terça-feira, 25 de maio de 2010

São Gregório VII


25/05 - São Gregório não só foi uma das figuras mais importantes entre os Papas da Igreja Católica, bem como foi extremamente caluniado e perseguido durante seu pontificado. É uma das figuras que mais defendeu os direitos da esposa de Cristo.

O Século XI foi para a Igreja um período de grande humilhação. Não fosse ela uma instituição divina, edificada sobre a rocha, os próprios filhos tê-la-iam destruído.

O Clero superior e inferior, em sua maioria, tinha esquecido de sua alta missão. A simonia (tráfico ou venda ilícita de coisas sagradas), corrupção e indisciplina, tinham tomado conta dos altos e baixos setores da Igreja. Freqüentíssimos escândalos, e os príncipes seculares, quais lobos famintos, invadiam o aprisco do Senhor. Os reis Filipe e Augusto I da França, Boleslau II da Polônia, Henrique IV, imperador da Alemanha, eram verdadeiros monstros de crueldade e imoralidade. A palma, porém, coube ao imperador, que em crueldade, devassidão e ambição não achava semelhante.

Deus se amerciou de sua Igreja e deu-lhe um Papa, como as circunstâncias o exigiam. Foi no ano de 1073 que Hildebrando (depois cognominado Gregório VII), assumiu a suprema dignidade papal. Ao receber essa notícia, São Pedro Damião, contentíssimo exclamou: "Agora será calcada a cabeça miliforme da serpente peçonhenta, e será posto um termo aos negócios torpes; o falsário Simeão Mago não mais cunhará moedas na Igreja; voltará ao tempo áureo dos Apóstolos, revigorará a disciplina eclesiástica, serão derrubadas as mesas dos vendilhões..."

Gregório convocou o Concílio Lateranense e renovou as antigas leis da Igreja, que existiam, sobre o celibato dos sacerdotes, contra a simonia, e fez incorrer nas censuras eclesiásticas os bispos da França, que tinham rejeitado os decretos pontifícios, como impraticáveis e irrazoáveis. Dos bispos da Alemanha, só dois tiveram a coragem de aceitar e por em execução as determinações do Papa. O mais descontente de todos foi o imperador da Alemanha, que pelas proibições do Papa, se via prejudicado no negócio mais rentosos. Wiberto, arcebispo de Ravenna, ex-chanceler do imperador na Itália, promoveu uma conspiração contra o Papa. Na estação da Missa da meia noite de Natal os conspiradores, chefiados por Cencio, invadiram a Igreja e apoderaram-se da pessoa do Papa, para levá-lo à prisão. O povo, porém, libertou seu Pastor e Cencio teria sido apedrejado, se Gregório não lhe tivesse generosamente perdoado.

Um segundo Concílio foi realizado em 1075, confirmou as determinações anteriores e fez intimação ao imperador para que respondesse pelos seus crimes, sob pena de excomunhão. Henrique respondeu com um decreto elaborado por bispos alemães: "Falso monge, carregado de maldição de todos os bispos e condenado pelo nosso tribunal, desce e renuncia à cadeia apostólica, indignamente usurpada".

Gregório, em vez de descer, lançou excomunhão contra Henrique e os Prelados rebeldes. Os príncipes da Alemanha, há muito cansados da tirania e arbitrariedade do imperador, reunidos na Dieta de Tribur (1076), declararam-no deposto pelo prazo de um ano, caso não procurasse ser absolvido da excomunhão, tendo-lhe sido decretado que comparecesse à grande Dieta de Augsburgo, na qual devia justificar-se diante do Papa e da nação, com audiência marcada para 02 de fevereiro de 1077. Proibiram-no que se ausentasse da Alemanha antes da celebração da Dieta. Para evitar a humilhação de ser deposto, onde às claras iriam lhe expor seus crimes, tratou de clandestinamente obter a absolvição da excomunhão, dirigindo-se ao castelo da princesa Matilde, em Canossa, onde estava o Papa Gregório. Em traje penitente, permaneceu descalço por três dias em período de rigoroso inverno, esperando obter audiência do Papa, que negou-se a recebê-lo por saber que deveria apresentar-se à Dieta. Entretanto, graças às instâncias da condessa Matilde, acabou cedendo e recebeu Henrique, que aceitou as condições impostas mediante juramento, motivo pelo qual foi absolvido e recebeu a Sagrada Comunhão. Mal saíra de Canossa, esquecendo-se das promessas, aliou-se aos príncipes e bispos inimigos do Papa e, uma vez na Alemanha, moveu guerra contra seus adversários. Reuniu um concílio de bispos rebeldes em Mogúncia (1080), os quais elegeram papa o bispo Wiberto de Ravenna, que tomou o nome de Clemente III. Rodolfo de Suábia, pereceu na batalha de Volksheim e Henrique marchou sobre Roma, para tirar vingança do Papa. Só depois de um assédio de dois anos, tomou a cidade, onde recebeu a corôa imperial das mãos do antipapa. Gregório retirou-se para Salermo, onde morreu em 25 de maio de 1085. As últimas palavras foram: "Amei a Justiça e odiei a iniqüidade, eis porque morro no exílio".

Henrique não foi feliz com as conquistas. Graves distúrbios chamaram-no para a Alemanha onde achou os filhos em franca rebelião contra o pai. Perseguido e amaldiçoado pelos filhos, Henrique teve um fim triste, ao passo que Deus glorificou por estupendos milagres o túmulo do seu fiel servo Gregório.

Santa Maria Madalena de Sophie Barat


25/05 - O pai de Madalena, Jaques Barat possuía uma pequena videira e tambem trabalhava como tanoeiro. Luiz seu irmão mais velho aos 22 anos se tornou um padre e o padrinho de Madalena estava determinado a dar a ela uma educação pelo menos igual ou melhor que qualquer rapaz da época. Ele tambem impôs estrita disciplina e Madalena amava sua lições e aprendeu Latin e Grego. Seu irmão a levou para Paris onde ela estudou religião. Madalena cresceu e tornou-se uma linda mulher mas estava determinada a servir a Deus e foi ser uma irmã Carmelita, mas Deus tinha outros planos para ela. Um grupo de padres franceses do Sagrado Coração de Jesus decidiu estabelecer uma Sociedade de mulheres devotadas a ensinar garotas o que seria a contrapartida feminina dos jesuítas. O líder Joseph Varin, um jesuíta, ouviu falar em Madalena e seu irmão e em 1800 a e mais três irmãs e fundaram uma sociedade para educar crianças e jovens. Eles começaram a primeira escola na Sociedade do Sagrado Coração de Jesus em Maiens em 1801.

Madalena tinha apenas 23 anos– a mais jovem das companheiras- mas foi unanimemente eleita a Superiora da Ordem. Ela dirigiu a ordem por 63 anos. A Sociedade se espalhou pela França e absorveu uma comunidade das " Irmãs da Visitação" em Genoble em 1804 (entre elas a Beata Philippine Duchesne ) que levou a Sociedade para os Estados Unidos em 1818. Os tempos não eram fáceis. A Ordem quase quebrou no início devido a ambição dos capelães em Amiens, mas a paciência e o tato de Madre Barat e do Padre Varin prevaleceram e juntos escreveram as Regras da Sociedade que foram finalmente adotadas em 1815, e formalmente aprovadas pelo Papa Leão XII em 1826.

A revolução francesa de julho em 1830 baniu o noviciado e eles foram para a Suíça. Santa Madalena Barat viveu uma vida de extraordinário trabalho e sua Ordem tornou-se uma das congregações mais conhecidas e os seus institutos passaram a ser os mais eficientes da Igreja Católica Romana. O segredo de sua resistência e determinação era o espirito religioso que inspirava todos as suas realizações e ela possuía um sabedoria e visão com um notável grau de modéstia e atração. Em 1865 a Sociedade já havia fundado 105 casas e escolas em 12 países. Faleceu em Paris em 21 de maio de 1865 e foi canonizada em 1925.

domingo, 23 de maio de 2010

São Guiberto de Gembloux


23/05 - Guiberto nasceu em 892. Era filho de Lietoldo e de Osburga, ambos nobres e muito antigas famílias de Namur. Sigeberto de Gembloux, que lhe escreveu a vida, diz, referindo-se à fase da infância do santo.

Era uma arvora que devia dar ótimos frutos e elevar-se nos adros da casa do Senhor tão altaneira como os cedros do Líbano, ao que ajuntou um comentador: "Assim, não podia de ter excelente raiz."

De tanto pensar nas palavras do Evangelho, que diz que é "mais fácil um camelo passar pelo buraco duma agulha do que um rico entrar no reino dos céus", acabou por renunciar aos bens todos de que era possuidor e abraçou a pobreza a abraçou, com grande carinho, a pobreza, aquela pobreza tão querida de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em 936, doou as terras que tinha em Gembloux a Deus, a São Pedro e ao mártir Exúpério, para que nelas fosse construído um mosteiro, mosteiro que, nem bem se erguera, logo principiou a ser muitíssimo procurado.

O santo fundador adotou para a nova comunidade a regra de São Bento. Mas, humilde que era ao invés de se fazer abade da casa, sobre outro, Erluino, lançou aquele cargo, retirando-se para a abadia de Gorze, então gozando de grande renome, debaixo da direção do Abade Agenoldo.

Em Gorze, São Guiberto atirou-se com todo ardor que o consumia a todos os exercícios da penitência e da vida contemplativa. Caminhava ele tão rapidamente no estreito caminho que leva ao céu, que o demônio, agastado, procurou tirá-lo da senda certa. Denunciado ao imperador Otão I como culpado de ter lançado mão das terras de Gembloux, para ali fundar um mosteiro, ilegalmente, porque era feudo do império, foi obrigado a deixar a vida, que lhe corria doce amável, para comparecer diante de Otão.

São Guiberto foi despreocupado. Pensando no dito do Evangelho, que aconselha: "Quando fordes citado entre dois reis, não penseis no que tereis de dizer, nem como o direis, porque vos será dado na hora", o santo, ao imperador falou calmamente e com muita simplicidade sobre o que fizera.

Por tanta confiança na Providência, Deus o abençoou: Otão, todo convencido da boa ação de tão leal e sincero homem, ratificou o estabelecimento da nova fundação, indo ao cúmulo de, muito liberalmente, enriquecê-la de consideráveis privilégios. Desde então, o demônio, encolhido e decepcionado, jamais ensaiou outra arremetida, deixando o santo em paz.

Quando faleceu o santo fundador de Gembloux, os monges daquela casa se sentiram esmagados por imensa dor. E, já que não o tiveram consigo em vida, determinaram tê-lo no mosteiro depois que se fora para Deus. Alguns monges, então, estabelecidos aquele ponto, partiram para Gorze. Ali chegando, exprimiram o desejo de ver sepultados entre eles os restos preciosos do amado fundador.

O abade, comovido com o pedido, feito em lágrimas, concedeu a permissão para que transportassem o corpo de São Guiberto.

Com muito carinho e muita unção, embalsamaram o corpo querido, depositaram-no num carro puxado por alguns bois, e partiram.

Ora, a população de Gorze, vendo que lhe levavam aquele que tinham como santo e protetor, interpôs-se no caminho, envidando todos os esforços para que não se realizasse aquela trasladação.

Poucos, muito poucos para resistir ao cerco que fizeram os de Gorze, os monges de Gembloux só tinham uma coisa a fazer, para que a viagem que haviam empreendido não redundasse no mais completo fracasso: rogar a Deus que os auxiliasse naquele embaraço. E, se pensaram, melhor o fizeram: quando os ânimos dos de Gorze se iam exarcebando, elevou-se tão violenta tempestade, fazendo-se terrivelmente escuro, que todos os exaltados, cheios de temor e confundidos, largaram a fugir, deixando o campo livre para os monges, que não esperaram um minuto para picar os bois e partir.

Sepultado na igreja do mosteiro de Gembloux, inúmeros milagres, incontinenti, atestaram a santidade do santo, atraindo multidões ao seu túmulo.

Fonte: Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume IX, p. 137 à 139

sábado, 22 de maio de 2010

Santa Júlia da Córsega


22/05 - Júlia nasceu no século V, em Cartago. Viveu feliz até que, um dia, os vândalos, chefiados pelo sanguinário rei Genserico, invadiram sua cidade e a dominaram. Os pagãos devastaram a vida da comunidade como um furacão.

Mataram muitos católicos, profanaram os templos, trucidaram os sacerdotes e venderam os cidadãos como escravos. A vida de Júlia passou do paraíso ao inferno de forma rápida e terrível.

De jovem cristã, nobre e belíssima, que levava uma vida tranqüila e em paz com Deus, viu-se condenada às mais terríveis privações. Mas, mesmo vendo trocadas a fortuna pela miséria, a veneração pelo desprezo, a independência pela obediência, enfim, a liberdade pela escravidão, Júlia não se abalou.

A tradição conta que ela foi vendida para Eusébio, um negociante sírio. Mas a bondade e a resignação da moça, que encontrava na fé cristã o bálsamo para todas as dores, comoveram seu amor, que passou a respeitá-la e exigir o mesmo de todos, nunca permitindo que fosse molestada. Chegou a autorizar até que ela dedicasse algumas horas do dia às orações e leituras espirituais.

Certa vez, ele viajou para a Europa e, entre os vários escravos que o acompanharam, estava a bela e inteligente Júlia. Na ilha francesa da Córsega realizavam-se festas pagãs quando a comitiva de Eusébio chegou. Ele e todos os demais se dirigiram a um templo dos deuses locais para prestar suas homenagens, mas Júlia recusou-se a entrar. Ajoelhou-se à porta do templo e passou a rezar para que Deus mostrasse aos pagãos a Palavra de Jesus, caminho da verdade.

A atitude chamou a atenção e chegou aos ouvidos do governador Félix, que convidou Eusébio para um banquete e propôs comprar a escrava Júlia por um preço absurdo, ou trocá-la pelas quatro mais belas escravas do seu palácio. Contudo o comerciante recusou. Enraivecido pela paixão que Júlia despertara, embebedou o comerciante, cercou-o de mulheres exuberantes e tomou a escrava à força, enquanto Eusébio dormia.

Júlia se manteve firme e não se curvou. Recusou a liberdade oferecida pelo governador em troca do sacrifício aos deuses e de ceder aos seus desejos. Félix, irado, esbofeteou-a até que sangrasse abundantemente pelo nariz, depois mandou que fosse flagelada e, por fim, crucificada como Cristo e atirada ao mar. Quando Eusébio acordou, era tarde.

Ela aceitou o sofrimento como uma forma de demonstrar a Deus seu amor, contribuindo para que o cristianismo crescesse e desse frutos, sem renegar a sua fé em Cristo, morrendo como seu Mestre. O seu corpo foi encontrado, ainda pregado na cruz, boiando no mar, pelos monges do convento da ilha vizinha de Gorgona. Depois eles o transportaram para a ilha, tiram-no da cruz, ungiram-no e o colocaram num sepulcro.

Júlia não ficou esquecida ali, seu culto se difundiu e chegou à Itália. No ano 762, a rainha Ansa, esposa do rei lombardo Desidério, mandou trasladar as relíquias de santa Júlia para Brescia, propagando ainda mais sua veneração entre os féis.

Um ano depois, o papa Paulo I consagrou a ela uma igreja naquela cidade. A festa litúrgica de santa Júlia, a mártir da Córsega, ilha da qual é a padroeira, ocorre no dia 22 de maio.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

São Pedro Celestino


19/05 - Pedro nasceu em 1215, na província de Isernia, Itália, de pais camponeses com muitos filhos. Segundo os escritos, decidiu que seria religioso aos seis anos de idade, quando revelou esse desejo à mãe. Cresceu estudando com os beneditinos de Faifoli. Assim que terminou os estudos, retirou-se para um local ermo, onde viveu por alguns anos.

Depois foi para Roma, recebendo o sacerdócio em 1239. Entrou para a Ordem beneditina e, com licença do abade, voltou para a vida de eremita. Assumiu, então, o nome de Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e orações contemplativas.

Em 1251, fundou, com a colaboração de dois companheiros, um convento. Rapidamente, sob a direção de Pedro, o convento abrigava cada vez mais seguidores. Assim, ele fundou uma nova Ordem, mais tarde chamada "dos Celestinos", conseguindo, pessoalmente, a aprovação do papa Leão IX, em 1273.

Em 1292, morreu o papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois anos, ainda não se tinha chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa ocasião, receberam uma carta contendo uma dura reprovação por esse comportamento, pois a Igreja precisava logo de um chefe. A carta era de Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que ele seria o novo papa, sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V. Entretanto, a sua escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.

Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em favor do papa Bonifácio VIII, seu sucessor. Isso gerou nova crise, com o poder civil ameaçando não reconhecer nem a renúncia, nem o novo sumo pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou, humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali permaneceu até sua morte.

Dez meses depois de seu confinamento, Pedro Celestino teve uma visão e ficou sabendo o dia de sua morte. Assim, recebeu os santos sacramentos e aguardou por ela, que chegou exatamente no dia e momento previstos: 19 de maio de 1296. Logo, talvez pelo desejo de uma reparação, a Igreja declarou santo o papa Pedro Celestino, já em 1313.

A Ordem dos Celestinos continuou se espalhando e crescendo, chegando a atingir, além da Itália, a França, a Alemanha e a Holanda. Mas, depois da Revolução Francesa, sobraram poucos conventos da Ordem na Europa.

São Crispim de Viterbo

19/05 - Seu nome de batismo era Pedro Fioretti, e nasceu em 13 de novembro de 1668 na cidade de Viterbo, na Itália. Órfão de pai em tenra idade, atuou como aprendiz de sapateiro, e aos 25 anos de idade decidiu ser religioso capuchinho.

Ao fazer os votos Pedro adotou o nome de Crispim, tendo passado por vários conventos por determinação dos superiores. Sua última moradia terrena foi o convento de Orvietto, onde passou quarenta anos: ali atuou como enfermeiro, cozinheiro, hortelão e esmoler.

Crispim era afável, alegre, e muito devoto da Mãe de Deus, mas consigo mesmo era muito exigente, não admitindo meios termos ao servir a Deus. Mesmo não tendo se aprofundado nos estudos, sendo um simples irmão leigo, era procurado por pessoas escoladas que buscavam conversas e conselhos, inclusive o próprio Sumo Pontífice (o Papa Clemente XI).

De temperamento jovial - o que considerava coerente com o ideal franciscano - sabia estimular o amor à virtude e consolar os sofredores, e para isso, com uma simplicidade edificante, entoava canções, compunha versos, e recitava poesias. Criticado em seu modo de ser por um irmão de ordem, respondia: "eu sou o arauto do grande Rei; deixai-me cantar como São Francisco; estes cantos farão bem ao espírito de quem me ouve".

Crispim partiu para a Casa do Pai em 19 de maio de 1750, aos 82 anos, e a notícia de seu falecimento mobilizou uma multidão de devotos que queriam ver o santo frade pela última vez, além de buscarem relíquias suas, ainda que pequenas. Beatificado em 1806, foi canonizado em 20 de junho de 1982 por ocasião de um capítulo geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

terça-feira, 18 de maio de 2010

São Leonardo Murialdo


18/05 - Leonardo Murialdo nasceu na Itália, em 26 de outubro de 1828, e, aos cinco anos, já era órfão de pai. A família era abastada, numerosa, profundamente cristã e muito tradicional em Turim, sua cidade natal. Isso lhe garantiu uma boa formação acadêmica e religiosa. A mãe, sua primeira educadora, o enviou para Savona, para estudar no colégio dos padres Scolapi.
Na adolescência, atravessou uma séria crise de identidade, ficando indeciso entre ser um oficial do rei Carlos Alberto ou engenheiro. Mas a vida dos jovens pobres e órfãos, sem oportunidades e perspectivas, lhe trazia grandes angústias e desejava fazer algo por eles. Por isso Leonardo escolheu o caminho do sacerdócio e da caridade para aplacar essa grande inquietação de sua alma.

Com muito estudo, tornou-se doutor em teologia, em 1850, e depois foi ordenado sacerdote, em 1851. Seus primeiros anos de ministério se distinguiram pela dedicação à catequese das crianças e à criação de vários orfanatos dedicados aos jovens pobres da periferia, aos órfãos e abandonados. A sua mentalidade aberta e o trabalho voltado à juventude lhe trouxeram o convite para ser reitor do Colégio de Jovens Artesãos, o qual aceitou com amor. Na direção do colégio, Leonardo instaurou um clima de moralidade, harmonia, formação religiosa e disciplina familiar, apoiado por competentes colaboradores, leigos e religiosos.

Com essa política, assegurou a muitos jovens o acesso a uma adequada formação cristã, cultural e profissional. Ali, os jovens, assistidos de perto por Leonardo, ingressavam com a idade de oito anos e recebiam formação até os vinte e quatro anos, quando conseguiam um trabalho qualificado. O êxito da sua pedagogia do amor fez com que o pequeno colégio crescesse em tamanho e em expressão.

Surgiram, de várias partes da Itália, solicitações para a criação desses colégios de apoio à juventude. Nesse momento, Leonardo criou a Pia Sociedade Turinense de São José, mais conhecida como Congregação de São José, que se espalhou pela Europa, África e Américas. A entrega total a essa missão e as extenuantes horas de trabalho lhe custaram graves danos à saúde.

Em 30 de março de 1900, depois de várias crises de pneumonia, Leonardo morreu. Em 1970, foi canonizado pelo papa Paulo VI. A festa de são Leonardo Murialdo foi designada para o dia 18 de maio.

Fonte: www.paulinas.org.br

terça-feira, 11 de maio de 2010

Santo Afonso Navarro Oviedo


11/05 - Santo Afonso Navarro, era um sacerdote diocesano que teve sua vida comprometida com o Reino, com os pobres de Deus explorados, injustiçados e crucificados pelo poder constituído em El Salvador.
Sofreu um atentado no dia 13 de janeiro de 1977. Uma bomba explodira na garagem, destruindo completamente seu carro, tendo continuado a repressão, culminando com o assassinado de Pe. Rutilo Grande, no dia 12 de março. Mesmo com todos esses acontecimentos, Afonso Navarro continuou a denunciar.

No dia de seu assassinato, havia sido intimado a depor por causa de uma gravação feita por uma aluna, filha de militar graduado, não tendo sido nada comprovado, a não ser a sua luta sincera e evangélica pela justiça em favor do povo oprimido.

Santo Afonso Navarro Oviedo, foi assassinado por quatro homens armados, que invadiram sorrateiramente a casa paroquial e o crivaram de balas, juntamente com Luisito Torres, um jovem de 14 anos, testemunha do crime, no dia 11 de maio de 1977.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

São João de Ávila


10/05 - Santo espanhol nascido em Almodóvar del Campo, próximo a Toledo, de espírito reformista e um do maior pregadores do seu tempo, conselheiro de bispos e nobres, diretor de almas, coluna da Igreja e um dos paladinos da Contra-Reforma católica no século XVI, considerado o pai espiritual de um grande número de santos na Espanha de sua época.

Descendentes de uma família de judeus convertidos e de boas posses, era filho único de Alonso de Ávila e Catarina Xixón, aos 14 anos entrou para a famosa Universidade de Salamanca para estudar Direito. Porém seu apego a fé em Jesus Cristo pesou mais fortemente e abandonou os estudos para voltar para casa.

Depois de três anos de profunda dedicação à religiosidade, dirigiu-se a famosa Universidade de Alcalá, com o objetivo de seguir o sacerdócio e estudou filosofia e teologia. Foi discípulo do renomado Domingos de Soto e recebeu sua ordenação.

Com a morte dos pais vendeu sua grande fortuna em heranças, distribuiu com os necessitados e passou a viver de esmolas. Dirigiu-se a Sevilha com o intuito de embarcar para as Índias, mas foi persuadido a permanecer na Espanha, onde deu início a sua brilhante carreira apostólica, que o tornaria conhecido como o grande Apóstolo da Andaluzia.

Autor e diretor espiritual cuja liderança religiosa a Espanha durante o século XVI, morreu em Montilla, de problemas renais. Foi beatificado (1894) e canonizado (1970) e seu dia de devoção é 10 de maio.

Fonte: www.dec.ufcg.edu.br

sexta-feira, 7 de maio de 2010

São Pacômo

A extraordinária vida dos eremitas, com suas mortificações às vezes excessivas e com aquele acúmulo e sobrecarga de abstinência, jejuns, vigílias seria na realidade a tradução prática do Evangelho? Sua solidão podia de fato esconder as insídias do orgulho. Para eliminar este perigo um monge egípcio do século IV, S. Pacômio, teve a idéia de uma nova forma de vida monástica: o cenobitismo ou vida comum, em que a disciplina e a autoridade substituíam a anarquia dos anacoretas.

Ele educou os seus discípulos na vida em comum, constituindo pouco distante das margens do Nilo a primeira “Koinonia”, uma comunidade cristã, nos moldes daquela fundada pelos apóstolos em Jerusalém, baseada na comunhão de oração, de trabalho e de refeição, e concretizada no serviço recíproco. O documento fundamental que regulava esta vida era a Sagrada Escritura, que o monge decorava e recitava-a em silêncio (ou em voz baixa) enquanto trabalhava em serviços manuais. Essa era também a principal forma de oração: um contato com Deus mediante o sacramento da Palavra.

São Pacômio nasceu no Alto Egito, no ano de 287, de pais pagãos. Engajado à força no exército imperial com a idade de vinte anos, acabou prisioneiro em Tebas com todos os recrutas. Protegidos pela escuridão, alguns cristãos levaram-lhes comida. O gesto dos desconhecidos comoveu Pacômio, que lhes perguntou quem os havia levado a fazer aquilo. “O Deus dos céus,” foi a resposta dos cristãos. Naquela noite Pacômio orou para o Deus dos cristãos pedindo que o livrasse das correntes, comprometendo-se em troca dedicar-lhe sua própria vida ao seu serviço. Obtida a liberdade, cumpriu a promessa agregando-se a uma comunidade cristã de um povoado do sul, o atual Kasr-es-Sayad, onde teve a instrução necessária ao batismo.

Durante algum tempo conduziu vida de asceta, dedicando-se ao serviço da gente do lugar, depois se submeteu à guia de um velho monge, Palamon, por sete anos. Durante um intervalo de solidão no deserto, uma voz misteriosa convidou-o a fixar sua morada naquele lugar, ao qual bem logo teriam vindo numerosos discípulos. Na época de sua morte os mosteiros masculinos já eram nove, mais um feminino. Ficou desconhecido o lugar da sepultura do santo, pois no seu leito de morte fez o discípulo Teodoro prometer que esconderia seu corpo para evitar que sobre o seu túmulo se construísse uma igreja, imitando o costume de se construir capelas sobre a sepultura dos mártires.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Beata Madre Rosa Gattorno


06/05 - Religiosa, fundadora do Instituto das Filhas de Santa Ana, nasceu em Génova (Itália), no dia 14 de Outubro de 1831. Em 1852, com a idade de 21 anos, contraiu matrimônio com Jerónimo Custo e transferiu-se para Marselha (França). Uma imprevista crise financeira perturbou a felicidade da nova família, obrigada a retornar a Génova. A sua primeira filha, Carlota, afetada de repentina enfermidade, ficou surda-muda para sempre; e apesar da alegria de outros dois filhos, ela foi novamente abalada com o falecimento do esposo, após seis anos de matrimônio, e com a morte do seu último filho. Estes acontecimentos marcaram a sua vida e levaram-na a uma mudança radical, a que ela chamara "a sua conversão", isto é, à entrega total ao Senhor. Orientada pelo seu confessor, emitiu de forma privada os votos perpétuos de castidade e obediência, precisamente na festa da Imaculada: 8 de Dezembro de 1858, e depois, como terciária franciscana, professou também o voto de pobreza. Viveu intimamente unida a Cristo, recebendo a Comunhão todos os dias, privilégio que naquele tempo era pouco comum. Em 1862 recebeu o dom dos estigmas ocultos, percebidos mais intensamente nas sextas-feiras.

Num clima de intensa oração, diante do Crucifixo, recebeu a inspiração de fundar uma Congregação religiosa: "Filhas de Santa Ana, Mãe de Maria Imaculada". Depois de a ter escutado durante longo tempo, o Papa Pio IX confirmou-a na sua missão de Fundadora. Vestiu o hábito religioso no dia 26 de Julho de 1867 e a 8 de Abril de 1870 emitiu a profissão, com outras doze religiosas.

Com esta fundação, realizou muitas obras de atendimento aos pobres e doentes, às pessoas sozinhas, anciãs e abandonadas; cuidou da assistência às crianças e às jovens, proporcionando-lhes uma instrução religiosa e adequada, a fim de as inserir no mundo do trabalho. Assim, foram abertas muitas escolas para a juventude pobre e a promoção humano-evangélica, segundo as necessidades mais urgentes da época.

Sofreu provas, humilhações, dificuldades e tribulações de todo o género, mas sempre confiou em Deus e, cada vez mais, atraía outras jovens para o seu apostolado. Assim, a Congregação difundiu-se rapidamente na Itália, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Eritreia, França e Espanha. Ana Rosa faleceu no dia 6 de Maio de 1900.

Fonte: www.gentilbittencourt.com.br