quarta-feira, 25 de agosto de 2010

São José Calasanz


25/08 - Nasceu em Peralta de la Sal, diocese de Urgel, em Aragão, no ano de 1557. Ordenado sacerdote aos 28 anos, manifestou logo uma grande inclinação para a vida eremítica. Os seus superiores, para curá-lo, lançaram-no no meio do povo, nomeando-o vigário geral da diocese. E como a cura não parecesse eficaz, mandaram-no a Roma na qualidade de teólogo em companhia do cardeal Marco Antônio Colonna. Porém, mais que aos cuidados do cardeal, que saiba cuidar por si mesmo da sua própria cultura, dedicou-se com espírito de apóstolo à instrução dos meninos do Trastevere, na paróquia de santa Dorotéia, onde era vigário cooperador.

Naquele tempo não existiam problemas escolares sobre a mesa do prefeito de Roma, pela simples razão de que as escolas eram um negócio privado. Quem tinha dinheiro suficiente pagava o professor para dar aulas em casa, ou mandava os filhos aos célebres Studi (Universidades), ou às escolas comunais, instituídas pelos municípios livres, em muitas cidades do norte. Estas últimas faltavam em Roma e nisso pensou José Calasanz. Feita com as poucas economias de que dispunha a primeira escola gratuita aberta aos filhos dos pobres, viu-se encorajado a fazer mais pela afluência de tantos voluntários, que se ofereceram para lecionar gratuitamente aos meninos. Fundou assim a Congregação dos Clérigos Regulares das Pias Escolas, vinculados não só pelos votos de pobreza, castidade e obediência, mas também por um quarto voto, que os compromete com a instrução dos jovens.

Esta esperada e benéfica instituição teve imediatamente a notoriedade que bem merecia: a Congregação se espalhou em todos os países europeus, trazendo no entanto mais dores que alegrias ao santo fundador. As provas, às quais Deus submete os seus santos, para separar a boa semente da do joio, não demoraram a afligir José: acusado de incapacidade pelos seus próprios filhos, após a imposição de um visitador desonesto o santo foi destituído do seu cargo e a Congregação desceu ao nível de uma simples confraria, quer dizer, praticamente ficou suprimida. Com admirável paciência e serenidade, José Calasanz arregaçou as mangas e com a obstinação dos pioneiros reergueu o edifício que havia desabado. A Congregação ressurgiu das cinzas, mas com os mesmos programas sociais: de cultivar as jovens inteligências dos meninos de periferia. José morreu na bonita idade de noventa anos, a 25 de agosto de 1648 e foi canonizado em 1757.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

São Bartolomeu


24/08 - Um dos 12 primeiros apóstolos de Cristo e nascido em Caná, a 14 quilômetros de Nazaré, na Galiléia, e que foi apresentado a Jesus pelo apóstolo e seu maior amigo Filipe, sob uma figueira.

Filho de Tholmai e também conhecido como Natanael, assim como Tomé, era um viajante e atuou em áreas como Índia, Armênia, Irã, Síria e por algum tempo na Grécia, com Filipe, especialmente na Frígia. Além dos evangelhos de João, Mateus, Marcos e Lucas, os Atos referem-se a ele como um dos Doze. Porém de suas atividades apostólicas não há notícias certas. Uma tradição diz que ele trazia consigo o Evangelho Herético de Matias, escrito em hebraico, e o perdeu.

As poucas anotações que restaram da era sub-apostólica e patrística indicam que este evangelho judeu era bastante diferente dos evangelhos gregos gentis de Mateus, Marcos, Lucas e João, assim como eram os tão chamados evangelhos judaico-cristãos heréticos dos Nazarenos, Ebionitas e Hebreus, dos quais só restaram fragmentos. Diferentemente dos evangelhos gentis, estas tradições consideravam o Espírito Santo como a Divina Mãe de Cristo e não adoravam Jesus como uma divindade, mas como um irmão mais velho e líder da comunidade dos santos de Deus Muitas de suas obras são conhecidas através de traduções como O Evangelho de Bartolomeu, Pregação de São Bartolomeu no Oásis e a Pregação de Santo André e São Bartolomeu.

Uma antiga tradição armênia afirma que ele foi para a Índia e lá pregou àquele povo a verdade do Senhor Jesus segundo o Evangelho de São Mateus. Depois que naquela região converteu muitos a Cristo, superando extremas dificuldades, passou para a Armênia Maior, onde converteu o rei Polímio, a sua esposa e muitos outros homens, em mais de doze cidades. Essas conversões, no entanto, provocaram uma enorme inveja dos sacerdotes locais, que, por meio do irmão do rei Polímio, conseguiram a ordem de tirar a sua pele e depois decapitá-lo.

Sua festa votiva é em 24 de agosto.

domingo, 22 de agosto de 2010

Nossa Senhora Rainha


22/08 - A festividade de hoje, paralela à de Cristo Rei, foi instituída por Pio XII em 1955. Era celebrada, até a recente reforma do calendário litúrgico, a 31 de maio, como coroação da singular devoção mariana do mês a ela dedicado. Para o dia 22 de agosto estava reservada a comemoração do Imaculado Coração de Maria, em cujo lugar entrou a festa de Maria Rainha para aproximar a realeza da Virgem à sua gloriosa Assunção ao céu. Este lugar de singularidade e de proeminência, ao lado de Cristo Rei, deriva-lhe dos vários títulos, ilustrados por Pio XII na carta encíclica À Rainha do Céu (11 de outubro de 1954): Mãe da Cabeça e dos membros do Corpo místico, augusta soberana e rainha da Igreja, que a torna participante não só da dignidade real de Jesus, mas também do seu influxo vital e santificador sobre os membros do Corpo místico.

O latim regina, como rex, deriva de regere, isto é reger, governar, dominar. Do ponto de vista humano é difícil atribuir a Maria a função de dominadora, ela que se proclamou a serva do Senhor e passou toda a sua vida no mais humilde escondimento. Lucas, nos Atos dos Apóstolos, coloca Maria no meio dos Onze, após a Ascensão, recolhida com eles em oração; mas não é ela que dá ordens, e sim Pedro. E todavia precisamente naquela circunstância ela constitui o vínculo que mantém unidos ao Ressuscitado aqueles homens ainda não robustecidos pelos dons do Espírito Santo. Maria é rainha porque é Mãe de Cristo, o Rei. É rainha porque excede todas as criaturas em santidade: “Ela encerra toda a bondade das criaturas”, diz Dante na Divina Comédia.

Todos os cristãos vêem e veneram nela a superabundante generosidade do amor divino, que a cumulou de todos os bens. Mas ela distribui real e maternalmente tudo o que recebeu do Rei, protege com o seu poder os filhos adquiridos em virtude da sua co-redenção, e os alegra com os seus dons, pois o rei determinou que toda graça passe por suas mãos de rainha. Por isso a Igreja convida os fiéis a invocá-la não só com o doce nome de mãe, mas também com aquele reverente de rainha, como no céu a saúdam com felicidade e amor os anjos, os patriarcas, os profetas, os apóstolos, os mártires, os confessores, as virgens. Maria foi coroada com o dúplice diadema de virgindade e de maternidade divina: “O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus.”

sábado, 21 de agosto de 2010

Santa Humbelina


21/08 - Ela nasceu no castelo dos Fontaines de Dijon na França, filho de Tescelin Sorrel e Aleth de Montbard em 1092 e era irmã de São Bernardo Claraval, França. Casou-se e era socialmente popular. Humbelina visitava freqüentemente o seu irmão e acabou sendo convertida por ele. Ela se tornou uma ardorosa devota da Paixão de Cristo e desejava entrar para um mosteiro. Logo depois recebeu permissão do seu marido, Guy de Marcy, para viverem separados e ela entrou para o Monastério Beneditino em Jully-Les-Nonnais e algum tempo depois ela se tornou Abadessa do Mosteiro.

Dia a tradição que ela influenciou o irmão a escrever o “De Consideratione” que é considerado um tesouro de fé e várias de suas cartas demonstram uma extraordinária fé em Jesus e na Virgem Maria.

Diz ainda a tradição que ela curava certas doenças apenas com sua benção e oração, inclusive doenças contagiosas sem nunca contrair nenhuma delas.

Faleceu de causas naturais nos braços de seu irmão (São Bernardo Claraval, Doutor da Igreja) em 12 de fevereiro de 1135 e logo seu túmulo passou a ser local de peregrinação e vários milagres foram creditados a sua intercessão.

Foi canonizada em 1763. Sua festa é celebrada no dia 21 de agosto.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

São João Eudes


19/08 - João Eudes nasceu em 14 de novembro de 1601, na pequena vila de Ri, próxima de Argentan, no norte da França. Era o primogênito de Isaac e Marta que tiveram sete filhos. Cresceu num clima familiar profundamente religioso. Inicialmente estudou no Colégio Real de "Dumont" em Caen, dos padres jesuítas. Nos intervalos das aulas costumava ir à capela rezar, deixando as brincadeiras para o segundo plano. Na adolescência, por sua grande devoção à Maria, secretamente se consagrou à ela. Depois, sentindo sua vocação religiosa, foi aconselhado a terminar os estudos, antes de se ordenar sacerdote.

Em 1623, com o consentimento dos pais foi para Paris onde ingressou na Congregação do Oratório, sendo recebido pelo próprio fundador o cardeal Pedro de Bérulle. Dois anos depois recebeu sua ordenação dedicando-se integralmente à pregação entre o povo. Pleno do carisma dos oratorianos centrados no amor à Cristo e de sua especial devoção à Maria, passou ao ministério de pregação entre o povo. Visitou vilas e cidades de Ile de França, Bolonha, Bretanha e da sua própria região de origem, a Normandia.

Esta última, quando em 1627 estourou a epidemia da peste, João percorreu quase todas, principalmente as vilas mais distantes e esquecidas. Como sensível pregador, levou a Palavra de Cristo, dando assistência aos doentes e suas famílias. Nunca temeu o contágio. Costumava dizer em tom de brincadeira que de sua pele até a peste tinha medo. Mas temia pela integridade daqueles que viviam à sua volta, que ao seu contato, poderiam ser contagiados. Por isto não entrava em casa e à noite dormia dentro de um velho barril abandonado ao lado do paiol.

Inconformado com o contexto social que evoluía perigosamente, onde as elites dos intelectuais valorizavam a razão e desprezavam a fé. João Eudes, sabendo interpretar esses sinais dos tempos, fundou em 1643 a Congregação de Jesus e Maria com um grupo de sacerdotes de Caen que se uniram a ele. A missão dos eudianos é a formação espiritual e doutrinal dos padres e seminaristas e a pregação evangélica inserida às necessidades espirituais e materiais do povo. Além de difundir através destas missões a devoção dos Sagrados Corações de Jesus e Maria.

Seguindo este pensamento também fundou a Congregação Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, para atender as jovens que de desviavam pelos caminhos da vida e as crianças abandonadas. Esta Ordem deu origem, no século XIX à Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastos, conhecidas como as Irmãs do Bom Pastor. Com os seus missionários, João dedicou-se à pregação de missões populares, num ritmo de trabalho simplesmente espantoso. As regiões atingidas pelo esforço dos seus missionários foram aquelas que mais resistiram ao vendaval anti-religioso da Revolução Francesa.

Coube a João Eudes a glória de ter sido o precursor do culto da devoção dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. Para isto ele próprio compôs missas e ofícios, festejando pela primeira vez com um culto litúrgico do Coração de Maria em 1648, e do Coração de Jesus em 1672. Hoje estas venerações fazem parte do Calendário da Igreja. Morreu em Caen, norte da França, no dia 19 de agosto de 1680, deixando uma obra escrita de grande valor teológico pela clareza e profundidade. Foi canonizado pelo Papa Pio XII em 1925. A festa de São João Eudes se comemora no dia de sua morte.

domingo, 15 de agosto de 2010

Assunção de Nossa Senhora


15/08 - Nossa Igreja celebra hoje, Maria. Ela aparece pela última vez nos escritos do Novo Testamento no primeiro capítulo dos Atos dos Apóstolos: Ela está no meio dos apóstolos, em oração no cenáculo, aguardando a descida do Espírito Santo.

Proclamado como dogma de fé, ou seja, uma verdade doutrinal, pelo Papa Pio XII no ano de 1950, declarando que Maria não precisou aguardar, como as outras criaturas, o fim dos tempos para obter também a ressurreição corpórea, quis por em evidência o caráter único da sua santificação pessoal, pois o pecado nunca ofuscou, nem por um instante, o brilho de sua alma. A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, foi assunta em corpo e alma à glória celestial.

Esta celebração foi decretada no Oriente no século VII, com decreto do imperador bizantino Maurício. Neste mesmo século a festa da Dormitio (passagem para a outra vida), também foi introduzida em Roma pelo Papa oriental, Sérgio I. Passou-se então um século antes que o termo dormitio cedesse o lugar ao nome Assunção de Nossa Senhora aos Céus. Sendo assim, os santos que já têm a visão beatífica, estão de certo modo aguardando a plenitude final da redenção, que em Maria já se dera com singular graça da preservação do pecado.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Santo Inocêncio XI


12/08 - O Beato Odescalchi nasceu em Como (norte da Itália) em 16-5-1611, de família nobre. Fez os estudos primários ou elementares em Como com Jesuítas, passando depois a Gênova, Roma e Nápoles. Era formado em direito civil e econômico. Pouco depois entrou na carreira eclesiática, recebendo apenas a tonsura. Inocêncio X, que muito o estimava pelas suas virtudes, o fez cardeal legado apostólico em Ferrara (administrador civel da região). Em 1650 foi nomeado bispo de Novara, quando recebeu a ordenação sacerdotal e a sagração epsicopal.

Como bispo foi muito zeloso, procurando imitar em todos S.Carlos Borromeu, cujas constituições sinodais seguir à risca. Depois foi chamado e retido em Roma pelos papas, por isso pediu renúncia da sua diocese, que não foi aceita. No conclave de 1676 não pôde se eximir de aceitar o peso do sumo pontificado, assumindo o nome de Inocêncio XI, em homenagem ao seu benfeitor Inocêncio X. Foi papa de 21-9-1676 até a data da sua morte em 12-8-1686. Está sepultado no Vaticano, na de S. Pedro.

O operoso pontificado de Inocêncio XI decorreu num período convulso. Expreendeu uma poderosa atividade diplomáica e de reforma postal. Piedosíssimo, detestou toda forma de negativismo. Vivia com seus bens próprios, e não à custa da Igreja. Era chamado de pai dos pobres, fama que já tinha desde dos tempos de sua administração civil em Ferrara. Mas foi muito firme em relação ao rei da França, Luís XIV, a quem se pôs tenazmente na questão das regalias das embaixadas. Exatamente por isso, por política, para não desagradar aos reis absolutos e não humilhar a França, o seu processo de beatificação esteve paralisado por quase dois séculos. Apenas em 1956, passandas os razões "políticas", pode ser canonizado por Pio XII.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Santa Clara de Assis


11/08 - Clara nasceu em Assis, em 1193, da nobre família dos Offreducci. Teve duas irmãs, Catarina e Beatriz, e um irmão, Bosone. Sua mãe Ortolana, era cristã fervorosa, não é pois de se estranhar a profunda piedade de Clara, desde menina.

Nos domingos de 1211, Francisco pregou na Igreja de São Jorge e Clara foi ouvi-lo. Cada palavra penetrava em sua alma e incendiava seu coração. Chegava o domingo de Ramos, escolhido por Francisco para a doação de Clara a Deus. Pe. Francisco lhe ordena que, no dia da festa, adornada e elegante, vá pegar a palma em meio à multidão e, na noite seguinte, converta a alegria mundana no pranto da paixão do Senhor.

Clara entrou na igreja e, ajoelhada diante do altar da Virgem Maria, consagrou-se a Deus, pelas mãos de Francisco, e em sinal de consagração, teve seus cabelos cortados. Tão logo foi informado do acontecido, seu pai reuniu os homens da casa, enviando-os ao convento, para trazer Clara de volta. Clara porém, não renunciou a sua decisão e, tirando o véu da cabeça, mostrou-lhes o cabelo para provar que não era mais Clara de Offreducci, mas Irmã Clara.

Ela ficou no convento beneditino onde foi acompanhada de sua irmã Catarina, que logo após passou-se a chamar Inês. Em 1215, Clara tornou-se superiora da comunidade, o Papa Inocêncio III deu a eles a regra da pobreza absoluta, e então Clara fundou a ordem das Clarissas Pobres.

Clara permaneceu por toda a vida fiel e coerente com a Regra que ela havia ditado. Não conhecia limites à caridade, ao serviço junto às irmãs, aceitando com alegria mesmo incumbência mais humildes. Considerava honra lavar os pés das externas, quando voltavam ao convento. Penitência e mortificação impõe a si mesma em medida tão dura que suscitava preocupação e advertências da parte de Francisco. A moderação recomenda às outras, não a si mesma.

Clara morreu, a 11 de agosto de 1253. O Pontífice, qua se achava em Assis, propôs celebrar o ofício das virgens e não o dos mortos, como demonstração de que considerava Clara já santa. A igreja converteu-se logo em santuário, meta de numerosíssimos fiéis, mesmo porque Clara começou logo a fazer milagres. O culto, assim, cresceu espontâneamente, enquanto se difundia a fama de curas prodigiosas. O início imediato do processo de canonização baseava-se em vasta e crescente devoção popular. Dois anos após sua morte (1255) Clara é declarada Santa.

Fonte: www.comunidade fraterna.com

sábado, 7 de agosto de 2010

Santa Afra


07/08 - Afra era uma jovem pagã de costumes levianos, que vivia com sua mãe Hilda e três criadas chamadas Digna, Eunômia e Eprepria. Orientada por sua mãe, Afra gostava de prestar culto e render homenagens à Vênus, uma das muitas deusas pagãs. Porém, o que ela não poderia prever é que seria tocada pela fé cristã. Isto ocorreu quando descobriu que os dois desconhecidos que estavam hospedados em sua casa, eram o Bispo Narciso e seu diácono Félix.

Nesta época, ano 304, o imperador romano Diocleciano impunha uma severa perseguição aos cristãos. Este foi o motivo que levou Narciso e Felix a fugirem da fúria sangrenta que assolava a Espanha, indo parar em Augsburgo, na Baviera, Alemanha. Nesta cidade foram acolhidos na residência de Afra que, como sua mãe, nunca os tinha visto. Mas, na hora da refeição à mesa, os dois começaram uma oração que chamou a atenção das duas e também das criadas ali presentes. Foi então que descobriram que os hospedes eram cristãos e um inclusive era um Bispo da Igreja Católica.

Afra a princípio ficou confusa com os estrangeiros cristãos. Depois, mesmo sem conhecer o Bispo Narciso, caiu aos seus pés e confessou sua vida de pecados. Ele, percebendo que Afra estava realmente arrependida e que sua alma clamava pelo perdão do Senhor, resolveu absolvê-la, desde que se convertesse e fosse batizada no cristianismo. Ela não só converteu-se como ainda animou sua mãe Hilária e as outras companheiras, para que fizessem o mesmo. Também decidiu ajudar Narciso e Félix a continuarem sua fuga, despistando os soldados do imperador.

Entretanto Afra foi traída e denunciada às autoridades pagãs. Presa, o perdão e a liberdade lhe foram oferecidos, mas só se voltasse a reverenciar os falsos deuses. Afra se negou e confirmou sua fé em Jesus Cristo. Foi levada para a ilha de Lesh, onde a despiram, amarraram num poste e depois a queimaram viva.

O mesmo aconteceu algum tempo depois com as suas companheiras e sua mãe. Elas que já haviam se convertido, tinham ido à rezar junto à sepultura de Afra, quando foram flagradas pelos soldados do imperador. Hilda, a exemplo de sua filha Afra, se recusou a abandonar a fé cristã, sendo acompanhada nesta decisão também pelas três criadas. Todas morreram queimadas vivas, ali mesmo junto ao túmulo da mártir Afra.

Esta é uma das mais antigas tradições cristãs do povo alemão, que venera Santa Afra, como padroeira da cidade de Augsburgo desde a Antiguidade, e que teve seu culto autorizado pela Igreja somente em 1064. A festa de Santa Afra em Augsburgo acontece no dia 07 de agosto, embora em algumas localidades ocorra em outras datas.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Beata Maria Francisca Rubatto


06/08 - Em Carmanhola, cidade agrícola de intensa atividade pastoral, próxima de Turim, nasceu Ana Maria Rubatto, em 14 de fevereiro de 1844, numa família simples e cristã. Desde a infância fez voto de virgindade, recusando mais tarde um casamento vantajoso. Aos dezenove anos após algumas tragédias familiares, como a morte de alguns irmãos pequenos e a perda dos pais, deixou a cidade. Foi para Turim, onde residia sua irmã mais velha.

Durante cinco anos se dedicou às obras de caridade, fazendo parte da equipe de auxiliares do futuro Santo João Bosco, no seu Oratório. Alí, a rica e nobre senhora Scoffone, também pia e caridosa, fez dela sua filha adotiva. Levou-a para viver em sua casa e a tornou sua conselheira na administração do seu patrimônio. Quando ela morreu, tinha doado tudo em testamento, para as obras dos adres do Cotolengo de Turim. Os anos vividos ao lado da senhora Scoffone foram de intenso empenho espiritual e caritativo. Após o falecimento da protetora, voltou para junto de sua irmã.

No verão de 1883 costumava ir para o balneário de Loano, na Riviera da Ligúria, onde ajudava as famílias e cuidava dos pescadores doentes em suas casas, dando também assitência as crianças abandonadas. Nesse local se uniu a um grupo de senhoras pias que se dedicavam às obras de caridade. Esse pequeno núcleo se iniciava à uma vida comunitária religiosa, inspirando-se ao ideal de São Francisco de Assis, sob a direção do capuchinho Padre Angélico. Logo o Padre percebeu que Ana Maria tinha uma fantástica capacidade organizadora de obras de caridade e que sua vocação missionária era emocionante, só voltada para a salvação das almas. Por isso, o próprio Padre Angélico a incentivou a criar um novo Instituto. Em janeiro de 1885 vestiu o hábito religioso franciscano, junto com algumas das senhoras. Nascia a família religiosa das "Irmãs Terciárias Capuchinhas de Loano", depois chamadas "Irmãs Capuchinhas de Madre Rubatto", com a finalidade de dar assistência aos enfermos, especialmente em domicílio e proporcionar a educação cristã da juventude.

Ana Maria emitiu os segundos votos em 1886, tomando o nome de Maria Francisca de Jesus. Foi eleita a primeira Madre Superiora do Instituto, cargo que manteve até a morte. A sua obra se difundiu rapidamente na Itália e também na América Latina. A partir de 1892, Madre Maria Francisca começou a viajar para o Uruguai, Argentina e Brasil. Em 1895, fundou a primeira casa do seu Instituto fora do seu país, foi no Uruguai. Depois ela acompanhou um grupo de religiosas à Missão de Alto Alegre, no Maranhão, Brasil, onde em 1901 sete delas morreram mártires sob um dos ataques dos índios. A Argentina também recebeu a semente da sua Obra.

Ao todo foram vinte casas abertas nos vinte anos do seu governo, todas organizadas e fundadas por Madre Maria Francisca. Estava no Uruguai, em Montevidéu quando adoeceu e foi um exemplo cristão, inclusive no sofrimento. Morreu em 06 de agosto de 1904, nessa cidade, onde foi enterrada na capela da primeira casa fundada em terras estrangeiras. A congregação desde 1964 está presente na Etiópia, África. O Papa João Paulo II a proclamou solenemente como a "primeira Beata do Uruguai" em 1993. A celebração da Beata Maria Francisca Rubatto deve acontecer no dia de sua morte.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

São Pedro Julião Eymard


02/08 - Pedro Julião Eymard nasceu no norte da França, em Esère, no dia 4 de fevereiro de 1811, primeiro filho de um casal de simples comerciantes, profundamente religioso. Todos os dias, sua mãe levava-o à igreja, para receber a bênção eucarística. Assim, aos cinco anos de idade, despontou sua vocação religiosa e sacerdotal.

Mas encontrou a objeção do seu pai. Apesar de muito religioso, ele não concordou com a decisão do filho, porque precisava da sua ajuda no trabalho, para sustentar a casa. Além disto, não tinha condições de pagar as despesas dos estudos no seminário. Diante desses fatos, só lhe restava rezar muito enquanto trabalhava e, às escondidas, estudar o latim. Em 1834, conseguiu realizar o seu sonho, recebendo a ordenação sacerdotal na sua própria diocese de origem.

Após alguns anos no ministério pastoral, em 1839, padre Eymard entrou na recém-fundada Congregação dos Padres Maristas, em Lyon. Nesta Ordem permaneceu durante dezessete anos, chegando a ocupar altos cargos. Foi quando recebeu de Maria Santíssima a missão de fundar uma obra dedicada à adoração perpétua da eucaristia.

Aliás, padre Eymard já notava que havia um certo distanciamento do povo da Igreja. Algo precisava ser feito. Rezou muito, pediu conselhos aos superiores e para o próprio papa Pio IX. Entretanto, percebeu que por meio do Instituto dos Maristas não poderia executar o que era preciso. Deixou o Instituto e foi para Paris.

Lá, em 1856, com a ajuda do arcebispo de Paris, fundou a Congregação dos Padres do Santíssimo Sacramento. E, depois de três anos, a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento. Mais tarde, também fundou uma Ordem Terceira, em que leigos comprometem-se na adoração do Santíssimo Sacramento.

Padre Pedro Julião Eymard foi incansável, viajando por toda a França, para levar sua mensagem eucarística. Como seu legado, além da nova Ordem, deixou inúmeros escritos sobre a espiritualidade eucarística.

Muito doente, ele faleceu na sua cidade natal no dia 1o. de agosto de 1868, com apenas cinqüenta e sete anos de idade. Beatificado pelo papa Pio XI em 1925, foi canonizado pelo papa João XXIII em 1962. Na ocasião, foi designado que a memória litúrgica de são Pedro Julião Eymard deve ser celebrada em 2 de agosto, um dia após o de sua morte.

Fonte: www.paulinas.org.br