido num escândalo provocado por uma jovem que ele ajudara. Foi em 1754, quando Néria Caggiano não se adaptando à vida religiosa, voltou para casa. Para explicar sua atitude, espalhou mentiras e, calúnias. Para isto, escreveu uma carta ao Superior, na época o próprio fundador, Santo Afonso, acusando Geraldo de pecados de impureza com uma outra jovem.

Chamado para se defender, Geraldo preferiu manter o silêncio. O castigo foi ficar sem receber a Santa Comunhão e sem ter contato com outras pessoas de fora do convento. Ele sofreu muito. Somente depois que a calúnia foi desmentida pela própria Néria, em uma outra carta, é que Geraldo pôde voltar a receber a Eucaristia e a trabalhar com o afinco de sempre na defesa da fé e na assistência aos pobres. O povo só o chamava de "pai dos pobres". Mas sua fama de sua santidade curiosamente, vinha das jovens mães. È que as socorridas por ele durante as aflições do parto, contavam depois, que só tinham conseguido sobreviver, graças às orações que ele rezava junto delas, tendo o filho nascido sadio.

De saúde sempre frágil, Geraldo Majela morreu no dia 16 de outubro de 1755, no convento de Caposele, com vinte e nove anos de idade. Após a sua morte, começaram a ser relatados milagres atribuídos à sua intercessão, especialmente em partos difíceis. Em 1893 ele foi beatificado, sendo declarado o padroeiro dos partos felizes. Em 1904, o Papa Pio X o canonizou como Santo Geraldo Majela, cuja festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Santa Fortunata



14/10 - As vezes chamada de Maria Fortunata da Caesarea, nasceu na cidade de Caesarea, na Palestina filha de família nobre. Virgem e martir, foi convertida ao cristianismo em torno de 302 e presa com seus irmãos Carponius, Evaristo e Prisciano. Foi martirizada para renunciar a sua fé e oferecer sacrifícios aos deuses romanos e como não o fizesse foi martirizada e finalmente morta.


No reinado do imperador Diocleciano, o martírio era feito amarando-a a um poste e girava-se um roda de madeira com pás de ferro junto ao seu corpo e as pás iam dilacerando a carne num suplicio infernal. Os estudiosos dizem que as pás eram feitas, na época, de ferro pelos mesmo ferreiros que faziam as ferraduras dos cavalos, de uma maneira grosseira, com a lamina sem corte, desta forma, a carne era dilacerada por impacto e não por corte, provocando dores lancinantes em especial na região dos seios. Santa Catarina de Alexandria sofreu na mesma roda e na arte litúrgica da Igreja ela é mostrada segurando a referida roda com as pás de ferro.

As atas dos martírios eram escritas pelos escribas da época, que eram orientados no sentido de dar maior ênfase ao martírio e quase nenhuma ênfase ao cristão torturado. Os estudiosos dizem que era para que os cidadãos lessem as “Atas do Martírio” e se afastassem do cristianismo.

As relíquias de Santa Fortunata foram trasladadas para Nápoles no oitavo século e ela é muito venerada em Nápoles, Itália. A Ata do Martírio de Santa Fortunata é autêntica e sua festa está no Calendário Romano após 1969/70, quando todos os santos foram extensivamente examinados e vários foram excluídos ou confinados a festa local, se havia alguma dúvida com relação a autenticidade do seu martírio ou dos milagres creditados a sua intercessão.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

São Daniel Comboni



10/10 - Daniel Comboni era italiano, nasceu em Limone sul Garda, na Brescia, a 15 de março de 1831, numa família cristã, unida, humilde e pobre, de camponeses. Os pais, Luis e Domenica, lhe dedicam um amor incontido, pois era o único dos oito filhos que conseguira sobreviver. Devido à condição econômica, eles enviam Daniel para estudar no Instituto dos padres mazzianos em Verona. Quando então desperta sua vocação para o sacerdócio, especialmente para a missão da África Central, onde os mazzianos atuam. Em 1854, já formado em filosofia e teologia, Daniel é ordenado sacerdote. Três anos depois, recebe as bênçãos dos pais e parte para a África, junto com mais cinco missionários.

Após quatro meses de viagem, padre Comboni chega a Cartum, capital do Sudão. A realidade africana é cruel e choca. As dificuldades começam no clima insuportável, passam pelas doenças, pobreza, abandono do povo e terminam com o índice elevado de mortes entre os jovens companheiros. Mas tudo isso serve de estímulo para seguir avante, sem abandonar a missão e o entusiasmo. Pela África e o seu povo, padre Comboni regressa à Itália, numa tentativa de conseguir uma nova tática para evangelizar nesse continente. Em 1864, rezando junto ao túmulo de São Pedro em Roma, surge a luz. Elabora seu plano para a regeneração da África, resumido apenas num tema: "Salvar a África com a África", um projeto missionário simples e ousado, para a época.

Padre Comboni passa imediatamente à ação, pede todo tipo de ajuda espiritual e material à sociedade européia, vai aos reis, bispos, ricos senhores e recorre também ao povo pobre e simples. A missão da África Central precisa de todos engajados no mesmo objetivo cristão e humanitário. Dedica-se com tanto empenho e ânimo que consegue fundar uma revista de incentivo missionário, a primeira na Itália. Além disso, fundou em 1867, o Instituto dos missionários, depois chamados de Padres Missionários Combonianos e, em 1872, o Instituto das missionárias, mais tarde conhecidas como Irmãs Missionárias Combonianas.

No Concílio Vaticano I, ele participa como teólogo do Bispo de Verona, conseguindo que outros setenta assinem uma petição em favor da evangelização da África Central. Em 1877, Comboni é nomeado Vigário Apostólico da África Central e, em seguida é também consagrado o primeiro Bispo católico da África Central. Numa confirmação que suas idéias antes contestadas, são as mais eficientes para anunciar a Palavra de Cristo aos africanos. Depois de muito sofrimento no corpo e no espírito, no dia 10 de outubro de 1881, o Bispo Comboni morre, em Cartum, em meio ao povo africano, rodeado pelos seus religiosos, com a certeza de que sua obra missionária não morreria.

Chamado de "Pai dos negros" pelo o Papa João Paulo II, quando o beatificou em 1996, o mesmo pontífice declara Santo, Daniel Comboni, em 2003. A sua comemoração litúrgica deve ocorre no dia de sua morte.



sábado, 8 de outubro de 2011

Santa Thaís

08/10 - Santa Thaís era uma princesa egípcia de grande beleza e riqueza que vivia no século IV. Um monge de nome Pafûncio inflamou-se com a idéia de converte-la ao cristianismo com isto tira-la da vida pecaminosa. Em breve Pafûncio teve seu desejo realizado.(Alguns estudiosos acham que este monge São Pafûncio é o mesmo São Paphnutius- que era eremita junto com Santo Onophrius).


Thaís converteu-se ao cristianismo, desistindo da vida que levava, com grande obstinação. Queimou sua roupas e jóias em praça publica. O ato seria o primeiro de uma serie de penitencias que a santa se submeteria. Santa Thaís entrou para um monastério de freiras onde manteve-se em penitencia e contemplação por três anos, dos quais não saia de sua cela a não ser para ir a capela rezar. Não sorria, pronunciava uma só palavra, não levantava olhar para ninguém, vestia roupas grossas feitas com sacos velhos, dormia no chão e fazia jejum na base de pão e água. Sua obstinação e fé nas palavras de Jesus fizeram com que após três anos de extrema penitencia ela fosse readmitida na vida da comunidade e foi descrita como uma pessoa de grande bondade que cuidava, em especial, dos pobres e doentes de sua época, chegando mesmo a lavar os leprosos e os infectados com a peste da época (cólera e febre amarela).


Sua fama cresceu visto que ela milagrosamente, não contraia a doença das pessoas que cuidava. Este teria sido o seu primeiro milagre. Diz a tradição que no final de sua vida curava os doentes apenas com sua oração e benção e chegou a prever o dia de sua morte com grande antecedência e ao morrer repetia sem cessar a seguinte oração: “Vós que me criastes, tende compaixão de mim” .


Fez questão de ser enterrada em um cova comum sem caixão ou qualquer outra proteção, e algum tempo depois de seu túmulo exalava um perfume agradável. Em breve seu túmulo se tornou local de peregrinação e vários milagres foram creditados a sua intercessão e no século nono as sua relíquias foram trasladadas e guardadas em um santuário na Igreja de São Praxedes, pelo Papa Pachoal I , que era seu fervoroso devoto e teria sido curado de uma terrível doença pela intercessão da Santa Thaís.


Sua festa, no calendário latino, é celebrada no dia 8 de outubro.

Fonte: ecclesia.com.br

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

São Bruno



06/10 - A este santo se deve a fundação de uma das Ordens religiosas mais importantes e mais humildes que prestam austeridade e reconhecimento a Deus. A ordem de Cartuxa da Torre (a Ordem dos Cartusianos).



Bruno nasceu em Colonha, na Alemanha em 1030 de um família nobre. Desde muito jovem estudou nas cidades francesas de Reims e Paris e quando voltou a sua pátria, foi ordenado sacerdote no Colegiado de São Cuniberto. Anos mais tarde regressou a Reims como professor de teologia e depois a Paris. A ordem Cartuxana se recorda de uma tradição baseada em um episódio que se passou na cidade de Sena e que comoveu profundamente o nosso santo.



Bruno estava orando um oficio fúnebre e ouviu o cadáver falar três vezes da tumba e a ultima frase dizia: "Por justo juízo de Deus fui condenado". Estas palavras fizeram com que Bruno abandonasse completamente o mundo e se entregasse totalmente ao Senhor com o desejo que sua alma fosse ascética e contemplativa, buscando uma união com Deus na oração e no silencio. Um dia se reuniu com seus amigos e depois de terem repartido seus bens com os pobres, se retiraram para a Abadia Beneditina de Solesmes. Mas Bruno queria mais austeridade e mais contemplação, e não demorou muito ele e alguns de seus companheiros se retirarem para Cartuxa, um maciço montanhoso situado no meio do deserto na Diocese de Grenoble. Conta São Hugo que o bispo daquela diocese teve na noite anterior um curioso sonho no qual ele viu descer dos céus sete estrelas sobre aquela terra árida. Era a premonição da chegada de Bruno e seus 6 discípulos. Era o ano de 1084 quando nosso santo e seus colegas tomaram posse daquele lugar e levantaram humildes barracos de madeira e uma pequena capela dedicada a Virgem. Ao cabo de alguns minutos e graças a Divina Proteção, saiu da terra um jato d’água que se converteu e uma fonte que daria água aqueles homens solitários.


Nascia a Ordem de Cartuxa. A abstinência que levavam era muito rigorosa. Só comiam de dois em dois dias, dormiam poucas horas e era grande a disciplina, as roupas ásperas de cor branca, oração, trabalho e caridade. Para se ter uma idéia de como era, o Abade de Cluny, descreveu muito espantado o seguinte:
"são os mais pobres entre os monges e habitam cada um uma cela com seu tosco habito de penitencia e quase só comem pão. Não comem carne, nem pescado. Aos domingos e as quintas comem ovos e queijo. As segundas e sábados ervas e nos outros dias água e pão. Só comem uma vez ao dia, exceto nos dias de festa quando não comem e guardam estrito silencio, se comunicando através de sinais."


Após alguns anos o Papa Urbano II que havia sido professor de Bruno em Reims, o chamou a Roma para que fosse seu colaborador. Bruno teve de deixar o deserto e viajar a Roma, onde o seguiram alguns de seus discípulos. Embora tenha sido nomeado Arcebispo de Reggio, em sua mente estava a vontade de voltar a vida ascética e do silencio. Ao cabo de alguns anos o Sumo Pontífice permitiu que ele voltasse a solidão na Itália, Calábria onde ele fundou o Mosteiro de Santa Maria del Yermo tambem chamada de Odem Cartuxa da Torre. Ali sua Ordem floresceu e em breve teve que erigir outro monastério, o que foi feito com o nome de Monastério de São Stefano em Bosco. Muitos devotos iam ao encontro de Bruno a pedir seus conselhos e ajuda, e muito foram curados apenas pela sua benção. Sua fama logo se estendeu a toda a Itália, França e Alemanha.



Ele faleceu em 6 de outubro de 1101 e é o patrono da cidade de Colonha na Alemanha .



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

São Tomás de Hereford



03/10 - Vem-nos dos séculos passados, do seio de uma família normanda esta figura de bispo piedoso e austero, fosse muito embora de feição forte e turbulenta. Seu pai, Guilherme, era mordomo da casa real e sua mãe era condessa de Evreux e Gloucester.

Nascido em 1218 em Hambledon, BucKinghamshire, foi educado pelo seu tio bispo Orcester. Aos 19 anos, vemo-lo em Oxford, donde, por causa de uma revolta de estudantes, se retirou, pouco depois, a Paris.Foi ordenado sacerdote em 1245, no concílio de Lião, e obteve do Papa o privilégio de conservar numerosos benefícios eclesiásticos.



Prosseguiu os estudos de Direito Civil, em Orleans, e Cânones, em Paris, voltando para Oxford, onde tomou posse do lugar de chanceler da Universidade. Com tal estatuto, participou nas lutas de poder entre os barões ingleses e Henrique III Aderindo ao partido de Simão de Monfort, chegou a chanceler de Inglaterra, em 1264. Todavia, permaneceu no cargo apenas um ano, pois, perdida a luta, a sua facção ficou sem lugares para representar.

Regressa a Paris como professor. Volta a Oxford e faz o doutoramento. Em 1273, é de novo, nomeado chanceler da Universidade, cargo que acrescenta ao de primeiro cantor de York, arquidiácono de Stafford, detentor de quatro conezias e muitas paróquias regidas, através de vigários.Conta a história ter feito várias visitas às suas terras, a fim de se inteirar acerca da assistência eclesiástica efetivada pelos seus delegados.

Aos 57 anos, foi nomeado bispo de Hereford cujo estado, devido à debilidade de seus predecessores e aos acontecimentos políticos de então, era lastimoso. Restabeleceu os antigos direitos da mitra, eliminando usurpadores leigos e eclesiásticos das terras pertencentes à catedral. Visitou a diocese inteira, reformou o clero. Entrou em conflito com o arcebispo de Canterbury, John Pechan, por questões de testamentos e matrimônios concernentes à jurisdição metropolitana e também por causa das relações do arcebispo com os seus sufragâneos. Embora a questão tivesse sido resolvida em Roma, o conflito degenerou e Pechan excomungou Tomás.

Este apresentou-se a Martinho IV, em Orvieto de quem recebeu um caloroso acolhimento, fazendo-lhe justiça.Entretanto, a 25 de Agosto de 1282, morre em Montefiascone, com fama de santo, pois, ao receber a ordenação episcopal, impôs a si mesmo um regime de rigoroso ascetismo, usando até, com freqüência, cilícios a fim de poder dominar o seu exaltado temperamento. Foi sepultado na abadia de S. Severo em Orvieto, porém levaram o seu coração a Edmundo, duque de Cornualha que o sepultou em Ashridge. Mais tarde, alguns ossos foram trazidos para a sua antiga catedral, onde o povo lhe começou a prestar piedoso culto.

Foram tantos os milagres realizados junto da sua tumba que Hereford se tornou um santuário continuamente visitado por inúmeros peregrinos.O seu sucessor e amigo pessoal, Ricardo Suinfield, com o apoio do rei Eduardo I, de quem Tomás fora conselheiro e confidente leal, fez o pedido para a sua canonização. Feita a investigação papal, foi canonizado por bula de João XXII, em 1320.



Fonte: ocdsprovinciasaojose.blogspot.com

sábado, 1 de outubro de 2011

São Remígio




01/10 - Rémy ou Remígio, como dizemos em português, era um cidadão romano, nascido no ano 440, em Lyon, França. Pertencia a uma tradicional família da nobreza romana, que teve a oportunidade de participar da expansão do Império Romano do Ocidente pela Gália, como era chamado o território francês. Naquela época, a região, que era toda pagã e constantemente assolada por sucessivas invasões dos bárbaros, vinha sendo governada pelo povo franco, mais tarde conhecido como francês. Embora menos evoluídos que os outros povos, eram conhecidos por serem grandes combatentes. Além disso, já haviam prestado serviços militares a Roma no passado.



Ao morrer o seu líder, rei Childerico, em 482, assumiu o trono seu filho Clóvis, com quinze anos de idade. Remígio, como bispo católico que era da diocese de Reims, escreveu-lhe muitas cartas respeitosas e, ao mesmo tempo, dotadas de autoridade: "Vigiai, pois os poderosos não tiram os olhos de ti. Aconselha-te com seus bispos. Divirta-se com os jovens, mas só com os velhos delibere". Apesar de adverti-lo, também demonstrava o reconhecimento de sua soberania e, assim, ganhou a confiança do jovem rei. Tornou-se seu precioso ajudante e conselheiro. Além disso, Remígio também era importante, politicamente, ao reinado de Clóvis, pois trazia consigo o apoio de todos os demais bispos e dos outros grupos de camponeses galo-romanos já convertidos.



Munido desse apoio, Clóvis venceu a batalha contra os bárbaros visigodos pelo controle de toda a região, dando início à dinastia dos merovíngios. O rei Clóvis, apoiado por sua mulher, Clotilde, que já era uma fervorosa católica, depois canonizada pela Igreja, converteu-se à fé cristã por orientação espiritual de Remígio, sendo por este batizado. Na oportunidade, toda a Corte se converteu e recebeu o mesmo sacramento ao lado do seu soberano, que, instruído na doutrina cristã pelo bispo Remígio, institui-a de vez nos seus domínios.



Foram muitos os atos deste rei convertido que revelaram sua religiosidade autêntica, dotada da caridade cristã. Porém o mérito deve ser dado ao bispo Remígio, pois foi o resultado do seu árduo e ininterrupto trabalho de evangelização que fortaleceu os alicerces do catolicismo no território francês. O bispo Remígio de Reims ensinou não apenas aos reis e príncipes, mas também aos camponeses e a todos os súditos do novo reinado.



Depois de sua morte, em 13 de janeiro de 533, na sua sede episcopal de Reims, Remígio foi aclamado pela população como santo. Venerado ao longo dos séculos, o seu vigoroso culto foi autorizado pela Igreja, que manteve o dia 1° de outubro como a data oficial para a sua festa litúrgica.